A opinião de Paes de Barros sobre Dilma

Ricardo Paes de Barros tornou-se o maior especialista brasileiro em políticas sociais bem antes do governo Lula. Economista do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) era o principal nome do “focalismo”, uma linha que pretende estudar estatisticamente a miséria, a fim de focalizar os esforços nos segmentos mais vulneráveis.

Não era poupado pelos chamados desenvolvimentistas que julgavam que os “focalistas” ou estigmatizariam grupos, ao segregar os pobres entre os pobres, ou impediriam as políticas sociais universalistas.

Com a falta de vontade do governo FHC em implementar políticas sociais abrangentes, coube a Paes de Barros exercitar seu conhecimento em consultoria para pequenos países da América Central.

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Quando assumiu o Bolsa Família, Patrus Ananias nem quis saber dessas quizílias acadêmicas. Convocou Paes de Barros para se juntar ao grupo. Nasceu dessa junção um programa que se tornou referência mundial.

Paes de Barros continuou sendo um ícone do liberalismo. A ponto do Insper tirá-lo do serviço público e contratá-lo para ser seu professor.

Ontem, Paes de Barros foi o entrevistado do Brasilianas, o programa que apresento na TV Brasil. Explicou o Bolsa Família, discorreu sobre questões sociais, enfatizou os princípios básicos de uma democracia social, de permitir a todos igualdade no começo da partida, acesso às mesmas escolas e universidades, os pobres não pagando e os ricos pagando.

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Até que a conversa transbordou para o governo Dilma Rousseff.

Indaguei do Brasil Sem Miséria, o programa destinado a se transformar na vitrine social de Dilma. Na opinião de Paes de Barros trata-se de um dos mais avançados programas sociais já implementados.

O programa visou alcançar os bolsões de miséria, localizados nos cafundós do país, da Amazônia aos pampas. Localizados esses grupos recebem o Bolsa Família como ponto de partida. Mais que isso, montou-se uma comissão interministerial destinada a prover os desassistidos do Brasil sem Miséria de todos os instrumentos de cidadania, dos documentos a cursos profissionalizantes.

Sobre esses grupos atua o Ministério da Educação com o Pronatec, o do Desenvolvimento Social com o financiamento à agricultura familiar, a Embrapa ajudando no treinamento agrícola, o Banco do Brasil entrando com o Pronaf (Programa de Financiamento da Agricultura Familiar), a Agricultura adquirindo a produção para merenda escolar, o de Minas e Energia garantindo Luz Para Todos..

É um desenho inédito que teve a inspiração e o comando de Dilma Rousseff, ancorada em políticas sociais desenvolvidas no período Lula.

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Seu depoimento é relevante para colocar alguns pingos nos iis.

O início do primeiro governo Dilma foi exemplar, passando a sensação de que Lula havia acertado na escolha. Houve programas bem desenhados e tocados, como o próprio Brasil sem Miséria, o Fies, de financiamento escolar, o Ciência Sem Fronteira, os programas de Ciências e Tecnologia, como a Embrapii.

Havia foco e ousadia.

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A perda de rumo ocorreu depois, quando a crise internacional passou a derrubar a atividade econômica e Dilma foi na conversa de Alexandre Tombini, o presidente do Banco Central, de que era imprescindível elevar os juros devido à iminente elevação dos juros norte-americanos, um cenário que até hoje não se concretizou.

Foi como uma onda que balança o navio e deixa o comandante atordoado. Quando sinalizou a elevação de juros, interrompeu abruptamente toda a reciclagem da poupança que começava a se direcionar para investimentos de longo prazo. Houve um refluxo da atividade interna levando a presidente à sucessão de medidas desastrosas que acabaram explodindo em 2015.

Que não se generalize, portanto. Os dois primeiros anos mostraram uma Dilma que poderia ter acontecido.

Luis Nassif

62 Comentários

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  1. Os momentos do governo Dilma

    O primeiro governo Dilma parecia que levaria o Brasil para outro patamar politico. Mas além das pressões econômicas, a presidencia foi perdendo velocidade na avalanche que foi a operação Lava Jato e seu uso instrumentalizado pela oposição macunaimica de Aécio e da imprensa.

    Ha dois momentos bem visiveis do governo Dilma, mesmo três. O primeiro ano, entre anuncios de programas sociais e as defenestrações de ministros. Os dois anos seguintes de uma liderança mais firme e a preparação para a Copa, com concessões para portos e aerportos, ete. E enfim os dois ultimos anos, nos quais o ativismo judiciario e a crise politica criada pelo PSDB e fomentada no seio do governo pelo PMDB (a traição de Temer começa bem mais cedo), levaram o governo a essa sensação de paralisação.

    Agora teremos o ano do impeachment e a tentativa sob todas as formas de tirar a presidente do poder. Apesar do banho frio do STF, eles não desistirão. Ou pelo menos de arrastar o governo a uma paralisação politica-econômica o mais longe possivel.

  2. Trocando em miúdos

    O governo Dilma foi para o ralo quando começou a aumentar os juros e provavelmente vai terminar o governo mais impopular do que o fhc. O pior de tudo isso é: ganhe quem ganhar as eleições presidenciais, governo ou oposição, os juros no brasil sempre serão pornográfios. No último boletin focus do banco central já mostrou ao mercado que vai elevar os juros. Então, como o comércio, a indústria, os setores produtivos irão confiar num governo que simplesmente os traiu no meio do caminho na maior cara dura? Sem chances. Votei nela. Se a eleição fosse hoje, votaria nela sim, não porque gosto dela, mas por pura falta de opção, pois sei que se a turma dos tucanos  voltam para a esplanada, a coisa seria bem pior. Muito pior. Agora, se o pt quiser alguma coisa ainda com as próximas eleições, ou começa ontem ou não vai sequer chegar em terceiro lugar. O povo não esquece traição tão facilmente, e pode ter certeza, a campanha presidencial do psdb já está pronta. Vai mostrar todas as falas da Dilma dizendo que não haveria aumento de impostos, aumento da inflação, aumento de juros, aumento de tarifas públicas, arrocho salarial  e etc.E mais, vai mostrar ela acusando todos os outros candidatos que caso algum deles ganhassem, eles é que fariam isso: ou seja, vai quebrar o pt no meio. O pt vai argumentar o que? que é intriga da oposição? midia golpista? que não sabia? Esses três anos vão demorar muito a passar

  3. Bacana Nassif
    Só faltou o senhor incluir Junho de 2013 nessa perda de rumo. Dilma estava enfrentando a banca nacional/Internacional, e de repente, num surto psicótico coletivo, o Brasil quase virá a Ucrânia.

  4. O grande mistério dos juros

    Para mim, esse é o grande mistério do governo Dilma. Pensei que iríamos vencer essa negociata indecente dos juros brasileiros e de repente virou. Acho que a ameaça dos juros americanos explica em parte, mas parece-me pouco para bancar a reviravolta.

  5. Um dos erros de Dilma foi o desenvolvimentismo

    As políticas sociais e a postura do PT com relação aos direitos civis não precisam de retoques, são excelentes. Já em termos de economia e administração pública o PT é arcaico (isso sem querer entrar na questão acerca da inépcia da presidente na articulação política). No mais, a questão dos juros é complicada. Passamos mais de uma década fomentando o consumo sem que o governo se preocupasse em dar condições de produtividade à economia. Ao invés de realizar reformas na burocracia, a tributária, etc., o governo foi pelo caminho fácil de privilégios e subsídios aos amigos do rei. Resultado, alta demanda e oferta pouco produtiva? Inflação. Não é questão apenas dos juros dos EUA. Por isso uma pergunta ao Nassif, que é crucial para o nosso momento: uma vez que o governo foi relapso para fomentar o ganho de produtividade e competitividade da economia brasileira – algo que amorteceria a inflação galopante em que estamos – que fazer para conter a inflação? Como o governo gasta mais na própria máquina que em investimentos, devido a sua completa aversão a reformas, qual outra ferramenta temos senão os juros? Voltar à hiper inflação da década de 80 não pode ser uma opção, óbvio…

  6. Dúvidas

    Eu também tenho dúvidas se toda a culpa deve recair sobre Dilma. O Estado, e as ações de governo, não ficam soltas no ar. Se a elevação dos juros nos EUA era mais especulação do que realidade, como de fato se comprovou, havia meios de voltar atrás. A perda de rumo tem certamente alguma a ver com as mudanças estruturais pelas quais passou a economia do país nos últimos anos, notadamente a afirmação de uma forma rentista de acumulação, consagrada pela dobradinha juros estratosféricos/câmbio valorizado. Isso abateu as taxas de lucro no setor produtivo e, por extenção, o chamado “espírito animal” dos empresários. Eis porque a militância desse setor contra os aumentos reais dos salários do operariado a certa altura tornou-se muito mais importante do que a crítica aos desvios rentistas da política econômica (cujas origens remonta ao Palno Real, sabemos). A gota d’água parece ter sido a retirada de apoio ao projeto de modernização das infra-estruturas de Dilma, que vinha acompanhado com a (justa, diga-se) pretensão de regular as taxas de lucros dos investimentos no setor. Resumo da opera: no lugar de buscar culpados, o melhor a fazer seria tatear as causas objetivas, de fundo, dos problemas que nos cercam. 

  7. O Lula manteve as taxas de
    O Lula manteve as taxas de juros altissimas durante a melhor fase dos últimos 40 anos para sua redução.

    O finado Alencar cansou de gritar sobre isto.

    O ex-presidente ria, brincava e a blogosfera ufanista – você inclusive – escrevia um texto criticando ao passo que publicava 10 deslumbrados.

    Enfim, o que seria do Lula se assumisse no lugar da Dilma?

    Tão ruim quanto ou pior.

    1. Critica que todos fazem é fácil. Falta fim e alternativa

       

      Chico O Cavalo Manso (quarta-feira, 30/12/2015 às 10:09),

      Um texto assim como o seu pode ser escrito por uma criança, por um mortal comum ou por um gênio. Independentemente de quem o escreveu, o texto fica vazio se não deixa transparecer a intenção e a finalidade de tal modo a que se possa depreender o interesse que o autor do texto representa, e quando o texto é crítico de uma determinada realidade ou situação, é preciso que o texto apresente a alternativa que o seu autor defende.

      Clever Mendes de Oliveira

      BH, 04/01/2016

  8. Acabaram explodindo em 2015
    Acabaram explodindo em 2015 pq a presidente, muito esperta, segurou preços, gastou muito e desonerou muito em 2013, em 2014 deu uma pedalada gigantesca pra ganhar a eleição. E em 2015 tentou sanar as manobras da gestão passada.

    1. O economista!

      Acho que o ‘fabio da silva2’ deve dar umas aulas ao entrevistado! Afinal o ‘fabio da silva2’ é um renomado economista do…, da…! O fabio de onde tu és mesmo?!

      1. Amigo Zenio

        Caro amigo Zenio, me diga por favor onde Fabio errou em seu comentário? os preços não foram seguros por muito tempo? Não houve aumento do gasto público? Segundo Ministro Jaques Wagner foram as maiores pedaladas já feitas em questão de valores…leia antes.

  9. Falta de Patriotismo e Vergonha

    O que falta para os governantes Brasileiros e Falta de Patriotismo e vergonha, Os programas sociais são uma necessidade de urgência momentânea e não servir para sempre, o cidadãao tem que saber que vai usar por um período. E os governantes tem que ter uma política de fiscalização para somente os necessitados usarem e não os afilhados de políticos se beneficiarem tanto monetáriamente como politicamente. A crise no Brasil começou quando o Ministro Mantega mentia ao dizer que a inflação estava sob controle, que o PIB do Brasil ia crescer 3%, que o  desemprego ia ser 0%, que a Petrobrás ia financiar os estados, que tinha dinheiro para educação, saúde e segurança. Se o Brasil fosse um PAÍS honesto o ex-Ministro Mantega ia ser processado por enganar o POVO ou Ele ia dizer quem o mandou mentir.

  10. Virtude apenas é insuficiente

    Virtude apenas é insuficiente para governar; sozinhas, as leis não se põem em prática.

    Mencius – filósofo chinês

    Pois é.Só que se ela não cumprir o dever de exercer o Poder Executivo esse projeto de inclusão social e combate a pobreza não terá continuidade. A presidente tem que enfrentar e combater os excessos da república do paraná, que atrelado a grande imprensa, só criminaliza um grupo político.

    Para se preservar, o governo da presidente Dilma tem permitido que a Policia Federal se transforme em polícia política que acusa, prende e criminaliza pessoas inocentes e protege corruptos.  

     

  11. “Que não se generalize,

    “Que não se generalize, portanto. Os dois primeiros anos mostraram uma Dilma que poderia ter acontecido.”

    Acho que não resta dúvidas de que o rentismo derrotou o governo Dilma. Lamentável.

    Me lembro de ter comentado aqui mesmo neste blog, logo após o primeiro aumento da  selic promovido pelo Tombini(nome adequado para quem derrubou o Brasil) que se eu fosse a Dilma o demitiria sumariamente e MANDARIA voltar a selic para onde estava.

    Infelizmente ela não fez isto porque o Banco Central é independente. Assim como o controle remoto.

  12. Sei…!!!

    O resto deixo nas entrelinhas… como gostam de requentar e recontar a história das políticas públicas…!!! Paes de Barros é somente um pesquisador, não tem nenhuma experiência como gestor!!! Não acompanhou como eu a formulação, implantação e gestão das políticas públicas sociais desde a Constituinte.

