A Operação Skala é mais um marketing eleitoral do Golpe, por Alexandre Tambelli

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Foto: Mídia Ninja

 

Por Alexandre Tambelli

Comentário referente ao post “Xadrez do pós-Temer e as eleições, por Luis Nassif”

O Cientista Social Marcos Coimbra da Vox Populi fez uma colocação em artigo recente que a única vontade da direita que não cabe hoje é o cancelamento de uma Eleição, é fora de moda, e não cai bem no conceito popular, o que eu concordo.

Há diferentes razões para se tentar rifar, via Impeachment, o Temer agora, dentre elas, utilizar o cargo de Presidente (no caso do Rodrigo Maia), tendo ele a caneta na mão, para alguma jogada de marketing acenando “mudanças nos rumos da economia”, sem muda-las é claro, visando o resultado final de segundo turno. É uma tentativa desesperada do Golpe, que não viabiliza, ainda, candidatura capaz de enfrentar no voto Lula ou seu candidato ou, ainda, um candidato de oposição ao Golpe.

Sou realista. Temer tem 3% de aprovação e popularidade, mexer com ele agora é a coisa mais fácil do mundo, não significa que vão conseguir derrubá-lo, mas é fácil investir contra Temer e tentar ganhar o IBOPE de que dessa vez vai, que dessa vez ele cai colocando na berlinda alguns personagens; personagens que se sujeitam à tarefa: o Ministro Barroso, a PGR Rachel Dodge, alguns jornalistas da Globo e outros moralistas de plantão, todos como porta-vozes de uma outra narrativa, a “narrativa do Brasil passado a limpo”, até dando voz ao fabricado – sonhado candidato do Golpe.

Esta Operação Skala é um Processo que busca o controle e a centralidade da narrativa eleitoral, que se fixe a Eleição no tema surrado e inofensivo da Direita: o combate à corrupção. E escamoteie e rebaixe o essencial: o modelo econômico ultra neoliberal, o social relegado ao deus dará e torne a discussão do modelo de desenvolvimento que se deseja para o Brasil secundária até a abertura das urnas em segundo turno.

Não daria para se queimar o cartucho do Impeachment de Temer antes da hora, porque o ultra neoliberalismo precisou primeiro agir até o limite possível para depois se repaginar, e, agora, já pode. Já feita a maior parte das vontades dos Mercado, do Império Norte-Americano e dos ricaços brasileiros e estrangeiros vamos embelezar as eleições e vamos dar claridade ao processo eleitoral.

Antes, seria enganação dobrada. A Globo quis, mas recuou logo, percebendo que o Impeachment de Temer moveria as pedras para lugar incerto e se necessitaria de discussão dos rumos do Brasil antecipadamente, o que o Rodrigo Maia não faria.

Hoje, temos a equação seguinte:

Tudo o que puderem jogar no atraso, de Lula passando por Temer se precisar Alckmin, Dória, etc. jogarão e que venha a novidade, o futuro, a candidatura que nascerá à fórceps.

Imaginemos os holofotes midiáticos, os microfones e flashes da Globo & Cia. nas mãos de políticos e personagens de direita aliados do ultra neoliberalismo, concomitantemente ao período eleitoral, bradando pelo Fora Temer e gritando contra à corrupção e discursando como o “NOVO”, contra tudo que está e esteve ai, associando Temer com Dilma, PT, Lula; Aécio, Alckmin, Dória se precisarem, etc.

Lembremos.

O Sistema (os mentores do Golpe) está montado para permitir jogadas X e não jogadas W, Y e Z.

Mexer com Temer é permitido hoje. Mexer com uma candidatura fabricada pelo Sistema ou mais de uma que se apresente competitiva não pode.

Exemplificando.

Se descola da rabeira das pesquisas eleitorais um candidato do Sistema e surgir uma grande denúncia de corrupção contra ele não se poderá dar visibilidade, para quem sabe, o candidato vencer e manter tudo como está.

Contra Temer vale tudo, porque é necessário aos mentores e donos do Golpe se dissociarem de Temer & camarilha & Governo no período eleitoral mais do que tudo.

Serra em 2010 virou o Zé, amigo do Lula e seus 87% de aprovação. A direita eleitoral precisa no caso de Temer se fazer de inimiga dele, certo?

