Procurador revela o foco da Lava Jato, por Fernando Brito

Enviado por Makário

Do Tijolaço

Procurador da Lava Jato acha que Moro é o único juiz honesto do Brasil?
 
Por Fernando Brito

Inacreditável, porém reveladora, a entrevista do procurador Carlos Fernando Lima – apontado como “cabeça” da turma de procuradores da Operação Lava Jato  – dizendo que a investigação está ameaçada pelo fato de o ministro Teori Zavascki ter redistribuído a investigação sobre a senadoraGleisi Hoffman por não ver nela conexão com os desvios na Petrobras.

“O temor de Lima é que, a partir daí, a investigação sobre essa etapa (e inclusive outras, que não tratem da Petrobras) seja remetida para outra vara federal, até mesmo fora do Paraná, e deixe de ser conduzida pela força-tarefa e pelos policiais federais da operação.“, diz a Folha.

Quer dizer, então, que outro juiz, outros promotores e outros policiais conduzirem a apuração é algo “temível”. Por que?

Lima responde: “O que queremos mostrar é que não estamos investigando a Petrobras. Nós nem começamos a investigação por ela”, afirma Lima. “Estamos desvelando a compra de apoio político-partidário pelo governo federal, por meio de propina institucionalizada nos órgãos públicos. Se não reconhecerem isso, vai ser um problema.”

Opa! Quer dizer que está se fazendo não uma investigação sobre desvios em empresas, mas sobre “a compra de apoio político-partidário pelo governo federal”. Quer dizer que não se parte de fatos – como sempre afirma Rodrigo Janot – mas se perseguem (ou se criam) fatos para sustentar a tese de “compra de apoio político partidário pelo governo federal”?

É uma investigação com Norte político previamente definido ou, como deveria ser, uma investigação sobre beneficiários de desvios na Petrobras que beneficiam, como já está evidenciado, além do PT, o PMDB, o PP, o PSB e até o PSDB, com os milhões dados a Sérgio Guerra que, ao lado de Álvaro Dias, esvaziou uma CPI no Congresso?

Não, pois o objetivo é apurar a compra de apoio político partidário pelo governo federal”.

O resto não vem ao caso.

E que história é essa de ser Sérgio Moro o único juiz em todo o território nacional com independência e honestidade para julgar?  Todos sabem que, nos processos, as provas e depoimentos se comunicam de processo a processo, basta requerê-lo. O depoimento de Youssef a Moro vale para o juiz A, B ou C e se este considerá-lo insuficiente pode, perfeitamente, chama-lo a depor outra vez. Supõe-se que o doleiro, nos próximos meses, não esteja tão ocupado que não possa prestar novas declarações, não é?

Será que se Alberto Youssef ter dado 50 reais a um guardinha de trânsito também cairá na jurisdição do Dr. Moro por “conexão”, já que aqueles “cinquentinha” podem ter sido uma das notas que veio nas falcatruas feita com Paulo Roberto Costa? Afinal, o doleiro está sob os cordéis de Sérgio Moro desde o caso Banestado, como seu “delator de estimação”,

Distribuir como “juiz prevento” para Moro – e para a turminha “manda-brasa” do MP de Curitiba – toda e qualquer suspeita de corrupção em estatais por empresas, mega-empreiteiras que sejam, é uma evidente violação do princípio do juiz natural, um dos pilares do  Estado de Direito.

Não se trata de entregar a um juiz “amigo” – até porque a distribuição é aleatória, por sorteio – mas de assegurar, pela impessoalidade, o equilíbrio do julgamento. E da apuração, pois a atribuição de procuradores acompanha a atribuição de varas judiciais, automaticamente.

Do contrário, é deformar todo o processo judicial, transformando-o num brinquedo torturante na mão de um grupo de homens que pode conduzir, ao seu talante, toda e qualquer investigação e julgamento de acordo com seus desejos.

E fazer uma intimidação às demais instâncias judiciais de que, entendendo diferente do Dr. Moro – a manchete de o Globo hoje dizendo que João Vacari foi “condenado por doações legais” é um espetáculo de cinismo – serão apontadas como “coveiras” da Lava Jato e promotoras não julgamentos, mas de “pizzas”.

