Que fim levou Venina Venosa, a mulher que denunciou a Petrobras no Fantástico?

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – Depois de aparecer no Fantástico como a funcionária repreendida e enviada a outro país por ter denunciado esquemas de corrupção na Petrobras, Venina Venosa amarga decisões da Justiça que não deve ter previsto quando decidiu processar a estatal.

Dias após a reportagem da Globo – que ajudou a derrubar Graça Foster da presidência da Petrobras – Venina decidiu processar a empresa numa ação de R$ 2 milhões que incluia reclamação trabalhista e por danos morais. No final, foi condenada a pagar R$ 40 mil pelas custas processuais, já que a juíza não deu ganho de causa.

Segundo a decisão, Venina não pode alegar que foi “rebaixada profissionalmente” em retaliação pelas revelações que fez à imprensa. Ao contrário disso, foi enviada a um dos maiores centros financeiros do mundo para estudar inglês por dois anos, recebendo salário sem ter uma atividade definida pela Petrobras.

Além disso, Venina foi omissa: não entregou tudo que sabia sobre os desvios ao Ministério Público quando descobriu. Preferiu ficar em silêncio, em benefício próprio, e só abriu a boca quando perdeu o cargo comissionado. Além disso, ao contrário do que ela alegou, manteve durante muito tempo laços de amizade com o delator da Lava Jato e ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa.

Por fim, ela ainda corre o risco de parar as mãos do juiz Sergio Moro.

Por Felipe Luchete

Venina Velosa é condenada a pagar R$ 40 mil por processar Petrobras

Do Conjur

A ex-gerente da Petrobras Venina Velosa da Fonseca, que disse ter sido vítima de represálias depois de descobrir irregularidades na estatal, acaba de perder uma ação trabalhista contra a petrolífera e terá de pagar R$ 40 mil pelas custas processuais.

A sentença, proferida nessa terça-feira (13/9), considera que ela se omitiu sobre os fatos e ainda disse ao Judiciário que foi enviada a Singapura como punição, quando na verdade pôde estudar inglês, sem trabalhar, na “mais bela e moderna cidade-estado da Ásia”.

Venina entrou na empresa em 1990 e ficou conhecida em 2014, no primeiro ano da operação “lava jato”, quando afirmou ter sofrido pressões e ameaças por ter apontado problemas em contratos na área de comunicação —pagamentos a terceiros por serviços não prestados. Ela relatou que ficou feliz em ser promovida a gestora em Singapura, mas lá foi informada de que não teria serviço, pois somente teria sido enviada para ficar longe do Brasil.

No final de 2014, ela foi destituída da função comissionada e procurou a imprensa. Poucos dias depois, ajuizou ação na Justiça do Trabalho cobrando uma série de verbas e indenização por danos morais, alegando assédio moral, pressões psicológicas e danos à imagem por notícias jornalísticas que teriam manchado seu nome.

A Petrobras respondeu que Venina solicitou curso no exterior, escreveu e-mails declarando satisfação com a mudança e tinha “grande amizade” com o ex-diretor Paulo Roberto Costa, que depois acusou de ser um dos assediadores.

A juíza Cristina Almeida de Oliveira, da 31ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro, também não viu sentido nos argumentos. Para ela, a autora sabia de pelo menos parte das irregularidades reveladas pela “lava jato”, mas não comprovou nos autos que “realmente tenha diligenciado e tomado todas as providências profissionais e/ou jurídicas necessárias que lhe cabia, tal como buscar auxílio junto ao Ministério Público diante da gravidade dos fatos criminosos”.

“A autora nada fez, preferindo continuar recebendo a vultosa remuneração e ir para Singapura estudar inglês”, diz a decisão. “Tenta fazer este juízo crer que se tratou de uma punição por assédio da ré, por ter discordado dos procedimentos ilícitos que vinham ocorrendo em seu departamento e feito denúncias e como se tivesse sido rebaixada de cargo e enviada para um país miserável e/ou em conflitos sociais.”

Paraíso
Cristina Oliveira disse que a cidade-estado asiática é um dos maiores centros financeiros do mundo, com PIB de quase US$ 300 bilhões e mais de 5 milhões de habitantes. Lá, a ex-gerente ficou cerca de dois anos (de 2010 a 2012) fazendo curso de inglês na filial da “prestigiosa” Universidade de Chicago. “Ao contrário do que tenta demonstrar em juízo, Singapura não se mostra um destino de punição e rebaixamento profissional”, declarou.

Para a juíza, Venina tinha o dever de tomar medidas contra os atos descobertos, mas silenciou-se e preferiu “pensar em seu interesse próprio”. “Resta evidente que o interesse público não admite que a ré, como sociedade de economia mista, dotada também de patrimônio público, seja condenada a pagar indenizações descabidas aos funcionários que participaram, direta ou indiretamente, ativa ou passivamente, de forma comissiva ou omissiva dos desvios de dinheiro e ilegalidades que quase a levaram à bancarrota.”

Sobre as notícias nos jornais, a decisão diz que nenhuma ofendeu a honra da autora e que, com alto cargo em sociedade de economia mista, ela não poderia exigir privacidade a ponto de não aparecer na imprensa.

A sentença considera ainda que a destituição da autora do cargo de confiança foi previamente notificada, com motivo justificado: uma comissão interna da Petrobras concluiu que Venina participou de irregularidades em contratos da refinaria Abreu e Lima (PE), pois foi uma das responsáveis por permitir a abertura de licitações sem que os projetos básicos apresentassem detalhados, além de ter deixado de enviar documentos à Diretoria de Abastecimento.

