A catilinária do Estadão contra o direito de resposta

O Estadão sofisma, em seu editorial de hoje contra o direito de resposta.

Traça um histórico do direito de resposta, menciona a extinta Lei de Imprensa, reconhece que a falta de um dispositivo legal regulando a matéria prejudica o exercício do direito, mas sustenta que os códigos atuais cumprem adequadamente o propósito de garantir o direito de resposta e a liberdade de expressão.

Fico feliz em saber porque meu direito de resposta contra a revista Veja vai completar 8 anos proximamente. Convidarei o editorialista do Estadão para soprar velinhas.

Depois, ataca o Projeto de Lei do senador Roberto Requião sustentando que sua implementação comprometerá a liberdade de expressão, especialmente devido ao artigo 2o:

“Ao ofendido em matéria divulgada, publicada ou transmitida por veículo de comunicação social é assegurado o direito de resposta ou retificação, gratuito e proporcional ao agravo”.

Segundo o articulista, “não é ofensa que gera o direito de resposta, mas sim a informação inverídica”. Mantido esse artigo 2o, a imprensa seria invadida por solicitações de resposta descabidas.

Faria melhor em consultar o Manuel Alceu Affonso Ferreira e outros especialistas antes de avançar em conceitos jurídicos.

O Código Penal distingue bem calúnia, a injúria e a difamação.

Caluniar é imputar falsamente um fato criminoso a alguém.

Difamar é atacar alguém com a intenção de prejudicá-lo a partir de uma acusação verídica ou não. “Pode-se difamar um indivíduo a partir da comunicação de um facto real, mas também com mentiras e falsidade”. (http://conceito.de/difamacao#ixzz3paf2LS86)

Já a injúria é a “imputação de qualidade negativa a alguém. Pode conter fatos, mas enunciados de forma vaga e genérica”. (http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=1829)

Da maneira como o Estadão coloca, parece que qualquer cidadão sensível pode se considerar ofendido e exigir o direito de resposta para qualquer quinquilharia.

É evidente que o reconhecimento (ou não) da ofensa passa pelo julgamento de um juiz. Aliás, como é hoje. Como um editorial de um jornal centenário pode supor que uma mera lei mudará o entendimento do Judiciário em relação a crimes tipificados no Código Penal?

O Projeto de Lei de Requião não inova em nada, em nada atropela o Código Penal. Apenas define ritos.

“Art. 7o O juiz, nas 24 (vinte e quatro) horas seguintes à citação, tenha ou não se manifestado o responsável pelo veículo de comunicação, conhecerá do pedido e, havendo prova capaz de convencer sobre a verossimilhança da alegação ou justificado receio de ineficácia do provimento final, fixará desde logo a data e demais condições para a veiculação da resposta ou retificação em prazo não superior a 10 (dez) dias”.

O que o editorial esquece de dizer é que a judicialização do direito de resposta decorre da incapacidade da imprensa de definir regras mínimas de auto-regulação. É a lei regulando a selvageria.

Luis Nassif

43 Comentários

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  1. São os cães ladrando. A

    São os cães ladrando. A caravana há de passar. Falta o que? Senado e Dilma?  Cadê o Renan e a pressão no Renan?

    1. E o Governo, tem opinião?
      O Renan vai usar este projeto específico para se safar de alguma coisa.

      Como o projeto NÃO É DO GOVERNO e NÃO É DO PARTIDO QUE OCUPA A PRESIDÊNCIA HÁ 13 ANOS, não tem a menor chance de ser aprovado.

  2. Vejamos por outro

    Vejamos por outro lado:

    Contra o projeto que quer amordaçar a imprensa livre

    Em editorial, o Estadão chama a atenção para o projeto de lei do senador Roberto Requião que, a pretexto de alargar o direito de resposta de pessoas e instituições em jornais, revistas, TV, rádio e internet, na verdade visa a constranger a imprensa livre. O jornal se detém, principalmente, no segundo artigo do tal projeto: “Ao ofendido em matéria divulgada, publicada ou transmitida por veículo de comunicação social é assegurado o direito de resposta ou retificação, gratuito e proporcional ao agravo”.

    O problema está no “ofendido”, um termo vago que permitiria a qualquer pessoa, bem ou mal intencionada, entrar na Justiça contra verdades que lhe desagradem e, assim, intimidar jornalistas e empresas de comunicação. Diz o editorial:

    “A liberdade de imprensa abrange emitir opiniões fortes, às vezes duras, tantas vezes incômodas. Isso, no entanto, não deve ser motivo para abrir espaço a quem se sentiu ‘ofendido’ – fórmula, repita-se, deliberadamente vaga e, por isso mesmo, perigosa – para ver publicada gratuitamente sua opinião ou visão dos fatos.”