Agora dissociemos a ideia de que atacar o Temer é uma ação Ideológica, moral, é apenas uma situação prática e que pode dar 15 minutos de fama para o Ministro Barroso, mas nada acontecerá de radical com Temer & Cia., porque como lembra o título de um clássico do cinema: “Eu sei o que vocês fizeram no verão passado”.

Uma coisa para se notar é que dentro do Golpe há rachas grandes. O Ministro Barroso sonhou em ser um artista do Teatro Skala e já deixaram ele pianinho com a história documentada e registrada no D.O. do Estado de palestra de 46 mil reais para o TCE de Rondônia.

Um participante do Golpe não vai mais além do quarteirão seu, esta é a realidade.

A única coisa que é certo é que o Golpe das elites mundiais controla todos os seus súditos e comprados, eles todos obedecem ao centro do Sistema, não tenhamos dúvida disto, tem quem manda e quem obedece por fama e/ou dinheiro. Adentrou no Sistema, dele se torna refém, um passo em falso se destrói a vida particular e familiar do serviçal do Sistema, está tudo documentado em uma pasta virtual. O Sistema escolhe a dedo seus representantes, a ficha corrida e a propensão a não ter compaixão e recaídas humanitárias é o passaporte para seus candidatos e defensores, não tenho dúvidas disto.

Lembremos que para a Eleição estar discursando pelo Fora Temer é embaralhar o jogo eleitoral, também. Confundir o eleitor, como disse, todos queriam em 2010 se passar por amigos de Lula, perto da Eleição todos quererão se passar por inimigos de Temer.

Está se evidenciando que há um problema no Golpe, a sua popularidade não chega aos 5%, então, a sua margem de arbitrariedade é até um ponto determinado, não ultrapassa a chance de adiamento e cancelamento da Eleição. Os eleitores esperam o dia da Eleição para se manifestarem na direção de suas convicções particulares, este é um fato importante, e acredito que a confirmação do até um ponto determinado é que, até a radicalidade de extrema-direita tem seu candidato: Bolsonaro. 

Centremos na Eleição.

A direita política e os mentores do Golpe criaram quatro fatos pré-eleitorais neste tempo de agora, dois (1 e 2) já parecem ser fiascos:

1) A prisão de Lula (HC no Supremo, O Mecanismo, Moro no Roda Viva);

2) A Intervenção Militar, um fiasco, agora, sendo substituída pela

3) Narrativa do Impeachment de Temer e o descolamento da direita política eleitoral do Governo Temer, sem contar que esta nova narrativa desvia do assunto mais importante, os fascistas no Sul atacando à tiros a caravana de Lula.

4) Tentar roubar, com o assassinato de Marielle, as bandeiras identitárias do campo da esquerda política, buscando se afastar da extrema-direita religiosa e dos apoiadores de Bolsonaro;

E as esquerdas vão à-reboque desses fatos que visam a Eleição de outubro, mais do que tudo. Visam desviar do debate eleitoral essencial: socioeconômico e desenvolvimentista e adentar em narrativas que a direita controlando a Mídia e a Justiça desejam ver como o centro de uma campanha política para Presidente do Brasil. 

A Skala é o mais novo marketing eleitoral da direita. Outros virão.

E ficamos crentes que vai haver adiamento das eleições, como ficamos crentes que a Intervenção Militar no Rio de Janeiro seria uma ação a ser um ponto de partida para um Golpe com os militares no Poder.

Tudo visa encontrar um caminho para a viabilidade eleitoral de um candidato do Golpe. Se vai dar certo, é cedo para saber. 

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

10 Comentários

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  1. “Tudo visa
    “Tudo visa encontrar um caminho para a viabilidade eleitoral de um candidato do Golpe. Se vai dar certo, é cedo para saber.”

    A viabiliade do candidato do golpe consiste em exclusāo, por morte ou prisão, de Lula ….

    O Egito é aqui.

    Os donos do golpe, EUA no comando, estāo de olho no Egito. O Temer egipcio tem sido eleito com mais de 90 por cento dos votos, isso por causa:

    1- de prisāo ou assassinato de candidatos da oposiçāo, de forma que, sem opção, o eleitorado, mais da metade, não se anima em sair de casa para votar….

    2- o ditador Al Sissi teve como concorrente um militar desconhecido e parente dele Sissi…

    3- fraude …censura… perseguição a dissidentes: já são mais de 50 mil os presos políticos.

