Ricardo Melo: O ensaio de golpe branco do STF

Sugerido por Diogo Costa

Da Folha

O ensaio de golpe branco do STF

Ricardo Melo

Sem ser nova na política, a expressão golpe branco tem sido atualizada constantemente. Designa artifícios que, com aura de legalidade, usurpam o poder de quem de fato deveria exercê-lo. Para ficar apenas em acontecimentos recentes: a deposição do presidente Zelaya, em Honduras (2009), e o impeachment do presidente Lugo, no Paraguai (2011). Nos dois casos, invocaram-se “preceitos constitucionais” para fulminar adversários.

O Brasil já teve momentos de golpe branco –a adoção do parlamentarismo em 1961, por exemplo. A intenção era esvaziar “constitucionalmente” João Goulart, enfiando um primeiro-ministro goela abaixo do povo. O plano ruiu temporariamente com o plebiscito de 1962, pró-presidencialismo. A partir de 1964, os escrúpulos foram mandados às favas muito antes do AI-5. Os militares trocaram a caneta pelos fuzis e o resto da história é (quase) sabido.

Hoje a situação não é igual, ainda bem. Mas é inegável que a democracia brasileira vem sendo fustigada pela hipertrofia do papel do Judiciário, em especial do Supremo Tribunal Federal. Há quem chame isto de judicialização da política. Ou quem sabe ensaio de golpe branco em vários níveis da administração.

Tome-se o ocorrido em São Paulo. A Câmara Municipal, que mal ou bem foi eleita, decidiu aumentar o IPTU. Sem entrar no mérito, o fato é que a proposta contou com os votos inclusive do PMDB -partido ao qual pertence o presidente da Fiesp, garoto propaganda da campanha contra o reajuste. O que fizeram os derrotados? Mobilizaram os eleitores?

Nem pensar. Recorreram a um punhado de desembargadores para derrubar a medida. Até o Tribunal de Contas do Município, que de Judiciário não tem nada, surfou na onda para barrar… corredores de ônibus! Tivesse o TCM a mesma agilidade para eliminar seus próprios descalabros e sinecuras, quando não a si mesmo, a população ganharia muito mais.

A decantada independência de poderes virou, de fato, sinônimo de interferência do Poder Judiciário. Tudo soa mais grave quando a expressão máxima deste, o Supremo Tribunal Federal, comporta-se como biruta de aeroporto. Muda de ideia ao sabor de ventos (mais de alguns do que de outros), e não do Direito. Ao mesmo tempo, deixa em plano secundário assuntos eminentemente da competência judiciária –como o quadro de calamidade nos presídios brasileiros.

Os casos do mensalão e assemelhados retratam os desequilíbrios. O mais recente: enquanto o processo dos petistas foi direto ao Supremo, o do cartel tucano, ao que tudo indica, será dividido entre instâncias diferentes. Outro exemplo, entre outros tantos, é a descarada assimetria de tratamento em relação a José Genoino e Roberto Jefferson.

A coisa chegou ao ponto de pura esculhambação. O presidente do STF, Joaquim Barbosa, vetou recursos do ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha. Com a empáfia habitual, decretou a prisão imediata do réu, mas não assinou a papelada. E daí? Lá se foi Barbosa de férias, exibindo desprezo absoluto por trâmites pelos quais ele deveria ser o primeiro a zelar. Resultado: o condenado, com prisão decretada, está solto. Mas se era para ficar solto, por que decretar a prisão do modo que foi feito? Já ações como a AP 477, que pede cadeia para o deputado Paulo Maluf, dormitam desde 2011 nos escaninhos do tribunal.

A destemperança seria apenas folclore não implicasse riscos institucionais presentes e futuros. Reconheça-se que muitas vezes vale tampar o nariz diante deste Congresso, mas entre ele e nenhum parlamento a segunda alternativa é infinitamente pior. Na vida cotidiana, as pessoas costumam se referir a chefes e autoridades como aqueles que “mandam prender e mandam soltar”.