As declarações de Carlos Fernando Lima colocam sob suspeita não apenas os ministros do STF, mas todas as centenas de juízes federais e os milhares de membros do MP e da Polícia Federal nas mãos de quem poderiam ser colocados investigação e julgamento dos casos.

Todos são suspeitos no Brasil, menos Moro, os promotores da Lava Jato, os delegados ferrabrazes do Paraná.

Natural, foram sorteados por Deus para moralizar o Brasil.

 

Redação

32 Comentários

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  1. O olimpo é no Paraná

    Temos pela palavra de um MPF a constatação do que se via nas entrelinhas.

    O Olimpo, morada dos deuses gregos, é no Paraná. Deve ser uma mudança patriótica dentro da visão de que Deus é brasileiro.

    Um dos neodeuses decretou: nós é que fazemos justiça, os demais são suspeitos. De milhares de juízes, procuradores, policiais federais e demais integrantes do que chamamos Justiça foram levados ao inferno como possíveis pecadores maculados pela suspeita.

    A esse pequeno e distinto grupo tudo se permite, corte temporal nas investigações, prisões arbitrárias, suspeitas infundadas e um objetivo claro: atacar os integrantes da situação, dos apoiadores do governo federal.

    Com a pecha de suspeitos estampada será que haverá reações ?

    Ou tudo se dilui na geleia geral ?

     

    1. Milton, você quase acertou.

      Milton, você quase acertou. Não é bem um Olimpo o Paraná, eles pensam que são O Limpo, assim mesmo no singular,  por causa da operação lava jato e por conta da mania obsessiva pelo uso de detergentes e sabão para limpar a própria sujeira que estão promovendo.

  2. Investigação que faz ouvidos

    Investigação que faz ouvidos moucos para as delações contra a oposição.

    Isso não é justiça, é ditadura judicial.

    Essa ninguém enfrenta,  juiz pode tudo, mais que generais e seus exércitos.

     

     

  3.  Minha decepção com Dilma é

     Minha decepção com Dilma é tão grande que mesmo o procurador escancarando o objetivo dessas ações policiais, tenho absoluta convicção de que seu governo continuará no imobilismo.

      Acho que essa declaração foi o único deslize desses procuradores em toda a lava jato. Eles são profissionais na sua busca em retirar o PT  do poder e isso não podemos negar. De antemão sabiam que as reações seriam violentas  se tivessem colocado Lula ou Dilma logo no inicio do processo das investigações, pois o adversário ainda era poderoso.. Observem como foram minando a conta gotas o governo petista e mais do que isso, associando ao partido a marca de agrupamento de corruptos. Não sei precisar quando será dado o bote final, mas com Dilma no comando tenho certeza de que ocorrerá.

  4. Acidentalmente …

    Vi a entrevista dos procuradores ontem na Globo News. Digo acidentalmente por que nãõ sintonizo a GloboNews. Alguem na mimnha casa deixou a TV ligada nessa descgraça. Quem viu pode reforçar. Um dos jornalistas perguntou qual a ligação entre Dirceu e a nova fase da Lava Jato (prisão dos executivos da Engevix). Um dos promotores respondeu que não havia provas da ligação entre Dirceu e a Engevix. Esse procurador então tomou a palavra e afirmou, premtoriamente, que havia sim, e que tudo se resumia a compra de votos, cujo comando era a Casa Civil. O homem  afirmou que se tratava de um esquema identico ao mensalão. Confesso que gelei. Fiquei escandalizada e estarrecida. Não precisa investigar mais nada nem dizer mais nada. A verdade esta definida e agora é só repetir isso ate a exaustão e levar a mesama tese ao tribunais superiores. Provas? Pra que provas? E tem mais. A tese do mensalão  2 só se aplica ao PT. Assim todos os outros citados e delatados estão insentos. Só o PT, a Dilma, Lula e Dirceu são culpados. Esse é o nosso MPF. Durma.  

