A elite de Bogotá, por André Araujo

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Por André Araujo

A Colombia é governada desde a independência por uma sólida elite política tradicional herdeira do Vice Reinado de Nova Granda que tinha sede em Santa Fé de Bogota. Ao contrário da Venezuela, que era considerada pelos Reis da Espanha como terra inóspida e destituída de ouro e pedras preciosas, no que seria a Colombia havia ouro em abundância e as maiores jazidas de esmeraldas do mundo.

Com tanta riqueza a vista, os Reis de Espanha entregaram a administração do território a nobres amigos da corte, enquanto para a Venezuela mandavam degredados e prisioneiros que se mesclaram com os temíveis índios Caribe, da área em torno de Caracas, e todos se misturaram com negros da África, constituindo a típica população da área caraquenha, enquanto os venezuelanos de Tajira, região montanhosa ao lado da Colombia, mais se parecem com colombianos, lá pouca mescla de raças houve.

A elite governante do Vice Reinado de Nova Granada, que administrava o que seria depois da independência Peru, Equador, Colombia, Venezuela e Panamá se manteve fechada e com casamentos dentro do grupo. Como consequência os Presidentes da Colombia até hoje são em grande parte parentes entre si, descendentes das mesmas linhagens.

A bela Ministra das Relações Exteriores da Colombia Maria Angela Holguin [foto] é um bom exemplo da elite tradicional de Bogotá. A chanceler tem na família cinco Presidentes da Colombia, o primeiro em 1880, teve outros Holguin chanceleres e Embaixadores e há parentesco antigo, ainda no Seculo XIX, entre Maria Angela e o atual Presidente Juna Manuel Santos, que também teve Presidentes na família.

A elite de Bogotá, descendente da antiga nobreza do Vice Reinado, é exclusiva da capital colombiana. Em Barranquila, Medellin, Cali, Cartagena de Indias, Barquisimeto, Bucamaranga,  a população é mesclada. 

A elite de Bogata é unica na América Espanhola, há algo similar nos “terratenientes” da Argentina, que são também uma elite tradicional e fechada com cerca de sessenta familias e que dominavam o campo argentino, já não tem mais esse monopolio.

Maria Angela Holguin não é a primeira Chanceler mulher da Colombia, um País onde as mulheres têm intensa vida politica. Também tiveram Ministra da Defesa mulher e boa participação feminina no Congresso.

No lado das FARC, é enorme o número de mulheres entre os guerrilheiros. Em termos de feminismo político, a Colombia é pioneira.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

43 Comentários

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  1. Antes que me corrijam,

    Antes que me corrijam, Barquisimeto é perto da Colombia mas é Venezuela e a cidasde colombiana que citei  é Bucaramanga e não como escrevi.

  2. “Com tanta riqueza a vista,

    “Com tanta riqueza a vista, os Reis de Espanha entregaram a administração do território a nobres amigos da corte, enquanto para a Venezuela mandavam degredados e prisioneiros que se mesclaram com os temíveis índios Caribe, da área em torno de Caracas, e todos se misturaram com negros da África”

    Se a Venezuela era um lugar assim tão miserável, quem comprava os – caríssimos – escravos africanos?

    1. O fato de não ter ouro e

      O fato de não ter ouro e pedras preciosas significa que era mais pobre que a Colombia mas sempre havia agircultura

      para alimentação e exportação, especialmente de açucar. Lembre-se que o Haiti e Cuba, mesmo clima que a Venezuela, foram nos seculos XVII e XVIII os maiores produtores de açucar do mundo. A Venezuela mudou completamente seu destino quando no governo ddo ditador Juan Vicente Gomez, “El Bragre”  na decada de 1920 se descobriu petroleo no Lago Maracaibo.

    1. E dai que esse fato explica

      E dai que esse fato explica boa parte da historia da Colombia, o 2º  PUB da America do Sul, à frente da Argentina, hoje

      um Pais fundamental do Continente e que os brasileiros conhecem pouco.

      1. Perdão Andre …

        Mas isso explica quase nada. Parece uma versão atualizada ( ou desatualizada) do fator racial como explicação para história.   Esse tipo de “ciência” esta em desuso há muito tempo. Existem outros  conceitos no campo da antropologia, da sociologia, etc, muito mais eficientes para explicar a trajetória histórica das sociedades. O fator racial é o fim da picada … Só serve mesmo como curiosodade.

        1. O foco não é fator racial e

          O foco não é fator racial e sim politico-social, uma elite pode ser branca e misturada, como é hoje a elite paulista

          ou a elite argentina de Buenos Aires, uma mescla de espanhois (galegos), italianos com um tempero inglês.

