Promotora do júri é nomeada para acompanhar apuração de mortes em Paraisópolis

A promotora já atuou, em 2016, no caso de uma criança de 11 anos que foi baleada na cabeça por guardas-civis municipais após perseguição em Cidade Tiradentes

Foto Jornalistas Livres

Jornal GGN – As investigações das nove mortes ocorridas na comunidade de Paraisópolis, no último sábado, após operação da Polícia Militar de São Paulo, serão acompanhadas pela promotora de júri Soraia Bicudo Simões. A decisão foi do procurador-geral de Justiça de São Paulo, Gianpaolo Smanio. A decisão veio após encontro com entidades civis e sinaliza que o MP trata os casos como homicídio.

A promotora já atuou, em 2016, no caso de uma criança de 11 anos que foi baleada na cabeça por guardas-civis municipais após perseguição em Cidade Tiradentes, zona leste. Soraia, segundo a assessoria de imprensa do Ministério Público, não dará entrevistas sobre Paraisópolis.

Estiveram com Smanio 16 representantes da sociedade civil. Por uma hora, o procurador-geral ouviu os pontos apresentados, entre eles as falas do governador do Estado, João Doria (PSDB), em defesa de ações agressivas de policiais.

Marco Aurélio de Carvalho, coordenador do Grupo Prerrogativas, alertou para o fato de que o governador, com sua fala, ‘faz mais do que dar uma licença para matar, o que faz é um convite’. A fala do representante do Prerrogativas vai de encontro às declarações de Doria, que disse que as mortes não tinham sido provocadas por policiais.

Carvalho ainda destacou o fato muito grave de que os corpos das vítimas foram retirados dos locais das mortes sem perícia no local.

Smanio destacou, então, a promotora para o caso e se mostrou disposto a colaborar com ações em duas outras áreas, como a melhoria dos instrumentos de controle externo da Polícia Militar e criação de protocolos de ação da PM em ocorrências de bailes funk, que acontecem em periferias em todo o Estado.

Nesta terça, dia 3, o procurador-geral fará outra reunião, desta vez com deputados estaduais da oposição, que também querem tratar dos abusos policiais.

Segundo a assessoria do Palácio dos Bandeirantes, Doria ‘determinou investigação rigorosa do caso, com toda transparência necessária, inclusive com a participação de órgãos externos ao Poder Executivo, como a Procuradoria’.

Redação

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  1. Nos anos 1950 o mundo despertava após sangrenta guerra. As novas gerações respeitavam e ouviam seus pais e se esforçavam para aprender. Logo vieram os filmes americanos, Elvis e nova safra de artistas. Por todos os lados surgiam festinhas que atraiam os jovens para danças e Coca-Cola com rum, cigarro também, mais oculta a maconha, as novas gerações foram afrouxando a disciplina. Agora a moda é o pancadão, mais incisivo ainda na tarefa de enfraquecer as novas gerações e o país. Vieram as festas rave dos final dos anos 90 com músicas eletrônicas e a proliferação das drogas ilícitas com muitos comprimidos de êxtases e a presenças de muitos jovens da classe média e alta. Aí em diante realmente as famílias do século 20 e 21 afrouxaram na educação de seus filhos.

  2. A falta de conhecimento da evolução da história leva a interpretações verdadeiramente alucinadas da realidade. A ignorância faz as pessoas desconhecerem por exemplo o período denominado “romântico” que perdura por quase dois séculos o ABSINTO, uma verdadeira bebida forte se vulgarizou entre a juventude burguesa na época, chegando só mais tarde as classes menos favorecidas por questão de preço, algo semelhante o que ocorreu com a cocaína e seu derivado mais barato, o crack.
    Os ideais românticos, como idealização e o egocentrismo se assemelha a posturas de determinadas tendências do século XX, porém o que sucede o romantismo, que mais levava os românticos a morte precoce pelo consumo de drogas da época, foi no fim da “Belle Époque” foi o futurismo, este sim levando a ideais nacionalistas exaltados e o culto da violência que desembocaram na primeira grande guerra, onde uma geração européia inteira foi morta.
    Achar que as tendências culturais do mundo são lineares, que a disciplina sempre foi um comportamento padrão na humanidade, é simplesmente fruto da ignorância.

  3. Se o pacote anti-crime do Marreco de Curitiba se tornar lei, o juiz poderá reduzir a pena até a metade ou deixar de aplicá-la se o excesso decorrer de escusável medo, surpresa ou violenta emoção. Nessa hipótese, a carnificina de pobres, pretos putas e petistas vai recrudescer. A carne mais barata do mercado é a carne negra.

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