  5. Se esquecem que o processo

    Se esquecem que o processo tem um rito rigoroso, que deve ser seguido, e o principal é o do juiz natural; até uma cpi tem um objetivo definido, apesar de vermos algumas que extrapolam o seu objeto; querer dirigir um processo que não tem jurisdição, não tem objeto definido, que não respeita o juizo natural é simples perseguição; enquanto muitos do pt estão presos, os citados da oposição estão tranquilos posando de madres-teresa, isso não é uma investigação imparcial, querer acreditar que a corrupção começou no governo Lula como um disse esses dias é crer que o povo é muito obtuso no seu pensar.

  6. Teorias, que na prática são outras.

    Judiciário Corrupto: Totalmente desqualificado.

    Parafraseando: Judiciário é aquele que põe em prática as Leis do país, de forma HONESTA, SEM DOIS PESOS E DUAS MEDIDAS.

     

    Jesus respondeu: “Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a põem em PRÁTICA ” – Lucas 8,21.

  7. É uma desfaçatez sem tamanho

    Prezado Nassif,

     

    com essa explicação dada pelo Procurador temos então uma dimensão exata do grau de desvirtuamento da pregação brandida por todos os envolvidos nessa chamada operação Lava Jato, desde justiça paranaense até a mídia que dela faz uso em sua panfletagem diária.

    O alvo está claro: Governo Federal (nuvem criada para encobrir a nomenclatura que deveria ser: PT/Lula). Sendo assim se deixa claro o proque de tantas denuncias/delações contra tucanos e outros da oposição serem solenemente desconsideradas, ignoradas, deixadas de lado, não investigadas.

    Se abrem as cortinas para o que verdadeiramente leva a justiça paranaense a tomar o Brasil de norte a sul, leste a oeste sob seu raio de ação.

    O Sr Moro precisa vir a público explicar essa confissão de seu promotor, e dizer ao povo brasileiro que Petrobrás era apenas uma versão abrasileirada das armas de destruição em massa do Iraque, que a tão nobre propósito foram usadas para tomar posse daquele país……

     e de seu petroleo, bem como de suas ruínas…….

  8. Agora, depois desta “fala do trono”, escancarou-se tudo…

    Desde sempre, mal propalados os primeiros ecos da Lava Jato, constata-se uma seletividade imoral, agora oficializada mais que nas entrelinhas, na leitura minimamente atenta do que ficou explícito: “só nossa força tarefa tem o divino direito de investigar, indiciar, julgar e condenar estes vermes petistas que de longa data, jamais anteriormente a 01Jan2003, se LoPretam, digo se locupletam, sempre sob a direção e orientação de Zé Dirceu, passando por Dilma, Gleisi e Mercadante…tudo sendo idealizado, organizado e realizado sob as vistas complascentes, talvez coniventes, quiçá coordenadas pelo chefe (ou chefa?) do eventual chefe da Casa Civil.

    Nesta entrevista de ontem, o arauto das supremas honestidade e ética da divina equipe de Sérgio Moro, citou o Eletrolão de forma explícita como mais um resultado de uma trabalho que só eles, os ungidos de Curitiba, sabem e podem realizar, porém fingem desconhecer que tanto quanto a Eletronuclear, Furnas Centrais Elétricas também faz parte do sistema elétrico nacional….mas aí, mesmo com Alberto Youssef explicitando os milhares de dólares entregues a Aécio Neves, os integrantes da divina força tarefa apoiam o Chefão Moro ao repetirem….”isto não vem ao caso!”

    Vaccari foi preso, investigado, indiciado e condenado com base nas delações, porém estas mesmas e outras delações já explicitaram recebimentos de recursos por PMDB, PP, PSB e PSDB.

    Perguntas ao MPF Carlos Lima: cadê os outros tesoureiros? os recursos financeiros recebidos pelos demais partidos, já delatados e vazados, valem menos que os recebidos pelo PT? delações já oficializadas demonstram recebimento de vultosos recursos desviados da petroleira por Sérgio Guerra/PSDB – R$10 milhões e Eduardo Campos/PSB – R$20 milhões e aí, com as mortes dos destinatários, morreram também os respectivos tesoureiros?