      2. Verdade. Mas é também um país

        Verdade. Mas é também um país com miséria e desigualdade assustadores. Nas duas áreas, seguramente piores do que o Brasil. 

        Na Argentina e, particularmente, em Buenos Aires, há uma comunidade imensa de colombianos emigrados, desde estudantes a garçons. São cada vez mais discriminados pela população local, que os associa ao crime e ao tráfico. 

        1. Voce tem razão, há muita

          Voce tem razão, há muita pobreza, dois grandes fatos historicos, o personagem Pablo Escobar e o Cartel de Medellin e as FARC e ELN, Bogata antes do Plano Colombia era perigosissima, hoje esta segura com o Exercito na rua, para entrar nos hoteis cada hospede é cheirado de alto a baixo por cães pastores a cada vez que entra, é patrulha do Exercito.

  3. Obrigado André, esta abordagem histórica explica muita coisa.

    Muitas pessoas procuram tratar a América Espanhola como tudo fosse a mesma coisa, esta abordgem histórica explica muito das idiossincrasias locais que não entendemos.

    Há um desprezo por grande parte de todos aqueles que comentam sobre nossos vizinhos as influências históricas da formação de um povo, esquecendo que estas peculiaridades tem para o bem e para o mal a capacidade de se perpetuar durante décadas, impedindo muitas vezes a mobilidade vertical e a própria evolução política do país.

    A chamada história da vida privada era desprezada pelos grandes escritores do assunto até pouco tempo, porém muito se explica através dos círculos de relacionamento.

    1. Todo conhecimento sobre a

      Todo conhecimento sobre a America Latina é importante para os brasileiros, que sabem MUITO POUCO da complexa Historia de nosso continente, suas riquissimas culturas, literatura, sistemas de vida.

      Mesmo da Argentina nossos vizinhos e com os quais temos mais relações, há grande desconhecimento da Historia argentina, com seus grandes Presidentes e caudilhos, a formação cultural de seu povo, que é COMPLETAMENTE diferente da formação cultural do povo brasileiro.

      1. Perfeito André, porém a história argentina escrita por …..

        Perfeito André, porém a história argentina escrita por alguns escritores famosos argentinos é um verdadeiro disparate, explico melhor.

        Ao ler um livro da história da Argentina vi claramente que seu autor, alguém famoso nos meios conservadores da história na Argentina há duas fases, uma primeira de descrição da história das províncias que principalmente serviam de acesso ao Perú e naquela época Buenos Aires simplesmente NÃO EXISTIA. De um momento a outro o autor citando o famoso movimento de resistência ao domínio inglês, onde uns duzentos terratenentes argentinos com milhares de índios ao seu lado, num ato heroico destes terratenentes expulam uma guarnição de meia dúzia de ingleses que a própria Inglaterra praticamente deixou por engano naquela região a história muda de rumo e começa a ser contada somente a História de Buenos Aires. Daí por diante o resto da Argentina desaparece da historiografia oficial, como se houvesse baixado ETs poderosos em Buenos Aires e nas províncias ficaram somente os “cabeças negras” que não mereciam nenhuma ênfase.

        Logo fica difícil o estudo da História da Argentina devido esta violenta distorção da historiografia oficial.

        1. Mas é esta complexidade unica

          Mas é esta complexidade unica da Historia Argentina que é fascinante, a provincia contra Buenos Aires,a historiografia argentina e vasta, Felix Luna e Atilio Boron tem obras sinteses sobre esse quadro impressionante, a propria existencia da Buenos Aires da belle epoque, uma Paris no Hemisferio Sul, é uma sub-historia das mais interessantes.

      2. todo….

        Caro sr. André, nosso desconhecimento é total sobre tudo. E nosso preconceito sobre nossos vizinhos é maior ainda. Seu nível cultural é muito superior ao nosso, e não falo somente de Argentina, Chile ou Uruguai. Mesmo Colombia, Peru ou Equador dá um passeio sobre o Brasil. Somente os “Prêmio Nobel” já mereciam que soubessemos muito mais dos nossos vizinhos. Nosso interesses politicos e econômicos então? Mas a insistência em semos limitados é algo incompreensível. Abs.   

        1. Está realmente falando sério

          Está realmente falando sério quando diz que Colômbia, Peru ou Equador têm um nível cultural superior ao brasileiro?

          Você por acaso conhece esses países? 

          Nem sei se a Argentina de hoje pode ser considerada assim. 