No Brasil, se quiser prender alguém, o presidente da República precisa antes providenciar um mandado judicial –sorte nossa! Barbosa dispensa esta etapa: como ele “se acha” a Justiça, manda prender, soltar, demitir, chafurdar, cassar, legislar -sabe-se lá onde isto vai parar, se é que vai parar.

ricardo melo

Ricardo Melo, 58, é jornalista. Na Folha, foi editor de “Opinião”, editor da “Primeira Página”, editor-adjunto de “Mundo”, secretário-assistente de Redação e produtor-executivo do “TV Folha”, entre outras funções. Atualmente é chefe de Redação do SBT (Sistema Brasileiro de Televisão). Também foi editor-chefe do “Diário de S. Paulo”, do “Jornal da Band” e do “Jornal da Globo”. Na juventude, foi um dos principais dirigentes do movimento estudantil “Liberdade e Luta” (“Libelu”), de orientação trotskista.

Redação

15 Comentários

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  1. Diogo, coloquei no clipping de hoje…

    A judicialização na/da política é preocupante! Até onde há irregularidades que justifiquem punições e até onde há perseguição política com intenções partidárias? Não há punições alternativas? Parece que para certos membros da “justiça” o mandato popular é o alvo… Na notícia abaixo, o sujeito que quer cassar um prefeito eleito, nem juiz é!

     

    Milhares vão às ruas na Colômbia contra a destituição do prefeito da capital 

    Gustavo Petro exige explicações da Presidência sobre o que considera “golpe de Estado” e pede que “indignados” continuem se mobilizando pela paz e a democracia

    Perante uma multidão mobilizada para se manifestar contra sua destituição como prefeito de Bogotá, o que pode representar a sua morte política por acarretar a cassação de direitos políticos durante 15 anos, Gustavo Petro pediu ao presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, que intervenha no que considera um “golpe de Estado”.

    “Que o presidente da República – para defender a paz na Colômbia – saia em defesa da Convenção Interamericana de Direitos humanos, saia em defesa da Constituição que atribui a ele, e não ao procurador-geral, [a autoridade para determinar] a destituição do prefeito, e saia em defesa da lei da República, da lei de Bogotá”, disse o mandatário municipal na noite desta sexta-feira na emblemática praça de Bolívar, em pleno centro de Bogotá, a poucas quadras do palácio presidencial, enquanto seus seguidores gritavam “Petro, não se vá!”. Ele também insistiu para que Santos se pronuncie de maneira imediata. “É o momento de atuar, é o momento de se fazer a paz”, disse Petro.

    A Procuradoria-Geral colombiana destituiu Petro na última segunda-feira e o inabilitou de exercer cargos públicos pelos próximos 15 anos, sob a acusação de cometer faltas gravíssimas e de forma dolosa quanto tentou, em 18 de dezembro de 2012, mudar o sistema de limpeza urbana da capital colombiana, tirando o serviço de empresas privadas para entregá-lo a uma pública, o que gerou caos na coleta de lixo.

    A decisão neutraliza ainda um dos mais pujantes líderes da esquerda e um exemplo de reinserção, já que Petro se lançou na política depois de abandonar o movimento guerrilheiro M19. Além de provocar atritos entre o Governo e a procuradoria, o ministro da Justiça, Alfonso Gómez Méndez, já anunciou que revisará as leis que permitem ao Ministerio Público destituir funcionários eleitos por voto popular.

    Desde o início desta tarde, milhares de cidadãos começaram a se mobilizar a partir de 17 localidades, convocados pelo prefeito, até encherem por completo a praça que Petro batizou como a “praça da democracia”. Cartazes com mensagens de apoio ao prefeito e contra o procurador-geral Alejandro Ordóñez, que anunciou a destituição dele, tomaram as ruas. Lá estava Leonardo Barbosa, que desde aquele dia se instalou na praça e não a abandonou. “É uma arbitrariedade muito grande, uma decisão arrogante”, disse.

    No discurso do prefeito, que se prolongou por duas horas, este afirmou que o procurador Ordóñez violou a lei ao destituí-lo, já que essa atribuição, segundo um artigo da constituição colombiana, é exclusiva do presidente da República, por ser Bogotá uma jurisdição especial. Além disso, ele afirmou que a decisão contra si é ilegal, já que ele não foi condenado por um juiz penal. “Procurador, o senhor não é um juiz”, acrescentou ele em uma das sacadas do Palácio Liévano, sede da prefeitura, insistindo que não se pode cassar os direitos políticos de quem se elegeu pelo voto popular, com mais de 700 mil sufrágios, no seu caso.