  9. Com base em tão estrepitosa declaração do “procurador”…

    … Resta comprovado que os procuradores do Olimpo paranaense só procuram o que querem, onde querem e quando querem e para o que querem: têm uma pré-concepção dos fatos à qual buscam ajustar suas investigações e a narrativa que com rasa sustentabilidade constroem. Agem então com desídia é parcialidade ao ignorar fatos e agentes que “não vêm ao caso” de seus agora confessados intentos. Novamente, fica escancarado que o objetivo da “república do Paraná” é criar uma narrativa plausível para afastar do poder e banir da sociedade um único partido político. Já o PP – partido com maior número de envolvidos nas investigações! – continua firme e forte, com seus bolsonaros pregando o impeachment da Presidenta e atraindo para seus quadros os datenas da vida… É o Partido que Sempre Dilapida o Brasil continua a receber atestados de probidade dos salafrários que desservem a Justiça e os brasileiros. Agora, vou me sentar numa  confortável cadeira para não me cansar de esperar que o PT intente alguma medida contra os abusos dos procuradores dessa operação que lava rastros tucanos e manda às favas os fatos… 

  10. OU seja, eles investigam com

    OU seja, eles investigam com teses pré definidas ? Se encontrarem outra coisa farão o que ?

    É correto um orgão de Estado como o MP proceder desta forma ?

    E os juizes dos tribunais superiores que não agem para tirar esse procurador do caso ?

     

  11. Os juizes.

    Não falta mais nada no Brasil de hoje. Os juizes do Brasil não vão dizer nada através de uma nota, para que eu, simples cidadão, continue a acreditar no sistema judiciário Brasilieiro. Aliás, até prova em contrário, continuo acreditando na democracria e no sistema judiciário brasileiro, mesmo porquê seria terrivél só dar credibilidade a uma Vara específica. Qual o nome se daria para isto?

  12. Moda Antiga…

    Ao Judiciário: os comentários abaixo são humorísticos-patrióticos!

    Nassif: penso que a preocupação do Brito é mais grave do que ele próprio imagina. Realmente, o Meritíssimo em questão é o único Juiz “onesto” (no judiciário é sem “h”) do nosso Pais. E faz o que faz, sempre assistido e incentivado pela maioria do quase “probo” MP. Agora, tirando as exceções que a regra comporta, imagine os outros…

  13. e o pior dos mundos…

    e o pior dos mundos…

    a tropa de elite de advogados e bancas mercenárias togadas porta de cadeia dos bacanas cujos honorários o ceo é o limite da impunidade privilegiada é tabelado sem choro na fonte da fortuna pelo padrão-ouro MTB e que mesmo assim assado não consegue jurisprudenciar, à base das indefectíveis cartoriais elitistas filigranas formais ad aeternum pras calendas romanas, a peça processual investigatória golpe de mestre da valorosa inteligente tarimbada profissa equipe paranaense leite quente do inspetor Bublanski e cujo lema da aguerrida corporação policial é:

    “Nossa missão é elucidar crimes: não somos pagos pelo contribuinte sueco para administrar escândalos.”

    [e depois, se o sucesso da operação federal! sem baixas, sem pneus furados… que festa! que orgulho! que honrada confraternização corporativa policial pela missão cumprida e os facínoras colarinho branco puído traje gordo armani desbaratados e enquadrados sol quadrado nas barras da justiça suprema].

    lava jato foi a melhor coisa que apareceu nos últimos tempos pra sacudir brasil deitado eternamente em berço esplêndido se sentindo se achando… à esquerda do poder proto-stalinista-cubano… melhor que assistencialismo cristão-burguês informatizado & automatizado & estatizado nos bolsa família minha casa minha vida e tantos programas de aluguel para estelionato eleitoral e favores da velha política pé de botina por voto casado revisited…

  14. Raposa no

    Raposa no galinheiro

    Procurador Santos Lima, casado com ex-funcionária do Banestado, tentou barrar quebra de sigilo de contas suspeitas

    Osmar Freitas Jr. ? Nova York

     

