Supremo torna Geddel e irmão réus após encontrar bunker de R$ 51 milhões

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Foto: Divulgação
 
Jornal GGN – O Supremo Tribunal Federal (STF) tornou o ex-ministro de Temer, Geddel Vieira Lima, e seu irmão, o deputado federal Lúcio Vieira Lima, réus por lavagem de dinheiro e associação criminosa, pelo bunker encontrado no apartamento de Salvador, atrelado a Geddel, que mantinha R$ 51 milhões em malas e caixas de dinheiro vivo.
 
A decisão foi tomada por unanimidade pelos cinco ministros da Segunda Turma do Supremo, formada pelos por Edson Fachin, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e Celso de Mello, que mantiveram também a prisão preventiva do ex-ministro de Temer, detido no presídio da Papuda, em Brasília.
 
Com o avanço das investigações, desde que a PF encontrou o apartamento recheado com os valores, em setembro de 2017, foram recolhidas provas materiais, como as impressões digitais. Nos sacos plásticos que envolviam os maços de dinheiro, foram detectadas as impressões de Geddel e do ex-assessor de Lúcio, Job Brandão.
 
A mãe de Geddel, Marluce Vieira Lima, Job Brandão, o empresário Luiz Fernando da Costa Filho, vendedor de cotas de empreendimentos imobiliários para a família, e Gustavo Pedreira do Couto Ferraz, do MDB da Bahia, foram todos denunciados pelos mesmos crimes na ação que tramita oficialmente no Supremo.
 
Em março deste ano, a defesa do ex-ministro de Temer enviou duas petições à Suprema Corte, uma delas justificando que o bunker no apartamento em Salvador era “simples guarda de valores em espécie” e pedindo a revogação de sua prisão, com base na liminar concedida pelo Supremo a Lula, antes de ter sido preso.
 
A denúncia foi protocolada no Supremo em dezembro de 2017, acusando Geddel, o deputado, familiares e pessoas ligadas a eles por lavagem e associação criminosa. De acordo com o advogado de Geddel, os mais de R$ 50 milhões apreendidos em diversas malas e caixas que estavam localizadas no apartamento em Salvador são “investimentos no mercado de incorporação imobiliária, com dinheiro vivo”.
 
Detido no dia 8 de setembro do último ano, três dias após a PF encontrar os montantes em espécie no apartamento, Geddel passa agora a responder como réu no Supremo. De acordo com os investigadores, as quantias eram resultado do esquema de fraude na liberação de créditos da Caixa, entre 2011 e 2013, quando o ex-ministro era vice-presidente de Pessoa Jurídica do banco.
 
Outra parte das quantias armazenadas no local teria como origem o caixa dois de campanha e o desvio da Câmara dos Deputados, por apropriação de salário de um ex-assessor de Lúcio. Á PF, o dono do apartamento, Silvio da Silveira, disse que entregou as chaves do imóvel a Lúcio, que teria pedido a ele emprestado para supostamente guardar documentos da família. 
 
A Segunda Turma do Supremo também negou remeter o caso à primeira instância.
 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

1 Comentário

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  1. Quantos anos levará para ser

    Quantos anos levará para ser penalizado, seja lá sob qual lei, e posto em cana ?

    E o dinheiro aplicado em melhorias de um, um só, hospital no interior do Piaui ?

    (se aplicarem no interior da Bahia fica no quintal da família)

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