    Parece que o mercado não liga muito pra democracia, vidas humanas, direitos humanos de sirios, egipcios, libios e, pq não, de brasileiros…

    A primavera egipcia já se definiu: a nossa está quase…

  2. Eleições

    Uma coisa é haver setores golpistas sonhando com o adiamento das eleições; outra coisa é se vão conseguir, as candidaturas principais estão postas, há forças poderosas no interior do próprio sistema interessadas na realização da disputa eleitoral. 

    Dar como hipótese em vias de acontecer o cancelamento das próximas eleições cria uma expectativa derrotista que só ajuda e estimula os inimigos da democracia. É bom que se mostre a existência de setores interessados no retrocesso e no aprofundamento da repressão fascista, pois coloca as forças progressistas em estado de alerta e redobrados cuidados, mas essas análises que só mostram o lado ruim e colocam as forças populares como que em estado de paralisia e impotência, sem apontar alternativas de luta e resistência, geram o desânimo e a prostração, configurando a derrota como um inevitável desfecho.

  3. A Operação Skala manteve a
    A Operação Skala manteve a lógica da Lava Jato, quando sua narrativa está perdendo força, cria-se um grande espetáculo. A questão do HC do Lula interessava diretamente ao Temer e tudo indica que eese estava movendo os pauzinhos. Logo faz-se uma operação para pega-lo e mantê-lo calado. Isso acontece com qualquer um que tenta atrapalhar os planos da Lava Jato. Por isso, vários estão sucumbindo as inúmeras ilegalidades, já que o poder de chantagens é enorme.

  4. Alexandre, seu texto faz

    Alexandre, seu texto faz sentido para mim… Me peguei pensando em duas coisas: se eles não esperam, enquanto distraem o país cozinhando Temar em banho maria, deixando-o aniquilado até as eleições, um zumbi, que uma candidatura do tipo Luciano Huck ou Marina Silva decole, estando Lula inviabilizado, senão pela prisão, pelo TSE…..   Ou se a coisa é mais grosseira mesmo, levarem a sociedade a um novo estado de paroxismos e fúria, um ambiente de insegurança total, que a saída seja o militarismo…..  Porque adiar as eleições para colocar no poder Rodrigo Maia, não se sustenta!!!  A não ser que eles tenham uma ideia infinitamente mais maligna, do tipo CASSAR O PT, o partido, seu registro, baseados em um crime qualquer…..  Gilmar Mendes já insinuou isso no passado…..   Fica a impressão de que tudo está em aberto, mas tenho por mim que eles farão o que for necessário para que um candidato da esquerda não ganhe a eleição em hipótese alguma.

    Abraço!!!!

  5. Então, tá. 
    Tudo elencado

    Então, tá. 

    Tudo elencado pode acontecer, não acontecer, acontecer diferente.

    Mas, os atores (realmente atores) são os mesmos a desempenharem personagens que não tem a menor ideia do que seja uma Nação, um País, Um Estado. Se é que sabem realmente o que é.

    O único estado que entendem são os seus direitos de continuarem de qualquer maneira atores.

    Guardem esse e todos os textos e daqui a 833 anos os utilizem para falar da mesma coisa. O mundo terá andado e isso daqui estará aonde sempre esteve: PARADO NO TEMPO.

    Mas, ao pesquisarem quem são os atores da hora se confrontarão com a linha sucessória dos atuais atores.

     

     

  6. O enigma Cunha

    Acho que é apenas um desdobramento das disputas internas dos grupos que se uniram exclusivamente para dar o golpe, e daí em diante tentariam disputar o controle para finalizar o objetivo geral que era lucrativo para todos e que os uniu em primeiro lugar: destruir a(s) esquerda(s) e seu principal partido, o PT, e principalmente a adesão popular ao projeto de nação voltado ao desenvolvimento soberano com justiça social, distribuição de renda e acesso a direitos básicos da cidadania garantidos pela constituição de 1988. Não é de hoje que os rapineiros vêm improvisando e jogando o país de turbulência em turbulência para manter o sistema financeiro agiotário cada vez mais lucrativo, e o povo cada vez mais escravizado, chegando a casos explícitos de apologia à escravidão até em festa de adolescente sem-noção. O país está de pernas para o ar, e essa é uma tendência mundial. 