    Quando ainda trabalhava na liderança do Senado, requisitada ao Ministério do Planejamento, recebi de Marcelo Néri (FGV-RJ, antes IPEA-RJ) em primeira mão, em 2005, as tabelas e os gráficos do impacto histórico do Programa Bolsa Família sobre a redução das desigualdade sociais no Brasil, consultei alguns pesquisadores, entre eles Paes de Barros, para confirmar se os resultados tinham consistência: e ele procurou analisar e confirmou. Depois em 2006 e 2007 fui caluniada e não recebi solidariedade pública nem de Patrus Ananias, Marcelo Néri ou Paes de Barros (Insper – Marcos Lisboa, antes IPEA-RJ) que vieram a ocupar cargos e funções na administração pública enquanto eu tive que pedir licença do Ministério do Planejamento diante da voragem da disputa política e de mídia, sem fonte de renda, e tendo que pagar a contribuição à seguridade social do servidor público para completar meu tempo de contribuição e vir a me aposentar. Lembro-me que em conversa com Marcelo Néri ele comentou que o Patrus Ananias havia mudado de concepção sobre o Bolsa Família. Isso se deveu depois de um diagnóstico que fiz do Ministério do Desenvolvimento Social, a pedido de Patrus Ananias, ainda em 2004, em conversa com todos os Secretários para depois apresentar ao Ministro Patrus o resultado do diagnóstico e discorrer sobre as estratégias que deveriam ser adotadas para a implantação bem sucedida do Bolsa Família, dentro de uma concepção universalista e não focalista. Eu me pergunto: por que é o Paes de Barros e não eu que sou entrevistada por Luís Nassif?

    Meu currículo está à disposição dos senhores. Até mesmo Reinaldo Azevedo o publicou, o que me custou uma visibilidade invertida. Ainda não tive nem da parte do governo e nem mesmo desse jornal a recuperação de minha imagem profissional. Há algum equívoco, não lhes parece?

     

    1. Prezada Ivanisa.
      Não se

      Prezada Ivanisa.

      Não se engane. A turma do PT é exatamente assim. Todos os méritos são pra eles, equanto todos os desmerecimentos são para os outros.

  13. Programas Sociais

    Enquanto cidadãos, não vejo outro sentido prático na vida senão nos engajarmos nesses programas sociais e tentarmos ajudar a tornar alguém quem ninguém é.

    Se formos uma humanidade. 

  14. IMPOSSIVEL

    EM NENHUM PAIS DO MUNDO ESSE SISTEMA SOCIAL DA CERTO. POPULAÇÃO ATIVA SUSTENTAR A POPULAÇÃO PASSIVA POR MUITOS ANOS. BOLSA FAMILIA É O MELHOR PROGRAMA DE ATO IMEDIATO MAS ELE NÃO PODE SER PERMANENTE. A NECESSIDADE DE TIRAR E NÃO VICIAR A POPULAÇÃO CARENTE. NESSE RITIMO OS DA CLASSE C /D

    VAI VOLTAR A TER DIFICULDADES EM QUANTO OS RICOS SEMPRE VÃO SER RICOS. POIS SÁO AS CLASSES MEDIAS QUE ESTAÕ SUSTENTANDO O BOLSA FAMILIA. MAS COMO VIMOS E ESTA ACONTECENDO, RECURSOS ESTÃO SENDO TIRADOS DE COISAS IMPORTANTES COMO SAUDE E EDUCAÇÃO QUE ATINGE DIRETAMENTE A CLASSE MEDIA. E O BOLSA FAMILIA TA LA SEM MECHER E SEM DAR FUTURO NENHUM PRA QUEM O RECEBE.

    1. Excelente comentário

      Excelente comentário e muito lúcido. No papel funciona perfeito, porém lhe digo na prática, na zona rural do norte de Minas, um exército de pessoas que não quer trabalhar, bares lotados nas segundas feiras e áreas rurais e até assentamentos abandonados, pois trabalhando de sol a sol ganha-se  salário mínimo, ficando em casa a mesma coisa. Deveria ser um pontapé inicial, junto com uma qualificação e requalificação obrigatória, acesso a terra, acesso ao emprego, incentivos e por tempo limitado, dando assim inserção a mais famílias e finalmente crescimento de renda. Foi importante para dar impulso, porém uma hora a fonte seca, as pedaladas estão ai para provar que junto com previdência são recursos altíssimos e só tendem a aumentar, pois basta verificar ao londo destes mais de 10 anos quantas famílias foram inseridas e quantas deixaram de receber o benefício e destas, como anda a parte do desempenho na área de educação e acesso a universidades. Como eu disse, faltou mais profundidade na postagem de Nassif e existem vários dados ocultos como os que eu citei a pouco.

      1. vai tentar…………

        vai tentar viver, e trabalhar na zona rural do norte de Minas Gerais……….

        se conseguir trabalho vai ser nas carvoarias…………

        faça um estágio de um ano lá.

        depois volta pra comentar aqui.

    2. Bolsa Família

      Pode ser que eu seja um simplísta … mas na minha opinião o Bolsa Família funciona também como uma espécie de Bolsa Saúde. Explico: se o pobre não tinha como comprar um mínimo de alimentos e nem tinha recursos para higiene, a saúde seria abalada, como abalada estava. Lembra das crianças barrigudinhas que apareciam em fotografias de nossa mídia? Pois é, com o Bolsa Familia, essa gente toda passa a ter algum recurso para melhorar a alimentaçào e praticar o báxsco em higiêne. Tudo isso melhora a saúde deste segmento populacional … ou estou enganado?

      Claro que um Bolsa Família, com essa amplitude não deveria ser um programa permanente. E me parece que não tem essa pretenção, pois pela exigência de colocar e manter os filhos nas escolas, estes geram condições para que a família saia do Programa. Parece que isso tem acontecido, mas não é noticiado.

      Parabens ao Paes de Barros pela cooautoria na formulação deste programa. Eu não sabia da participação dele.

  15. Reservas Cambiais, e os juros da Selic

    Um dos principais erros do Banco Central do Brasil foi vender swaps cambiais, sem vender parte dos dólares das Reservas Cambiais no mercado, este erro permitiu aos especuladores comprar swaps cambiais e ao mesmo tempo comprar dólares no mercado à vista para puxar a taxa de câmbio e ganhar nos contratos de swaps cambiais.

    O Banco Central vem atuando como se o Brasil não tivesse Reservas Cambiais de quase US$ 400 bilhões, apenas quando o dólar bateu em R$4,25, ele passou a vender dólar com compromisso de recompra para financiar exportadores, o que é muito pouco diante da mudança na política monetária americana.

    Com a mudança na política monetária americana e a perspectiva de aumentos dos juros americanos, os exportadores passaram a reter ao máximos os dólares, importadores a antecipar ao máximo as compras de dólares para quitar as importações, as instituições financeiras a diminuir as operações de empréstimos em dólares e a quitar antecipadamente parte dos empréstimos já obtidos.

    Ao sinalizar que não venderia os dólares das Reservas Cambiais o Banco Central do Brasil deixou o caminho livre para os especuladores atuarem no mercado de câmbio, o que foi contido apenas no final de 2105 quando o presidente do Banco Central em 24 de setembro de 2015, na divulgação do Relatório de Inflação, afirmou“Todos os instrumentos estão no raio de ação do Banco Central caso seja necessário”.

    O atual patamar das Reservas Cambiais são o grande diferencial em relação as crises de liquidez do mercado internacional ocorridas no passado, mas precisam ser colocadas em disposição para qualquer eventualidades, caso contrário os especuladores vão atuar livremente.

    Estamos encerrando com uma taxa câmbio ao redor de R$ 3,80, e para manter a inflação dentro da meta estipulada pelo CMN, precisamos impedir uma correção da taxa de acima acima dos 10%, ou seja vender dólares das Reservas Cambias no mercado à vista sempre que o dólar passar de R$4,20.

    Mais importante do que impedir novas altas exageradas do dólar, é impedir que o dólar volte a cair de forma acentuada, por meio de compra de dólares para aumentar novamente as Reservas Cambiais, caso seja necessário.

     

    1. Texto bom que talvez tenha sido transformado em post

       

      Roberto São Paulo-SP 2015 (quarta-feira, 30/12/2015 às 12:14),

      Este texto seu é muito bom. Vou fazer uma pesquisa para ver se ele não foi transformado em post e caso tenha sido volto aqui para deixar o link. E a qualidade do seu comentário surpreende ainda mais quando se considera que ele foi o primeiro deste post “A opinião de Paes de Barros sobre Dilma” de quarta-feira, 30/12/2015 às 06:52 (Depois o horário foi atualizado para 19:31) de autoria de Luis Nassif e postado aqui no blog dele.

      Eu particularmente elogio um comentário quando ele diz algo com que eu concordo. Você estabelece uma meta para o câmbio que me parece bem razoável de ser perseguida quando diz no final do seu comentário o seguinte [Na sua frase o termo “acima” aparece repetido. Parece que o primeiro acima era para ser câmbio” e assim eu corrigi na frase transcrita a seguir]:

      “Estamos encerrando com uma taxa câmbio ao redor de R$ 3,80, e para manter a inflação dentro da meta estipulada pelo CMN, precisamos impedir uma correção da taxa de câmbio acima dos 10%, ou seja vender dólares das Reservas Cambias no mercado à vista sempre que o dólar passar de R$4,20”.

      Agora é preciso tomar cuidado com as críticas à atuação do Banco Central do Brasil detalhando erros específicos ao mesmo tempo que se propõe uma meta para o câmbio. Será que se adotasse o que você propõe, o governo teria atingido a meta para o câmbio que você considera correta?

      Particularmente, eu considero que o câmbio atual está bom. Penso, entretanto, que mais bem teria sido para a economia se a desvalorização tivesse ocorrido de uma vez. A desvalorização em duas etapas, uma no início do ano e outra em outubro, produziu muitos ruídos na economia brasileira. Agora alguém saberia indicar previamente um caminho para que se pudesse ao fim ter como resultado o câmbio atual? E é bom lembrar que a avaliação de que a desvalorização uma única vez no início do ano resultaria numa situação melhor para a economia brasileira é apenas uma conjectura minha.

      O uso das reservas também não é algo fácil de ser planejado. Uma antecipação do uso das reservas pode criar pânico. Deixar para as usar muito tarde pode ser muito tarde e o câmbio ir para um patamar acima do recomendável. E o patamar recomendável para o câmbio é muito volátil. Depende da realidade do país e do grau de inserção do país no comércio e nas finanças mundiais e depende também do câmbio dos países com os quais concorremos e do câmbio dos países com os quais comercializamos.

      Assim é preciso ir devagar nas críticas ao Banco Central. E vale aqui lembrar o que eu dizia em 2008: “governo bom forma reservas, governo ruim as destrói, e, no entanto, as reservas são para inglês ver”. Eu sempre soube da fragilidade dessa regra que eu apresentei mais para mostrar como a questão da formação de reservas é problemática. Afinal, se as reservas são para inglês ver, formá-las não revela um bom governo. Se formar reservas revela um bom governo, elas não são só para inglês ver.

      Em 2014, eu apresentei como solução para o problema da dívida da Petrobras, a capitalização da empresa com o uso das reservas. Só que eu imaginava que só em 2017, quando o Brasil estivesse sendo forçado a formar mais reservas em razão do saldo na Balança Comercial é que haveria condições para se fazer a capitalização. A minha idéia é que o Brasil deve ter um câmbio desvalorizado durante uns vinte anos. E só então que o governo poderia admitir novamente a valorização da moeda.

      Enfim, não me parece claro que você tenha apontado com precisão erros de gerenciamento do Banco Central em 2015. Aliás erros que não foram apontados por Luis Nassif. Segundo palavras de Luis Nassif, o Alexandre Tombini errou no início de 2013, quando ele convenceu à presidenta Dilma Rousseff que era preciso aumentar o juro para enfrentar a subida do juro americano em 2014. Em meu entendimento tanto você como Luis Nassif só souberam construir a acusação, mas não apresentaram a prova do erro. A prova do erro seria mostrar a que situação se chegaria se não houvesse subido os juros no caso do argumento de Luis Nassif e se não tivesse feito uso dos swaps no seu caso.

      Clever Mendes de Oliveira

      BH, 04/01/2016

  16. O erro da Dilma não foi ouvir o Tombini

    O Tombini queria subir os juros básicos porque o Tesouro não cumpriu o que prometeu.

    Em 2011 foi traçado um plano de voo macroeconômico para o governo Dilma: consolidação fiscal (não chegava a ser um ajuste), redução da taxa de juros e desvalorização cambial.

    A consolidação fiscal serviria de âncora para inflação permitindo a redução da taxa de juros, a redução da taxa de juros diminuiria a atratividade da economia brasileira para capitais externos permitindo a desvalorização da taxa de cambio. Na época estimava-se que a taxa de cambio precisava desvalorizar cerca de 50%, passando de R$2 para R$3.

    A receita era praticamente consenso entre os economistas de diversas escolas de pensamento. Mas, infelizmente, quem discordava também era governo.

    Assim em 2012 a Dilma desistiu de tudo isso. Abandou o Nelson Barbosa e começou a ouvir o doido do Arno Augustin. O Marcio Holland, que integrou a equipe que criou o malfadado Plano Brasil Maior, também influenciou bastante.

    Aliás, o Plano Brasil Maior foi exatamente a gênese das ideias que tomaram o Ministério da Fazenda e geraram grande parte dos problemas que temos hoje.

    Em geral políticas industriais devem se focar em estimular a inovação, o desenvolvimento tecnológico, a competição e a competitividade.

    Mecanismos de proteção de mercado devem ser usados de extremamente cuidadosa e sempre exigir fortes contrapartidas. A fiscalização destas contrapartidas deve ser muito protegida de ingerências políticas.

