PMs acusados de execução têm prisão decretada

Jornal GGN – Seis policias militares tiveram sua prisão temporária decretada pela Justiça Militar nesta segunda-feira (14). Os PMs são acusados de participar da execução de Fernando Henrique da Silva, que foi perseguido e assassinado junto com o amigo Paulo Henrique de Oliveira no feriado do 7 de setembro, após tentar roubar uma moto.

Um vídeo feito pelo celular mostra que Silva foi dominado pelos policiais quando estava em cima de um telhado de uma casa. Depois da rendição, é possível ouvir dois tiros no vídeo. No caso de Oliveira, imagens de uma câmera de segurança mostram ele sendo algemado e depois sendo baleado. Um dos PMs aparece colocando uma arma na mão de Oliveira.

Do Estadão

Justiça Militar decreta prisão de 6 PMs acusados de execução

ALEXANDRE HISAYASU E RAFAEL ITALIANI – O ESTADO DE S. PAULO

Em vídeo feito com um celular, policiais rendem homem no telhado e depois atiram; Corregedoria da Polícia havia feito pedido de prisão

A Justiça Militar decretou nesta segunda-feira, 14, a prisão temporária de seis policiais militares suspeitos de participar da execução de Fernando Henrique da Silva, no feriado de 7 de Setembro. Segundo as investigações, a vítima e o amigo Paulo Henrique de Oliveira tentaram roubar uma moto na região do Butantã, na zona oeste da capital, foram perseguidos e assassinados por PMs do 16.º e do 23.º Batalhão.

O tenente Angelo Felipe Mancini, o cabo João Maria Bento Xavier e os soldados Paulo Eduardo Almeida Hespanhol, Flavio Lapiana de Lima, Fabio Gambale da Silva e Samuel Paes foram transferidos para o Presídio Militar Romão Gomes. 

Imagens feitas por celular mostram a morte de Silva. Ele está em cima do telhado de uma casa, quando é dominado por um policial militar de capacete. Depois, é levado até a beira e empurrado pelo PM, identificado como Paes, que faz patrulhamento com moto. A queda é de quase 9 metros. Na sequência é possível ouvir dois tiros. Eles teriam sido disparados pelos soldados Gambale e Lapiana. 

Segundo as investigações, no primeiro depoimento no Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), o policial afirmou que Silva entrou em uma casa, subiu no telhado, mas caiu, segurando uma pistola 9 mm. Segundo as investigações, Silva e Oliveira tentaram roubar uma moto, mas logo foram descobertos pelos policiais. Começou uma perseguição. Os dois chegaram a atirar contra uma viatura, mas decidiram separar-se e correr a pé para tentar escapar.

Enquanto Silva foi jogado do telhado, Oliveira foi cercado na Rua Corinto. Imagens de câmeras de segurança mostram quando ele se rende e é algemado pelos policiais. Levado para a calçada, tem as algemas retiradas e, em seguida, é baleado com tiros no abdome. Um PM foi filmado colocando uma arma nas mãos de Oliveira. 

Os soldados Silvano Clayton dos Reis, Silvio André Conceição, Mariane de Morais Silva Figueiredo, Tayson Oliveira Bastiane e Jackson da Silva Lima foram acusados de participar do assassinato de Oliveira e tiveram a prisão decretada pela Justiça Militar na sexta-feira.

O promotor Rogério Zagallo informou que os todos os policiais envolvidos nas execuções serão processados por homicídio duplamente qualificado, fraude processual, entre outros crimes. A Secretaria da Segurança Pública informou que mais quatro PMs suspeitos cumprem prisão administrativa.

 

Redação

7 Comentários

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  1. Será que vai dar em alguma

    Será que vai dar em alguma coisa? No Brasil é permitido a matança oficial de pobres.

    Ah! Alguém sabe como faço para pressionar para que a justiça seja feita nesse caso?

  2. PM estupra e mata

    Primeiro a PM estupra, depois mata.

    ***

    MÃE DIZ QUE RAPAZ JOGADO DO TELHADO POR PM ERA FILHO DE SARGENTO QUE A ESTUPROU

    Doméstica afirma que fugiu de Minas Gerais depois de ter sido vítima de violência sexual cometida por um integrante da corporação

    Da Redação

    O jovem Fernando Henrique da Silva, de 18 anos, jogado de um telhado e morto por policiais militares no feriado de Sete de Setembro era filho de um sargento da Polícia Militar de Minas Gerais. A informação foi dada pela mãe do rapaz, uma doméstica de 36 anos.

    Ele foi detido pelos policiais no Butantã, Zona Oeste da capital paulista, suspeito de ter participado do roubo de uma moto. O outro acusado também foi capturado pelos Pms.

    Ambos foram mortos depois de terem se rendido, mas os autores do crime o registraram como resistência seguida de morte. Câmeras de segurança comprovaram o falso registro da ocorrência. A Corregedoria da PM prendeu preventivamente dez policiais envolvidos no caso.

    A mãe de Fernando Henrique conta que tinha 18 anos e morava em Santa Efigênia de Minas quando foi violentada por um sargento da PM. O jovem seria fruto desse estupro. Após o episódio, ela achou mais seguro sair da cidade e veio para São Paulo, onde criou o filho.

    Com informações do Agora São Paulo

  3. Só lembrando que a PM é a

    Só lembrando que a PM é a polícia que mais mata no mundo.

    Ainda assim, os partidos de esquerda em geral (incluído o PT), motivados pelos indefectíveis “especialistas” e “ólogos” de todos os matizes defendem o “Ciclo Completo de Polícia”, em que a PM passaria também a investigar, em detrimento da Civil.

    Vai ficar bom, né?

    1. Equívoco

      Ciclo completo não é a PM passar a fazer o papel da PC: é uma mudança de paradigma, em que não existirá mais corporações diferentes, mas sim uma única corporação com diferentes funções.

      1. Mas isso a PM não

        Mas isso a PM não quer.

        Querem manter o militarismo e investigar. Aliás, já estão fazendo isso, de maneira totalmente ilegal, em estados como MG, por exemplo.

         

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