    Guardadas as diferenças e para fins de comparação macrohistórica, o que estão fazendo com o ilegítimo fizeram com Collor, mas Itamar era melhor político que o usurpador e permitiu que o poder fosse transferido suavemente ao psdb; para evitar, de novo, depois de sabotar a primeira eleição direta pós-regime militar, que a esquerda chegasse ao poder – por saber que se chegasse, não sairia? -,  e por não terem candidato alternativo, o que eles nunca têm, apelaram para a compra da emenda da reeleição; quando não foi mais possível desviar o caminho natural da democracia, pressionaram o PT a conciliar com o mercado para evitar que o país fosse sabotado de fora para dentro; em 14 anos não foram capazes de produzir candidato, projeto de país ou de governo, nada que servisse ao país. E apelam para o que aparecer que mantenha a “ameaça comunista, petista, esquerdista, ou antimercadista” à distância. 

    A mentalidade e os interesses que levaram o país ao regime militar, que foi prolongado continuamente para evitar a “ameaça comunista”, não foram dissipados pós-1985, em que o regime ruiu exatamente por falta de alternativas conservadoras para manter o projeto de subalternidade nacional, e internamente, subserviência popular. As forças democráticas e conservadoras vêm  se digladiando da mesma maneira, quase repetindo estratégias e personagens, há mais de meio século, e a cada intervalo de democracia, o autoritarismo atávico das elites nacionais que servem aos colonizadores de sempre voltam como abutres dos erros, reais ou inventados, do período democrático e com factóides ideológicos, seja a corrupção ou a “ameaça comunista”, que se revezam no imaginário do medo criado pelos vilões desta farsa cansativa. 

    Até agora se discutiu pouco uma questão que me intriga: a prisão de Eduardo Cunha, para mim claramente para atender a Globélica, e ambos, em momentos e por motivos diferentes, tentaram chantagear (Cunha) ou derrubar (Globélica) o ilegítimo. Nada diferente do que se ouve falar de disputa de facções criminosas ilegais, sua versão pobre e sem aplomb. 

    Cunha foi encarcerado por ser um empecilho para os planos da Globélica de controle e para a camarilha, por sua ambição excessiva e insaciável. Não por acaso o juiz de sótão o repreendeu em público alegando exatamente  tentativa de chantagear o presidente! E a delação tão ameaçada nunca saiu. Por que? Acho que o ilegítimo ficou dividido entre o grupo que está com a Globélica (mercado, corporações internacionais, agências americanas, parte das forças armadas) e o Cunha e seu grupo do baixo clero e da política miúda e fisiológica nacional. A prova pode ser a ameaça do ministro de Cunha, Marun, ao ministro do STF e da Globélica.

    Pouco se fala que o plano inicial era que o ilegítimo pavimentasse o caminho para alguém do psdb e por esse motivo foi tolerado pela Globélica. Ainda sabemos muito pouco sobre o caso da JBS que deu um cavalo de pau nos projetos do golpe, e, a despeito da Globélica, rifou o Ilegítimo mas levou junto o psdb do aecipó, o herdeiro natural da intenção inicial dos golpistas, usurpador que só se segurou graças à influência de Cunha no congresso e aecipó, no judiciário. 

    Acho que os motivos dessa operação, assim como a do escândalo do açougueiro da JBS, são jogadas menores para se livrar da banca nacional do golpe e entregar de vez o controle para grupos mais alinhados, e próximos,  aos interesses internacionais. Escrevendo, lembrei daquelas conversas vazadas entre o serra e uma funcionária de petroleira ainda em 2010, salvo engano, falando dos planos para sabotar o PT e controlar o pré-sal. Os big bosses do golpe são estrangeiros ou atendem a seus interesses, especialmente no mercado do petróleo, e com seus emissários queimados na opinião pública, até a Globélica, estão dando um recado ao ilegítimo para não se assanhar de movimentar a máquina eleitoral e governista a seu favor porque quem manda no golpe são eles. Cunha é a grande incógnita que pode entrar em jogo logo, logo. Não fez o que fez para mofar na cadeia. 