    Petro mencionou o Estatuto Orgânico de Bogotá, que também determina que cabe apenas ao presidente destituir o prefeito da capital, e alertou que a sua cassação viola a Convenção Interamericana de Direitos Humanos. Ele anunciou que, se o presidente Santos autorizá-lo, na próxima semana se reunirá com o secretário-geral da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), atendendo a um convite dessa organização. “E terá início a sua reflexão sobre a sentença administrativa que eu considero um golpe de Estado”.

    Durante toda a semana, o prefeito de Bogotá, que continuará exercendo seu mandato até que se ratifique a sentença da Procuradoria, criticou Ordóñez fortemente, e na sexta-feira o acusou também de “esvaziar as competências constitucionais do presidente, porque quer jogar fora a possibilidade da paz”, conforme disse, fazendo um apelo pela aposta na democracia.

    Também advertiu Santos de que, com sua cassação, o procurador Ordóñez está mandado uma mensagem de que a democracia é “descartável”. “Estão nos dizendo que homens que pegaram em armas e escolhem o caminho da democracia [como é o caso dele] não podem governar na Colômbia”, disse, em referência ao processo de paz em curso com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), no qual um dos pontos principais é a participação política dos guerrilheiros eventualmente desmobilizados.

    Desde que a destituição foi anunciada, Petro apostou em mobilizar pacificamente os cidadãos da capital para que rejeitem a decisão que o afastaria do segundo cargo mais importante do país. A mobilização da sexta-feira contou inclusive com a presença da Guarda Indígena, que chegou do departamento (estado) do Cauca para apoiar Petro e proteger a sede da prefeitura. Petro chama de “indignados” os que responderam à sua conclamação, e lhes pediu que continuem mobilizados.

    Santos, por sua vez, afirmou na sexta-feira, antes do discurso do prefeito, que se reunirá separadamente com Petro e com os organismos de controle (Procuradoria-Geral, Controladoria e Ministério Público) para superar a crise “dentro da institucionalidade”. É a primeira vez que o mandatário nacional se pronuncia sobre a destituição do prefeito, fato que gerou toda uma polêmica nacional e internacional sobre a autoridade da Procuradoria para cassar um funcionário eleito pelo voto direto. Santos reiterou que respeita as decisões dos organismos de controle, assim como o direito de Petro de se defender.

    O rebuliço também incluiu o futuro embaixador dos Estados Unidos na Colômbia, Kevin Whitaker, que, na quarta-feira, se referiu à destituição do prefeito dizendo que poderia “erodir” o processo de paz. Whitaker falava da possibilidade de que alguns setores concluam que não está sendo respeitado o pluralismo político, já que Petro é um líder esquerdista que pertenceu no passado à guerrilha M-19. Isto gerou incômodo no governo colombiano, que criticou a intervenção em assuntos internos. Em resposta, o Departamento de Estado esclareceu que Whitaker queria dizer que “a Colômbia tem uma democracia vibrante, em que o pluralismo político é essencial”.

    Algo semelhante ocorreu com a intenção do representante das Nações Unidas na Colômbia, Todd Howland, de querer analisar a decisão contra Petro. O governo, por intermédio do ministro do Interior, Aurelio Iragorri, disse que os organismos internacionais não existem para tomar partido.

     

    Agora, resta ver o que Santos dirá a respeito do encontro já marcado entre Gustavo Petro e a CIDH.

    Os manifestantes na praça de Bolívar. / L. MUÑOZ (EFE)

    http://brasil.elpais.com/brasil/2013/12/14/internacional/1387034064_939008.html?rel=rosEP

     

  2. Acho taaao salutar que os

    Acho taaao salutar que os ditos progressistas ( a revelia do que dizem e do que fazem com o contraditorio ) achem textos que na visao deles possam ser aproveitaveis junto a chamda ” grande midia “

    Prova que grande parte da histeria ( nao toda , claro ) nao passa da sindrome de cristo ou da sensaçao que devam ser imunes a criticas que é tao caracteristicas na esquerda

    Alias junto aos veiculos de midia progressistas via de regra vc nao acha NADA que do ponto de vista de ” imparcialidade no trato de alguma noticia ” seja minimamente aproveitavel … 

     

    1. Quanta asneira escrita pra defender o indefensável!

      Isto prova que suas palavras estão aqui apenas para agredir os leitores honestos deste blog. Sua ideologia não é burra. É hipócrita mesmo!

    2. “Alias junto aos veiculos de

      “Alias junto aos veiculos de midia progressistas via de regra vc nao acha NADA que do ponto de vista de ” imparcialidade no trato de alguma noticia ” seja minimamente aproveitavel ..”