    Hoje, com a Lei de Imprensa declarada inconstitucional pelo STF, o direito de resposta é regido pelos códigos Civil e Penal. Mesmo não sendo o ideal, o Estadão entende que ambos já cumprem com o que a Constituição exige. E conclui:

    “O direito de resposta deve contribuir para um exercício responsável da profissão jornalística. Não para acuar ou constranger.”

    E o cronista arremata : Estamos completamente de acordo com o Estadão.Esse projeto de Roberto Requião é um atentado à liberdade de imprensa e, como tal, precisa ser rejeitado pelos parlamentares.

      Digo eu :Ainda não tenho opinião formada no assunto.Mas fico imaginando o ladrão Maluf,ainda não condenado, exigindo direito de resposta. Inclusive de mim, que acabei de escrever.

       O assunto é polêmico.Melhor dizendo : Polêmico DEMAIS.

    1. Vamos por na primeira página…

      …”Todo anarquista, sério ou não, é ladrão˜.

      E vamos fazer isso todos os dias até que você se sinta ofendido e peça direito de resposta, porque o senhor, mesmo sendo anarquista sério, está sendo xingado nas ruas e livrarias da cidade, mesmo sendo um Senador sem uma úncai mancha em 40 anos de carreira como o Suplicy.

      Só que eu, o dono do jornal que resolveu fazer campanha contra TODO anarquista não vou publicar na primeira página todos os dias como eu fiz.  Eu vou colocar uma notinha na seção “Erramos, foi ‘mau'” ou vou publicar sua carta na seção de cartas e vou considerar isso direito de resposta.  

      Mas no dia seguinte, vou colocar a manchete “Quase todo anarquista é safado” e vou fazer isso todo dia até você não conseguir ir para restaurantes pra comer por kilo.

      Claro que você, sendo ofendido, vai recorrer e eu, dono do jornal e com liberdade do dono da imprensa, vou publicar a sua cartinha em outra notinha. E vou continuar com as manchetes.

      Ponha-se no lugar dessas pessoas que sofrem a campanha midiática que Lulinha sofre e depois vamos ver se os jornais são tão bonzinhos.

      Ponha-se no lugar do Romário que teve que ir na Suíça provar que não tem conta lá.  E a Veja publicou o desmentido da mesma maneira que publicou a mentira?  O que Veja fez foi uma nota envergonhada.  E só o fez porque o Romário não deixou barato e também porque Romário tinha recursos pra não deixar barato.

      Mas o Romário é outro Petralha que merece.

      Essa lei vai por os repórteres que fazem manchetes com coisas baseadas em “ouvi dizer” pra trabalhar.  Um pouco de meritocracia pra variar.  A maioria desses repórteres só querem puxar o saco do patrão e isso não tem nada a ver com liberdade de imprensa.  

      Vão ter que trabalhar pra publicar uma coisa que podem ser provadas.

      Estava mais que na hora.

      Essa imprensa do Brasil é um lixo.

  3. É preciso desenhar para o Estadão

    Será que nesses últimos dez, doze anos não foram acumuladas provas suficientes de assassinatos de reputação, de acusações graves inverídicas, de vazamentos de delações não investigadas, de factoides plantados para arruinar pessoas, empresas, partidos etc? A lista de malfeitos da mídia hegemônica poderia encher muitas páginas. Quase todos esses malfeitos e crimes ficaram impunes, ou foram jogados para as calendas com prejuízos irreparáveis para as vítimas. Até quando isso vai persistir? 

     

     

     

    1. Não, não precisa desenhar. na

      Não, não precisa desenhar. na verdade essa corja quer é a liberdade de continuar agindo fora da lei, assassinando reputações e destruindo quem quer que se coloque contra seus interesses. A veja por exempço vai ter que fechar, Tio Rei e canalhas associados vão ter que respoder na justiça, etc, etc…

       

    2. Tem razão.
      E se voce levantar

      Tem razão.

      E se voce levantar as atas dos dircursos que fazem nas tribunas…

      Fico aqui pensando…

      Não existe uma Academia Histórica neste País para reclamar?

      Daqui 50 anos vai ler o que para escrever seus livros ?

