Jornal GGN – As relações entre Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro e ligado à família do presidente da República, e o miliciano Adriano da Nóbrega é de cerca de 30 anos, segundo a Polícia Feedral (PF) e o Ministério Público do Rio. O primeiro, preso desde o dia 18 de junho, e o miliciano morto em fevereiro trabalharam como policiais militares nos anos 90 e, em dezembro de 2019, as famílias de ambos reuniram-se para combinar as suas fugas.
Permanecendo mais de um ano foragido, Adriano contou com uma rede de proteção para se esconder, entre eles policiais, políticos e advogados. Segundo os investigadores, Queiroz o teria ajudado. A relação de ambos é além do que alega Frederick Wassef, advogado e amigo da família Bolsonaro que abrigou Fabrício em seu sítio em Atibaia, no interior de São Paulo.
Reportagem do Estadão mostra que a ligação de ambos não é de agora. Já se conheciam no início dos anos 90, quando eram policiais militares do Rio. Em 2003, os dois foram considerados suspeitos na morte de um investigado, em invasão da PM na Cidade de Deus. O miliciano foi expulso da PM tempos depois, acusado de comandar esquemas com o jogo do bicho.
Segundo a apuração da PF e MP, tanto a ex-mulher de Adriano, Danielle Mendonça da Nóbrega, como a sua mãe, Raimunda Veras Magalhães, foram contratadas para trabalhar no gabinete de Flávio Bolsonaro, quando era deputado na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), juntamente com Queiroz. Danielle e Raimunda são acusadas de colaborar com o esquema fantasma das rachadinhas, recebendo salários milionários sem trabalhar, e repassando as quantias a Queiroz.
Os investigadores rastrearam que, do montante total, pelo menos R$ 400 mil foram “devolvidos” à conta de Queiroz, ex-assessor do então deputado e filho do presidente da República.
De acordo com o Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção (Gaecc), aonde a investigação tramita, Queiroz atuou junto com Adriano, para atrapalhar as investigações. Como indícios, mensagens trocadas entre os dois orientando a ex-esposa do miliciano a faltar no depoimento ao MP-RJ, no início do ano passado “e ordenar que a mesma não mencionasse em conversas telefônicas crimes praticados na Alerj”.
Fabrício Queiroz e Flávio Bolsonaro negam as acusações.
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Por que apagaram o Adriano?
Tamanha proximidade, parece da família.
Os mesmos 30 anos que conhece Bolsonaro e por sinal os 30 anos que este está na política federal. O filho 01, nestes tempos era uma criança. Foi Bolsonaro quem introduziu o milicianismo nos gabinetes da família.