Analistas explicam crescimento de Bolsonaro e dificuldades da esquerda

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Fotos: Agência Brasil

Jornal GGN – Reportagem divulgada pela BBC Brasil nesta quinta (16) mostra que é consenso entre os analistas entrevistados que o crescimento de Jair Bolsonaro se explica principalmente por sua presença na internet e, especialmente, pela sua aceitação entre jovens. Mais de 60% de seu potencial eleitorado vem dessa faixa etária e, além disso, segundado dados do Ibope, 90% das pessoas que pretendem votar no parlamentar para presidente da República têm acesso diário às redes sociais – a média nacional é inferior a 70%.

Essa camada que virou público-alvo de Bolsonaro se manifesta, em parte, contra a política e contra a retirada de direitos desde 2013, sem que os governos do PT tenham conseguido fazer uma interpretação adequada desses movimentos e seus rumos.

O partido não apresenta nenhuma alternativa a não ser Lula, e tampouco tem conseguido criar elos sólidos e capitalizar movimentos como o feminista, o de negros, o de combate à discriminação contra homossexuais, etc. O resultado é uma camada de jovens fragmentada, que pode ser seduzida por uma direita extrema que está antenada com as tecnologias.

A repotagem mostrou que, do ponto de vista de potenciais eleitores, Bolsonaro chama atenção por ser autêntico e não demonstrar raízes com facetas corruptas e obsoletas da política tradicional. Ele ainda consegue fazer com que o seu público relativize as manifestações polêmicas. Ou seja: já negros e mulheres votando em Bolsonaro apesar do discurso fortemente racista e machista.

O professor Moysés Pinto Neto disse à reportagem que a esquerda não conseguiu se aproveitar do descontentamento mostrado nos protestos para engrossar suas fileiras. “O que aconteceu foi o inverso. A direita, que sempre foi o establishment, começou a se mostrar como crítica ao sistema, como se estivesse fora dele e fosse a solução para os problemas. Nos Estados Unidos, isso levou à eleição de Donald Trump”, explicou.

Moysés Pinto Neto avaliou que a direita foi “visionária” e “competente” ao usar o Facebook, YouTube e Twitter.

Diretores dos institutos Datafolha e Ipsos fizeram ressalvas. Eles afirmaram que, em 2018, Bolsonaro deve perder força porque, na campanha, ele terá menos tempo de propaganda na TV e no rádio do que seus adversários. Outros analistas apontaram que há espaço para um candidato mais ao centro em função disso.

Apesar de toda a contextualização, o cientista político Hilton Cesario Fernandes, da Fespsp, argumentou que “o apoio da juventude não será suficiente para a vitória da extrema-direita”, segundo a BBC. “O discurso radical pega uma parcela da população específica, mas dificilmente convence a maior parte da população numa disputa majoritária, disse.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

17 Comentários

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  1. A interpretação destes analistas tem equívocos.

    O mais grosseiro equívoco pode ser visto na seguinte frase:

    “O que aconteceu foi o inverso. A direita, que sempre foi o establishment, começou a se mostrar como crítica ao sistema, como se estivesse fora dele e fosse a solução para os problemas. Nos Estados Unidos, isso levou à eleição de Donald Trump”.

    Trump é um misógeno, direitista e meio truculento, entretanto quem sempre representou o sistema nas eleições Norte-Americanas era Hillary Clinton e jamais Trump. Ele se elegeu com um discurso de retomada da indústria norte-americana e com um fechamento do país ao mundo (este foi o discurso, se está ou não sendo realizado é outro problema).

    Hillary Clinton sempre foi a representante do grande capital Imperialista norte-americano, porém este tal de especialista, que pelo visto é um bosta, não captou a diferença. O discurso de Hillary Clinton foi o mais a direita de todos os candidatos democratas das últimas décadas, logo posso dizer com certeza, se o resto da análise deste tal de professor Moysés Pinto Neto deve estar povoada de besteiras.

  2. Fui um pouco mais adiante e na reportagem da BBC li …….

    Fui um pouco mais adiante e na reportagem da BBC li outra pérola de tal análise.

    “Bolsonaro começou a ganhar simpatizantes depois dos protestos de junho de 2013, quando milhões de jovens tomaram as ruas para, primeiro, protestar contra o aumento das tarifas de transporte e, depois, contra governos e políticos.”