  4. O PIG fede

    Em entrevista, Bumlai nega favorecimento a nora de Lula

    “Não paguei conta de nora de Lula, apartamento, nada a ver. Não tenho nada a ver com isso. Não tenho”, disse Bumlai, em entrevista divulgada neste domingoEm entrevista, Bumlai nega favorecimento a nora de LulaPolítica #EspalheAVerdade  Foto: Gabriela Bilo/Estadão

    Por: Agência PT, em 25 de outubro de 2015 às 10:35:33

    O pecuarista José Carlos Bumlai negou, em entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo” divulgada neste domingo (25), qualquer favorecimento aos familiares do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. 

    “Não paguei conta de nora de Lula, apartamento, nada a ver. Não tenho nada a ver com isso. Não tenho”, disse.

    O fazendeiro criticou o que chamou de “maximização” da amizade com o ex-presidente.

    “Eu abro os noticiários e tem foto do Lula pescando na minha fazenda peixe que é até do mar. Eu não tenho fazenda à beira-mar, entendeu? Já viu isso? Essa foto, Lula no barco pescando um peixe preto bonito, não sei que peixe que é, na fazenda do Bumlai não tem desse peixe. Fazem essa maximização da amizade. É meu amigo? E meu amigo, a família é minha amiga, mas não justifica isso”, reclamou.

    De acordo com Bumlai, durante os oito anos de governo Lula, ele esteve duas vezes no gabinete do petista, no Palácio do Alvorada, em Brasília.

    “Durante os oito anos que o presidente Lula esteve no Palácio do Planalto eu fui duas vezes no gabinete dele. Fui acompanhado do ministro Márcio Thomaz Bastos (morto em novembro de 2014), que era ministro da Justiça, do presidente do Incra, não lembro mais o nome, do governador do meu Estado (Zeca do PT), um deputado”, contou.

    Sobre a acusação feita pelo lobista Fernando Baiano, preso na Operação Lava Jato, de que teria pago ‘dívidas do PT’, Bumlai também nega.

    “Eu não sou homem de mentir. O que eu tenho para falar é a verdade. Eu não tenho nenhuma participação nesse episódio todo. A última é o absurdo do Banco Schahin, que eu ia intermediar o pagamento de uma conta do PT de R$ 60 milhões. Meu Deus, eu não sou filiado ao PT, esse Rui Falcão (presidente nacional do PT) até posso ter sido apresentado a ele, muito prazer, não tenho nenhuma ligação com ele, não faço política e, de repente, vou fazer uma negociação para pagar R$ 60 milhões de dívida do PT?”, questionou.

    “Eu lá sei de dívida do PT? Não sei, eles dizem que não têm a dívida. Não conheço esse assunto de dívida de R$ 60 milhões. Ah, mas o fulano falou que entregou uma conta. Nunca recebi conta de ninguém para botar dinheiro na conta deles (do PT), nunca, nunca”, completou o fazendeiro.

    Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações do jornal “O Estado de S. Paulo”

     

    1. Eu achei bom o tema mas faço
      Eu achei bom o tema mas faço a ressalva que temas polêmicos não devem ser objeto de redação no Enem.

      Porque o que está sendo avaliado é a capacidade dissertar e não o que a pessoa pensa.

  5. Pode deixar de ser

    Pode deixar de ser interessante manter no seu quadro de articulistas algumas criaturas como Jabor, Jardim, Villa, Escosteguy, Reinalha et caterva. A justiça finalmente vai trombar com a canalhice desenfreada.

  6. Redação permite a interpretação pelo ESP

    Nessa o Estadão tem razão.

    Vejam a redação:

    “Ao “ofendido” em matéria divulgada, publicada ou transmitida por veículo de comunicação social é assegurado o direito de resposta ou retificação, gratuito e proporcional ao agravo”.

    1. O problema é saber o que ou

      O problema é saber o que ou quem se sinta ofendido.

         Exemplo: Eduardo Cunha está sendo massacrado pela mídia.E acho eu,com razão.

             Mas ele não foi sequer julgado.E muito menos condenado.

                  Então,em tese , teria direito de resposta em TODOS veículos de comunicação ?

                  Observe como o assunto é complicado.

      1. É possível escrever apenas

        É possível escrever apenas verdades sobre Cunha, sem dar-lhe o direito de resposta.

        Escreva, por exemplo, que ele tem contas na Suiça. É verdade? É. Então ele não tem o direito de dizer-se ofendido.