    Para a banca internacional do golpe, fraudar eleições não é problema, portanto, não precisam de candidato viável, só de um fantoche a seu serviço – e por que o ilegítimo pensaria em tentar a eleição com impopularidade quase unânime se não fosse essa possibilidade, e considerando as notícias de fragilidade das urnas eletrônicas e do sistema de votação? -, o que a Globélica pode improvisar; provocar uma guerra civil para justificar a tomada de poder pelos militares é o caminho mais fácil, e já há sinais de que hipótese não está fora de cogitação e sendo testada publicamente – o noblat insinuando adiamento de eleições por falta de clima, o painel do panfleto da massa cheirosa de SP saudando os militares de 1964 sem nenhum disfarce e com muito ufanismo, em plena semana da paixão de Cristo sem nenhum respeito pela memória dos assassinados pelo regime, incluindo muitos jornalistas. Quem ainda aceita trabalhar nesse panfleto sem reagir são verdadeiros escribas a serviço de Caifás. Não contem com a amnésia histórica dessa vez. 

    Importante também aguardar o próximo embate entre Barroso e Gilmar Mendes, que não vai aceitar ser preterido politicamente, depois de tanto esforço, por um almofadinha que chegou agora nessa história de STF como braço auxiliar da desestabilização política nacional. 

    Há muitos personagens que devemos estar atentos porque cada um representa um grupo de poder e de interesses em disputa surda que tende a se tornar mais transparente conforme se aproxima o calendário eleitoral. 

     

    Sampa/SP, 31/03/2018 – 19:15 (alterado às 19:19 e 19:28).

    1. Excelente!

      Comentário lucidíssimo da Cristiane, que deveria ser colunista permanente do GGN. Só uma dúvida, será que Cunha está preso de fato?

  7. Barroso é o principal

    Barroso é o principal articulista do golpe (e da lava jato) no STF. É o homem da Globo também. Carmem Lúcia é figura periférica, embora a serviço da Globo, também. Gilmar Mendes, embora esteja a serviço da Globo, também, tem compromissos com figuras que o golpe (CIA + Globo + lava jato + grupos de rapina internacionais e associados locais) precisa descartar como: Temer, Aécio, entre outros. Isso coloca Gilmar Mendes em confronto com Barroso e taticamente acaba beneficiando a defesa de garantias constitucionais, como o direito de não ser preso antes do julgamento transitado em julgado. É um jogo pesado, entre bandidos, onde o povo brasileiro aparece apenas como figurantes. Como de praxe, aliás, nessa republiqueta que permitimos que costurassem em nosso nome. Contra nós.

    Temer é cachorro morto, que precisa sangrar até os últimos dias do seu desgoverno. Retirá-lo agora, como querem os atores centrais do golpe, é a oportunidade de criar falsas esperanças mudando apenas o golpista de plantão. Sai Temer, entra Rodrigo Botafogo Maia para concluir a obra do mal, inclusive com grandes chances de adiar as eleições de 2018. Ao invés de exigir “Fora Temer”, agora, seria melhor exigir a antecipação das eleições diretas, com a presença de LULA como candidato.

    As forças armadas não devem ser provocadas em vão. Mas, não dá para contar com elas. Historicamente ficaram ao lado dos de cima. E agora mesmo, assistiram sem qualquer manifestação contrária ao desmonte do Brasil enquanto nação, tudo porque não gostavam da Dilma e do PT. O oficialato das Forças Armadas é de direita, é golpista, é comprometido com as elites dominantes. É o primo pobre do judiciário brasileiro, também de direita e golpista, com a diferença que hoje tem mais poderes e mais privilégios que aquele.

    Infelizmente, a institucionalidade brasileira – STF (e judiciário e MP), PF, parlamento, Forças Armadas, etc. – no seu topo, está na maioria cooptada pelo golpe (CIA + Globo + lava jato + grupos de rapina internacionais e associados locais). Para “estancar essa sangria, com STF, com tudo”, existe duas possibilidades, assim mesmo remotas: 1) o caminho mais curto, com a eleição de Lula para presidente, que usaria a caneta presidencial e a habilidade que tem para desfazer os nós cegos da “Mecânica” do golpe; 2) uma revolução social, com os de baixo assumindo o protagonismo e passando por cima de tudo. Infelizmente, este segundo cenário não está no horizonte do atual momento brasileiro. Lula, com o apoio dos de baixo e a habilidosa e nem sempre politicamente correta mas necessária costura entre os de cima, é o que poderá conduzir à derrota do Golpe de 2016. Para o bem geral do povo brasileiro. Antes que sejamos destruídos, como fizeram com Iraque, Síria, Líbia, Egito, entre outros.

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