    A proverbial raposa volta a tentar tomar conta do galinheiro. Desta vez aconteceu nos EUA. No sábado 23 de agosto, uma comissão de autoridades brasileiras embarcou para um périplo por cidades americanas. A missão era verificar in loco investigações feitas pelos procuradores daquele país, que poderiam ser ampliadas nos casos de remessas monetárias ilegais e lavagem de dinheiro feitas por brasileiros. Estavam na turma os senadores Antero Paes de Barros (PSDB-MT) e Magno Malta (PL-ES) e os deputados Dr. Hélio (PDT-SP) e José Mentor (PT-SP), todos da CPI do Banestado, dois procuradores da República, uma delegada, um perito da Polícia Federal e consultores da Câmara dos Deputados. A viagem seria um sucesso, mas o trem quase descarrilou por causa de uma disputa insólita, cujos motivos até então ocultos se revelaram, no mínimo, de má-fé. É que entre os procuradores estava Carlos Fernando dos Santos Lima. Santos Lima, quando servia em Curitiba, foi quem recebeu e manteve engavetado, desde 1998, o dossiê detalhadíssimo sobre o caso Banestado e uma lista de 107 pessoas que figuram na queixa-crime sobre remessa de dólares via agência em Nova York. No episódio houve aquilo que em termos jurídicos se chama de “instituto da suspeição”, já que o procurador é parte interessada no caso. Sua esposa, Vera Lúcia dos Santos Lima, trabalhava no Departamento de Abertura de Contas da filial do Banestado, em Foz do Iguaçu. Agora, na Big Apple, Santos Lima fez um tour de force para que a documentação da quebra de sigilo de várias contas, realizada pelo escritório da Procuradoria Distrital de Manhattan, também não viesse à luz, enveredando por um labirinto burocrático que, como sempre, tem seu final em pizza.

    ISTOÉ recebeu informações de autoridades americanas de que 
    os procuradores Santos Lima e Vladimir Aras, do Paraná, tentaram amarrar a entrega dos preciosos documentos. Alegaram que os quatro membros da CPI não tinham autoridade para processar o caso e só 
    ao Ministério Público caberia a tomada de medidas legais. Insistiram também que só aceitariam os resultados da quebra de sigilo bancário
    se a Promotoria Distrital nova-iorquina remetesse a papelada para
    o Departamento de Justiça americano e este colocasse o crivo do 
    MLAT – o acordo de cooperação entre os ministérios da Justiça dos 
    dois países. O impasse causou constrangimento não apenas a quem forneceria a papelada como também aos parlamentares presentes.
    “Foi insólito”, disse um dos americanos.

    O impasse só seria resolvido através de uma manobra que frustrou Santos Lima. Os promotores distritais nova-iorquinos enviariam os documentos da quebra de sigilo para a filial do Banco Itaú em Nova York – instituição que comprou o Banestado na privatização, herdando o imbróglio – e o banco daria tudo aos senadores e procuradores. Com essa posse, os papéis seriam “consularizados”, ou seja: o Consulado do Brasil na cidade atestaria a autenticidade da documentação. De funcionários do Itaú ISTOÉ recebeu informações que houve nova investida de Santos Lima para que os membros da CPI não recebessem o que esperavam. A jogada, porém, não deu certo, e as provas obtidas pelo escritório do promotor Robert Morgenthal já estão nas mãos de quem promete dar continuidade ao caso. O senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT), que encabeçava a missão parlamentar, disse: “No final da reunião com o District Attorney, a história do Brasil começou a mudar. Dou minha palavra de que esta CPI não vai acabar em pizza.” Mas, se depender do procurador Santos Lima, pode-se esperar uma mezzo-a-mezzo.

    Vera Lúcia, esposa de Santos Lima, trabalhava no Banestado quando, em 1998, o procurador recebeu em Curitiba o dossiê sobre as atividades ilegais do banco. No dia 17 de setembro daquele ano, ele tomou o depoimento de Heraldo Ferreira – ex-gerente de câmbio da agência do banco em Foz do Iguaçu –, em que fazia denúncias sobre as atividades da instituição financeira. O caso Banestado saiu da gaveta do procurador somente depois que ISTOÉ investiu nas apurações do escândalo. Apenas em 21 de março de 2003 é que o procurador Santos Lima enviou esse depoimento à PF, sendo que na Assembléia do Paraná havia sido instaurada uma CPI sobre o assunto quatro dias antes.