      Voce inclui nisso os seus comentários, os do AA, Rebolla e etc? Porque para mim o blog do Nassif é da “mídia progressista”. Do pig é que não é 

      Quantos aos textos no pig que fogem ao PUM (pensamento unico midiático), são um em cada 100, no máximo.

      Caro Leonidas, te apresento à expressão “exceção que confirma a regra”. Nunca ouviu falar?

    3. Tentando defender o golpe de

      Tentando defender o golpe de Estado com mentiras.

      O texto do Ricardo Melo chama a atenção não por sair da linha editorial do jornal, mas por ser uma raríssima exceção.

      Um jornal deveria apresentar textos divergentes, a homogeneidade dos textos da grande imprensa indica claramente que não há liberdade entre os jornalistas para exercerem suas opiniões.

      O texto de Ricardo MElo é a exceção que confirma a regra.

      Apenas ele e o Jânio de Freitas ousam colocar alguma coisa que contrarie a mão pesada da censira da redação e ainda sim porque são jornalistas muito conhecidos, que conquistaram alguma autonomia devido a sua fama e sua história de vida profissional. Mesmo assim espanta o quanto são raros mesmo os textos deles, divergindo da linha editorial daquele pasquim.

      O ridículo comentarista da extrema direita apresenta o fato de ter sido publicada essa avis rara do Ricardo Melo, como se fosse a regra e como se as pessoas que comentam no blog é que escondessem essa dissidência, quando na verdade é o contrário, pois a falta de textos divergentes é a regra geral da publicação.

       O modus operandi da direita é baseado em mentiras, insídia e má-fé.

  3. Dar à coisa o nome certo!

    Presta o autor um imenso serviço à democracia ao dar aos fatos o nome certo: Golpe.  Está em desenvolvimento uma intrínsica rede de fatos que apontam para um plano que  está sendo arquitetado no Brasil e na América do Sul.  Como não poderia ser diferente,  deve contar com apoio logístico, financeiro e arquitetura dos Donos das Américas. Depois do erro que cometeram na Venezuela, quando a dita oposição se recusou a participar nas eleições presidenciais, parece que aprenderam rapidinho e vão preferir dar os anéis para manter os dedos.  Nisto se insere a canditarura de Eduardo Campos. Seu objetivo é tirar o PT do poder e trazer o Brasil de volta ao quintal norteamericano.

  4. Em busca da justificativa

    As decisões políticas e “foras de lei” do STF e de outros entes da justiça parecem ter um propósito mais sórdido, do que simplesmente “moralizar” a atividade política no Brasil. Enquanto as decisões forem acatadas e cumpridas, mesmo as sem grandes embasamentos legais, tudo permanecerá nesse rítmo modorrento que temos acompanhado nos últimos anos. Mas chegará um momento em que algum governante não acatará os desmandos dos “Barbosas” do poder judiciário, e ai, o que acontecerá?

    Parece haver um claro propósito de setores da Justiça brasileira, de buscar uma justificativa plauzível para mudar o andamento do jogo democrático no País.

  5. Agora o cerco está completo…

    Agora o cerco está completo, o TSE tem o poder absoluto. Quero ver alguém contestar estes fatos:

    1 – Os ministros da suprema corte também presidem o TSE e o que o TSE decide é o STF que julga. Basta ver que a ADI 4543, que derrubou a impressão do voto, foi protocolada pela PGR por indicação do TSE e no final foram eles próprios que julgaram. Então permanece o fato: eles decidem, eles mesmos julgam.
    2 – No que concerne as regras eleitorais, o TSE é que dá as cartas.
    3 – O TSE é responsável único na organização e execução das eleições.
    4 – O TSE tem controle absoluto e incontestável do nosso sistema eletrônico de votação.
    5 – A nossa urna eleitoral é puramente eletrônica, não há registro físico dos votos e o seu código é fechado.
    6 – Uns poucos membros da sociedade tem acesso com tempo e recursos restritos para analisar o código, porém este código não é homologado assim que é analisado, nada impede que possa ser alterado logo depois.
    7 – O TSE já bateu o martelo que a urna eletrônica é inviolável e 100% segura, qualquer tentativa de denunciar uma fraude será julgada como litigância de má-fé.
    8 – O Brasil é o único pais no mundo que utiliza este sistema eletrônico de primeira geração, ou seja, sem registro físico do voto.
    9 – Com a resolução 23.396/2013, somente o TSE terá o poder de iniciar uma investigação. Isso significa que o TSE, além de exercer os poderes executivo, legislativo e judiciário, também exercerá o controle policial das eleições.