    O próprio relatório das manufaturas de Alexandre Hamilton tinha toda uma análise da questão da competição e do perigo do protecionismo. O Federalista argumentava que devido à pequena escala das manufaturas têxteis (principal indústria da época) a competição interna seria suficiente para impedir possíveis rendas extraordinárias.

    Mas voltando a política macroeconômica do primeiro governo Dilma, em 2012 a Dilma ouviu o canto da sereia de alguns membros da sua equipe econômica e decidiu que a crise europeia seria muito grave e que eram necessários estímulos econômicos na forma de isenção fiscal e redução dos custos com energia (elétrica e petróleo). Na cabeça destes analistas a redução dos impostos e destes custos tinha ainda a vantagem extra de reduzir a necessidade de desvalorização cambial, de forma que esta poderia ser menor. Estes membros da equipe econômica de Dilma I argumentavam que, como a desvalorização cambal tem, em um primeiro momento, um efeito negativo sobre o poder compra e aumenta os custos do investimento, uma desvalorização menor seria desejável.

    Obviamente, como sabemos agora, não foi assim que aconteceu. A tentativa de jogar estímulos na economia em 2012 com o cambio valorizado simplesmente fez com que o poder de compra extra injetado na economia vazasse para o exterior. E os incentivos fiscais foram usados pelas empresas para tentar recompor suas margens lucro que estavam sendo pressionadas pelos aumentos salariais acima da produtividade e competição com produtos importados. Essa defesa das margens de lucro passava ainda pelo repasse dos custos para os preços. Repasse esse que era sancionado pelos juros baixos e o crédito fácil.

    Ainda o controle dos preços da energia destruiu a capacidade de investimento das estatais.

    Quanto chegou a meados 2014 a crise externa atingiu em cheio a economia brasileira com a queda dos preços das commodities. E tivemos como fatores internos a lava-jato e a crise hídrica. 

    A solução da Dilma foi empurrar com a barriga a solução para depois da eleição.

    Caso tivesse continuado no rumo traçado em 2011 a economia brasileira teria chegado em 2014 com uma posição fiscal muito mais confortável, o cambio mais desvalorizado, os preços relativos no lugar e as estatais com caixa para continuar tocando seus projetos de investimento.

    1. Boa defesa de Tombini, mas o economista precisa ter mais a dizer

       

      Henrique O. M. Reis Jr (quarta-feira, 30/12/2015 às 12:23),

      Em meu comentário para Luis Nassif enviado quarta-feira, 30/12/2015 às 21:44, eu fiz referencia a esse seu comentário com a intenção de obter dois resultados. Primeiro, ele era um contraponto ao argumento de Luis Nassif de que o problema do governo da presidenta Dilma Rousseff foi ter escutado o Alexandre Tombini. E outro uso que eu fiz do seu comentário foi com a intenção de mostrar que mesmo economistas bem formados acabam não dando destaque na análise que fazem das políticas econômicas adotadas pelos governantes de pontos importantes que podem ter tido tanta ou mais influência do que os aspectos que eles consideraram.

      Na sua análise, por exemplo, não há referência ao julgamento da Ação Penal 470 no STF que me parece teve alguma influência econômica ou pelo menos teve repercussão nas manifestações de junho de 2013 que provavelmente atingiram o animo de investidor, reduzindo os investimentos privados. Enquanto não houver o estudo pormenorizado do que ocorreu com os investimentos no terceiro trimestre de 2013, eu não vejo, fora os efeitos nocivos das manifestações de junho de 2014, nenhuma explicação plausível para a queda drástica de investimento que ocorreu naquele trimestre.

      Você também não menciona a seca no oeste americano que repercutiu no preço das commodities e dificultou a desvalorização do real que o governo tentou executar.

      São aspectos da discussão que nem sempre são incluídas na analise do especialista em economia. Ainda assim, há aspectos econômicos que também são omitidos como, por exemplo, não vi você fazer referencia à retomada da economia que acontecia de modo bem expressivo no primeiro semestre de 2013 e um crescimento saudável porque tinha fulcro nos investimentos.

      Então, se a sua explicação é um bom contraponto ao argumento do Luis Nassif de culpar o Alexandre Tombini pela crise, constitui também em um bom exemplo da incompletude das criticas ainda que feitas pelas pessoas mais abalizadas.

      E você fez uma referencia um tanto ligeira a Alexandre Hamilton. Como curiosidade, eu relembro aqui uma chamada no blog de Matias Vernengo, Naked Keynesianism,de sábado, 24/01/2015, para artigo de Justin Fox “Alexander Hamilton’s Comeback” que pode ser visto no seguinte endereço:

      http://www.bloombergview.com/articles/2015-01-22/alexander-hamilton-economic-growth-and-lin-manuel-miranda

      Na chamada Matias Vernengo apenas diz que ele tende a concordar com “as vantagens de Hamilton sobre Jefferson, a este [políticas protecionistas] respeito”. Deixo também o link para a chamada de Matias Vernengo no blog dele Naked Keynesianism a respeito do artigo “Alexander Hamilton’s Comeback” que pode ser vista no seguinte endereço:

      http://nakedkeynesianism.blogspot.com.br/2015/01/on-blogs_24.html

      E o artigo de Justin Fox me impressionou muito pelo primeiro parágrafo onde, tendo como base uma tradução com a ajuda do Google, ele diz o seguinte:

      “Qual e a chave para o sucesso econômico nacional [Dos Estados Unidos]? Em um resumo, vamos chamar esse sucesso de Hamiltoniano, grande empresas e governo trabalham junto para alcançar prosperidade e grandeza nacional”.

      Há outras frases interessantes no artigo de Justin Fox, mas essa me chamou bastante atenção porque há mais de trinta anos o meu discurso preferido, depois do aumento da carga tributaria, é a defesa dos grandes grupos nacionais e o aumento do poder do Estado para garantir o pleno funcionamento dos grandes grupos e ao mesmo tempo poder articular políticas distributivas de renda.

      Enfim, se a queda nos investimentos que ocorreu no terceiro trimestre de 2013 foi decorrente do aumento de juro e o aumento do juro foi decorrente de políticas equivocadas do governo, a culpa pela crise é evidentemente do governo. Esta acusação, entretanto, não pode ser feita de supetão. Primeiro é preciso desagregar os investimentos para ver o que causou a redução brusca dos investimentos no terceiro trimestre de 2013. Se a causa foi algum fator externo à política econômica do governo, então a equipe econômica pode ser vista como uns hamiltonianos que não deram certo.

      Clever Mendes de Oliveira

      BH, 03/01/2015

  17. Mas de quem é a culpa afinal?

    Fico feliz que as pessoas comecem finalmente a enxergar o centro do furacão, o cerne do problema.

    Não há nada mais belo e cativante do que o assistencialismo filantrópico. Sonhar com um povo saudável, feliz e sorridente é dever de todo estadista, e um prazer a realização disso para todos, povo e governo.

    Mas há, como tudo na vida, um pequeno porém que pode inviabilizar os projetos mais bem intencionados de que já se tomou conhecimento. A economia é feita de números, de resultados, não de sentimentos apaixonados e muito menos de boas intenções.

    O brasileiro sabe e sente que há mecanismos de redistribuição de renda em ação. E até concorda tacitamente com esta imposição caritativa. E assim temos vivido, desde o final dos tempos neo-liberais, cujo estilo tende ao capitalismo competitivo e selvagem.

    Porém, quem administra o caixa, e quer fazer da participação de todos a salvação de muitos, é preciso saber administrar muito bem as contas. E é exatamente isto que não está acontecendo.

    Falemos do salário mínimo, um entre tantos exemplos. Desta vez optou-se por quebrar um ciclo de sucessivos aumentos que foram dados acima dos índices de inflação. Medida acertada, porém, para quem consome serviços (e quem não os consome), mesmo com este acêrto, os salários ligados a serviços estão excessivamente altos. Isto se pode comprovar pelos valores pagos a título de condomínio, por exemplo. Como é possível que um condomínio venha a custar quase metade de um aluguel? Analisemos a formação do preço: quase 80% do valor são serviços, terceirizados é verdade, mas serviços. Vigilância, limpeza e manutenção são os campeões. Existe uma taxa administrativa mas, se os salários fossem razoáveis os edifícios não terceirizariam esses serviços.

    E isto é apenas um exemplo, mas serve para que se possa continuar o raciocínio.

    E porque os salários estão elevados? Para que se possa pagar os impostos embutidos nas compras que todos nós fazemos. E é aqui que reside o insucesso das finanças no modelo atual de governo. No excesso de impostos, que permeiam e infiltram todas as atividades da economia, drenando o poder de consumo em todas as camadas da população.

    Sobre aumento de juros e IOF então, nem quero discorrer. Foi uma medida absolutamente equivocada. Serviu apenas para garantir ganhos para os bancos. Toda a sociedade saiu prejudicada com isso. Os bancos não. Tiveram lucros.

    O que o governo federal precisa perceber é que seu modelo financeiro assistencialista está matando o país. Há mais furos no fundo do balde do que a água que a torneira consegue fornecer. Fechar a torneira para conter o vazamento não está funcionando. As medidas de Levy iam nesse sentido. Barbosa já assumiu e, após um natal de lembrancinhas, o verdadeiro mercado ainda não ouviu nada de concreto.

    Ninguém quer saber de planos mirabolantes como o PAC, de venda de concessões de aeroportos, de mais sonhos, devaneios, nada disso. O que a sociedade quer é que os juros baixem, imediatamente, para ontem. Na sequencia, bancos precisam ser proibidos de cobrarem taxas de manutenção de contas correntes e por serviços que prestem ligados à esta finalidade.  Precisa ser fixado um juro máximo para empréstimos de qualquer natureza, algo razoável, que não empobreça o banco mas que também não mate de fome o endividado.

    Os impostos sobre consumo tem que cair. O ICMS precisa voltar ao patamar máximo de 14%, 12% fora do estado. O IPI em que ser cortado em 50% para todas as alíquotas. A Contribuição Social sobre lucro líquido precisa ser zero. Já temos PIS e Cofins, os quais deveriam ser unificados com taxa máxima de 5 ou 6% sobre faturamento, na modalidade não cumulativa.

    Porém, nada se faz. Se falta dinheiro, planejam aumentar impostos. As casas parlamentares arrastam, procrastinam e apenas discutem projetos próprios de poder. E não trabalham pelo país e nem pelo povo, isto quando trabalham.

    Penso que a culpa não é de Dilma. É de nossa cultura, de nossa formação, de nossa maneira de ser e de pensar.

    Veja-se esta semana. Vindos de um ano com poucos negócios, recessivo, com uma situação deficitária já herdada de um outro ano em que só se pensou em eventos, Copa, Carnaval, eleições, conta-se nos dedos com trabalhou nesta semana que hoje já se encerra. Só se pensa em férias, descanso, relaxar para afastar o stress…

    No ano que vem, cobradores virão vorazes, insensíveis, inflexíveis. O governo coletará impostos cada vez mais altos para compensar seus erros, como se faziam na idade média com os colonos. A justiça acordará de seu berço esplêndido para apreciar pedidos de falência, ações de despejo, reintegrações de posse, e muita, muita interferência na política.

    Não, a culpa não é de Dilma, tenho certeza disso.

  18. Saída da Crise política e econômica

    Nassif,

    Que houve avanços é inegável, não só na área social, mas, estrutural na economia e, culturalmente pela amplicação de acessos. Se quiser pelo empoderamento de parcelas ponderáveis de gente mais humilde.

    Que houve erros é evidente, de ordem econômica e política. Nas escolhas de pessoas, nas escolhas de rumo.

    Que houve e há tentativa de fragilizar o Governo para imputar-lhe um golpe midiático-parlamentar é visível. Frise-se o Terceiro Turno imposto à Dilma, pelo PSDB/pmdb/DEM/PIG.

    Tudo junto e misturado, diante de uma economia internacional contracionista e, de abutres financistas, e abutres que querem o pré-sal e a Petrobrás servidos de bandeija pelo PSDB/CERRA/AÉCIO/CUNHA; torna a governabilidade táo difícil, quanto navegar em tempestade no mar do norte, numa janguada Cearense. Não é pra qualquer timoneiro(a).

    Passados os momentos cruciais do golpe e, rejeitados O plano de arrôcho/Levy, dá-se mostra de novos rumos e novas forças para impulcionar a economia com os parceiros convergentes, os BRICS, p.ex. entre outros no plano internacional. Aqui dentro, uma renovada liderança dentro do PMDB, contribuirá para o equilíbrio de forças no Congresso.

    Evidente, que essas são pinceladas de uma mero espectador, um torcedor sem conhecimento de fato das forças e fraquezas dentro do núcleo do Poder.

    Um fato que pode ser alvissareiro, fora a tentativa de golpe via TSE é que, tando o Governo e a Dilama sairão desta tormenta capitalista-selgagem-devastadora com maior legitimidade para conduzir o país dentro da normalidade democrática até 2018.

    Isto evidentemente, com a nossa contribuição. Lembrando como você mesmo sempre criticou, que não se pode dar carta branca para o BACEN, já que este Órgão Público é aprelhado e instrumentalizado pelas bancas, as mesmas que cultivam e insulflam o golpe.

     

     

    1. Concordo contigo em parte,

      mas se a Dilma não desarmar o ativismo jurídico-policial ativado pela PF e pelo MP, com apoio do ministro da justiça, ela continuará tendo problemas sérios. A imprensa não dará tréguas, pois a imprensa pensa que seus problemas econômicos advém do governo, o que não é verdade.  A ajuda do governo só vai conemporizar a morte desta imprensa. 

