Sobre a chicana

Por Alfredo, da Universidade de Chicago

Prezado Nassif,

Venho acompanhando a sua luta contra nossa surreal justiça, manipulada de maneira acintosa por Daniel Dantas e pelo jornalismo comprado por ele.

Aqui vai uma manchete do New York Times sobre uma decisão da Suprema Corte norte-americana que coloca em xeque uma série de procedimentos e chincanas de certos advogados e da imprensa.

A manchete é clara: Justiça diz que provas são válidas apesar de erros da policia na apuração. Clique aqui.

É um caso que tem tudo para estabelecer jurisprudência. E cai como uma luva para o caso de Daniel Dantas, que tenta escapar por meio de equivocos técnicos da investigação, quando se sabe que, boa parte do que foi apurado, é legal e correto.

Luis Nassif

11 Comentários

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  1. Vamos ver ate quando a
    Vamos ver ate quando a balança ficara em posiçao de equilibrio. Como bom Brasileiro, acredito que aqueles que desejam uma sociedade menos injusta receberam a tao esperada ajuda da cavalaria.

  2. Com certeza essa decisão não
    Com certeza essa decisão não cola no Brasil.
    Aqui tudo joga em favor do bandido se ele for rico ou pertencer a organizações criminosas poderosas.
    Não tenha esperança !

  3. Alguem poderia traduzir a
    Alguem poderia traduzir a integra da reportagem para nós, os monolingues (seria monoglotas, já que poliglotas é quem tem mais de um dominio da lingua) do blog, pela introdução, parece que é uma reportagem muito interessante para quem, como muitos aqui, tem acompanhado as peripécias de “Sua Insolencia”.

  4. Nesses casos eu fico pensando
    Nesses casos eu fico pensando com os meus botões… Porquê uma prova real é rejeitada por ser “ilegal”? O cara pode ser o maior criminoso que se conhece mas não pode ser preso se as gravações que provam por a+b que ele é um bandido tiverem sido feitas sem a autorização do nosso imperador supremo?

    Esse país é uma palhaçada.

  5. “É um caso que tem tudo para
    “É um caso que tem tudo para estabelecer jurisprudência”:

    Em quais paises? Nao no Brasil! O Brasil importa “jurisprudencia” de protecao aos ricos ha decadas.

  6. “A manchete é clara: Justiça
    “A manchete é clara: Justiça diz que provas são válidas apesar de erros da policia na apuração”:

    A manchete NAO eh clara. O que ela diz eh que a justica “afrouxou” as regras de evidencia. Baseados na informacao atrazada de seus computadores a policia prendeu erradamente um cara, e ele estava com drogas. O processo que ele perdeu foi o das drogas.

    “Afrouxar” lei ja eh especialidade do judiciario brasileiro e a esse ponto, esse “afrouxamento” todo na lei norte americana esta patetico comparado com o que se faz no Brasil.

  7. A materia do estadao ja erra
    A materia do estadao ja erra a interpretacao na primeira sentenca: “A Suprema Corte dos EUA decidiu ontem que evidências obtidas por meio de buscas ilegais conduzidas pela polícia nem sempre devem ser rejeitadas pelos tribunais. Por 5 votos a 4, os membros conservadores da corte mantiveram a condenação por posse de armas e drogas de um homem do Alabama que foi preso depois que um computador, por engano, indicou que havia uma ordem de prisão contra ele.” “Busca ilegal” eh a parte da interpretacao que eh simplesmente ***fantasiosa***.

    Nao houve “busca ilegal” ja que o homem estava preso -mesmo que por informacao errada. A interpretacao de “busca ilegal” nesse contexto eh igual dizer que a evidencia eh valida se a policia receber um aviso falso (digamos, de bomba ou de iminente desabamento) e entrar num edificio pra salvar alguem e descobrir um monte de drogas.

    Supreme Court Eases Limits on Evidence
    Supremo afrouxa limites sobre evidencia

    The 5-to-4 decision revealed competing conceptions of the exclusionary rule, which requires the suppression of some evidence obtained through police misconduct, and suggested that the court’s commitment to the rule was fragile.
    O 5-a-4 revelou concepcoes antagonicas das regras da exclusao que requerem supressao parcial de evidencia obtida atravez de mau-conduta policial, e sugeriu que a dedicacao da justica aas regras eh fragil.

    Chief Justice John G. Roberts Jr., writing for the majority, said that the exclusion of evidence should be a last resort and that judges should use a sliding scale in deciding whether particular misconduct by the police warranted suppressing the evidence they had found.
    Roberts, falando pela maioria, disse que a exclusao de evidencia deveria ser (last resort) (somente para casos extremos) e que juizes devem usar uma escala de gradacoes pra decidir se conduta errada pela policia valida ou nao suprimir a evidencia encontrada.”

    Nao somente a interpretacao “buscas ilegais” esta errada como ja esta sendo exportada de cara como o que nao eh. Nao eh culpa do estadao, obvio, o NYTimes tambem esta com uma interpretacao esquizitissima! Nao houve “busca ilegal” pra comeco de conversa.

  8. (Nassif, saiu errado: “A
    (Nassif, saiu errado: “A interpretacao de “busca ilegal” nesse contexto eh igual dizer que a evidencia eh valida se a policia receber um aviso falso (digamos, de bomba ou de iminente desabamento) e entrar num edificio pra salvar alguem e descobrir um monte de drogas.”

    Corrigir:

    A interpretacao de “busca ilegal” nesse contexto eh igual dizer que a evidencia eh INvalida se a policia receber um aviso falso (digamos, de bomba ou de iminente desabamento) e entrar num edificio pra salvar alguem e descobrir um monte de drogas.)

  9. Acho sintomático essa
    Acho sintomático essa chincana ser promovida por advogados e jornalistas. São profissionais da retórica. Creio que a origem dos dois é a mesma, os pré-socráticos gregos. Este eram filósofos que davam mais importância em ganhar uma discussão, do que em estarem certos. O importante era a capacidade de convencimento, a eloquência do discurso. A forma acima do conteúdo. Isso sendo levado além do limite acaba com a noção de certo ou errado e a ética vai para o beleléu. A exceções, é claro, como o jornalista dono do blog, e meu advogado, o Thomé.

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