Temer irá responder as 19 perguntas de Eduardo Cunha

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
[email protected]

 
Jornal GGN – Ao decidir encaminhar a Michel Temer as 19 perguntas do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso na Operação Lava Jato, o juiz da Vara Federal de Brasília, Vallisney de Souza Oliveira, permitiu que o presidente “poderá se reservar ao direito de não responder a perguntas impertinentes ou autoincriminatórias”. 
 
A decisão do magistrado de primeira instância da Operação Lava Jato de Brasília foi comunicada nesta quinta-feira (02). Apesar de não chegar oficialmente no Planalto, hoje, Temer informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que pretende responder os questionamentos.
 
Apesar de frisar que o presidente estava protegido de contestar perguntas que poderiam gerar uma autoincriminação, a estratégia de defesa de Temer será usá-las para, ao mesmo tempo, evidenciar que não tem receios das perguntas e se autodefender.
 
Isso porque as perguntas seguem a linha de defesa do ex-deputado de que, se ele é considerado responsável pelo esquema de corrupção do PMDB na Petrobras e do Fundo de Investimentos do FGTS, no caso de Brasília, o atual mandatário e então presidente da sigla tinha conhecimento de tudo e, portanto, deveria ser também imputado.
 
Entre as questões encaminhadas a Temer, estão as de que o agora presidente teria articulado os financiamentos agora em investigação, ao lado do atual ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, e à época vice-presidente de Fundos e Loteria da Caixa Econômica Federal.
 
“Vossa Excelência fez alguma reunião para tratar de pedidos para financiamento com o FI-FGTS junto com Moreira Franco e André de Souza?”, questionou Cunha e em seguida: “Vossa Excelência conhece Benedito Júnior e Léo Pinheiro? Participou de alguma reunião com eles e Moreira Franco para doação de campanha? Se a resposta for positiva, estava vinculada a alguma liberação do FI-FGTS?”.
 
“Tem conhecimento de oferecimento de alguma vantagem indevida, seja a Érica ou a Moreira Franco, seja posteriormente, para liberação de financiamento do FI/FGTS?”, perguntou novamente Cunha a Michel Temer.
 
O ex-parlamentar também coloca em xeque a possível nomeação de Moreira Franco, por suposta indicação de Temer, para o cargo na Caixa Econômica e que possivelmente depois disso foi possível articular financiamentos com o FI-FGTS.
 
O juiz Vallisney de Souza Oliveira, que comanda as investigações em Brasília, encaminhou as questões com a ressalva de que, se quiser, o presidente poderá não respondê-las. Por ser presidente, Temer pode responder as perguntas por escrito. Além do presidente, Cunha arrolou um total de 18 testemunhas, todas aceitas pelo magistrado. 
 
Leia mais: Juiz de Brasília aceita que Michel Temer responda a perguntas de Cunha
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

3 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. mo

    Claro, sobraram as 19 papinhas depois que o juizeco censurou as que seriam bolas nas costas do usurpador.

    Jucá estava certo: tudo combinado, de caba a rabo, do stf pra baixo (se houver algo MAIS baixo).Reajamos!!!

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador