Que apurem a “sociedade privada” entre Globo e Odebrecht nos anos FHC, diz advogado

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Foto: Reprodução

Jornal GGN – O advogado Roberto Teixeira respondeu, em nota à imprensa, a reportagem de O Globo sobre elaboração de contratos fictícios com a empresa Odebrecht em torno do sítio de Atibaia. Segundo o defensor, o jornal mentiu para seus leitores, porque nem as delações sem provas de executivos da Odebrecht afirmam que existiu esse tipo de fraude.

Além disso, Teixeira disse que a Globo deveria explicar, por outro lado, que “sociedade privada” foi criada no governo FHC, em parceria com a Odebrecht para “quebrar o monopólio” do setor de telecomunicações em favor da emissora.

Segundo Teixeita, o assunto é tratado no depoimento de Emílio Odebrecht sobre FHC. No mínimo 12, ele teria dito: “(…) nós ajudamos a quebra do monopólio. Inclusive sobre a parte de telecomunicações, nós chegamos a montar uma sociedade privada, se não me engano três ou quatro empresas, uma delas era até a Globo (…) para buscar todas as informações e embasamento do que ocorria no mundo para que isso facilitasse aquilo que era decisão de governo (FHC) de quebra do monopólio de telecomunicações, de petróleo e outras coisas. (…) assuntos que nós acreditávamos e que eram prioridade para o governo (…).”

“A afirmação de Emílio Odebrecht pode, em tese, configurar a prática de um crime, e por isso deve ser esclarecida e investigada”, disparou Teixeira.

Abaixo, a nota completa de Roberto Teixeira.

Repudio as ilações feitas sobre minha atuação como advogado na
defesa dos direitos e interesses do Sr. Fernando Bittar em relação a
um sítio na cidade de Atibaia (SP) e destaco, em especial, a reportagem
publicada por O Globo sob o título  “Advogado de Lula fez contrato
falso para ocultar sítio, diz delator”.
 
 Essa afirmação não corresponde sequer às versões unilaterais e sem
valor probatório dos delatores Alexandrino Alencar e Emyr Costa. Não
há nos depoimentos por eles prestados qualquer declaração de que eu
tenha feito um contrato falso.
 
 Minha atuação como advogado de Fernando Bittar seguiu exatamente os
mesmos padrões éticos e legais que observo há 47 anos no exercício
ininterrupto da profissão.
 
 Ao mesmo tempo em que mente para os seus leitores sobre a minha pessoa,
O Globo esconde a afirmação do delator Emílio Odebrecht de que o
grupo empresarial – do qual o jornal faz parte – teve uma sociedade
privada com o Grupo Odebrecht para facilitar decisões de governo no
período do ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso.
 
  Diz o delator (minuto 12 do vídeo que trata do anexo sobre FHC):
 
  “(…) nós ajudamos a quebra do monopólio. Inclusive sobre a parte
de telecomunicações, nós chegamos a montar uma sociedade privada, se
não me engano três ou quatro empresas, uma delas era até a Globo
(…) para buscar todas as informações e embasamento do que ocorria no
mundo para que isso facilitasse aquilo que era decisão de governo (FHC)
de quebra do monopólio de telecomunicações, de petróleo e outras
coisas. (…) assuntos que nós acreditávamos e que eram prioridade
para o governo (…)”
 
 A afirmação de Emílio Odebrecht pode, em tese, configurar a prática
de um crime, e por isso deve ser esclarecida e investigada.

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Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

12 Comentários

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  1. Do exposto, que para mim é

    Do exposto, que para mim é mais crível do que tudo que se possa ser dito contra.

    Não acredito no PIG.

    Então para mim, qualquer condenação ao LULA será por conta exclusiva do Moro e então poderá ser reformada…

  2. Sergio Moro esconde as ‘ilicitudes’ da Globo e congêneres

    Sera que agora a Lava Jato “descobre” que os probos Marinho são… Como é que se referiu o Janot sobre o Lula e a classe politica em geral, mesmo?!

  3. Dessa história, FHC, GLOBO.

    Dessa história, FHC, GLOBO. ODEBRECHT, sai cobras e lagartos. Sinto que esse tema não prossiga, seria um grande passo para verdadeiramente se tentar moralizar  a relação entre privado e governo

  4. De FHC, Odebrecht e Globo…

    [video:https://youtu.be/lRMBO_tqpd0%5D… muito há o que dizer. Inpossível contestar provas da parceria entre os três. Uma delas está nos R$ 200 milhões que FHC destinou do BNDES para a Odebrecht construir o parque gráfico do jornal O Globo em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, inaugurado em 1999.

    Prova da acurada visão desta gente, o empreendimento destinado a rodar mais de um milhão de jornais diariamente transformou-se em um elefante branco. Está à venda e não encontram comprador.

    Aqui pode-se perceber a generosidade do governo FHC com Marinho.

    Aqui a acurada visão de futuro no JN.

     

  5. Globo também quer o monopólio das virtudes

    A Globo agora quer ser conhecida como a reserva moral do país.

    O tautismo na Globo atingiu um nível tão elevado que quem está imerso nele é levado a acreditar que toda a sociedade brasileira está completamente corrompida, torta, e sem esperança; e a Globo (ou o que sair dela) é a única coisa capaz de conduzir o Brasil de volta à bem-aventurança.

    Parece piada mas até Galvão Bueno e Ivan Moré decidiram lançar um campanha para incentivar a “mea-culpa” no futebol, motivados pelos últimos acontecimentos da Lava-Lato, de limpeza na política, pelo Sérgio Moro ou sei lá o quê. Eles que sempre diziam que o jogador ou o time beneficiado pelo “apito amigo” não têm nada com isso, que futebol é assim mesmo, um dia um time é ajudado, em outro é prejudicado, que a graça do futebol é o erro da arbitragem, etc. Agora decidiram moralizar o futebol (jogadores e torcedores é claro! Porque a cartolagem pode ficar do jeito que está).