    Dito os fatos, vamos aos alertas:

    Alerta 1: a suprema corte tem o poder de eleger qualquer um que lhe interesse e “deseleger“ qualquer um que não interesse, sem que ninguém possa contestar. Isso é um fato: eles podem fazer.
    Alerta 2: Existem indícios fartos de fraudes eleitorais por todo o país. Vai desde candidatos que não tiveram nem o próprio voto computado até pesquisas de intenção de voto forjadas que batem número a número com o resultado.
    Alerta 3: Estas fraudes ocorreram principalmente em cidades do interior, mas não há como saber se foi somente em pequenas cidades. Dá impressão de que as eleições de 2012 serviram como um grande laboratório da fraude.
    Alerta 4: O STF, como ficou provado esse ano, é porta-voz da elite. Quando querem, eles passam por cima de quem for, inclusive da legislação.
    Alerta 5: A elite não suporta mais a esquerda no poder, os ataques da impressa chega a ser patética, mas eles tem como aliado o STF, logo, o TSE.
    Alerta 6: A imprensa tem controle sobre os institutos de estatísticas, eles podem perfeitamente simular um “cenário eleitoral imprevisível”.

    Eles podem aplicar um golpe, já tem todas as ferramentas para que seja executada sem deixar rastros.

    Alerta 7: Vocês podem ignorar os fatos e os alerta taxando isso de teoria da conspiração, mas quando forem vítimas de um golpe, não vai adiantar ir para as ruas protestar. Vão ser taxados de maus perdedores, de fascistas, de antidemocráticos. Vão ouvir frases sarcásticas: “se tivessem ganho as eleições, aí não seria fraude”, “então só vale se vocês ganharem?”, etc, etc.

    Fica claro que a elite do judiciário não morre de amores pela esquerda, mas mesmo assim deixaram o PT ganhar. Por quê? Acho que só deixaram o Lula ganhar depois de se comprometer em não tocar nos lucros dos banqueiros. Fraudar uma eleição é algo delicado, é fácil fazer isso em uma cidade pequena dominada pelo conformismo, mas para fazer isso em escala maior é preciso muita coordenação, é preciso montar um palco convincente para a plebe. É preciso utilizar as táticas de um predador de emboscada, como o crocodilo ou o peixe pedra, você deixa a presa mordiscar uma nadadeira aqui, comer uma escama ali, mas quando está em frente a boca, só é preciso uma fração de segundo. Esse é o TSE e o PT está bem ao alcance.

    Não sou eleitor do PT, eu só queria que meu voto tivesse um mínimo de garantia de não ter sido alterado.

    P.S.: desculpem a repetição do comentário, porém parto do princípio: quem avisa amigo é.

    1. Eu acho absurdo o fato da

      Eu acho absurdo o fato da operacionalização das eleições brasileiras ser feito por um tribunal.

      O TSE deveria fiscalizar as eleições para garantir a lisura do pleito e julgar as ações de caráter eleitoral. Não deveria comprar as urnas nem fazer a logística de execução da eleição.

      O motivo pelo qual o TSE rejeitou a contraprova em papel foi que a compra das urnas atuais foi feita pelo próprio TSE e a introdução da contraprova em papel representaria de alguma forma uma admissão de que o processo atual, implantado pelo próprio TSE que escolheu as urnas , comprou e paga a manutenção dos equipamentos, é falho.

      Os juizes pensam que são Deus, os desembargadores tem certeza e os juizes do STF (que são os mesmos do TSE) acham que ser Deus é muito pouco para eles. Como vão admitir então que erraram escolhendo  uma tecnologia insegura. Nenhum membro do TSE jamais admitirá o erro.

      Não digo que o sistema atual seja completamente inseguro, mas é óbvio que a contraprova em papel é necessária e não prejudicaria de forma alguma as eleições, apenas permitiria uma verificação mais confiável das denúncias de fraudes.