      Para mim se a Dilma não desarmar a bomba criada pela PF e MP, não terá saida política e econômica, pois continuará sob intenso bombardeio.  

  19. Compilance, COAF

    Recentemente, eu fiz um cursos sobre ativos financeiros, saí com uma sensação de desconfiança do COAF, das areas de compliance bancárias com seus Wall Chinese. Lembrei da dinheirama ilegal na Swiss, dos escandalos recentes, do COAF que não pega,ninguém. Lembrei-me da quebra do banco Santos. Leio esta matéria e vejo que mostra o outro lado da moeda, além de não pegar ninguem, custa os tubos pra quem contrata.

  20. A eterna transferência de

    A eterna transferência de responsabilidades, marca carimbada dos governos petistas. Agora a culpa é do Tombini, nomeado por Dilma. A culpa era do Levy, nomeado por Dilma. A culpa é da crise internacional. Nos últimos 5 anos o Brasil cresceu 5%. O mundo cresceu 13% e os emergentes, tirando o Brasil, é claro, cresceram 28%. Já estou advinhando os próximos culpados. Os de sempre. FHC, os militares. Não nos esquecamos, e o brasileiro tem memória curta, que o Bolsa Família, tanto criticado por Lula em campanhas eleitorais como programa “curral eleitoral”,( vide you tube), foi criado por Ruth Cardoso, sob forma de Bolsa Educação e Vale gás. Lula habilmente fundiu os dois programas, criando o Bolsa Família. Inicialmente entregou a gestão à Benedita da Silva, e foi um desastre. Qdo o entregou ao comando de Patrus, Ananias, competente em gestão, o programa deslanchou.

  21. Mais sobre o tal “Vácuo de Poder” (e não é só da Dilma)

    O Nassif, entre outros Colunistas, gostam de mencionar o tal “Vácuo de Poder” (da Dilma, claro).

    Seria um saudosismo de Lula ou de um JK?

    Ontem sugeri que se fizesse um Estudo Sociológico sobre este Modismo, chamado de “Vácuo de Poder”, maliciosamente utilizado para desqualificar a Dilma (e, o Lula, se este estivesse na Presidência).

    Defendo que, atualmente, é um Fenômeno Universal.

    É a Era da Contestação.

    Vale para o Mr. Xi na China, e para o Mr. Obama, por aqui.

    Putin?

    Bem, este pratica Artes Marciais e nada em Lagos Congelados…

    Vejam a “Aprovação” do Líder Obama.

    E as Notícias que a Ku Klux Klan (assim como o Estado Islâmico) estão cada vez mais Populares entre os Jovens.

    – http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/bbc/2015/12/30/o-ressurgimento-da-ku-klux-khan-no-ano-de-seu-150-aniversario.htm

    – http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2015-12-30/obama-termina-ano-com-queda-na-aprovacao.html

    Segundo pesquisa, 75% dos americanos estão descontentes com o governo; 69% reprovam os rumos da política no país

     

     

  22. O Bolsa famíia não é criação

    O Bolsa famíia não é criação do Paes de Barros e muito menos do Lula, da Dilma ou do PT.

    Esse programa já tinha sido proposto pelo Cristovan Buarque.

    É muito feio roubar as idéias dos outros.

    1. A inovvação do PT

      Uma coisa é propor, outra coisa bem diferente é conseguir força política para implantar.

      A inovação do PT consiste justamente nisso, em um quadro político totalmente adverso e sempre em minoria no congresso conseguiu unir forças politicas para ampliar as políticas sociais.

      O PT conseguiu por meio de governos de conciliação política, ampliar as políticas sociais e iniciar um vigoroso processo de distribuição de renda.

       

      1. Você está um tanto enganado

        Você está um tanto enganado sob alguns aspectos. O programa não “distribui” a renda, mas a redistribui. É uma enorme diferença.

        Distribuir a renda significa repartir o que já existe, redistribuir é o que passou a existir. Sem desmerecer este ótimo e essencial programa, ele pode ser chamado de “Bolsa-Soja”.

        Note que o sistema tributário continuou no governo PT como sempre foi: intocável.

        O Bolsa Família também não precisa de tantos recursos políticos.

        O que ele precisa é da vontade do Presidente. As negociações exigidas para sua aprovação no Congresso podem ser consideradas baixas, RELATIVAMENTE. Ele não ataca setores de força concentrados, por exemplo.

        O mais necessário acaba sendo mesmo os recursos financeiros porque os técnicos são relativamente simples, também.

        Cartão magnético, agência bancária e serviço de correios resolvem o problema.

        Sua concepção de fato é, e foi, um tanto complicada.

         

        Agora, meus amigos, acordem para a realidade e percebam pelo amor de deus que não é PANACÉIA. Não é a salvação da lavoura, mas um paliativo.

        Precisamos de muito mais do que isso. MUITO MAIS.

        1. Políticas Socias e a distribuição de renda

          O Programa Bolsa Famílias é apenas uma das ferramentas das políticas sociais, além dele temos o

          Programa de Microcrédito Produtivo Orientado
          Pronaf-Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar ,
          Brasil Sem Miséria
          Luz para todos,
          Mais Médico,
          Pró-Uni e o Fies
          Pronatec
          Programa Pró-Catador(apoio e ao fomento à organização produtiva dos catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis.)
          Programa Minha Casa Minha Vida

          O vigoroso processo de distribuição de renda iniciado pelo PT, é apoiado no aumento real do salário mínimo, no aumento dos empregos com carteira assinada, na ampliação do crédito destinado ao consumo e  no fortalecimento do mercado interno.
          Lembrando que os trabalhadores e trabalhadoras com carteira assinada além do salário tem direito ao,
          Décimo terceiro,
          FGTS,multa de 40% sobre o saldo do  FGTS em caso de demissão sem justa causa,
          reajustes  salarias de acordo com o dissidio coletivo,
          férias remuneradas de 30 dias,
          adicional de 1/3 dos salários nas férias,
          licença médica remunerada,
          seguro contra acidente de Trabalho,
          licença maternidade de 120 dias a 180 dias.

        2. Concessão de microcrédito cresce 8,9% no 2º trimestre

          —Desde 2008, o PNMPO realizou 25,1 milhões de operações de microcrédito, atendendo mais de 25,4 milhões de clientes, com volume concedido superior a R$ 56 bilhões. —

          Entre abril e junho, o Programa Nacional de Microcrédito liberou mais de R$ 2,8 bi ao financiamento a pequenos empreendedores
          por Portal Brasil publicado: 11/09/2015 16p5 última modificação: 11/09/2015 16p5

          As instituições integrantes do Programa Nacional de Microcrédito Produtivo Orientado (PNMPO) ofertaram R$ 2,8 bilhões no segundo trimestre de 2015. Na comparação com os três primeiros meses do ano, a expansão do microcrédito foi de 8,9%. Comparado aos primeiros seis meses do ano passado, também houve incremento na oferta de crédito, na ordem de 1,61%. Os principais investimentos foram feitos na Região Nordeste do País e nas atividades ligadas ao comércio.

          Os números são do balanço trimestral do PNMPO, divulgado nesta quinta-feira (10) pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). De abril a junho deste ano, foi realizado um total de 1,3 milhão de operações de microcrédito, atendendo 1.298.373 clientes. Nos primeiros seis meses de 2015, o PNMPO já atendeu 2,4 milhões de clientes, com liberação de R$ 5,4 bilhões.  

          Perfil
          O principal perfil dos tomadores de microcrédito está relacionado à economia urbana, com prioridade para o comércio, ramo de atividade para o qual foram concedidos 74,51% dos investimentos, totalizando R$ 2,1 bilhões no período. O PNMPO atendeu, de abril a junho deste ano, mais de 1 milhão de clientes para atividades no comércio, o que representa 80,7% do total de clientes em todo o País.

          Os tomadores de financiamento para atividades relacionadas à prestação de serviços estão em segundo lugar, com mais de 80,6 mil clientes atendidos e um valor liberado de R$ 228 milhões. A grande maioria dos clientes atendidos, 89,9% do total, fez operações destinadas a capital de giro (R$ 2 ,5 bilhões) e outros 7,9% para investimento (R$ 276 mil).  

          Distribuição geográfica
          Tomadores de microcrédito dos estados da Região Nordeste do Brasil foram os mais beneficiados com a liberação dos recursos, com operações que variam entre R$ 2 mil e R$ 3 mil, com limite individual de até R$ 15 mil, sendo expressiva a quantidade de recursos alocados para os estados nordestinos, que responderam por 79,8% do volume total concedido.

          Gênero
          A forte presença das mulheres como tomadoras de microcrédito foi confirmada nos segundo trimestre de 2015. As mulheres representam 62,5% do valor concedido e 64,8% dos clientes atendidos e obtiveram mais de R$ 1,7 bilhão em operações.

          Total
          Desde 2008, o PNMPO realizou 25,1 milhões de operações de microcrédito, atendendo mais de 25,4 milhões de clientes, com volume concedido superior a R$ 56 bilhões.    

          Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego

          URL:
          http://www.brasil.gov.br/economia-e-emprego/2015/09/concessao-de-microcredito-cresce-8-9-no-2-trimestre

      2. Gostaria de ver uma crítica

        Gostaria de ver uma crítica do Roberto São Paulo sobre a conduta da política econômica do Governo Dilma. O que deu errado, caro Roberto São Paulo? Por que vamos ter mais um ano de recessão em 2016?

        1. A necessária substituição da direção do Banco Central

          (02/12/2015 – 06:23)Não há mais tempo para esperar um momento de lucidez da atual direção do Banco Central, a substituição é urgente!

          O fundamental agora é aproveitar a atual crise política para substituir a atual a direção do Banco Central, e para promover a redução dos juros da Selic, um rápido alívio monetário com a redução do compulsório e uma estabilidade cambial com a venda das Reservas Cambiais.

          Com o aumento das vendas e da produção haverá um aumento da arrecadação de impostos, sem falar na redução do custo de rolagem da dívida pública, cerca de R$ 500 bilhões nos últimos 12 meses.

          A atual direção do Banco Central do Banco do Brasil está seguindo os passos do BCE de Jean-Claude Trichet que levaram uma parte da zona do euro para o inferno da recessão e do desemprego.

          Precisamos de uma direção do Banco Central que siga os passos de Bernanke e principalmente de Janet Louise Yellen, e que entenda que a estabilidade dos preços internos passa por uma estabilidade cambial, e que precismos utilizar um conjunto de  ferramentas da política monetária e cambial, para enfrentar o provável aumento dos juros americano.

          Não há mais tempo para esperar um momento de lucidez da atual direção do Banco Central, a substituição é urgente!

        2. Reservas Cambiais, e os juros da Selic

          (31/12/2015 – 01:18)Um dos principais erros do Banco Central do Brasil foi vender swaps cambiais, sem vender parte dos dólares das Reservas Cambiais no mercado, este erro permitiu aos especuladores comprar swaps cambiais e ao mesmo tempo comprar dólares no mercado à vista para puxar a taxa de câmbio e ganhar nos contratos de swaps cambiais.

          O Banco Central vem atuando como se o Brasil não tivesse Reservas Cambiais de quase US$ 400 bilhões, apenas quando o dólar bateu em R$4,25, ele passou a vender dólar com compromisso de recompra para financiar exportadores, o que é muito pouco diante da mudança na política monetária americana.

          Com a mudança na política monetária americana e a perspectiva de aumentos dos juros americanos, os exportadores passaram a reter ao máximos os dólares, importadores a antecipar ao máximo as compras de dólares para quitar as importações, as instituições financeiras a diminuir as operações de empréstimos em dólares e a quitar antecipadamente parte dos empréstimos já obtidos.

          Ao sinalizar que não venderia os dólares das Reservas Cambiais o Banco Central do Brasil deixou o caminho livre para os especuladores atuarem no mercado de câmbio, o que foi contido apenas no final de 2105 quando o presidente do Banco Central em 24 de setembro de 2015, na divulgação do Relatório de Inflação, afirmou“Todos os instrumentos estão no raio de ação do Banco Central caso seja necessário”.

          O atual patamar das Reservas Cambiais são o grande diferencial em relação as crises de liquidez do mercado internacional ocorridas no passado, mas precisam ser colocadas em disposição para qualquer eventualidades, caso contrário os especuladores vão atuar livremente.

          Estamos encerrando com uma taxa câmbio ao redor de R$ 3,80, e para manter a inflação dentro da meta estipulada pelo CMN, precisamos impedir uma correção da taxa de acima acima dos 10%, ou seja vender dólares das Reservas Cambias no mercado à vista sempre que o dólar passar de R$4,20.

          Mais importante do que impedir novas altas exageradas do dólar, é impedir que o dólar volte a cair de forma acentuada, por meio de compra de dólares para aumentar novamente as Reservas Cambiais, caso seja necessário.

        3. Contribuição para o debate econômico

          (20/12/2015 – 11:36)–No Brasil o aumento dos juros básico tem um impacto muito maior na arrecadação de impostos e taxas do que em países desenvolvido, em função elevada participação imposto sobre o consumo de bens e serviços e muito maior no Brasil, mais de 50% do total de impostos, enquanto que nos países desenvolvidos a participação do imposto sobre consumo de bens e serviços varia entre 18% a 33%.—-

          Juros da Selic e a composição da carga tributária

          Uma das grandes dificuldades de convencer a atual direção do Banco Central do Brasil, é que a maioria defendem o uso da Regra de Taylor no Brasil sem qualquer adaptação para controlar a inflação dentro da meta estipulada pelo CMN.