        1. A formação das ELITES não é

          A formação das ELITES não é Historia? Não é mesmo?  

          Estou surpreso, então porque estudar os Cesares romanos, eram a essencia da elite.

          1. Caro André

             Em meu comentário eu fui bastante claro e disse que as elites fazem parte da História e por vêzes de forma trágica e cruel. Mas a História com certeza não é a história das elites. Eu com certeza tenho uma visão diferente da sua sobre o que é um estudo histórico e advogo claramente que  a história de Roma esta longe de ser a historia dos Cesares.  Roma foi bem mais do que isto.  Mas fiquei curioso com sua frase, pois me pareceu contraditória, afinal  estudar a formação das classes sociais, inclusive das Elites ´e de fato diferente de estudar os Cesares Romanos.  

          2. Mas eu nunca diria que a

            Mas eu nunca diria que a Historia é SÓ a historia das eleites mas esta faz parte integral da Historia. Há muitas visões da Historia, uma das quais é a historia das elites, outras é dos grandes homens, na linha de Carlyle, outro é das artes, outra é da vida privada, na linha de Mary del Priore, há tambem a historia das massas, há varias visões, nenhuma é exclusiva.

      3. Me desculpem mas isto não é história

        Me desculpem mas isto não é história é apenas a arvore genealógica de  famílias que apesar dos séculos repetem os mesmos erros de seus antepassados. Continuam a gerir um país apenas para poucos. Bonita a chanceler, e sem dúvida elegante, o que cabe numa coluna social  e sem duvida deve ser mais competente que Serra, que despreza tanto a latino América..   A Colômbia  ainda é um país dividido e com uma parcela incrivel da população em condições muito ruins. A maior noticia talvez seja o fim da guerra civil.  Isto  não me faz menos admirador de vários Colombianos e do valor desta cultura e desta história. Mas insisto, isto que o que  foi mencionado   não é a historia, pois não  é o tradicionalismo nem a arvore genealógica que definem a história de um povo. Eles apenas fazem parte da história e muitas vêzes de forma tragíca  quando não cruel.

  4. André obrigado,sempre é bom

    André obrigado,sempre é bom ampliarmos nosso conhecimento sobre outros assuntos,

    sentí o artigo bastante leve e descontraído,tenho certeza q saiu NATURALMENTE de vc , vaaaleu !!!

  5. Acho que se o presidente da

    Acho que se o presidente da Colombia fosse o Uribe, Venezuela e Colômbia já estariam em guerra, ou teria feito uma.  Ainda bem que é Juan Manuel  Santos, pra sorte nossa e azar de Maduro [que está louco pra arranjar um inimigo externo pra desviar a atenção pro caos interno – e iniciar uma guerra com o vizinho é uma mão na luva pra isso]. 

    Infelizmente desconhecemos ( eu incluso -rs ) a história de nossos vizinhos. O que é mais um erro abissal do Brasil. 

  6. Linhagem

    Bem diferente de uma outra cidade da america do sul aonde um grupo de pesoas se autodenominou  ´´quatrocentoes´´ depois de um tal de acordo de Lorena tungar o dinheiro da uniao em favor dessas pessoas, criaram o mito de que eram eles que tocavam o pais porque produziam cafe com mao de obra dos escravos e depois semi escravizada dos imigrantes italianos e japoneses no começo do seculo XX, basta ter a curiosidade de procurar a relevancia de SP e constatar que era nenhuma pois a capitaniaa hereditaria foi em Sao Vicente e a cidade parece que so foi fundada porque foi rota de fuga dos jesuitas, que escalaram a serra do marr para escapar da inquisiçao dos Bandeirantes 

    1. Nada a ver. Os quatrocentões

      Nada a ver. Os quatrocentões foramum real grupo social importante por toda a Republica Velha e ainda permanece uma boa parte com forte coesão e poder politico, social e economico. Dou um xemplo: o maior banco privado do Pais, o Itau, é controlado por ultra quatrocentões. Depois de 1930 novas elites conomicas surgiram em São Paulo, com seus proprios grupos sociais, os libaneses, os italianos e os judeus, que são a base do poder economico da SP atual.

