“Quem tem que dar explicação é o meu ex-assessor”, diz Flávio Bolsonaro

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Foto: Divulgação

Foto: Alerj
 
Jornal GGN – Para o senador eleito pelo Rio de Janeiro e filho do futuro presidente, Flávio Bolsonaro, quem deve explicações sobre a movimentação atípica identificada pelo Coaf (Conselho de Controle das Atividades Financeiras) nas contas de seu ex-assessor, Fabrício Queiroz, é ele mesmo. 
 
“A movimentação atípica é na conta dele. No meu gabinete todo mundo trabalha”, disse Flávio Bolsonaro, nesta terça-feira (18), já deixando de sair em defesa de seus funcionários alvos de investigação e suspeitas do Coaf. 
 
O relatório havia identificou movimentações suspeitas de R$ 1,2 milhão, entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, entre elas, tendo como um dos beneficiários do repasse a futura primeira-dama, além da filha de Fabrício José Carlos de Queiroz, que também foi assessora do próprio futuro mandatário, Jair Bolsonaro.
 
Nos documentos suspeitos, os pagamentos de salários de funcionários da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) coincidiam com os depósitos e saques em dinheiro vivo na conta de Queiroz. 
 
Uma das hipóteses para a movimentação classificada como “atípica” é que o ex-assessor e policial militar seria o responsável por recolher parte dos salários de assessores do gabinete do então deputado estadual e que atuará como senador a partir de 2019. A família Bolsonaro nega a acusação.
 
Em um primeiro momento, Flávio e seu pai, Jair Bolsonaro, tentavam evitar falar do tema, apenas negando, mas sem manifestações públicas. Na última quinta-feira (13), o senador eleito disse em suas redes sociais que não fez “nada de errado”. 
 
Nesta terça, contudo, mudou o tom, indicando que a responsabilidade por explicar os montantes era de seu ex-assessor: “Quem tem que dar explicação é o meu ex-assessor, não sou eu. A movimentação atípica é na conta dele”, disse, durante a cerimônia de diplomação dos candidatos eleitos no Rio.
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

9 Comentários

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  1. Recordar é viver

    “— Tem que ser um que a gente mata ele antes de fazer delação. Vai ser o Fred com um cara seu. Vamos combinar o Fred com um cara seu porque ele sai de lá e vai no cara. E você vai me dar uma ajuda do caralho.”

    Não reclame comigo. Eu não votei no Aécio ou Laércio, sei lá.

  2. Classes Semelhantes de Trabalhadores

    Nassif: daBalinha é uma peça. Adoro essa retórica dele. Parece que foi mentor e professor do pai. O trabalho dignifica. Tanto que Marcola e BeiraMar são operários laboriosos e ativos. Só perdem prá esses políticos porque estão fora do sistema eleitoral. Por quê no Congresso haveria de ser diferente? A categoria é a mesma…

  3. Explicação plausível

    Ora, se o próprio senador eleito num primeiro momento já havia declarado que recebera “explicação plausível” do assessor, por qual motivo agora deixa para ele se explicar? Se a explicação é plausível, certamente acabará com as dúvidas e porá um ponto final na história, então qual a dificuldade de divulgá-la?

    É nessas horas que começam a aparecer as mentiras…

  4. E todos dizem amém

    A republica dos bolso vai ser um festival de “prendo e arrebento”. E o Moro dira “não vem ao caso”. E o STF dira “Os dias são assim”. E a imprensa dira “Não é um fdp petista”. E a PGR dira “fui escolhida para engavetar os meus”. E os militares dirão “melhor com eles, que com Comissão da Verdade”. E todos esses darão de ombros. E a oposição? Estara bem amedrontada por todos esses citados para poder dizer alguma coisa. 

  5. um laranjal no gabinete, é motivo para se explicar, sim!

    mas pelo silêncio a gente imagina que, o que faziam por lá, não dá pra falar em público.

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