    Bolsonaro não ganhou simpatizantes nos protestos de 2013, Bolsonaro ganhou adeptos no discurso de Homofobia e de “masculinidade” contra os deputados Jean Willians e Maria do Rosário, que na verdade foram o que deram palco para ele.

    Contra o crecimento de Bolsonaro, pode-se ver que ele está praticamente estabilizado em torno de 16% a 20%, e será muito difícil que ele saia deste nível, pois simplesmente seu discurso exclui a imensa parte das mulheres e negros, também as pessoas razoáveis. É um discurso infantil para crianças do sexo masculino que estão tentando se autoafirmar.

    1. É por aí….

      Bolsonaro tornou-se o “anti” Lula e o PT em assuntos de corrupção e comportamentais (religião, família, sexo). Depois de ser batizado no Rio Jordan, Bolsonaro capta a votação de povo evangélico que, levado em grande parte pela mídia, enxerga as eleições como apenas um assunto comportamental e não estritamente político.

      A mídia acabou sepultando de vez o PSDB, de onde surgia o sentimento político anti-Lula, agora sobrou apenas o assunto doméstico em relação a comportamento familiar, onde o PSDB não opina muito

      Bolsonaro cresce com as cusparadas do Wyllys e as brigas com Maria do Rosário. Cada vez que o PT defende (justamente, diga-se de passagem) às minorias, aparece este intolerante do Bolsonaro colocando essa discussão no colo da esquerda e não apenas como um assunto social que a todos diz respeito. Assim, ele fica construindo a sua candidatura sem programa algum, sem conhecimento algum de economia nem de projeto de nação, mas apenas como um “pastor” que predica “boas práticas” comportamentais (ele deve até achar….). Bolsonaro vai perder eleitores quando a disputa esteja focada em assuntos políticos e de defesa da soberania nacional, com justiça social..

    2. Mais do que homofóbico, é o eleitorado anti-PT

      Discurso homofóbico não dá 16% de intenção de votos. É no discurso anti-PT que Bolsonoro ocupa boa parte do nicho anti-petista, como bem disse o Alexis. Só que esse nicho é menor do que a direita esperava e está em queda graças ao golpe e à comparação com o governo Temer (ao qual Bolsonaro tem mais vínculo, pois você não o vê atacando Temer, apenas votou contra Temer porque não teve saída). O PT na oposição à Temer se reabilita perante eleitores que andaram virando a casaca.

      Agora não é bom subestimar a candidatura de Bolsonaro por dois motivos. 1) Ele tem uma base eleitoral de fato em todo o Brasil com militância aguerrida e motivada, formada por policiais, bombeiros e tropas da base das FFAA. É essa base que o alavancou nas redes sociais e que o recepciona em aeroportos e nos eventos em suas viagens em campanha; 2) O mercado pode adotar e patrocinar Bolsonaro, se não sobrar outra alternativa, e repaginar seu discurso, focando (mesmo que de forma mentirosa) em pontos de maior interesse do eleitor (emprego, oportunidades, direitos sociais, educação, saúde e segurança) usando as conhecidas técnicas de marketing político e as novas de big data, usadas na campanha de Trump.

  3. Direto ao ponto ! Sem floreios !

    Há anos, quase uma década, em quase todas as emissoras de TV aberta, e em emissoras de rádio, dezenas, quase centenas de locutores e apresentadores de programas de programetes populares fazem campanha indireta em favor do bolsonazi.

    ” bandido bom é bandido morto”  “políticos não prestam” ” vamos defender a família contra a violência e a desordem” “temos que armar o cidadão de bem”  

    Ou vocês não creem que os programetes do tipo Datena, Wagner Montes etc…,não servem como atrativo eleitoreiro para o capitão do exército entreguista dep.Bolsonazi ? 

    Liguem a tv aberta e ou rádios e constatem o que digo, em todos os municípios, existem programetes com as mesmas propostas do salafrário bolsonazi .

  4. Essa molecada não faz ideia

    Essa molecada não faz ideia do que era o país antes do Lula. Estão destruindo o próprio futuro. Devem achar que política é uma piada e que as coisas caem do céu. Sem políticas públicas para emprego, para a economia, sem distribuir oportunidades, nada acontece. Eles não conseguem perceber isso. 