    Angélica, depois que o marido se insinuou candidato a alguma coisa, mudou o foco do programa dela (entrevistas e futilidades com famosos da Globo) para algo mais assistencial e ambientalista. Huck agora quer incentivar e premiar “boas práticas”, em vez de oferecer brasileiras aos gringos, como ele tentou durante a Copa do Mundo.

    Tudo na Globo agora deve lembrar boas práticas, bem-aventurança, novas ideias, etc.  E o PIG todo vai “na onda”. O UOL, por exemplo (que às vezes se assemelha a um braço sujo da Globo, criticando seriados da Netflix e defendendo BBB e novelas da emissora, por exemplo) passou a fazer matérias em apoio os jogadores que participarem da campanha de “mea-culpa”.

    Hoje vi no UOL uma reportagem com Dilma passando a ideia de que ela é contra novas pessoas na política, como Dória e Huck. Os coxinhas leitores logo morderam a isca e passaram a xingar a Presidenta e a dar boas vindas a Dória e Luciano Huck. Fico impressionado como o povo cai como patos nas pós- verdades que são criadas pela mídia.

     

  6. Os erros da prepotência

    A Globo, como todo império tende a cometer erros (por se achar onipotente). E eles podem ser fatais.

    “Quando cercar o inimigo, deixe uma saída para ele, caso contrário, ele lutará até a morte.

    O medo é o verdadeiro e único inimigo.

    A vitória está reservada àqueles que estão dispostos a pagar o preço.” Sun Tzu

    Quando não restar outra alternativa àqueles honrados e corajosos (que estão dispotos a lutar para defender sua honra e sua pátria) senão enfrentar a Globo, ela terá selado seu fim.

    Esse dia, parace estar próximo.

  7. http://www.brasil247.com/pt/2

    http://www.brasil247.com/pt/247/bahia247/103316/Disputa-por-fortuna-de-ACM-pode-ter-chegado-ao-fim.htm

    da “veja”:

    http://poncheverde.blogspot.com.br/2015_04_24_archive.html

    _-_

    Vou aproveitar aqui o comentário para colocar outra questão de ataques no grupo mediático, inclusive de quebra de sigilo:

    “belo monte” :

    Por fim, em três petições, a PGR pediu, mas Fachin negou o levantamento do sigilo. É o caso de uma investigação sobre a construção da “Arena Corinthians”, um dos estádios da Copa do Mundo de 2014. O processo foi juntado a um inquérito da Lava-Jato em curso no STF que investiga o deputado federal Andrés Sanchez (PT-SP), ex-presidente do Corinthians. A petição que trata de irregularidades na usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, foi juntada a processos que investigam os mesmos fatos no STF e na JFPR. Há ainda um caso encaminhado ao Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3), com sede em São Paulo, para investigar doação de R$ 300 mil em 2014 à campanha do deputado estadual Luiz Fernando Ferreira (PT-SP).

    Leia mais: http://oglobo.globo.com/oglobo-21230889#ixzz4ev9RzROW

    Até agora a Justiça contabiliza 23 ações civis públicas abertas contra a construção de Belo Monte, a terceira maior usina hidrelétrica do mundo. Em todas elas, o consórcio Norte Energia, responsável pela obra, conta com a experiência de Édis Milaré na defesa do projeto. Aos 70 anos, ele é um dos mais reconhecidos advogados da área de meio ambiente do Brasil – além de Belo Monte, atua para Vale,  Suzano e Camargo Corrêa. Mas nem sempre foi assim. Milaré passou boa parte de sua carreira do outro lado do balcão, como promotor do Ministério Público de São Paulo. Lá, foi o responsável pela proposição da primeira ação civil pública destinada a ressarcir, aos cofres públicos, os prejuízos causados por danos ambientais provocados por empresas, ainda em 1983. A ação, aberta contra uma empresa que asfaltava a recém-construída estrada Rio-Santos e, na explosão de uma pedreira, acabou atingindo um duto da Petrobras, espalhando óleo pelos cursos d’água e manguezais da região de Bertioga, não deu em nada. Mas inaugurou uma nova era para o Ministério Público de todo o país, que passou a atuar também na defesa do meio ambiente. Em 1995, Milaré deixou o MP e passou a advogar. “Estou em outra posição, mas sem trair meus princípios”, diz o advogado, que garante não serem poucos os trabalhos que recusou em sua carreira. “A primeira pergunta que faço é: você está disposto a resolver o problema?”

    http://gq.globo.com/Prazeres/Poder/noticia/2014/08/os-15-advogados-mais-poderosos-do-brasil.html

     

     

     

    1. 17.03.2016
      http://exame.abril

      17.03.2016

      http://exame.abril.com.br/negocios/belo-monte-cumpre-orcamento-e-nao-ha-prova-de-irregularidade-diz-norte-energia/

      A empresa afirmou ainda que, ao entrar na disputa entre fornecedores pelos contratos de Belo Monte, “ajudou a reduzir substancialmente os preços ofertados pelo outro consórcio, que terminou responsável pelo fornecimento dos demais equipamentos”.

      A Impsa forneceria parte das turbinas e geradores para Belo Monte, em contrato de 816,8 milhões de reais, enquanto um consórcio formado por Alstom, Voith e Andritz fechou a venda do restante das turbinas e geradores no valor de 3,5 bilhões de reais.

      Em julho do ano passado, no entanto, o grupo formado por Alstom, Voith e Andritz fechou contrato para tomar a parte da Impsa na obra, após a empresa argentina ter entrado em recuperação judicial.

       

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