      1. Quero dizer que a oligarquia

        Quero dizer que a oligarquia paulista nasceu apos a Republica e desenvolveu se graças ap convenio de Taubate aonde o estado brasileiro era obrigado a comprar o produto mesmo sem ter a quem vender no mercado internacional ,isso quem acabou foi Vargas, mas isso é outra Historia portanto nao tem essa gente nao tem 400 anos , fonte ;

         http://www.unicamp.br/unicamp/ju/569/cafe-pequeno

        1. Os quatrocentões, como diz o

          Os quatrocentões, como diz o nome, são as familias do Seculo XVI que criaram a primeira fase de São Paulo como provincia, o epicentro foi Campinas e as familias foram as que assumiram um papel politico e social desde aquela epoca,

          foram muito importantes durante o Imperio com cerca de 80 titulos nobiliarquicos conferidos pelo Imperio, destacam-se os Barões de Campinas, de Piracicaba, de Lorena. de Limeira, de Ataliba Nogueira, o Visconde de Parnaiba, etc.

          Todos os governadores (Presidentes de Provincia) do Imperio e da Republica Velha eram quatrocentões, ja depois de 1930 tambem houve governadores desse grupo como Pedro de Camargo, Laudo de Camargo, Armando de Salles Oliveira,

          Paulo Egydio Martins, prefeitos de São Paulo Fabio da Silva Prado e Armando de Arruda Pereira.

          Nas artes e na cultura os quatrocentões foram fundamentais com a Semana de Arte Moderna (Olivia Penteado), Bienal de São Paulo (Yolanda Penteado) e agora o Museu de Arte Moderna-MAM (Milu Villela).

  7. Kkkk, o sósia do Konrad

    Kkkk, o sósia do Konrad Adenauer do blog, tadinho, sempre vai ter as recaídas de colunista social. André, essa ilusão de elites, de famílias especiais, de reis, rainhas e princesas, a gente deve arrancar de nosso intelecto como erva daninha. Eu penso que se há um motivo digno para termos sidos jogados nesse mundo, esse é exatamente um deles: lutar para que não haja pessoas “especiais”, para acabar a falácia de que alguns são mais, mais… Faça psicanálise, talvez ajude.

    1. Olha, acho-o meio empoado

      Olha, acho-o meio empoado mesmo; sua abordagem tem um ranço de antigo livro de história; porém a informação, resumidamente, é a descrição da sensação que tenho em relaçaõ a Colombia: governada por uma oligarquía estável e inamovível. Aqui pelo menos, com as sucessivas levas de imigrantes, temos tido maior miscigenação. Tenho um amigo que me diz que quando vai à Colombia, assistindo televisão, tem a sensação de viajar no tempo, para atrás.

      Por isso aprecio bastante os escritos do AA: tem informação e conteúdo.

  8. ?

    Gobineau?

    “ Mas se, em vez de se reproduzir entre si, a população brasileira estivesse em condições de subdividir ainda mais os elementos daninhos de sua atual constituição étnica, fortalecendo-se através de alianças de mais valor com as raças europeias, o movimento de destruição observado em suas fileiras se encerraria, dando lugar a uma ação contrária. ”

  9. Mas o Juan Manuel Santos é

    Mas o Juan Manuel Santos é nitidamente mestiço. Pode até ser descendente direto dos espanhóis, mas no meio do caminho houve miscigenação.

    1. https://en.wikipedia.org/wiki

      https://en.wikipedia.org/wiki/Juan_Manuel_Santos#/media/File:Juan_Manue_Santos_and_Lula.jpg

      Não tem nada de mestiço.`Santos é de uma das familias mais ricas da Colombia, dona do jornal EL TIEMPO, um dos principais do Pais. È oficial de Marinha, economista formado na Universidade de Kansas, pos graduado na London School of Economics e com mestrado em administração publica pela Universidade de Harvard,

       

        1. https://si.wsj.net/public/res

          https://si.wsj.net/public/resources/images/BN-KO818_SANTOS_J_20151001165342.jpg

          Nada a ver. Os indigenas andinos tem nariz adunco, como Vargas Llosa, e são mais altos, Santos tem nariz acharado, não é alto, parece um bávaro e não tem o tipico cabelo liso dos indigenas andinos. 

          Não se ve nele qualquer traço indigena, nem cor de pele, nem cor de olhos, nada. Mestiços indigenas são raros na Colombia, o padrão nas cidades costeiras é a mestiçagem com afro descendentes, na região andina é rara.

  10. Difícil  é compreender a

    Difícil  é compreender a Colômbia, sem  conhecer  o “bogotazo”, esse  movimento insureccional,que teve como  parcial testemunha ocular,,Gabriel  Garcia Marques.O  assassinato de Jorge Eliecer Gaitán, advogado e líder do Partido Liberal,era candidato à presidência da república e  provável vencedor. O s distúrbios com características de   uma guerra civil,deram inicio ao período conhecido como “La Violência” e se estendeu por  dez anos.