  5. É fácil constatar que essa

    É fácil constatar que essa parcela da juventude “antenada” às redes sociais é branca e pertende às classes A e B. Logo, é a minoria da minoria!

  6. Isso é apenas, reflexo da

    Isso é apenas, reflexo da desinteria mental, que momentaneamente ataca o intestino que esses meninos utilizam no lugar do cerebro. Nada que um laxante pediátrico, facilmente não resolva. No meu tempo, dava-se uma colher de sopa de leite de magnésia em jejum, não demorava e botava tudo pra fora, não seria uma lombriga como o bolsonaro a escapar.

    Orlando

  7. Não consigo conceber. . .

    Não consigo conceber Bolsonaro no segundo turno das eleições presidenciais de 2.018, no meu entender, quem tem chances reais de ir ao segundo turno são: Lula (se não for cassado seus direitos políticos), se for ele deve indicar Fernando Haddad que  também tem fortes chances de ir ao segundo turno, os outros seriam Alkmin e Ciro Gomes. Para mim Bolsonaro é carta fora do baralho, acho que dificilmente seus votos passarão de 20%. Temos que acreditar que não tem tanto alienados assim no Brasil.

    1. Eu também quero crer mas não é bom subestimar

      Eu também quero crer que não passa de 20% (e acho que pode ser bem menos do que isso na hora H do voto). Mas já pensei isso também quando Collor despontou em 1989. Haviam vários candidatos mais consistentes, inclusive na direita, e deu Collor. Hoje acho que seria mais difícil por causa da internet, e ainda acho que Bolsonaro vai se auto-desconstruir sozinho, pois ele não tem um bom discurso social, pró-emprego, pelo contrário.

      Mas não é bom subestimar. Quando o eleitor liga a tecla foda-se, qualquer coisa pode acontecer. A juventude não viveu a ditadura para ter medo dela e tem medo é da falta de segurança pública, fator que favorece Bolsonaro por um lado. Porém Bolsonaro tem um discurso muito ruim na economia (não na macroeconomia, essas coisas de câmbio, tripé econômico, etc), digo na economia que interessa o povo: emprego, renda, trabalho, oportunidades de estudo e qualificação profissional, melhor distribuição de renda. Ele, como deputado, votou em muita porcaria anti-povo. Bolsonaro também vai mal com a juventude quando mostra-se fundamentalista, intolerante na discussão sobre drogas, direitos da mulher, insensível com os mais pobres, os mais fracos, com minorias, com povos indígenas. Na hora que a campanha esquentar ele perderá parte dos votos de jovens, igual ocorreu com Marina Silva. Outra coisa que drenará votos dele é essa imagem construída dele ser a última bolacha honesta do pacote. É fake. O cara não é um outsider na política. É político profissional há 3 décadas, filiado aos partidos mais corruptos o tempo todo, mamando nas verbas de gabinete e passagens aéreas, sem nenhuma folha de serviços relevantes prestados como deputado a não se meter em polêmicas infrutíferas. É apenas um deputado fisiológico e do baixo clero.

      Sem subestimar, acredito que ele não está com essa bola toda porque senão o “mercado” já tinha adotado ele e fornecido a ele um marketeiro para dar uma repaginada, igual fez com o Collor. O “mercado” deve ter pesquisas qualitativas indicando que ele não ganha, por isso o Armínio Fraga está recrutando o Huck.

      1. O problema de Bolsonaro é muita exposição para pouca coisa.

        Mesmo analisando Bolsonaro dentro de uma perpectiva de extrema direita a exposição dele nas reder sociais e principalmente no YouTube perdeu um pouco de impacto a medida que as questões que são colocadas em intervenções nas mídias tradicionais e transmitidas via Internet passou de ficar pontuada pelos assuntos que o mesmo insiste falar e passaram para outros assuntos.

        Por exemplo, na patética entrevista de Marco Antonio Villa, o mesmo que no passado chegou a dizer que não houve ditadura, passou a fazer algumas perguntas sobre economia e outros assunto (diga-se de passagem, perguntas muito mal feitas e sem desenvolver perguntas sobre as respostas) o Bolsonaro perdeu a linha e começou a babar.