          Além disso no momento a atual direção do Banco Central do Brasil está errando o diagnóstico para a causa da inflação de 12 meses, creditando ao déficit fiscal a principal causa e não a forte correção da taxa de câmbio ocorrido nos últimos meses.

          Estes dois fatores tem levado o Copom a elevar os juros da Selic para níveis estratosféricos, e o que é  pior, é que continua  dando sinais efetivos de  que está disposto a elevar ainda mais os juros da Selic nos próximos meses.

          Nos países desenvolvidos já há uma razoável distribuição renda, um avançado sistema financeiro, moedas conversíveis, uma elevada participação do crédito imobiliário na economia, e uma relativa baixa participação dos impostos sobre o consumo na composição da carga tributário, o que faz com a manipulação dos juros básicos tenham um impacto maior no nível da atividade econômica, nos preços internos e principalmente das expectativas dos agentes econômicos.

          O aumento dos juros da Selic penaliza duplamente as contas públicas, primeiro por elevar os juros pago com a rolagem da dívida e segundo por reduzir a arrecadação de impostos e taxas por meio da redução da atividade.

          No Brasil o aumento dos juros básico tem um impacto muito maior na arrecadação de impostos e taxas do que em países desenvolvido, em função elevada participação do imposto sobre o consumo de bens e serviços é muito maior no Brasil , mais de 50% do total de impostos, enquanto que nos países desenvolvidos a participação do imposto sobre consumo de bens e serviços varia entre 18% a 33% sobre o total de impostos..

          Além da elevada participação do imposto sobre o consumo de bens e serviços, há baixa participação do imposto de renda, lucro e ganhos de capital, o que limita os impactos do aumento do impostos de ganhos financeiros que ocorre em função do aumento de juros.

          Estas características da composição torna necessários utilizar todos as ferramentas da política monetária para combater a inflação, e não apenas os juros da Selic.

           

        4. A provável saída de Levy, abre espaço também para a troca no BC

          (17/12/2015 – 05:45)O Banco Central está errando o diagnóstico sobre o atual patamar da inflação, creditando a falta de um ajuste fiscal mais forte pelo atual nível da inflação de 12 meses.

          O principal motivo da inflação de 12 meses no atual patamar se deve a correção cambial ocorrida ao longo de 2015, com a estabilidade cambial a tendência de reduzir substancialmente o nível da inflação ao longo de 2016 e 2017.

          Ao errar o diagnóstico, muito provavelmente este erro vai provocar erros significativos na condução da política monetário, como um aumento dos juros da Selic para níveis estratosféricos, colocando em sério risco uma eventual retomada do crescimento do PIB no Brasil.

          Com o início do aumento dos juros americanos,  para manter uma relativa estabilidade cambial precisaremos vender parte das reservas cambiais no mercado à vista, basicamente para impedir a ação dos especuladores.

          Com a relativa estabilidade cambial estará praticamente garantida a redução do atual patamar da inflação, principalmente considerando o atual ritmo da atividade econômica.

          Além da venda de parte das Reservas Cambiais, precisamos diminuir o compulsório e criar condições para a redução dos juros e alongamento dos prazos nos financiamentos destinados ao consumo,

          Mas para executar uma correta política monetária para o atual momento será necessário trocar a atual direção do Banco Central.

          A provável saída de Levy, abre espaço também para a troca da equipe do Banco Central, em pacote completo em direção a retomada vigorosa no ritmo de crescimento do PIB no Brasil.

           

    2. Prezado José Valente, sendo

      Prezado José Valente, sendo ideia do muito nobre Cristovam Buarque, nossos parabéns a ele. O texto acima não afirma em nenhum momento ser ideia inicial de Lula ou Dilma, mas posta em prática por eles. Seria talvez o caso de citar o nome de Buarque, não é mesmo? Seja como for, é uma ideia inteligente e foi implementada no Governo Lula através de lei que começou a vigorar em janeiro de 2004. Não faria sentido deixar de implementá-la, uma vez que foi para o bem de toda a Nação.

  23. enquanto os programas sociais

    enquanto os programas sociais forem mantidos,

    acho que a políticas do goveno popular devem ser defendidas sempre,

    à exceção de alguns erros de percurso….

  24. falsas verdades

    Política social é a criação de empregos, o resto cai na vala comum dos “fundamentos econômicos”. Subir juros num país que tem uma frágil estrutura industrial e um baixo nível de consumo per capita nos leva (levou) a que?

    Quando outros economistas “iluminavam” o Brasil, o dólar foi mantido “superdesvalorizado”, estatais foram vendidas (?), o PROER “salvou nosso Sistema Bancário”, foi estabelecida uma “responsabilidade fiscal”, ….. e o emprego dos brasileiros?

    Acho uma graça ver o governador Alkmim (candidato tucano a presidência) reclamar agora que precisa de um novo pacto federativo para “acertar as contas do seu estado”, que perdeu o Banespa, Eletropaulo, Telesp, ……….

    O que temos agora: um sitema bancário dominado (e taxado) por dois grandes bancos privados, uma telefonia (péssima, por sinal) praticamente na mão de um único grupo estrangeiro, pedágios rodoviários dos mais caros do mundo e o governo ainda tendo que investir em infraestrutura (energia, estradas, portos…), porque “os investidores não sentem confiança”, ainda mais agora que “a nossa nota foi rebaixada”.

    Temos que focar na criação de empregos! 

    Tornar o emprego a causa do desenvolvimento e não a consequência!

     Não interessa quem está (ou estará) no comando do navio, mas sim aonde toda a tripulação quer chegar. 

    Sem trabalho, muito trabalho, não se chegará a lugar nenhum. 

     

  25. Era FHC.

    Não adianta creditar ou descreditar tudo a era FHC e Itamar. O Brasil vinha de uma época de hiperinflação e com bem menos recursos que os anos seguintes, já na era Lula, teve com alta das commodities e crescimento chinês. Se estamos, agora, nessa situação foi por causa dos últimos 12 anos onde pouco se fez para preparar o país para um salto maior, e consequentemente melhorar a vida dos brasileiros.

  26.  O sentimento particular

    O sentimento particular pode se apossar de qualquer um. A ideologia, direitos e liberdades, a priori, não têm os atos propriamente ditos nem situações de expressão de Estado para o nível de ordenamento de modo do povo social e sustentável pela nossa nação.

    De fora planejaram os interesses nacionais que se desenvolvem suscetíveis à aprovação da CPMF.

    O impeachment movimenta diferenças de oposições derivativas ao Pré-sal.

                                                                                                                                                                                                      De dentro do mundo subterrâneo que o país se encontra em relação ao investimento externo, a fidelidade do PMDB é pedir mais arrecadação para os Estados e redução de pagamentos de juros com a União. E o governo na cova.

    A ressurreição  do governo, nessa demora em se decidir sua imobilidade, se transforma num objeto exterior que vai ser refletido  pelo mercado em 2016.

    Mas, ao BACEN – das infelicidades que os investimentos externos o trazem a tona por não ser autêntico para a multiplicação interna de uma base natural – cabe a situação que o governo comece antes para a determinação que se impõe daqui provocar: que a CPMF seja garantida pela aprovação no congresso se a SELIC não mais ultrapassar o orçamento essencial do Executivo.

  27. pois é, meu caro. mas em

    pois é, meu caro. mas em história não tem ‘se’. ao ficarmos elocubrando no que poderia ter sido se, caímos no que chamamos de contra factual. é fato que a dilma escolheu mal seus acessores. dentre eles o tombini que ainda está por aí, impávido e colosso, prometendo horrores para colocar a inflação no centro de uma meta que ele não estabeleceu e que ninguém logrou chegar.

  28. Também acho.Houve um aumento

    Também acho, o início do governo Dilma foi no caminho correto.

    Houve um aumento do investimento público, uma desvalorização contida, mas ainda assim no caminho certo, já que o real estava sobrevalorizado, destruindo a cadeia produtiva brasileira, as taxas de juros baixaram… tava tudo indo.

    Mas veio a crise mundial, esta pequena desvalorização gerou pressões inflacionárias (nada absurdas), mas a Dilma deixou o BC ser novamente dominado por banqueiros; a falta de tato nas questões políticas jogaram muitos na oposição (alguns foram por conta da limpeza, mas outros pela inapetência da Dilma no trato pessoal); o ministério fraco não deu resultados; o subsídio a oligopólios que fizeram as contas públicas se deteriorarem, etc.

     

  29. Criticar é fácil, difícil é entender o 3º trimestre de 2013

     

    Luis Nassif,

    O problema de um post assim como este “A opinião de Paes de Barros sobre Dilma” de quarta-feira, 30/12/2015 às 06:52, em que ao término você diz:

    “Que não se generalize, portanto. Os dois primeiros anos mostraram uma Dilma que poderia ter acontecido”

    É que ele cria uma expectativa preocupante. Você bate na presidenta Dilma Rousseff quando ela está por cima, e a elogia quando ela está por baixo. Se há este elogio agora fica parecendo que você sabe alguma coisa de ruim que está para acontecer ou já está acontecendo.

    Essa sua sistemática de uma no cravo e outra na ferradura, com o objetivo específico de criar polêmica e atrair todos os lados de interesse no assunto, sem haver um fundamento sincero no que se diz, cria raízes e raízes muito ruins. É só ver o post “Dilma não representa a resiliência, mas o acomodamento, por Ivan Pedro” de sábado, 26/12/2015 às 20:35 (originalmente o post fora publicado na sexta-feira, 25/12/2015 às 20:40), publicado aqui no seu blog e originado de um comentário de Ivan Pedro em post com opinião contrária.

    Fustigado por muitos pelo amontoado de críticas, amontoado no sentido de quantidade e não da forma, pois elas foram apresentadas de modo muito bem organizado, que ele fazia ao governo da presidenta Dilma Rousseff, assim se defendeu Ivan Pedro em comentário que ele enviou sábado, 26/12/2015 às 21:49, para o post “Dilma não representa a resiliência, mas o acomodamento, por Ivan Pedro”. Disse ele lá:

    “Embora não tenha solicitado autorização do autor, no caso, Luis Nassif, cito um trecho de seu artigo “A interminável armação do golpe do impeachment” (https://jornalggn.com.br/noticia/a-interminavel-armacao-do-golpe-do-impeachment), disponível aqui, para mostrar que não sou o único a ter reservas ao Governo Dilma.

    Em suma, faço das palavras do Nassif as minhas:

    Na outra ponta, tem-se um governo politicamente tão incompetente e sem ação como nunca se viu na história do país após a Segunda Guerra.

    Os golpes são anunciados com meses de antecedência e não se vê uma medida sequer da parte do Palácio, quanto mais uma estratégia pensada.

    A manutenção de José Eduardo Cardozo no cargo de Ministro da Justiça é incompreensível. Trata-se do pior Ministro da Justiça da história em uma das fases politicamente mais conturbadas.

    Cavalheiros e senhoritas, apesar de ter lido muitos dos comentários a respeito do artigo, não vi a mesma indignação, observações mordazes, ataques pessoais ou acusações de ser de direita, quanto as que vi a respeito de meu artigo.

    Não me comparo com o Nassif, a quem admiro de longa data, e nem jornalista sou. Apenas uso das palavras dele e das reações por min (não) encontradas para perguntar aos que me atacaram: onde está a indignação e a coragem, senhores?

    Como bem se diz em inglês: the defense rests.”

    Em negrito de Ivan Pedro estão suas palavras. Provavelmente Ivan Pedro é jovem e se deixou levar por opinião de alguém que ele pensa que possui uma maquininha de estabelecer a competência de um governante.

    Você não tem essa maquininha e faz a avaliação subjetiva, mas para os mais incautos trata-se de uma opinião abalizada e que norteará para sempre a avaliação que esses mais incautos farão dos governantes que foram por pessoa tão competente como você avaliados. Penso que é pior do que o jargão crítico de um Reinaldo Azevedo essa tentativa de se abrir o post para todos os interessados com um leque de opção crítica que o leva a criticar o governo da presidenta Dilma Rousseff e ao mesmo tempo a elogiar sem uma fundamentação bem consistente.

    Todo governante é incompetente e qualquer um pode dizer isso e não há ninguém que possa objetivamente refutar, salvo se fizer uso de critérios objetivos subjetivamente escolhidos. E de modo semelhante pode-se dizer que todo governante é competente e qualquer um pode dizer isso e não há ninguém que possa objetivamente refutar, salvo se fizer uso de critérios objetivos subjetivamente escolhidos.

    Infelizmente em um mundo apressado, em que não temos tempo para mais nada, jornais, revistas e jornalistas formam opinião. Aqui vale transcrever trecho de “Outras inquisições” de Jorge Luis Borges que JC.Pompeu transcreveu em comentário que ele enviou sexta-feira, 13/11/2015 às 10:42, para junto do post “Sociólogo diz que sociedade está ‘enfeitiçada’ pela manipulação da mídia” de sexta-feira, 13/11/2015 às 19:55. Na transcrição que JC.Pompeu fez, o texto de Jorge Luis Borges está assim:

    “”Let the People Think” é o título de uma coletânea dos ensaios de Bertrand Russell. Wells, na obra cujo comentário esbocei, nos leva a repensar a história do mundo sem preferência de caráter geográfico, econômico ou étnico; Russell também dispensa conselhos de universalidade. No terceiro artigo – “Free thought and official propaganda” – propõe que as escolas primárias ensinem a arte de ler com incredulidade os jornais. Entendo que essa disciplina socrática não seria inútil. Das pessoas que conheço, muito poucas chegam a soletrá-la. Deixam-se embair por artifícios tipográficos ou sintáticos; pensam que um fato aconteceu porque está impresso em grandes letras negras; confundem a verdade com o corpo 12; não querem entender que a afirmação “Todas as tentativas do agressor para ir além de B fracassaram de maneira sangrenta” é um mero eufemismo para admitir a perda de B. Pior ainda: exercem uma espécie de magia, pensam que formular um temor é colaborar com o inimigo… Russell propõe que o Estado trate de imunizar os homens contra esses agouros e sofismas. Por exemplo, sugere que os alunos estudem as últimas derrotas de Napoleão através dos boletins do Moniteur, ostensivamente triunfais. Planeja deveres como este: depois de estudar em textos ingleses a história da guerra com a França, reescrevê-la, do ponto de vista francês. Nossos “nacionalistas” já exercem esse método paradoxal: ensinam a história argentina do ponto de vista espanhol, quando não quíchua ou querandi.”

