Procurador do mensalão nega ilícitos de Lula a Moro

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Montagem: Brasil247
 
Jornal GGN – Em novos depoimentos prestados ao juiz Sérgio Moro, na 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba, os antecessores de Rodrigo Janot e ex-procuradores da República, Cláudio Fonteles e Antônio Fernando de Souza, afirmaram que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva rompeu práticas de governos anteriores, de nomear pessoas de confiança do governo para funções públicas e cargos de primeiro e segundo escalão.
 
Fonteles atuou no Ministério Público Federal (MPF) de 2003 a 2005, e Souza de 2005 a 2009. Ambos foram os primeiros colocados de uma lista tríplice votada pelos próprios procuradores, iniciada com o governo Lula, o que concedeu à corporação caráter de maior autonomia e independência.
 
Prestando depoimento nos processos que colocam Lula como réu do chamado triplex do Guarujá, que sustenta o suposto benefício do ex-presidente com obras de empreiteira, como favorecimento por esquema de corrupção, os procuradores enfatizaram que Lula, ao contrário das supostas benesses, fortaleceu os órgãos de investigação, sobretudo relacionados ao combate da corrupção e, inclusive, o Ministério Público, possibilitando-o a atuar a entidade nas atuais investigações.
 
Ainda, em um dos desdobramentos da denúncia dos procuradores da República, os investigadores sustentavam que o ex-presidente e seu grupo político foram os responsáveis por manter as supostas práticas ilícitas deflagradas na ação penal 470, o chamado “mensalão”, no caso da Petrobras.
 
Nessa linha, os advogados do ex-presidente convidaram o procurador Antônio Fernando, que foi o responsável por oferecer a denúncia do mensalão. O procurador disse que Lula não teve qualquer envolvimento nos fatos apurados à época e que, por isso, sequer foi incluído nas investigações.
 
Ressaltou, ainda, que “denunciar Lula seria um ato político”, uma vez que não era possível comprovar qualquer ilícito supostamente praticado pelo ex-presidente, como sustentam os procuradores da Lava Jato e os delegados da Polícia Federal.
 
Fernando defendeu que a denúncia deve ser decorrente de elementos probatórios que a sustentam e não podem ser estimuladas por atos voluntários de acusadores. Até o momento, já somam 67 testemunhas ouvidas contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para o advogado Cristiano Zanin Martins, do total de depoimentos, nenhum confirmou a tese da Lava Jato ou apresentou “nenhuma prova contra o ex-presidente”.
 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

8 Comentários

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  1. Procurador do mensalão nega ilícitos de Lula a Moro

    Nenhum dos convocados apresentou provas ou confirmou!

    São só 67 então ainda faltam 200 milhoes, pois, moro nunca desistirá!

  2. Cabos eleitorais de Lula

    Sei não, mas tô cada dia mais convencido de que Moro e Bolsonaro serão os principais cabos eleitorais de Lula em 2018. Moro vai ter que forçar muito a barra para incriminar Lula, a alternativa é praticamente dar um atestado de bons antecedentes para ele. Bolsonaro por arrebanhar o voto de direita que até então estava sob o guarda-chuva do PSDB/DEM, mas ele é radical demais para bater Lula num segundo turno (não me falem em efeito Trump pois Brasil não é EUA).

  3. E pensar que a maior

    E pensar que a maior autonomia e independencia da(s)  corporação(ões), foi o começo do infortúnio do governo e do Brasil.

  4. Lembrem-se da AP470

    Contra toda a inexistência de provas, ainda penso que o Moro condenará Lula em 1a. instância. Poucos se lembram quem foi o redator da sentença de condenação do José Dirceu, lida pela Rosa Weber, mas redigida por Sérgio Moro, seu então assessor: não há provas, mas vou condená-lo pois a literatura jurídica me permite.

       Alguma dúvida???????

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