      O Brasil precisa mudar esse sistema. As verbas para a realização das eleições são multimilionária. Só a aquisição de urnas envolvem contratos de centenas de milhões de reais a cada licitação e os custos de manutenção n~çao ficam atrás, fora os milhões envolvidos em outras despezas necessárias à realização da eleição. Não é admissível que um único orgão gerencie esses gastos e fiscalize a sí mesmo.

      Deveria haver uma agência do executivo para operacionalizar a execução da eleição e o papel da justiça eleitoral seria o de fiscalizar essa execução. Na república é assim, uns fiscalizam os outros, por isso há separação dos poderes, não pode ocorrer isso que se observa na justiça eleitoral com o TSE fiscalizando a si mesmo.

      1. Me desculpe, mas acho que

        Me desculpe, mas acho que você está sendo ingênuo ao por na conta da pura arrogância o motivo de o TSE rejeitar a contraprova. Eles não estariam admitindo que a urna é falha, apenas estariam acatando uma norma definida pelo legislativo. No entanto eles se valeram de múltiplas manobras, desde a indicação de projeto de lei que proibia a impressão, cuja autoria foi assinada por um deputado e um senador, independentemente, até a indicação da ADI, cuja autoria também foi mascarada, que foi o subterfúgio vencedor.

        Se você acha que o sistema não é completamente inseguro, eu, como programador, posso afirmar: é completamente inseguro. Para fraudar uma urna eu faria isso com apenas uma linha de código colocada em algum ponto estratégico entre a milhares ou milhões de outras linhas:

        IF MOD(RANDOM(), 100) < 45 THEN VOTO = 45 END

    2. Você está corretíssimo. Nunca

      Você está corretíssimo. Nunca confiei na urna eletrônica. O poder judiciário ainda goza de prestígio com a população, enquanto a fama dos outros poderes está na lama. Atualmente a aura de santo do ministério público ganha de longe da igreja católica. É irresistivelmente fácil a aplicação de um golpe “invisível”. A mídia planta uma denúncia, as pesquisas sao manipuladas e a urna eletrônica faz a mágica final. É o golpe perfeito, sem provas, precisaríamos de um Snowden brasileiro, mas como coragem é artigo raro, eu diria que as chances de descoberta sao praticamente nulas.

      Uma saída seria o esclarecimento do povo sobre essa questão, para dar respaldo à exigência de controle. Quem se habilitaria? Movimentos sociais, ONGS, militância partidária? 

  6. O Judiciário é mais ou menos

    O Judiciário é mais ou menos igual em todo mundo, uma força de manutenção do statuos quo. Não é de se estranhar que assim se comporte, embora cause perplexidade a ausência de vaidade demonstrada em tantas ações atabalhoadas, sem disfarce, que muito lhe compromete o culto saber de que se pretendem detentores. Mas o que causa espécie mesmo é o comportamento das esquerdas no mundo todo. Além de não estarem conseguindo acompanhar os fatos políticos contemporâneos de modo a inserirem-se à esquerda, ainda postam-se como força auxiliar da direita. Para mim, nesta altura do campeonato, avalio que as leituras dos textos políticos que fizeram não consubstanciaram estruturais mentais alternativas ao pensamento de direita, ao positivismo. Se tivessem lido mais Karl Marx, diretamente, ao invés de seus seguidores políticos mas nem sempre filósofos, talvez tivessem adquirido autonomia de pensamento suficiente para interpretarem os fatos atuais, e não caírem no engôdo em que estão caindo, embora alguns estejam mesmo capitulando e negociando conscientemente suas posições. Para mim, se as esquerdas estivessem unidas estaríamos bem mais fortes nesse confronto com todas essas forças de direita alinhadas e muito bem capitalizadas.  O PT está praticamente sozinho, lutando como um leão, sacrificando aos seus, fazendo concessões aparentemente incompreensíveis, à mida e ao Judiciário, porque é o único que está sabendo identificar corretamente o inimigo e calcular sua força, é o único partido político que temos. O resto da esquerda está viajando na maionese, e ainda por cima sonhando com o rescaldo das perdas do PT, contra o qual estão voltando seus canhões. 

  7. PREVARICAÇAO

    …  quando meu chefe saia de ferias, quem o substituia cumpria a rotina “ypsis literis”.

     

    entao, nao da para entender o q o interino espera para executar o tramite do q se encontra em sua mesa. isso sim eh tumultuar o processo e denegrir a imagem da instituiçao jogando para seu presidente ausente a responsabilidade. o nome disso eh prevaricaçao.

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