        Agora, não diga que ele é ladrão. Isso poderia sucitar direito de resposta. (Pelo menos antes do transitado e julgado)

         

          1. aí é que a porca ‘grande midia’ torce o rabo…

            achar alguém para escrever algo com um mínimo de inteligencia será dura batalha…

             

            quase década e meia de Não-Jornalismo causa efeitos deletérios imprevisíveis.

            A ausencia de inteligencia é só a face mais evidente dele…

             

  7. acima do bem e do mal
    Essa gente se acha acima do bem e do mal !
    Me lembro de um caso absurdo ocorrido aqui em Petrópolis , há uns anos atrás , com uma amiga nossa , diretora de uma escola pública , que tomou uma medida mais rigorosa com relação a um aluno , mas que tinha , tanto respaldo pedagógico , quanto legal , e até da família do referido estudante e da comunidade . Mesmo assim foi punida com afastamento sumário do cargo pela Secretaria de Educação , numa medida precipitada movida à demagogia .
    O caso , levado por pessoas irresponsáveis (que no fundo , queriam era aparecer ) tanto do bairro quanto do governo , foi parar na primeira página do Globo , e também no Fantástico , onde ela foi exposta como mal caráter, irresponsável , leviana , incompetente etc , sem quaisquer chance de contraditório.
    Por fim , após dois meses de investigações , essa senhora foi isentada das todas as acusações e reconduzida ao cargo .
    Só que , nem a Prefeitura de Petrópolis se retratou a ela , nem as Organizações Globo publicaram uma linha ou divulgaram qualquer nota reconhecendo , no mínimo , o engano de expor o nome de alguém antes de verificar cuidadosamente os reais fatos envolvidos !
    Final da história : essa senhora , que era uma pessoa combativa e dedicada àquela escola , amada pela comunidade , nunca se recuperou do que aconteceu , quase entrou em depressão , acabando , tempos depois , por deixar o cargo !
    Perguntemos , então , ao Estadão , o que se faz num caso desse?
    Sabe qual vai ser a resposta (cretina) deles ?
    “A Liberdade de Expressão está acima de tudo ” etc .
    Como sempre!

  8. O que o estadinho e o

    O que o estadinho e o restante da imprensa marrom brasileira querem é a total ausência de empecilhos para constranger, caluniar, difamar e injuriar qualquer um que contrarie seus interesses econômicos e políticos.

    Eis que finalmente podemos ter um dispositivo legal que define ritos adequados para as respostas às calúnias, injúrias e difamações praticadas diariamente pela imprensa. É um avanço civilizatório que precisa ser implementado o quanto antes.

    1. Dominação social pelo Domínio da Mente

      Perfeito, Márcio.

      As empresas de comunicação social são contra qualquer regulação democrática, pois pretendem continuar a difundir o ódio contra seus adversários políticos.

      Por razões políticas e econômicas, precisam continuar a dominar as mentes como a daquela tresloucada senhora que, gritando, despejou seu ódio, típico de uma mente escravizada, agredindo a todos seus imaginários inimigos e ao secretário Eduardo Suplicy, na livraria Cultura.

  9. Direito de resposta

    Com bastante atraso por sinal. Temos a cada dia um assassinato de reputação. A mídia faz o papel de pit bull contra os partidos com matriz socialista e o de poodle quando se refere aos neoliberais.

    Resta saber se o conservadorismo encastelado no judiciário dará azo às ações dos ofendidos. O tempo dirá.

    A demora em se dar  a tutela pretendida também  é uma forma de injustiça .

  10. É…insistem em manter o

    É…insistem em manter o monopólio da difamação. Mas eles vivem num mundionho apartado do resto do país. Até os coxinhas defenderiam o projeto de lei.

  11. E………………………..

    Para tornar publico minha ofensa digo: Todo anarquista sério é instrumento de manipulação e midiota !!!!!

    Vou acionar meus advogados para me proteger !!!!!!!!!

  12. A auto-regulação só

    A auto-regulação só funcionaria em uma sociedade ideal, como isso nunca irá ocorrer, tem de haver sempre um mediador, nesse caso é a justiça, no caso de governo de países, o presidente.

  13. Acho que é a primeira vez que

    Acho que é a primeira vez que o Estadão está admitindo ser um caluniador de mão cheia, ao rebater-se contra a lei proposta! Pois o direito de resposta deverá ser gratuito e proporcional ao agravo, e com isso deixarão de ganhar dinheiro e espaço para veicular suas matérias tendenciosas e lucrativas. Será uma competição dentro de seus próprios meios de desinformação para manter manchetes caluniosas. Se nada devessem, não estariam preocupados. Se colocassem somente manchetes verdadeiras e comprovadas, também não teriam medo da lei.