    A invasão ao galinheiro não seria feita apenas por uma única raposa. Junto a Santos Lima estava nos EUA Neide de Alvarenga – ex-chefe-geral da Divisão de Repressão ao Crime Organizado da PF (DCOIE). Era ela quem insistia para que a primeira equipe de agentes da PF – mergulhada nas investigações em Nova York, em fevereiro deste ano – voltasse ao Brasil. Isso a despeito de o chefe do grupo, o delegado José Castilho, insistir que as investigações avançavam e que o grupo tinha ganhado importante aliado no escritório do promotor distrital de Manhattan. Os faxes que Neide mandava para o Consulado do Brasil em Nova York, onde os agentes se reuniam, eram de conhecimento público, já que não vinham protegidos pela confidencialidade. Batia-se sempre na mesma tecla: a da interrupção dos trabalhos e a volta da equipe, o que acabou acontecendo em abril. Não foi por falta de convites que a delegada deixou de verificar no local os progressos – que hoje são provados pelas 270 caixas de documentos que o District Attorney pôs à disposição das autoridades brasileiras. Mas ela só decidiu viajar em companhia do procurador Santos Lima.

    Nem tudo, porém, foi refrega na viagem desta comissão de parlamentares e procuradores. A primeira escala do grupo foi Washington. Na capital americana, a visita rendeu frutos inesperados: o adido da Receita Federal na Embaixada do Brasil entregou à comissão uma lista com 170 nomes
    de pessoas que possuem imóveis em território americano, não declarados ao Fisco brasileiro. Da lista, fazem parte artistas, empresários e políticos. No total, existem 660 nomes de pessoas com imóveis, mas apenas 170
    o fazem de modo criminoso. Destes, o preço mínimo de imóvel é de 
    US$ 800 mil – o que vale um apartamento de um dormitório em Manhattan, mas é soma suficiente para se adquirir um condomínio de
    luxo em partes da Flórida e de outros Estados americanos. Entre os nomes –que estão sendo mantidos em sigilo pela CPI e pela Receita –
    está o de Fábio de Oliveira Catão.

     

     Rastros de CatãoEm setembro de 1994, o megalaranja pernambucano Fábio de Oliveira Catão, 39 anos, saiu do anonimato ao denunciar ao MP e à PF dois caciques de peso da política nordestina: o então vice-presidente da República, Marco Maciel, e o ex-governador de Pernambuco, Joaquim Francisco. Catão trabalhara no setor de transportes do comitê de campanha que, em 1990, elegeu Maciel para o Senado e João Francisco para o governo do Estado. Em depoimento à PF, ele disse que parte dos recursos do comitê de campanha foi doada por “fantasmas” ligados ao esquema de PC Farias. Segundo Catão, ele mesmo ia buscar o dinheiro na agência do Itaú de Boa Viagem. As denúncias nunca chegaram a ser provadas. Catão, que namorou a filha de Maciel, Maria Cristina, havia se apossado do cartão 24 horas da namorada para fazer saques sem autorização. Depois, sumiu de Pernambuco. De acordo com sua irmã, Alexandra, viajou para os EUA e para a Europa. Há sete anos, ele não dá notícias. Seu sumiço está com os dias contados.

    Documentos da Promotoria do distrito de Nova York acusam Catão de lavar dinheiro de corrupção nos EUA. De acordo com as investigações, ele seria o administrador de uma conta de US$ 1,5 bilhão no Merrill Lynch, de Dallas, movimentada por políticos e empresários brasileiros. Ele deixou recentemente rastros na cidade de Calgary, no Canadá, onde morou por seis meses com a namorada Viviane Sperb. O casal saiu do país no dia 8 de agosto rumo a São Paulo num vôo de classe executiva. Catão comprou por US$ 5.855 as passagens na agência Atlas. Foi atendido pela brasileira Patrícia Lefebre, a quem pagou a fatura com um cheque de uma conta encerrada do Nationsbank de Dallas. “Como éramos brasileiros, tínhamos uma boa convivência, e ele me disse que administrava uma conta de políticos em Dallas”, contou ela a ISTOÉ. Após se hospedar em agosto no hotel Best Western Regent, em São Paulo, mudou-se para Santa Catarina, onde estaria trabalhando para políticos locais. Viviane retornou para a casa da família em Gramado (RS).“Ele me disse que trabalhava para os bancos e que o nome do chefe dele era Gabriel Halaban”, contou ela, que garante ter rompido o namoro com Catão.