    Em uma sociedade apressada, não há tempo para as pessoas aprenderem a duvidar. Há uma cultura que se enraizou em tempos milenares. Margaret Thatcher estava com a popularidade em queda livre quando surgiu a guerra das Malvinas e com a vitória na guerra ela ganhou popularidade, antecipou as eleições e manteve-se no poder por longos anos. George Walker Bush, o filho, só invadiu o Iraque porque sabia que teria vitória fácil e o povo americano o recompensaria com a reeleição. E nós sabemos que culturalmente ainda estamos atrás dos americanos e dos ingleses.

    A opção de um blog aberto ao contraditório e a polêmica é certamente um caminho para que racionalize e se indague cada opinião. A questão é se um blog, para ser concebido como um lugar de pontos de vistas divergentes, precisa para se manter que o blogueiro assuma afirmações subjetivas de modo assertivo que provavelmente nem ele crê, ou pelo menos não tem fundamento para nelas se apoiar?

    E há o problema econômico em uma democracia. Não há nada mais importante para a política democrática do que a economia. Política democrática é um pleonasmo, pois política e democracia são quase que sinônimos e assim eu deveria dizer que a economia é que há de mais importante para a atividade política ou para a atividade democrática. Visto assim um governante seria apenas obra da atividade econômica. Se o governante souber gerenciar a atividade econômica então não haverá o que temer. Há bons resultados econômicos então há bom gerente da economia.

    E esta discussão me faz lembrar de um artigo recente que saiu no Valor Econômico intitulado “As consequências políticas das crises” publicado terça-feira, 29/12/2015, e de autoria de Howard Davies. Howard Davies menciona o trabalho dos economistas alemães, Manuel Funke, Moritz Schularik e Christoph Trebesch que, com base em mais de 800 eleições em países ocidentais ao longo dos últimos 150 anos, chegaram à seguinte conclusão: “a política dá uma forte guinada para a direita na esteira de crises financeiras. Em média, os votos na extrema-direita aumentam em cerca de um terço nos cinco anos seguintes e crise bancárias sistêmicas”.

    Há bem uns trinta anos eu faço referência a existência na sociedade de 1 terço da população que mantém acesa a chama do fascismo. Nos últimos anos eu tenho tentado explicar a tendência para a direita observada a partir da crise financeira de 2008, com fundamento no medo. A crise financeira cria medo e o medo é o fermento do fascismo.

    Tudo isso explica um pouco o que aconteceu na eleição para a Câmara dos Deputados em 2014, observando que o Senado foi menos afetado porque dois terços dele foi eleito em 2010, na esteira do otimismo que a retomada do crescimento econômico gerou. Com uma Câmara dos Deputados de direita será que um governo de esquerda poderia gerenciar a economia do mesmo modo que fez com uma Câmara menos a direita? A culpa da Câmara dos Deputados ser mais de direita é do mal gerenciamento da economia.

    Não há, portanto, como fazer a análise política sem fazer a análise econômica. Agora será que a análise econômica pura e simples é capaz de explicar tudo. A inflação é um fenômeno econômico, assim como é o desemprego. Será que se deve fazer a análise da inflação apenas pelo lado econômico. Não é fácil de ser percebido que a inflação atinge todo mundo e que o desemprego atinge só aos desempregados e que, portanto, uma inflação de 10% que atinge todo o mundo constitui um problema maior para a popularidade do governante do que um aumento do desemprego de 6% para 9%.

    Não constituiria se a população tivesse sido educada no princípio da solidariedade e não da competição. Se, entretanto, a população quer é inflação menor como deve proceder o governante? Em um mandato de cinco anos ou seis anos sem reeleição, o governante poderia pensar mais no interesse do país. Com a reeleição ele vai pensar na popularidade dele para conseguir ser reeleito. Até porque ele acredita nas idéias que ele defende e que o grupo que ele representa defende e, portanto, a reeleição é um instrumento importante para executar essas ideias.

    Este adendo sobre a inflação e a política foi para eu me posicionar contra o seu argumento de que quem causou o estrago ao governo da presidenta Dilma Rousseff foi o Alexandre Tombini. Quis mostrar que o desempenho de Alexandre Tombini não pode ser visto apenas pelo lado econômico, embora eu considere uma proeza que ele, nos quatro primeiros anos do governo da presidenta Dilma Rousseff, tenha conseguido manter a inflação entre 6% + ou – 0,5% (Nunca dantes na história do Brasil aconteceu estabilidade assim na inflação). E considere também uma proeza que o Brasil só tenha sofrido o ataque à moeda um ano após a Rússia. E na Rússia Putin tem o apoio de toda a direita.

    E fiz o adendo também para chamar atenção para o comentário do Henrique O. M. Reis Jr enviado quarta-feira, 30/12/2015 às 12:23 que faz um contraponto à sua acusação de que o Alexandre Tombini seria o culpado pelo mau resultado econômico do governo da presidenta Dilma Rousseff. Ao contrário de mim, Henrique O. M. Reis Jr fala de temas econômicos com conhecimento de causa, pois é economista, o que não é o meu caso, acostumado a falar de economia sem ser economista. Para ele a culpa não é do Alexandre Tombini. A culpa é da equipe econômica, e mais especificamente, ele menciona Arno Augustin e Marcio Holland.

    É a mesma história econômica, mas com duas interpretações diferentes: a sua que culpa o Alexandre Tombini e a do Henrique O. M. Reis Jr que culpa o Arno Augustin e o Marcio Holland. Eu gostei mais da interpretação de Henrique O. M. Reis Jr. Pela sua interpretação parece que ali quando Alexandre Tombini começou a elevar a taxa de juros (abril de 2013) a economia não estava em retomada como os artigos de Francisco Lopes que começaram a sair naquela época apontavam e os preços de commodities agrícolas estavam ainda elevados em consequência da seca no oeste americano.

    A do Henrique O. M. Reis Jr pareceu-me mais consistente. Pena que ele também não fez menção à seca no oeste americano e que fez subir os preços das commodities inviabilizando a maior desvalorização do dólar como pretendia o governo. Não há também referência as elevadas taxas de crescimento da FBCF que se observa no quarto trimestre de 2012, no primeiro e no segundo trimestre de 2013 quando se compara com o trimestre imediatamente anterior. E também não há uma explicação para a reversão que se observa nessas mesmas taxas de investimento no terceiro trimestre de 2013. O governo, nas pessoas de Arno Augustin e o Marcio Holland errou e esta é a realidade que importa.

    O problema da visão do Henrique O. M. Reis Jr é que ela é puramente econômica. Se tudo resumir à economia, ele teria maior possibilidade de estar certo. Não parece, entretanto, que às vezes outros fatores contam muito até no próprio entendimento que temos sobre economia? Eu mencionei a inflação e não estou nem discutindo se economicamente a inflação deve ser maior ou menor. O que discuto são os aspectos não econômicos da inflação. Entre esses aspectos eu poderia fazer referência à corrupção porque parece que existe uma associação popular entre inflação e corrupção. Um governante para não parecer corrupto deve manter a inflação o mais baixo possível.

    Talvez tenha sido erro da presidenta Dilma Rousseff ter trabalhado com uma inflação de 6% ao ano e não de 4,5%, pois com a inflação mais alta ela deixava transparecer que existia mais corrupção no governo dela. E esse erro ficou mais evidenciado quando se recorda do julgamento da Ação Penal 470. Com a divulgação maior da mídia centrada no fato da presença de tantos petistas no julgamento, acabou-se esquecendo de um bom resultado do julgamento da Ação Penal 470: a transformação do crime de caixa dois em crime de corrupção quando o funcionário público tem os poderes políticos de um deputado federal. A pena maior para o crime de caixa dois era uma bandeira de luta do PT, mas que não se viabilizava via legislativo.

    Nós nunca tivemos um julgamento como o da Ação Penal 470 no STF. Será que aquele julgamento não teve repercussão nas manifestações de junho de 2013? E será que as manifestações de junho de 2013 não tiveram efeito na economia no terceiro trimestre de 2013? Essas questões são políticas e, infelizmente com os olhos só centrados na economia, Henrique O. M. Reis Jr, que se destaca mais como economistas, não cuidou delas. Você, embora se afirme como comentarista econômico, tem suficiente vivência política para não passar por cima de pontos em meu entendimento bem importantes.

    E deixo a seguir alguns links para posts artigos e comentários que mencionei acima:

    O post “Dilma não representa a resiliência, mas o acomodamento, por Ivan Pedro” pode ser visto no seguinte endereço:

    https://jornalggn.com.br/noticia/dilma-nao-representa-a-resiliencia-mas-o-acomodamento-por-ivan-pedro

    O post “Sociólogo diz que sociedade está ‘enfeitiçada’ pela manipulação da mídia” pode ser visto no seguinte endereço:

    https://jornalggn.com.br/noticia/sociologo-diz-que-sociedade-esta-enfeiticada-pela-manipulacao-da-midia

    O artigo de Howard Davies “As consequências políticas das crises” pode ser visto no seguinte endereço:

    http://www.valor.com.br/opiniao/4372636/consequencias-politicas-das-crises

    Infelizmente o acesso é só ao primeiro parágrafo do artigo. O artigo completo só está disponível para assinantes do Valor Econômico. Assim eu deixo o link para o artigo no original em inglês no site do PROJECT SYNDICATE, publicado em 22/12/2015 e cujo título é “The Political Consequences of Financial Crises”, que pode ser visto no seguinte endereço:

    https://www.project-syndicate.org/commentary/financial-crises-political-consequences-by-howard-davies-2015-12

    E mais importante do que o artigo “The Political Consequences of Financial Crises” é o link que ele fornece para o artigo dos Manuel Funke, Moritz Schularick e Christoph Trebesch, publicado em 21/11/2015, no site do VOX – CEPR’s Policy Portal e que pode ser visto no seguinte endereço:

    http://www.voxeu.org/article/political-aftermath-financial-crises-going-extremes

    E deixo também o link para o post “Brasil 2015: a ciência demência das metas inflacionárias” de sexta-feira, 30/01/2015 às 09:47, de sua autoria e aqui no seu blog dentro da série “Brasil 2015: desafios do desenvolvimentos”. O endereço do post “Brasil 2015: a ciência demência das metas inflacionárias” é:

    https://jornalggn.com.br/noticia/brasil-2015-a-ciencia-demencia-das-metas-inflacionarias

    Primeiro, lembro que o post “Brasil 2015: a ciência demência das metas inflacionárias” saiu originalmente na sexta-feira, 18/07/2014 às 06:00, portanto há cerca de um ano e meio. Segundo justifico ter deixado o link para este post “Brasil 2015: a ciência demência das metas inflacionárias”. Lá eu fiz dois comentários sendo que o segundo, enviado sexta-feira, 25/07/2014 – 21:51, é um grande apanhado de links sobre o Regime de Metas de Inflação e sobre Alexandre Tombini. Entre as muitas referências que eu faço o trecho a seguir foi que me levou ao post “Brasil 2015: a ciência demência das metas inflacionárias”. Disse eu lá:

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    “E lembro aqui um comentário para este post “Brasil 2015: a ciência demência das metas inflacionárias” de sexta-feira, 25/07/2014 às 09:29, enviado sexta-feira, 25/07/2014 às 15:00, por Henrique O. M. Reis Jr em que ele diz que teria sido grosso com você. Não quero discutir se ele foi ou não foi grosso com você, mas apenas indicar o post “As discussões sobre a taxa Selic” de quinta-feira, 05/12/2013 às 06:00, aqui no seu blog, em que você consolidou sua opinião e as manifestações que Henrique O. M. Reis Jr fizera junto ao post “Como o Mercado enredou o Banco Central” de terça-feira, 03/12/2013 às 05:00, de sua autoria.

    Faço essas referências porque Henrique O. M. Reis Jr elogiou bastante este post seu. Só que se deve lembrar que Henrique O. M. Reis Jr é economista. A sua crítica ao Regime de Metas de Inflação para países emergentes é bastante consistente sob o aspecto econômico. Só que embora seja um instrumento econômico de combate à inflação o efeito desejado do Regime de Metas de Inflação é o efeito político de se ter inflação baixa em uma campanha eleitoral. É neste ponto que o Regime de Metas de Inflação é imbatível.

    O endereço do post “As discussões sobre a taxa Selic” é:

    https://jornalggn.com.br/noticia/as-discussoes-sobre-a-taxa-selic

    E o endereço do post “Como o Mercado enredou o Banco Central” é:

    https://jornalggn.com.br/noticia/como-o-mercado-enredou-o-banco-central

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    O comentário de Henrique O. M. Reis Jr enviado sexta-feira, 25/07/2014 às 15:00 e a que eu fizera referência lá no post “Brasil 2015: a ciência demência das metas inflacionárias” encontra-se como os dois meus na segunda página do post e nele Henrique O. M. Reis Jr diz o seguinte (Coloquei no próprio comentário o título que ele dera ao comentário dele):

    “Sei que fui grosso com você antes Nassif

    Mas peço desculpa. Esse texto está muito bom e bem mais completo do que seus textos anteriores. Saiu da insistência de ficar comparando o canal crédito com o canal cambial da política monetária e fez uma análise bem mais completa reconhecendo a importância das expectativas e de todos os canais de transmissão.