  14. Agora a imprensa vai pensar

    Agora a imprensa vai pensar duas vezes antes de publicar calúnia, injúria ou difamação.

    Subimos um degrau na escala civilizatória.

     

     

     

     

  15. Loas!

    Loas!

    A partir de agora os veículos pensarão duas, três vezes ao vociferar indiscriminada e impunemente.

    A imprensa usa do conveniente pedestal da “liberdade de expressão” para justificar a ofensa, para insinuar ou até mesmo afirmar . Sempre que se 

    Os raivosos e chiliquentos meios de comunicação, quando minimamente se menciona regular a forma como o “jornalismo” é praticado hoje, logo se remexem e se encolerizam.

    A mídia porca, como atua hoje, faz o que quer e o direito de resposta, longe de ser proporcional e equivalente à matéria caluniosa, era, no máximo, uma publicaçãozinha em nota, em qualquer canto da publicação e sem destaque nenhum. Talvez pensem muito mais agora sabendo da proporcionalidade do direito de resposta.

    1. Retificando

      (…)até mesmo afirmar sem o cuidado (ou sem medo da impunidade) de verificar a verdade.

      (…) Sempre que se sente ameaçada, a mídia parte para o ataque.

  16. Pena não poder ler os outros

    Pena não poder ler os outros comentários antes de comentar. Mas aqui vai meu comentário.

    Lendo a distinção entre os crimes de calúnia, injúria e difamação, fica muitíssimo claro que, no Brasil “Pau que bate em Chico, NÃO BATE EM francisco. 

    Os que deveriam aplicar as Leis, fazendo Justiça, são os que mais cometem crimes no Brasil.

     

  17. A boa “catilinária” foi a de Cícero contra Catilina

    Catilina era um  romano sem escrúpulos, como muitos de nossos políticos de hoje, para quem tudo era válido para chegar ao poder, sua única pretensão.

    Quando  Cícero assumiu o cargo de cônsul,  tinha apenas o poder da palavra, e a usou da tribuna do Senado umas 4 vezes contra Catilina. Em seu primeiro discurso contra ele, disse  a frase que ficou famosa desde aquele ano de 63 antes de Cristo até pelo menos as nossas aulas de latim. Decorávamos a frase do início de seu discurso:

     Quousque tandem abutere, Catilina, patientia nostra? Ou,

    Quo usque tandem, Catilina, abutere patientia nostra?

    (Até quando, Catilina, abusarás de nossa paciência?)

    O discurso era comprido e fazia perguntas e perguntas, e por esta razão qualquer palavrório insistente como este do Estadão fica visto como uma “catilinária”.

    No entanto, a catilinária original foi  do bem contra o mal. Catilina não conseguiu seu objetivo que era virar cônsul para ganhar poder e grana, pois foi  morto.

    A história está na wikipedia:

    https://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%BAcio_S%C3%A9rgio_Catilina

    As frases acusatórias dos discursos de Cícero contra Catilina estão em português e em latim, em

    https://pt.wikipedia.org/wiki/Catilin%C3%A1rias

     

  18. O senador Roberto Requião é,

    O senador Roberto Requião é, também jornalista; ele sabe bem como funcionam os veículos de comunicação da mídia comercial, quem os controla, com quais interesses, etc. Por essas e outras razões é que Requião é atacado ferozmente pelos colunistas e opinionistas patronais da mídia comercial. Eu costumava ouvir Ricardo Boechat, no programa de rádio que tem pela manhã; fiquei preocupado e desconfiado, quando o apresentador e âncora se pôs a atacar o senador Requião; isso foi em 2013. A partir de então, passei a prestar mais atenção e observar o teor dos comentários de Boechat; o que constatei foi o alinhamento do jornalista – que até então mostrava uma postura independente –  ao discursos dos patrões, repetindo bordões que criminalizam a atividade política, adjetivando negativamente o governo, a presidente da república, o PT. Até mesmo a coluna de José Simão foi censurada e atucanada.

    Desde o início do ano passado desliguei Ricardo Boechat. Pela manhã, ouço apenas o noticiário local da emissora; às 7h desligo o rádio. O ‘estadinho’, há anos em estado comatoso, ataca a iniciativa de Requião exatamente porque deseja a impunidade para continuar injuriando, caluniando e difamando os adversários políticos. Nenhuma surpresa, vindo de um veículo do PIG.

