Sem provas contra PT na Transpetro, Moro condena três investigados

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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A prisão do investigado José Antônio de Jesus – Foto: Giuliano Gomes/PR Press 
 
Jornal GGN – Após não achar provas de envolvimento do PT no pagamento de propina de contratos da NM Engenharia com a Transpetro, o juiz Sérgio Moro acabou fechando a investigação e condenou três investigados da 47ª fase da Operação Lava Jato.
 
O empresário Adriano Silva Correia foi condenado a 3 anos e 10 meses por lavagem de dinheiro, em regime aberto. Já por corrupção e lavagem de dinheiro, foram condenados Luiz Fernando Nave Maramaldo a 11 anos em regime aberto diferenciado, por ser colaborador da Lava Jato, e o ex-gerente da Transpetro, José Antônio de Jesus, a 12 anos e meio em regime fechado.
 
O ex-gerente estava preso desde novembro do ano passado, com a acusação de negociar o recebimento de R$ 7,5 milhões em propinas pagas pela empresa de engenharia NM, em troca de favores em contratos com a Transpetro, subsidiária da Petrobras, juntamente com seus familiares, entre 2009 e 2014.
 
A força-tarefa da Lava Jato no Paraná garante que há provas de que José Antônio recebeu propinas para favorecer a NM Engenharia, em contratos que ultrapassaram o valor de R$ 1,5 bilhão, para obras de engenharia e dutos. “Os crimes foram praticados subrepticiamente, inclusive a lavagem, e não há como prevenir novos atos de lavagem e de dissipação de ativos com medidas cautelares alternativas”, havia dito Moro, em novembro, quando decretou a prisão.
 
O ex-gerente teria solicitado 1% do valor dos contratos da empresa com a Transpetro como forma de suborno, mas acabou fechando em 0,5%. Á época, a procuradora que comandava o caso, Jerusa Burmann Viecili, queria encontrar a conexão da investigação com o PT, que, segundo ela, teria recebido parte dos R$ 7,5 milhões de propina do esquema.
 
Entretanto, nada foi encontrado. Por isso, Moro fechou a investigação, condenando os três. O Ministério Público elencou 26 contratos e mais oito aditivos entre a NM Engenharia e a Transpetro, que atingiram R$ 610 milhões à empresa.
 
Para Moro, José Antonio “esteve envolvido na prática reiterada de crimes graves de corrupção e de lavagem de dinheiro, por quase cinco anos. Ainda envolveu-se, em suas palavras, no repasse de propinas a agentes políticos. A prática serial de crimes de corrupção e lavagem de dinheiro é causa suficiente para a prisão preventiva, pois põe em risco a ordem pública e a confiança no império da lei”, concluiu Moro.
 
Mas a defesa do investigado, Rafael Guedes de Castro, afirma que a Lava Jato modificou as apurações iniciais, chegando a outra conclusão diferente do processo original e disse que irá recorrer às instâncias superiores. “As conclusões do magistrado da 13º Vara Federal destoam da prova produzida durante longa instrução criminal”, afirmou.
 
 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

2 Comentários

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  1. justiça em metástase fecal

    A republica do indigente juizeco curitibano está fraquejando, nem na masmorra consegue tirar dos indiciados a mínima prova de um presentinho recebido mesmo na cesta de Natal pelo PT, PT, PT, PT, PT etc.

    Quando o barco virar, e espero não demore, os delatores mentirosos e o juizeco terão um justo processo…… de polos invertidos.

  2. E a ilegalidade criminosa registrada na foto?

    Independentemente do que tenha sido apurado contra esse cidadão, José Antônio de Jesus, ex-gerente da TRANSPETRO, não é ilegal, abusivo e criminoso, algemar nos pés e nas mãos uma pessoa que está sob custódia da polícia federal? Quem, e quando, responderá por esses crimes?

    A foto dispensa comentários e mostra, de forma clara, que a Fraude a Jato e TODOS os seus mentores e operadores constituem aquilo que afirmo há 5 anos, desde que foi deflagrada: uma ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA INSTITUCIONAL, a serviço ado alto comando internacional do golep de Estado, que fica nos EEUU.

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