Envio para Moro
A juíza determinou que a decisão seja enviada ao juiz Sergio Fernando Moro, responsável pela “lava jato” na 13ª Vara Federal de Curitiba, “para que se apurem, se assim entender o magistrado titular, possíveis e novas irregularidades que levem ao deslinde das investigações e processos envolvendo a Petrobras”.

Ao fixar custas em R$ 40 mil, Cristina Oliveira disse ter levado em consideração o valor estimado da causa (R$ 2 milhões) e o fato de a autora já estar empregada, recebendo “alto valor remuneratório”.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

11 Comentários

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  1. Venina A Venenosa, uma
    Venina A Venenosa, uma cretina na plenitude de sua falta de carater. 40mil pra ela não é nada. Mesmo rebaixada o seu salário é astronômico. Ele deveria ser processada pelo moro, pois é evidente que era parte do esquema mafioso de seu ex chefe. Se desentendeu e caiu em desgraça mas certamente era uma peça do esquema. O que me espanta é que uma executiva de alto salario ainda nao soubesse falar ingles, pelo menos. O que me espanta é que para estudar a lingua que ela ja deveria saber como exigencia minima para ocupar um alto cargo executivo a petrobras teve de pagar. Sou um pé rapado mas paguei do meu bolso todas as línguas estrangeiras que estudei.

  2. Rindo alto e em bom som…..

    que sapatada na Venosa e com salto maior que aquele que usava na entrevista. Notem!

    Oportunista, encontrou pela frente outra mulher que não se deixou comover com o espalhafato.

    Fantástico!

  3. E quantos outros e outras existem como essa Venina!?

    Prezados,

    Não é surpresa para ninguém o que eu penso sobre Faude a Jato (essa ORCRIM institucional). Ricardo Semler, empresário filiado ao PSDB, causou alvoroço, histeria e ‘falsa indignação’ quando publicou histórico artigo, intitulado “Nunca se roubou tão pouco”, afirmando catègoricamente que sempre houve desvios e esquemas de corrupção e pagamento de propina em contratos da Petrobrás com fornecedores. No governo tucano de FHC os esquemas de corrupção e pagamento de propina foram extremamente facilitados, quando os contratos da estatal petrolífera passaram a ser feitos sob um “Regime próprio de contratação”, sem ter que passar pelas regras estabelecidas pela Lei 8.666/1993, que dispõe sobre os processos licitatórios.

    Durante a era tucana NÃO HAVIA O MÍNIMO EMPENHO da PF u do MPF e investigar esquemas de corrupção na Petrobrás; os larápios roubavam na maior tranqüilidade, como deixaram claro Delcídio Amaral, Nestor Cerveró, Paulo Roberto Costa e quejandos. Foram os governos petistas que fortaleceram as serpentes que os picariam (PF e MP), dando-lhes não apenas recursos materiais, técnicos e inteligência para investigar, mas sobretudo autonomia financeira e inatitucional. Na era tucana Petrobrás estava sucateada, quase nada investia e estava sendo preparada para o desmonte e privatização. Quem não se lembra do acidente com P36, que matou 11 empregados? Nenhum navio era construído no Brasil, tudo vinha de fora. E nessas compras do exterior, havia muita corrupção; as cifras eram mais modestas porque a empresa investia uma ninharia e o volume de compras era bem menor. Nos governos Lula e Dilma a Petrobrás passou a investir dezenas de bilhões de dólares ao ano. É claro que se há muito mais investimento, o volume de recursos desviados, em termos nominais e absolutos, é muito maior.

    Essa Venina venenosa quis aplicar um golpe e se dar bem, lesando ainda mais a Petrobrás; quebrou a cara e pode se dar mal. Mas Pedro Parente que hoje preside a empresa, fatiando-a e privatizando-a, juntamente com José Serra e Pedro Malan, deram um prejuízo muito maior à Petrobrás (em valores atualizados supera (R$ 3 bilhões). Gilmar Mendes protegeu os comparsas tucanos por muitos anos; apenas no início deste ano foi destrancada a ação por improbidade administrativa que corria contra o triunvirato rapineiro, no STF. Perto dos tucanos de grande bico Venina venenosa é apenas um inseto. Eu quero ver o juizeco da guantánamo paranaense partir para cima é dos rapineiros de bico grande, Pedro Malan e Pedro Parente. Ah, antes que digam que o processo está no STF, vale lembrar que nenhum dos pedros tucanos é hoje ministro de Estado; portanto se o torquemada de Curitiba solicitar, é possível que o processo contra essas aves lhe sejam remetidos. Porém os antecedentes de sérgio moro indicam que ele é um tucano tão canalha e desavergonhado como gilmar mendes. Aí fica difícil, não é mesmo!?

     

  4. Para cargos semelhantes é necessário

    pensar estrategicamente, a longo prazo, avaliar riscos e oportunidades, e, ao partir para a ação, obedecer rigorosamente às normas de conduta, tanto da empresa, como do país em que se enontra. 

    Onde isso é possível enxergar nesta pessoa ? 

    1. Recorre, recorre…. até

      Recorre, recorre…. até chegar nas mãos de alguém interessante, que tal um Gilmar?  O PSDB foi tão protetor com ela, vcs lembram?

    2. Recorre, recorre…. até

      Recorre, recorre…. até chegar nas mãos de alguém interessante, que tal um Gilmar?  O PSDB foi tão protetor com ela, vcs lembram?

  5. Nada me tira da cabeça

    Nada me tira da cabeça que essa moça tinha um caso com Roberto Costa, e roubava junto com ele.
    Depois que contratou seu ex marido duas vezes sem licitação para obra da refinaria Abreu e Lima, ela descasou.

  6. Não tenho a menor simpatia

    Não tenho a menor simpatia por essa Venina mas não posso evitar a lembrança de que a deportação, com salário e sem função, de mulheres incômodas, não é novidade.

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