    1. Adesismo

      De fato, concordo com você Paiva.  Muitos jornalistas que no passado eu admirava por sua independência e seriedade medecepcionaram. Boechat é um deles, e não é o único no Grupo Bandeirantes. Exceção é Caco barcelos, esse aí ou a Globo engole ou o perde para a concorrência !

  19. A estratégia muda

    É interessante saber que o Estadão se preocupa com a possibilidade de ter uma enxurrada de pedidos de resposta.

    Não acredito que a imprensa passaria a ser mais responsável a partir dessa lei. Passaria, sim, a ser mais cuidadosa em não acusar ou ligar diretamente um fato a uma pessoa. Mas não pelo zelo jornalístico em si; apenas para evitar ser contragolpeada.

    A lei pode minar o jornalismo disse-me-disse, irresponsável e negligente. A Veja não acusaria Romário de possuir conta na Suíça, por exemplo. Talvez não houvesse uma capa de Veja com afirmações se Lula sabia isso ou aquilo.

    Contudo, ela não impediria que as ilações continuem; apenas a maneira de caluniar seria outra. A estratégia de difamar será mais sutil, mais indireta. Nada muito diferente do que é hoje.

    As insinuações continuariam. A insistência em noticiar só aquilo que é conveniente continuaria: não é preciso acusar ninguém abertamente sobre algo. Basta que haja uma possibilidade de associação entre o indivíduo e o fato. E repisar isso todos os dias.

  20. O Direito de Resposta

     

    O direito de resposta deve ser obrigatório no quando da informação/notícia/crítica ser falsa; não porque alguém se ofendeu com ela.
    Esse “pequeno detalhe” do texto da lei deixa bem claro o objetivo da mesma, e a sujeira daqueles que a defendem.

  21. Nem mesmo o direito de

    Nem mesmo o direito de resposta proporcional ao agravo corrige totalmente o estrago, dependendo das circustâncias. É necessário também que a lei preveja indenização de percentual dos lucros – pois certas notícias geram muitos lucros aos veículos de comunicação com as publicações e até mesmo com investimentos financeiros (como por exemplo uma notícia falsa ou distorcida sobre uma estatal ou seus dirigentes), e somente o direito de resposta não inibirá a recorrência do ato ilícito.

    Importantíssimo também o prazo, previsto no projeto de lei, de 24 horas para o conhecimento do pedido por parte do juiz, e de 10 dias para o direito de resposta ou retificação, pois o estrago na imagem de quem é atingido pelas calúnias ou notícias falsas é imediato, e por isso é inaceitável a permanência da situação atual, em que o ofendido tem que aguardar durante anos para ter seu pedido julgado. Num caso mais extremo, como o da capa da revista Veja nas vésperas da eleição de 2014, com calúnias contra a presidente e candidata Dilma, que por pouco não mudou o resultado da eleição presidencial, o prazo para a publicação, não do direito de resposta, mas, dada a gravidade do caso, a publicação da retificação com pedido de desculpas, deve ser imediato, de forma a que todos os leitores que foram mal informados, tenham acesso à correção, sem prejuízo da aplicação de demais penalidades aos responsáveis pelo ato criminoso.

  22. Em um certo país consta que

    Em um certo país consta que houve algo como mensalão . Na empresa petrolífera de um país da América do Sul, contratos de parceria ilegal entre a direção e fornecedores estão sendo investigados. Consta haver grandes empreiteiras envolvidas. Duques com costas serve rodas estão entre os eventuais suspeitos.

  23. Ironicamente, na mesma semana

    Ironicamente, na mesma semana em que esbraveja o Estadão, o Direito brasileiro avança no sentido contrário ao do jornal, para ampliar o mercado de opinião, hoje restrito ao oligopolio. E avança sob a coordenação de ministros do STJ.

    Foi aprovado um enunciado que pode ajudar a colocar fim nessa guerra financeira contra os blogs e imprensa independente, além de reforçar o direito de resposta como reparação “in natura”.

     

    ENUNCIADO 589 – A compensação pecuniária não é o único modo de reparar o dano extrapatrimonial, sendo admitida a reparação in natura, na forma de retratação pública ou outro meio.

     

    http://www.cjf.jus.br/noticias-do-cjf/2015/setembro/vii-jornada-de-direito-civil-termina-com-a-aprovacao-de-36-enunciados

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