Queiroz é o de menos, por Janio de Freitas

Por que esperar a família do ex-assessor de Flávio Bolsonaro comparecer à justiça, podendo colher depoimentos das oito pessoas que entregaram parte de seus salários para Queiroz? 
 
Flávio Bolsonaro e Fabrício Queiroz. Foto: Reprodução
 
Jornal GGN – A velha sabedoria já dizia: o que não é capaz de livrar, complica mais, lembra Janio de Freitas na coluna deste domingo (20), na Folha de S.Paulo, destacando que o caso Fabrício Queiroz, ex-assessor e ex-motorista do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL) “não foge à regra”:
 
“Se o caso tem evidência e pode ser acompanhado, a constatação de alguma coisa esquisita não tardará. O que pode se dar tanto na ação da polícia como do Ministério Público, quando não de um juiz”, pontua. O que chama a atenção, entretanto, são as respostas de membros do governo sobre as investigações como do general Augusto Heleno que disse que “para Bolsonaro, o assunto é de Flávio, não seu”. 
 
“Há uma inovação comprometedora no dito pelo general. Todos no circuito dos Bolsonaros diziam que o assunto era de Queiroz e por ele seria esclarecido. Passou a ser de Flávio. É em nome do próprio pai, e por meio de um general palaciano, que sua implicação vai a nível mais fundo”, pondera o colunista, completando:
 
“E não é tudo. Bolsonaro e o general que o invoca enganam-se: Michelle Bolsonaro e recebimentos, com explicação não comprovada, figuram nas suspeitas de que Flávio é agora declarado parte. Isto diz respeito a Jair Bolsonaro, sim”.
 
O caso foi levantado pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) que identificou movimentações financeiras estranhas na conta do amigo dos Bolsonaros como um lote de seis cheques que Queiroz entregou à esposa do presidente, Michelle Bolsonaro, totalizando R$ 24 mil. 
 
Jair Bolsonaro explicou, depois de três dias, se tratarem da restituição de um empréstimo de R$ 40 mil não declarado no Imposto de Renda. Queiroz, sua esposa e as duas filhas foram chamadas pelo Ministério Público do Rio de Janeiro para depor, mas não compareceram.
 
“Depois da demorado sumiço, reapareceu [Queiroz] em quarto de hospital, como paciente acamado e dançarino em atividade”, destaca Janio sobre um vídeo gravado junto com a mulher e uma das filhas dançando em um quarto do no Hospital Albert Einstein. 
 
O Coaf também identificou que Queiroz recebeu sistematicamente transferências bancárias e depósitos feitos por oito funcionários que trabalharam ou ainda trabalham no gabinete de Flávio Bolsonaro na Alerj (Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro). Por fim, foi constatada que sua filha, Nathalia Melo Queiroz, foi ex-assessora do gabinete do presidente Bolsonaro, quando deputado na Câmara. 
 
Ela atuou na função entre dezembro de 2016 e outubro de 2018, no mesmo período em que trabalhava como personal trainer, inclusive prestando serviço para famosos, como Bruna Marquezine. O Coaf encontrou, ainda, uma movimentação total de R$ 1,2 milhão na conta de Nathalia por parte do pai. 
 
Todos esses pontos são suficientes para chegar a resolução do caso, pontua Janio de Freitas, como, por exemplo, colher os depoimentos das oito pessoas que entregaram parte de seus salários para Queiroz. 
 
“Seus depoimentos mostrariam que, entre elas, também sabem para que ou para quem o fazem —o fim da linha. Ficar à espera de Fabrício Queiroz, da possível montagem de ardis, das liminares de um Luiz Fux, e tanto mais, é típico das estranhezas que, nas formas mais variadas, não faltam nos inquéritos com interesses notórios”, conclui. Para ler seu artigo na íntegra, clique aqui. 
 
Redação

6 Comentários

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  1. No espelho…

    …..a numerologia  explica  tudo,  olhando  para  o espelho,  descobrirá-se  que  o  senador dos 17,  na  real  é  dos 71 !!

    Simples  assim:  pimenta  no CV  ( curriculum ) dos  outros,  é  refresco !!

     

  2. facada
    emerson57há uma hora

    Falta ainda esclarecer a historinha do cabo eleitoral do capetão, sr Adélio Bispo.

    Não está adiantando mais por a culpa no Lula. Nem no Boulos.

    Logo vai pousar na janela do Brasil um passarinho que vai contar a novela inteirinha, tim tim por tim tim.

    Ou se preferirem PLIM PLIM por PLIM PLIM!

     

  3. Concurso de Marchinhas para o próximo Carnaval

    Nassif,

    proponho que você promova aqui no GGN um concurso de marchinhas para o próximo Carnaval.
    Não sendo compositora, trago aqui duas paródias como inspiração para os potenciais concorrentes…

    MORO DANÇOU, O O O, O O O / DESMORONOU, OOO, OOO
    TIRAVA ONDA DE HERÓI E JUSTICEIRO
    VIROU JAGUNÇO DE CANALHA TRAPACEIRO
    JUIZ SONEGADOR/ É MORALISTA SEM MORAL, É IMPOSTOR!
    AH-LÁ! AH-LÁ! VOCÊ VAI SE LASCAR
    SOLTA O LULA DE UMA VEZ
    BOTA O BOZO NO XADREZ
    MORO DESMORONOU!

    (PARÓDIA DO CLÁSSICO “ALAH-LÁ-Ô”)

    ME ESTREPEI
    TENHO MIOLO DE MINHOCA
    ACREDITEI
    NA MAMADEIRA DE PIROCA
    NO BOLSONARO
    EU LHES CONFESSO QUE VOTEI
    CAÍ DE OTÁRIO
    NAQUELE TAL DE KIT GAY
    EU PENSEI QUE BOLSONARO ERA ANTI-CORRUPÇÃO
    MAS AGORA DEU NA GLOBO QUE O CARA É UM LADRÃO
    ELE DIZIA ESTAR DO LADO DA FAMÍLIA
    MAS VEJAM SÓ, O CARA É CHEFE DE QUADRILHA!

    (PARÓDIA DO HINO DO CORÍNTIANS)
     

  4. Fávio mentiu também quanto ao

    Fávio mentiu também quanto ao limite de dinheiro que pode ser depositado nos caixas automáticos da Caixa. O limite não é por valor, mas por quantidade de cédulas, e tem a ver com a dimensão estreita do receptáculo dos envelopes na máquina. E mesmo assim não bate com a desculpa do filho de Jair Bolsonaro: o limite informado nos envelopes de Caixa Econômica é de 30 cédulas, não faz referência a valores (os envelopes estão disponíveis ao público em qualquer ambiente de autoatendimento da Caixa). Se Flavio depositasse em notas de R$ 100, cada envelope poderia conter R$ 3 mil; se fossem notas de R$ 50, o limite seria R$ 1,5 mil. Os R$ 2 mil depositados em cada um dos 96 envelopes, na verdade, pode indicar a cota de dinheiro que cada funcionário do gabinete devolvia ao deputado. 

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