A escolha pela flexibilização pode custar muito caro aos mineiros, por Cristiano Silveira

Não precisa ser cientista para perceber que alguma coisa está errada e que há grandes chances de Minas ter muito mais casos de Covid-19 do que o Estado consegue (ou permite) testar e notificar.

A escolha pela flexibilização pode custar muito caro aos mineiros

por Cristiano Silveira

Pesquisa divulgada essa semana pela Fiocruz mostra que os casos e mortes decorrentes da Covid-19 podem estar sendo amplamente subnotificados, já que o número de pacientes com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) – uma das consequências do coronavírus – aumentou exponencialmente.

Em Minas, até o dia 18 de abril, houve um aumento de 392% no número de casos em relação ao mesmo período de 2019. Já são 4.577 casos no Estado e 439 óbitos. Os números são absurdamente maiores do que os do ano passado.

Não precisa ser cientista para perceber que alguma coisa está errada e que há grandes chances de Minas ter muito mais casos de Covid-19 do que o Estado consegue (ou permite) testar e notificar.

É por isso que ficamos extremamente preocupados com a proposta de flexibilização do isolamento proposto por Zema nesse momento, sendo que o próprio governo aponta que ainda falta pelo menos um mês para chegarmos ao pico de contágio. O que acontece se até lá o volume de pessoas nas ruas for muito maior?

Sabemos que a flexibilização do isolamento deve ser debatida, e em algum momento terá que acontecer, mas não agora, quando não temos certeza da real situação da pandemia em Minas Gerais.

Zema prefere colocar em risco milhões de mineiros a apresentar uma política de apoio às micro e pequenas empresas. Ele sequer considerou a proposta que apresentamos para abertura de crédito extraordinário no BDMG. Sem apresentar alternativas que garantam a sobrevida desses empresários, transparência nos dados e a segurança da população, a escolha de Zema pode custar muito caro aos mineiros.

Cristiano Silveira – Deputado estadual e presidente do PT de Minas


FONTES (se quiserem linkar)

https://www.otempo.com.br/cidades/minas-tem-aumento-de-392-no-numero-de-casos-de-sindrome-respiratoria-em-2020-1.2327496

https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/noticia/2020/04/20/numero-de-mortes-por-sindrome-respiratoria-aguda-grave-aumenta-265percent-em-minas.ghtml

https://g1.globo.com/bemestar/coronavirus/noticia/2020/04/23/estudo-mostra-aumento-expressivo-de-internacoes-por-sindromes-respiratorias-e-indica-subnotificacao-da-covid-19.ghtml

Redação

3 Comentários

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  1. Lamentável a decisão de Zema de afrouxamento do isolamento. Todo o esforço da população de BH de manter isolamento horizontal seguindo a correta direção dada pelo prefeito Kalil pode ser perdido. A pressão obviamente recaira sobre a capital que é para onde os prefeitos tentarão recorrer na falta de leitos.

  2. Estamos errando constantemente na avaliação.
    Para essa gente a vida,não sendo a deles,não passa de um número.
    Tem os mesmos números que nós só que,na AVALIAÇÃO DELES , o percentual de mortos em relação ao total da população é ínfimo e,mesmo que aumente, ainda será pequeno.
    A questão central é essa. É como essa gente enxerga a população:como um número.
    Um número cuja única importância, ainda,é o voto.
    É por isso que é cada vez mais importante valorizar a vida é nominativa aqueles que a enxergam como um simples número.

  3. Betim também flexibilizou. Basicamente com este ato se colocam par a par com Bolsonaro. O risco de vermos uma tragédia aqui é considerável. No mais é orar para que o BBB, um atlético versus cruzeiro, uma narração de um Bueno, o novo affair homo ou hetero de algum famoso, continue nos anestesiando e sigamos felizes colocando a culpa na esquerda não ligando pro ‘pouco me importa’ dos políticos de direita com a população.

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