    Essa sim foi uma crítica bem mais robusta a política monetária praticada hoje em dia pelo Brasil.”

    Então na verdade eu estava a procura do post “As discussões sobre a taxa Selic” ou do post “Como o Mercado enredou o Banco Central” em que, como eu deixara implícito acima, havia uma maior sistematização das ideias do economista Henrique O. M. Reis Jr. Ele é pouco frequente aqui no blog e eu fui buscar opiniões passadas dele para mais bem compreender o comentário dele aqui neste seu post “A opinião de Paes de Barros sobre Dilma” de sexta-feira, 30/12/2015 às 06:52.

    E faço ainda um acréscimo. Dos muitos links que eu deixei em meu segundo comentário enviado sexta-feira, 25/07/2014 às 21:51, para você junto ao post “Brasil 2015: a ciência demência das metas inflacionárias”, eu esqueci de mencionar o post “EM central bankers: guiders, reactors and Mavericks” de segunda-feira, 03/02/2014 às 15:49 e de autoria de Jonathan Wheatley no blog Beyondbrics do Financial Times, e que pode ser visto no seguinte endereço:

    http://blogs.ft.com/beyond-brics/2014/02/03/em-central-bankers-guiders-reactors-and-mavericks/

    Peca por ser um blog do Financial Times, mas há cerca de dois anos, o presidente do Banco Central do Brasil era tratado com muito melhores olhos do que se observava tanto naquela época como agora.

    Clever Mendes de Oliveira

    BH, 30/12/2015

    1. Encarar câmbio com pouca variação da taxa de juro, merece elogio

       

      Luis Nassif,

      Um ponto que eu não abordei entre os fatores que eu relacionei como importantes para permitir uma avaliação favorável do Banco Central está diretamente vinculado à crítica que você faz ao Alexandre Tombini. Transcrevo o que você diz do Alexandre Tombini:

      “A perda de rumo [do governo da presidenta Dilma Rousseff] ocorreu depois, quando a crise internacional passou a derrubar a atividade econômica e Dilma foi na conversa de Alexandre Tombini, o presidente do Banco Central, de que era imprescindível elevar os juros devido à iminente elevação dos juros norte-americanos, um cenário que até hoje não se concretizou”.

      Primeiro cabe lembrar que a atividade econômica no Brasil veio enfraquecendo desde 2010, uma vez que, detectada em 2009 bolha na construção civil, o Banco Central do Brasil foi criando restrições tanto pelo aumento do juro como via medidas prudenciais de modo a arrefecer o setor de construção civil sem causar grandes danos à economia.

      E a crise internacional que atingiu o mercado mundial começou no segundo semestre de 2011 e alcançou o Brasil pela via benéfica da redução da taxa de juro. Uma suposta queda da economia mundial em montante que corresponderia a um quarto da queda que ocorrera em 2008 foi a justificativa que o Banco Central alegou para iniciar a redução da taxa de juro a partir da 161ª Reunião do Copom que se realizou em 31/08/2011 e reverteu a tendência de elevação do juro que chegara a 12,50% na 160ª Reunião do Copom. Com a reversão, houve a redução da taxa de juro para 12,00%, iniciando assim uma sequência de baixa que continuou até quando a taxa de juro atingiu patamar de 7,25% na 170% Reunião do Copom realizada em 10/10/2012, e nesse patamar se manteve até a 174º Reunião do Copom, realizada em 17/04/2013, quando a taxa foi elevada para 7,50%.

      Em 2013 quando se iniciou a subida da taxa de juro, o Brasil já estava em plena recuperação econômica. É desta época os artigos de Francisco Lopes dizendo não só que o PIB de 2012 fora subdimensionado como também que já havia sinais de aquecimento da economia que recomendavam aumento da taxa de juros.

      Comentei bastante sobre essa recuperação da economia sinalizada por Francisco Lopes junto ao post “O PIB e a mudança no noticiário econômico” de sábado, 31/08/2013 às 09:21, aqui no seu blog e de sua autoria, mas infelizmente o post que tinha cerca de 130 comentários aparece agora só com 3 comentários. Dentre os meus muitos comentários ao post “O PIB e a mudança no noticiário econômico”, sendo o primeiro um enviado sábado, 31/08/2013 às 18:08, e destinado a você e os outros sendo em seguida destinados a Alexandre Weber – Santos –SP, em razão de resposta dele ao meu comentário e que fora enviado sábado, 31/08/2013 às 19:30, eu mencionava o artigo de Francisco Lopes “O PIB cresce 4% ao ano” publicado no Valor Econômico de quarta-feira, 17/07/2013.

      Tive dificuldade para encontrar o artigo, mas posteriormente apareceu na primeira página do post “O PIB e a mudança no noticiário econômico”, uma transcrição do artigo de Francisco Lopes. Tal transcrição fora feita no comentário enviado domingo, 01/09/2013 as 12:41, por Luiz Fernando Mendes de Santana. De todo modo, o artigo de Francisco Lopes “O PIB cresce 4% ao ano” também foi transcrito aqui no seu blog junto ao post “O pessimismo obsessivo nas análises econômicas” de quarta-feira, 17/07/2013 às 11:55, publicado aqui no seu blog por sugestão de MCN. A lamentar que assim como no post “O PIB e a mudança no noticiário econômico”, os comentários foram reduzidos de cerca de 130 para 3, os comentários no post “O pessimismo obsessivo nas análises econômicas” foram reduzidos de pelo menos 16 como consta em meu arquivo para nenhum. Ainda assim, deixo a seguir o link para os dois posts.

      O post “O PIB e a mudança no noticiário econômico” pode ser visto no seguinte endereço:

      https://jornalggn.com.br/blog/luisnassif/o-pib-e-a-mudanca-no-noticiario-economico

      O post “O pessimismo obsessivo nas análises econômicas” pode ser visto no seguinte endereço:

      http://184.107.78.53/blog/luisnassif/o-pessimismo-obsessivo-nas-analises-economicas

      Assim, esse convencimento que Alexandre Tombini teria feito na presidenta Dilma Rousseff podia ter sido datado por você. Ele deve ter ocorrido no início de 2013, pois, conforme visto acima, em abril de 2013, o Banco Central começou a aumentar a taxa de juro, mais especificamente na 174ª Reunião do Copom, realizada quarta-feira, 17/04/2013, a taxa de juros saiu de 7,25 e foi para 7,50.

      Alem do esclarecimento sobre a realidade econômica do Brasil na época do início do aumento da taxa de juro, que não me pareceu bem apresentada por você, eu faço este comentário complementar para expor mais uma razão para elogiar a atuação do Banco Central do Brasil. A minha opinião contrária a sua não diz respeito ao erro que você aponta em Alexandre Tombini de ter previsto equivocadamente uma elevação da taxa de juro americana em 2014, quando ela só veio ocorrer, e assim mesmo em meros 0,25% em dezembro de 2015. Não faço a defesa de Alexandre Tombini nesse pormenor de ter errado a previsão do início da subida do juro americano por quase dois anos ou talvez se devesse dizer por um ano e meio. Até porque ainda que com menos informação eu também errei em minha previsão, se bem que também feita cerca de dois anos antes de Alexandre Tombini. Provavelmente eu realizara uma previsão ainda mais antiga, mas não tive tempo de fazer pesquisa.

      Encontrei uma previsão minha sobre os juros americanos em trecho que transcrevi junto ao seu blog no post “Aguardando o gatilho do FED” de terça-feira, 17/09/2013 às 08:21, de sua autoria, em comentário meu para você enviado terça-feira, 17/09/2013 às 22:28. Lá no meu comentário eu transcrevo um comentário meu enviado para Alon Feuerwerker quinta-feira, 24/02/2011 às 14:29:00 BRT junto ao post “Um problema de lógica” de domingo, 20/02/2011, no blog dele. No meu comentário para Alon Feuerwerker, que eu transcrevo na íntegra, eu disse o seguinte:

      “Alon Feuerwerker,

      Dentre os vários fatores que podem interferir para dar condições ao governante para em um ano seguinte mesmo com um crescimento menor se tenham melhores condições de gastos públicos do que no ano em curso, eu mencionei uma provável desvalorização do real que contrabalancearia a perda da competitividade internacional que o aumento do salário mínimo provoca. É só a possibilidade. Se tudo repetir a crise de 1988, quando os Estados Unidos tiveram que conviver por um longo período com juros de quase zero, só a partir de 2012 (A torcer que Barack Obama tenha melhor sorte que George Herbert Walker Bush, o pai, que perdeu a eleição para Bill Clinton não só porque o crescimento econômico só deslanchou em 1992, ano da reeleição, como também teve a concorrência de Ross Perot) haverá retomada do crescimento americano e em 2014 haverá o aumento do juro nos Estados Unidos que produzirá a fuga de dólares das economias em desenvolvimento, provocando crises semelhantes ao do México no início de 1995, a dos Tigres Asiáticos em 1997, a russa em 1998, a do Brasil nas crises anteriores e em 1999 e depois na crise da Argentina em final de 2000 (Eis uma crise interessante essa que ocorreu na Argentina governada por Fernando de la Rua e porque não questionar se o levante no mundo árabe não é, mais do que um levante por democracia, um levante contra a crise econômica, afinal, os árabes estão muito próximos da Europa com a qual mantêm forte relação mercantil e a Europa está em forte crise econômica) depois na crise do Brasil da eleição de 2002 (Brasil que também sofrera na crise da Argentina em 2000 e voltara a sofrer no ano seguinte com a crise do racionamento de energia também chamada de crise do apagão e que alguns confundem ou querem confundir com as atuais deficiências brasileiras no setor energético).

      É esperar para ver, até porque se poderá verificar também se a repetição virá como uma farsa”.

      O endereço do post “Um problema de lógica” é:

      http://www.blogdoalon.com.br/2011/02/um-problema-logico-2002.htm

      E o endereço do post “Aguardando o gatilho do FED” é:

      http://72.55.165.238/noticia/aguardando-o-gatilho-do-fed-0

      Dois anos depois da minha previsão (e provavelmente há outras da mesma natureza realizadas bem antes) e muito mais apetrechado, a previsão de Alexandre Tombini de a elevação de juros americanos ocorrer em 2014 não teria nada de especial se ele tivesse acertado. E infelizmente ele errou. Não errou, entretanto, quanto aos efeitos que seriam notados nas economias dos países emergentes, pois o post “EM central bankers: guiders, reactors and Mavericks” de segunda-feira, 03/02/2014 às 15:49, que eu indiquei no comentário anterior trata exatamente do primeiro suspiro que atingiu as economias dos países emergentes diante de uma possível elevação do juro americano. Na verdade, o post “EM central bankers: guiders, reactors and Mavericks” foi publicado para relatar como os Banco Centrais dos países emergentes enfrentaram as primeiras pressões por desvalorização da moeda que ocorreram exatamente no início de fevereiro de 2014. O Brasil foi considerado como país que vai à frente porque o Brasil não precisou elevar o juro de forma substanciosa como os outros países fizeram diante daquela primeira pressão pela desvalorização das moedas dos países de periferia ou talvez devesse dizer de países emergentes.

      Enfim, Alexandre Tombini errou quanto à data, mas pela primeira vez o Brasil não fez aumento substancial da taxa de juro diante de pressões de desvalorização da moeda. Então mesmo que acertasse Alexandre Tombini não teria feito nada de excepcional. O que houve de excepcional na conduta do Banco Central do Brasil foi o fato de nunca dantes na história deste país o Banco Central do Brasil ter enfrentado uma crise cambial como a que enfrentamos em 2015 sem elevar a taxa de juros de modo brusco como se verificou de outras vezes na economia brasileira e também em outros países quando ocorriam crises cambiais. No Brasil em 2014 e 2015, durante os momentos de ataque especulativo a nossa moeda, as variações na taxa de juro se davam em percentuais bem pequenos.

      Talvez aqui caiba fazer menção a Rússia. A taxa de juros do Banco Central da Rússia nos dois últimos anos é o que se segue:

      dezembro de 2015

      novembro de 2015

      outubro de 2015

      setembro de 2015

      agosto de 2015

      julho 31 2015             – 11.000 %

      junho 15 2015            – 11.500 %

      maio de 2014

      abril 30 2015              – 12.500 %

      março 13 2015           – 14.000 %

      fevereiro de 2014

      janeiro 30 2015          – 15.000 %

      dezembro 16 2014     – 17.000 %

      dezembro 11 2014     – 10.500 %

      novembro de 2014

      outubro 31 2014         – 9.500 %

      setembro de 2014

      agosto de 2014

      julho 25 2014              – 8.000 %

      junho de 2014

      maio de 2014

      abril 25 2014              – 7.500 %

      março de 2014

      fevereiro de 2014       – 7,000 %

      janeiro de 2014          – 5,500 %

      (Os dados foram projetados para janeiro, fevereiro de 2014)

      Os dados acima foram obtidos no endereço abaixo:

      http://www.global-rates.com/interest-rates/central-banks/central-bank-russia/cbr-interest-rate.aspx

      Os mesmos dados sobre a taxa de juros na Rússia podem também serem obtidos no seguinte endereço:

      http://ieconomics.com/russia-interest-rate

      Infelizmente tanto no endereço anterior como no seguinte os dados são atualizados e daqui a dois anos eles ficam desatualizados para o meu comentário, e assim se terá que fiar nos dados que eu transcrevi. O que é importante é observar que de janeiro para fevereiro de 2014, o juro dá o primeiro salto de 5,5% para 7,0%, exatamente quando da publicação do post “EM central bankers: guiders, reactors and Mavericks”, sendo que no endereço do IECONOMICS a taxa de juro vai para 7,5% em março de 2014 enquanto no Global Rates a taxa vai para 7,5% em 25 de abril de 2014.

