Presos Lava Jato fundam cursinho preparatório do Enem dentro do Complexo Médico Penal

Jorge Zelada, ensina língua portuguesa e Aldemir Bendine, ex-presidente da Petrobras, dá aulas de redação para outros detentos 
 
Bendine, ex-presidente da Petrobras, hoje professor de redação no CMP. Foto: Tomaz Silva / Agência Brasil 
 
Jornal GGN – Presos da lava Jato fundaram um cursinho preparatório para ensinar matérias que caem no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) atendendo demanda de presos do Complexo Médico Penal, de Pinhais (PR). A informação é da reportagem de Wálter Nunes, na Folha de S.Paulo.
 
A ideia foi lançada pelo ex-funcionário da Petrobras, Márcio Ferreira, preso em maio de 2017, que conversou com outros detentos da Lava Jato e levou a proposta até a chefia da segurança da cadeia, para pedir um espaço físico. Os carcereiros aceitaram a ideia e cederam uma sala que servia de descanso dos agentes penitenciários. O complexo também cedeu livros didáticos da biblioteca. 
 
Mas, antes do curso, o engenheiro mecânico, formado pela Uerj (Universidade Federal do Rio de Janeiro), João Henriques, preso desde setembro de 2015 pela Lava Jato, alfabetizava dois presos que eram seus vizinhos. Além das aulas de alfabetização, Henriques ministra, agora, física no curso preparatório do Enem, Jorge Zelada, ex-diretor da estatal, ensina língua portuguesa e Aldemir Bendine, ex-presidente da Petrobras, aulas de redação.

Os candidatos do Enem que estão no sistema prisional fizeram as provas da primeira e segunda etapa do exame nos dias 11 e 12 de dezembro. O resultado saí em janeiro. 
 
Ainda, segundo a Folha, o conteúdo das disciplinas é decidido pelos professores voluntários. “A presença de um número grande de presos com curso superior e boa formação cultural possibilitou essa troca de conhecimentos”, pontua Wálter Nunes, que assina a matéria.
 
Redação

3 Comentários

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  1. O mais interessante que se vê na reportagem da FSP é que …….

    O mais interessante que se vê na reportagem da FSP é que o Departamento Penitenciário do Estado do Paraná nem dá nenhum suporte a uma atividade de reeducação de todos os presos, que segundo a teoria do aprisionamento teria uma função de reeducação. Se não fosse pelos próprios agentes penitenciários não haveria nada.

    O correto seria a construção de algumas salas de aula para que melhorasse as condições de recuperação dos apenados.

  2. Os “detentos” vão ficar melhores…
    … a “famiglia” e o ‘temerário’, quem sabe podem pegar depois uma boquinha e talvez aprender alguma coisa…

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