    Amaury Ribeiro Jr. e Osmar de Freitas Jr.

    http://www.istoe.com.br/reportagens/13328_RAPOSA+NO+GALINHEIRO

     

     

     

  15. O procurador so disse o que

    O procurador so disse o que nos brasileiros ja sabiamos. Estao contra o governo e querem acabar com o PT.” Nao estamos investigando a Petrobras, estamos investigando a compra de apoio pelo governa federal”. Por isso nao nos interessa a citação do Aecio Neves e os politicos do PSDB pelo doleiro. Estes procuradores nao valem o feijao que comem (Pagos com nosso dinheiro). 

  16. A republica do parana deve

    A republica do parana deve explicaçoes ao povo brasileiro. Eu jurava que estavam investigando a corrupçao na Petrobras, agora o promotor diz que era a compra de apoio politico feito pelo governo.

  17. O que vemos ……………….

    é simplesmente rasgarem o Código de Processo Civel e os direitos republicanos aviltados!

    Se estamos em uma, dizem “democracia”, sinto que de democracia temos muito pouco! Os arautos do juízo final, que dão até nomes em latim para suas várias operações, são simplesmente a meu ver, instrumetos a serviço das máfias que querem destruir a Nação e se apossarem de nossos recursos, nada mais!!!

    Cabe, se ainda houver,  homens públicos honestos, tomarem as decisões corretas para impedir de uma vez por todas que estes individuos, usando de expressões fajutas, enterrem o País, e nós os brasileiros nacionalistas, juntos !!!

    Basta de holofotes aos pseudos juízes, salvadores da Pátria, que de Pátria entendem muito pouco.

    Vejam o que fazem com nossos projetos na área nuclear. Matéria que deveria ser cuidada com o maior esmêro, e no entanto é banalizada desta forma!!!

    Inúteis a serviço de interesses estrangeiros e possivelmente remunerados pelos nossos inimigos !!!!!

    Que os temos, não tenham dúvidas. Tanto interno como externamente !!!!!

  18. A Vara na Ditadura

    Na vara (coletivo de porcos) em que vivi, meu tio (neto de tripeiros portugueses) era o juiz, delegado e promotor que só vazava para a esterqueira. Lá os cachaços eram confinados e depois castrados, engordavam sem preocupação com escutas; daí que os landrace e blackshare produziam bastante gordura a ponto de ficarem parecidos com o capitalista e delator ricardo pessoa; enquanto os duroc eram magros e possuíam pelos longos como os cabelos do delator barusco. Sob o juízo de meu tio, os porcos da vara tinham um confinamento privilegiado e suas fezes também eram lavadas a jato. Mas, ao contrario da esterqueira atual que fede à impunidade, pois podem manchar de “verdinhas” determinadas mãos limpas, aquela foi responsável por tanta produtividade biológica que manchou de verde toda a região, mesmo depois de 40 anos do fim melancólico de seus quase três milhares de “hóspedes”, devido a uma epidemia de Peste Suína, haja vista que a ditadura financiava, prioritariamente, o plantel, mesmo que fosse menor, de latifundiários. Antenado que era e antes de morrer, meu tio, então caminhoneiro, votou no Lula em 89. Hoje, estaria recebendo financiamento, pois, desde o fhc, o PT multiplicou por mais de 30 o PRONAF, seguro e mercado. Obrigado, PT!

  19. Se a justiça agir

    Se a justiça agir corretamente e anular a Vaza a Jato, os responsáveis pelo circo poderão ser processados para que indenizem suas vítimas e também serão condenados a ressacir os cofres públicos de todos os milhões torrados neste circo midiático?

  20. Interessante a metamorfose do

    Interessante a metamorfose do petismo, de sipostos detentores do monopólio da virtude para defensores do grande capital e maiores corruptores do país, quem te viu quem te vê agora Petista.

     

     

    1. Não se preocupe alianta

      Não se preocupe alianta liberal pois o posto de defensores do grande capital e maiores corruptores do país, ninguém tira de você, do corrupto psdb e comparsas que lhe proporcionam propinas para seus comentários.

      Enfim vocês resumem tudo que não presta!