     

  11. Eu vou pelos resultados: São

    Eu vou pelos resultados: São todos países pobres, mesmo contando com vantagens especiaos como é o caso do Chile de Pinochet, e de tempos pra cá a Colômibia. Logo, o problema está nos “Males de Origem”, como bem apregoa meu conterrâneo Manuel Bomfim.

    As famílias até podem ser bem sucedidas; mas são estéreis, nada produzem de concreto para os respectivos países. Acabam como no Brasil: uma concorrência apenas pra ver quem tem mais, o que significa tetos muito baixos, porque basta “estar à frente”. Ainda sou mais o modelo inclusivo americano, que o herdou dos romanos e bem mais aprimorado, mesmo com todos os defeitos que não paro de criticar. E, para na América Latina esse modelo funcionar é preciso toda uma reengenharia educacional, desde a religião, às comunicações em geral e a instrução escolar, obviamente. Pode parecer besteira, mas Primeira Emenda à Constituição americana tem um peso absurdo nos destinos que o país tomou.

    Nosso sistema é feudal. Cerceante da criatividade, tosador da liberdade e do liberalismo econômico de fato, atrasado. Isso é tão flagrante no caso brasileiro que no único dos três centros iniciais de colonização onde a propriedade da terra só bem tarde tornou-se dentro do padrão brasileiro, foi justo aí onde mais a economia evoluiu.  A ganância por terras em São Paulo é tardia; e isso foi fundamental, ao contrário da Bahia, por exemplo, que em 1654  (Carta de sesmaria do Padre Antônio Pereira, Docs. Hists., BN-Rio, vol. 31, p.149), já se pleiteavam sesmarias que cobririam uma área de dois estados de Sergipe, chegando à margem sanfranciscana onde hoje se situa a Represa de Sobradinho. A dita terra depois foi dada ao consórcio formado por Bernardo Vieria Ravasco, irmão do Padre Vieira, e Antônio Guedes Brito (1663).

    Um caso muito interessante a ser estudado é a diferença entre as colônias alemãs do Espírito Santo e a de Santa Catarina. Logo, a questão não é de povos ou de cepas de nobreza; é de gerenciamento.

  12. A boa reputação de executivos colombianos

    A Colômbia tem uma ótima reputação como exportadores de executivos do setor privado, inclusive para o Brasil. Logo me vem a cabeça casos como de dois executivos que presidiram a General Motors do Brasil, em décadas recentes, assim como do primeiro presidente do Santander-Banespa. Existem, atualmente, muitos altos executivos de origem colombiana em  diversos setores aqui no Brasil, assim como a presença de jovens engenheiros lotados em polos tecnológicos de Campinas e de São José dos Campos. O Brasil tem sido, a despeito da crise, um país muito atrativo para a mão de obra especializada e altamente qualificada do nosso vizinho.

    Certa vez, pedi para uma colega colombiana uma razões para tal percepção. Disse-me que, a despeito de diferenças lingúisticas, os colombianos adaptam-se facilmente em função do feitio de MOBILIDADE a que, desde cedo, os jovens, aspirante à carreira no setor privado, são estimulados. Ademais, destacou-me um aspecto que não sabia: o alto nível de reputação de universidades colombianas (como, por exemplo, a Universidad Javeriana) nas grandes faculdades de pós-graduação americanas. 

    Fenômenos exacerbadamente aqui midiatizados como “Global President do BankBoston”, na Colômbia, é caso de mais um entre tantos.

  13. Certamente, os colombianos,

    Certamente, os colombianos, pela ótica   norte americana, são os  latinos mais confiáveis. Atualmente,  mais de uma base militar  ocupam o território colombiano.

    1. certamente….

      Mas não esqueçamos nunca, que a Colombia é uma base militar americana, de onde os EUA vigiam o seu “quintal”. E o outro grande país da América, continua deitado e dormindo em berço esplêndido, sem impor seus e os interesses de toda região. Coisas de “Anão Diplomático”. A partir da Colombia, os americanos puderam, gastando bilhões de dólares, financiar e armar exércitos, mercenários e paramilitares para combater as forças socialistas que exigiam mudanças na América Latina. Daí vieram também tantas facilidades oferecidas às elites colombianas. E vale lembrar que a Colombia tem uma história antiga, de ser manipulada pelos EUA, que “inventou” uma revolução para “inventar” a independência do Panamá, que deixou de ser colombiano e transformou-se em parte em território americano, para seus interesses economicos sobre o canal.   

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