      A comparação com a Rússia para ser mais esclarecedora necessitaria de dados de desemprego, de crescimento do PIB, da taxa de inflação e da taxa de câmbio e dados da Balança Comercial dos últimos dois anos. Trata-se de uma comparação importante porque a Rússia sofreu um abalo no PIB quase na mesma intensidade da recessão brasileira. Vale então comparar o Brasil com a Rússia para saber se o que aconteceu com o Brasil foi um caso particular ou se a realidade econômica brasileira recente guarda semelhança com a Rússia. Se houver semelhança vai parecer um tanto fora da lógica culpar erros da política econômica brasileira pela atual crise que nós enfrentamos, a menos que os russos tenham cometido erros semelhantes.

      Alias, a própria Rússia é exemplo que eu menciono para de certo modo mitigar a importância da justificativa que eu dou para a crise brasileira e que seria o que aconteceu no terceiro trimestre de 2013. Se os dois países estão em situação econômica semelhante não haveria porque atribuir a atual crise econômica ao que aconteceu no PIB brasileiro no terceiro trimestre de 2013, uma vez que algo semelhante não ocorreu na Rússia e os dois países apresentam resultados econômicos semelhantes.

      De todo modo, a minha referência ao terceiro trimestre de 2013, está mais relacionada com o que aconteceu com a Formação Bruta de Capital Fixo – FBCF, que deu uma forte inflexão para baixo. Eu atribuo essa mudança aos efeitos das manifestações de junho de 2013, no entanto, reconheço que deveria haver mais estudos a respeito. É preciso saber o que aconteceu com a FBCF: quem puxou para cima a FBCF nos trimestre anteriores, e quem puxou para baixo a FBCF no terceiro trimestre de 2013 e nos seguintes.

      Agora, o meu elogio a atuação do Banco Central em relação a elevação do juro, de forma firme, paulatina e preventiva, sem mudanças bruscas como ocorreu com a Rússia, é mais enfatizada na comparação com outros momentos da história econômica recente do Brasil. Foi nesse sentido o meu comentário enviado para você sexta-feira, 13/11/2015 às 21:20, junto ao post “O que arrebentou a economia foi o câmbio, diz Bresser-Pereira” de sexta-feira, 13/11/2015 às 10:53, aqui no seu blog e que pode ser visto no seguinte endereço:

      https://jornalggn.com.br/noticia/o-que-arrebentou-a-economia-foi-o-cambio-diz-bresser-pereira

      De lá do meu longo comentário com links interessantes de serem visitados, eu retiro para transcrever abaixo o seguinte trecho (Fiz alguns acréscimos no texto para que ele ficasse mais preciso e correto na descrição dos fatos a que ele faz referencia e que a pressa nao deixara eu fazer quando escrevi da primeira vez):

      “Enfim o Brasil está fazendo tudo certo e sem que se precise elevar a 40 – 45% como ele se elevou no início de 1995, após a desvalorização do México, como ele se elevou no ano de 1998 [Na 29ª Reunião do Copom a taxa Selic foi para 42,12%], quando da crise russa, como ele se elevou em 1999 [Após a 32ª reunião do Copom que elevou a taxa Selic para 37,34% houve um aumento da taxa para 44,95, em 04/03/1999, vigorando esse valor entre 05/03/1999 até 24/03/1999] quando da crise brasileira (E deve ter subido muito em 1997 quando houve a crise nos Tigres Asiáticos [Na 18ª reunião do Copom, uma reunião extraordinária realizada em 30/10/1997, a taxa de juros foi para 45,67%]). Nunca na história do Brasil o juro subiu tão pouco para enfrentar a desvalorização”.

      Em meu entendimento, uma análise mais bem fundamentada vai encontrar muitos motivos para se fazer uma avaliação melhor do Banco Central do Brasil. Não é que ele não tenha errado com Alexandre Tombini, e pode ser que até mesmo a elevação gradual do juro não seja a política mais correta a ser adotada para enfrentar uma previsível desvalorização da moeda.

      Há o exemplo de Paul Volcker, que assumiu a presidência do Banco Central Americano, o Federal Reserve, em agosto de 1979, quando a taxa de juro americana (Prime Rate) era de 12%, e que, para enfrentar a inflação de 12% ao ano, subiu o juro de forma bem brusca de modo que ela atingira 20,00% em 02/04/1980, subindo 8 pontos percentuais em oito meses. A observar que na sequência ele começou a reduzir o juro e assim cerca de quatro meses depois, isto é, em 25/07/1980, o estava em patamar ate inferior ao nível de agosto de 1979, atingindo 11,00%. E houve na sequência novo aumento do juro americano atingindo o máximo histórico de 21,50% em 19/12/1980, ou seja, uma elevação de dez pontos percentuais e meio em cinco meses.

      A Rússia teve problemas com o câmbio e para os enfrentar elevou o juro de forma rápida acima do que fez o Brasil, mas já o reduziu a patamar bem inferior ao brasileiro. Não parece claro qual é a alternativa mais aconselhável. A crítica, entretanto, deve ser centrada no que ocorreu e apresentando a alternativa para a situação em que se considerava que a política adotada pelo Banco Central do Brasil não foi acertada.

      Clever Mendes de Oliveira

      BH, 03/01/2016

  30. pouco entendo de economia…

    mas quando misturam bolsa família com sistema financeiro comum, entendo menos ainda

    mais entendo do seguinte: que o bolsa família é para quem não pode esperar que as coisas melhorem

    de Dilma, acredito que foi forçada a engolir o aumento dos juros porque o microcrédito bombava legal e também interessava aos que dependiam do bolsa família

    não teria funcionado, o microcrédito, como um segundo grau para os do bolsa família?

    aí os juros não perdoam, como não perdoaram

     

      1. assim penso, porque já andei nessa de esperar…

        que as coisas melhorassem, me endividando cada vez mais

        e me obrigando até ter que trocar de agiota, a procurar os da praça paralela, os comuns ou ilegais

        e qual foi minha surpresa ao descobrir que eram a segunda via dos banqueiros tradicionais? nenhuma

  31. 02/08/2011BC busca de meta de
    02/08/2011BC busca de meta de inflação em 2012, enfatiza Tombinihttp://g1.globo.com/economia/noticia/2011/08/bc-busca-de-meta-de-inflaca… 11/12/2012Tombini: inflação se deslocará para centro da meta ao longo de 2013http://www.administradores.com.br/noticias/economia-e-financas/tombini-i… 03/10/2013Inflação brasileira está sob controle e vai recuar para o centro da meta, garante Tombinihttp://www.brasil.gov.br/economia-e-emprego/2013/10/inflacao-brasileira-… 19/12/2014Traremos inflação para centro da meta em 2016, diz Tombinihttp://exame.abril.com.br/economia/noticias/traremos-inflacao-para-centr… 15/12/2015Inflação deve atingir meta em 2017, segundo Tombinihttps://jornalggn.com.br/noticia/inflacao-deve-atingir-meta-em-2017-segun… Inflação anual (IPCA)2010 5,91%2011 6,50%2012 5,84%2013 5,91%2014 6,41%2015 9,62% até o mês de novembro Meta de inflação: 4,5%  EU entendi a tática deles. É sempre no futuro. Quando a inflação acabará? No futuro, depois de aumentarmos mais meio ponto percentual da taxa de juros. Ai entra um novo presidente e pergunta para o BC, quando a inflação diminuirá? No futuro, só precisamos aumentar mais meio ponto percentual da taxa de juros. Então, três presidentes depois já se aumentaram 10 pontos pontos percentuais da taxa de juros e a inflação correspondente só aumentou. Pois com juros alto, pouca grana em caixa e investimentos no país, pois o dinheiro necessita ficar guardado para pagar os investidores dos estrangeiros; com isso, há uma diminuição no valor da moeda e um aumento no valor dos produtos importados em outra moeda; como o trigo que dá valor ao pão. Ou seja, nos tornamos reféns das taxas de juros e de um BC corrupto. Fazemos os ajustes fiscais, cortamos todos os investimentos e a economia entra em recessão para podermos pagar os investimentos estrangeiro com uma alta de juros criada por um BC com administradores cegos ou que se fazem de cegos para enriquecerem-se. Na Ucrânia, uma economia que cinha bem, com uma população saudável. Um banqueiro fraudou as eleições e a primeira saída que encontrou quando chegou no governo foi aumentar a taxa de juros para do país para 30%. E assim salvar a economia, a economia de seus bancos. E destruir a economia Ucraniana. E a mídia internacional está encima da Rússia, só não entendi até agora o motivo. Um banqueiro corrupto toma o país, aumenta a taxa de juros às alturas para enriquecer-se e os jornais mundiais anunciam sanções econômicas contra a Rússia? Isso só se pode nos fazer entender que o mundo é dominado pelos bancos e seus jornais; e na Ucrânia, só há mais um de seus comparsas.  

  32. Estou com Dilma

    Nos últimos dois anos veio um aprofundamento de fatores negativos para a economia do Brasil, tanto na frente externa como interna. Ainda, o clima de terceiro turno, pelo lado político e a lava-Jato, respingando problemas ao Governo. Logo, o impeachment.

    No lado externo esta crise materializou-se mediante a queda abrupta do preço das commodities e um reagrupamento de grupos econômicos globais. Uma leve desaceleração no crescimento da China gerou uma espiral negativa no mercado global de commodities. Isso afetou enormemente aos países exportadores, e não apenas o Brasil (Chile vive a mesma situação). Resquícios da crise do 2008 vieram-se arrastando ainda desde a Europa.

    No plano interno, o empresariado jogou fortemente as suas fichas pela volta dos tucanos ao poder. A partir de setembro de 2013, ou seja, um ano antes das eleições, o setor mineral mostrou uma significativa – e programada – retração. Outros segmentos pareceram seguir essa tendência. Pelas nossas fontes, houve ordem superior em algumas empresas para paralisarem investimentos. Isso deve ter acontecido em setembro de 2013, segundo minhas observações no setor mineral Em paralelo, grupos empresariais se deslocam pelo Brasil levando esta tendência.

    Logo da eleição de Dilma, parte do empresariado jogou para o “quanto pior melhor”. O grupo LIDE (Grupo de Líderes Empresariais), dirigido por João Dória, circulou pelo Brasil em vários segmentos (como se um conjunto de ministérios fosse). O filme de propagando do LIDE, de apenas 3 ou 4 minutos, exibe em cinco oportunidades a imagem do FHC (eu participei como convidado num desses eventos).

    O último grande encontro de mineração, em Belo Horizonte (EXPOSIBRAM, setembro 2015), teve como convidado de honra nada menos que o Merval (da Globo). Tinha um monte de empresários tirando “selfie” com este menino propaganda tucano.

    Durante este ano jogaram-se todas as fichas para o impeachment e, pelo que vemos, também não vai dar em nada.

    Acho que Dilma saiu-se muito bem e, acredito muito na recuperação ou virada já em 2016. Politicamente, devemos retomar o contato com as bases sociais e partidos aliados. Na economia, o Ministro Barbosa parece trazer um novo gás, com um viés mais forte na economia real.

    Temos sorte de ter no Governo alguém como Dilma, com as condições mais importantes para conduzir o barco nesta tormenta. Dilma é honesta e confiável politicamente e, nos tempos “gatunos” de hoje, essa pequena chama de “valor” converte-se numa fogueira imensa.

    1. Crise mundial

      A última crise mundial foi em 2008. Os analistas não ligam uma coisa a outra. A crise financeira brasileira é fiscal. O governo simplesmente não fez do dever de casa: gastou sem medida e sem controle. Deu no que deu. Depois sem veio a crise moral (corrupção na Petrobrás)) e politica (insatisfação com o resultado das eleições).

  33. Dilma Rousseff vai entrar

    Dilma Rousseff vai entrar para a história como a Presidenta que poderia ter sido grande, mas não foi. Se augustinou, se amantegou, se cardozou. Vai lançar biografia colocando a culpa na Crise, no Mercado, no Capitalismo Feio e Opressor, na Mídia e na oposição Irresponsável (não apenas irresponsável, mas moleque e incompetente). Poderia ter vencido a crise facilmente, mas errou rude. Desonerou além da conta, mesmo com parecer contrário de técnicos da Receita (ai, essas decisões políticas, esse voluntarismo primário banhado em instinto…). O pior é que temos 3 anos pela frente e nada indica que haverá mudança de rumos. Dilma está com 68 anos. Uma pessoa normalmente fica mais teimosa com o passar dos anos. E o brabo é que Dilma parece ser, de berço, uma pessoa extremamente teimosa. Falta-lhe o jogo de cintura, a astúcia necessária para quem almeja ser uma Estadista, falta-lhe companhia. Se você não é a mais competente das pessoas, seja inteligente e dê um jeito de ficar cercado de pessoas mais inteligentes ue você. Aí tu olha para os lados da Dilma e o que há de bom? Complicado. Bem complicado.

  34. Ao Nassif e sua equipe Feliz
    Ao Nassif e sua equipe Feliz 2016…

    Que A Luz nos seus escritos continuem encandecendo as mentes daqueles que anceiam a liberdade a justica e a vida melhor para TODOS…

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