    2. PHD em PT !!!
      Queria saber só a Universidade que pós graduou este Zé Ruela aí em PT?
      O cara se julga o onipresente em qualquer assunto que envolva o PT…Deve ser algum assessor do Bolsonaro, Aecio, Malafaia ou mesmo do Jabor. …
      500 anos de desmandos de um rebanho de corno e vem aí um Zé mané apontar os dedos sujos de merda apenas para um bando vermelho, se “esquecendo” do resto!

  21. “Estamos desvelando a compra

    “Estamos desvelando a compra de apoio político-partidário pelo governo federal, por meio de propina institucionalizada nos órgãos públicos. Se não reconhecerem isso, vai ser um problema.”

     

    A declaração desse procurador parece um ato falho. Há em curso um grande esquema de manipulação que está sendo feito para usar as investigações da PF na lava jato para finalidades político-partidárias e golpistas. Claramente inspirada na farsa do mensalão, que teve grande sucesso em obter condenações sem provas de petistas, além da bem sucedida manipulação da opinião pública pela mídia, a nova farsa adota a mesma premissa: “essa raça do PT” não pode existir e disputar eleição, se persistir, não pode ter credibilidade e apoio popular, se tiver, não pode ter condições financeiras, nem gozar dos mesmos direitos de receber doação eleitoral ou obter apoio político-partidário que seus adversários. Para tanto, unem-se MP, Juízes com poderes absolutos e mídia de oposição para forjar a aparência, aos olhos da opinião pública, de que houve, por parte de membros do PT, o cometimento de crimes: há muitos instrumentos para se fazer isso: delações a la carte premiadas, seletivas, vazadas para advogados, para a imprensa aliada, manchetes em jornais, direcionamento das investigações excluindo tudo o que “não vem ao caso”, deduções, difamações, calúnias, prisões arbritrárias e exaustivamente exibidas na mídia, e tantos outros recursos espúrios. No caso do julgamento do “mensalão”, como não houve comprovação de que tenha havido corrupção, mas somente caixa 2 (que o tesoureiro do PT utilizou para a campanha eleitoral de 2004, imitando o que desde sempre faziam os demais grandes partidos, adotando inclusive o mesmo sistema criado pelo PSDB, anos antes, o Valerioduto), o MP e o STF forjaram a farsa da compra de votos no Congresso, o que o próprio resultado do julgamento desmentiu, já que para se aprovar qualquer medida no Congresso seriam necessários muitas vezes mais votos do que a da meia dúzia de deputados que foi incriminada e  condenada. O STF de Joaquim Barbosa e Gilmar Mendes tentou ainda inventar um desvio de dinheiro do Banco do Brasil, o que foi desmentido por auditorias realizadas que confirmaram que não houve tais desvios. Como a punição aos petistas foi muito maior do que a irregularidade cometida por alguns, pois houve condenações por corrupção sendo que o ilicito praticado e comprovado foi exclusivamente de caixa 2) a partir de então  o partido, ao que parece, não fez mais uso de caixa 2, pois não houve mais notícia de nenhuma denúncia nesse sentido. Então, criou-se a nova farsa: como não tem mais uso de caixa 2, então passa-se a condenar também (somente ao PT evidentemente), o uso do caixa 1, o dinheiro recebido legalmente, declarado ao TSE, aquele mesmo que o Gilmar Mendes não quer que acabe, como se fosse de corrupção. Há suspeita de que Aécio recebeu no caixa 2 de empreiteira da lava jato, mas isso não vem ao caso. Resta saber se o STF, que passou vexame histórico ao se submeter às ordens dos donos da mídia e inovar no julgamento do mensalão, condenando sem provas, usando distorcidamente o inédito instrumento do domínio do fato, irá descer mais ainda essa ladeira e manter a condenação a Vaccari.

  22. Mané da Foto

    Não precisa-se ser nenhum gênio da raça para perceber nos pronunciamentos deste “Mané da Foto”, que não sei quem é, mas aparece em todo show midiático direto das masmorras caipiras do Paraná, seu engajamento político partidário, sua parcialidade e sua torcida anti petista.

    Não reúne nenhum grau de confiabilidade para conduzir um procedimento isento.

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