        A superexposição de alguém em qualquer tipo de mídia só é conveniente quando alguém cria fatos novos (falsos ou verdadeiros) que tentam incobrir os passados, porém Bolsonaro não tem esta habilidade.

      2. Meu caro, na época de Collor a Globo não estava tão …………

        Meu caro, na época de Collor a Globo não estava tão desacreditada como ela está nos dias atuais, e a imagem de Collor ainda era algo meio inédito na política dos anos anteriores a sua eleição.

        Hoje a realidade é outra, a Globo está completamente desacreditada e a tendência é piorar ainda mais, logo o suporte que a grande imprensa pode dar é muito pequeno, pois quem acredita em Lula automaticamente desacredita na Globo, e quem não acredita em Lula também não acredita na Globo.

        Eu tenho uma pequena teoria, o segundo golpe está ficando com prazo de validade vencido!

    2. Por que seria alienação votar

      Por que seria alienação votar em Bolsoraro? E não seria votar nos demais postulantes? Em um país continental como o nosso, é natural termos várias lideranças políticas, representando diversas camadas da sociedade e defendendo valores e interesses muitas vezes divergentes. Participei em 2002 ativamente da campanha de LULA, hoje vejo o quando fomos enganados com diversas promessas de novo modelo de desenvolvimento, podemos sitar o pré sal, que serviria para financiar a nossa educação, quem não comemorou? Depois vieram as eleições de Dilma, aí LULA não sabia mais de nada, tudo que ele fez foi ideia de Dilma. Só para o povo votar.

  8. Para tão ruim matéria uma resenha à altura

     

    Jornal GGN,

    Faria mais bem como fonte de informação se a resenha da reportagem da BBC viesse assinada. Sem assinatura há que responsabilizar a falta de senso crítico de quem redigiu a matéria a todo o Jornal GGN e não somente a quem assinou.

    Algumas das fragilidades da reportagem original da BBC do Brasiol já foram apontadas por Rdmaestri nos comentários que ele enviou quinta-feira, 16/11/2017 às 17:21 e logo em seguida às 17:31.

    O parágrafo que transcrevo a seguir é bem o exemplo do que poderia ser considerado como uma confusão mental de quem escreveu o texto. Diz o texto:

    “Essa camada que virou público-alvo de Bolsonaro se manifesta, em parte, contra a política e contra a retirada de direitos desde 2013, sem que os governos do PT tenham conseguido fazer uma interpretação adequada desses movimentos e seus rumos”.

    Pelo texto, o público alvo de Bolsonaro é a camada que se manifesta contra a retirada dos direitos desde 2013. Ora, que direitos são esses que estão sendo retirados desde 2013? E depois atribui aos governos do PT a incumbência de conseguir fazer uma interpretação adequada dos movimentos e dos rumos dessa camada que tem os direitos retirados desde 2013.

    No texto não há uma clara explicitação dos movimentos. Que movimentos são esses? E qual é o rumo desses movimentos? E qual camada é essa que virou o público alvo de Bolsonaro? O público jovem ou os que tem acesso a internet e, em ambos os casos, que vão votar em Jair Bolsonaro?

    E mesmo quando se trata de um bom texto em que se discute a atual onda de direita no Brasil, o que evidentemente o caso acima, eu faço questão de censurar qualquer omissão que se faça ao fato de que tal onda é mundial e ao fato de que há estudos bem fundamentados de que tal onda ocorre sempre que há uma crise econômica. Essa foi a única crítica que eu fiz ao excelente artigo de Diogo Costa que apareceu aqui no blog de Luis Nassif como post com o título de “O Grande Mal Estar, por Diogo Costa” de quarta-feira, 25/10/2017 às 07:58, e que pode ser visto no seguinte endereço:

    https://jornalggn.com.br/blog/diogo-costa/o-grande-mal-estar-por-diogo-costa

    E os estudos bem fundamentados a que eu faço referência são basicamente dois. Um é o artigo “Economic growth and the rise of political extremism: theory and evidence” de Markus Brückner e Hans Peter Grüner, publicado em abril de 2010 e que pode ser visto no seguinte endereço em pdf:

    https://www.uni-kassel.de/fb07/fileadmin/datas/fb07/5-Institute/IVWL/Forschungskolloquium/WS10/growth-extremism.pdf

    E o segundo é o artigo “The political aftermath of financial crises: Going to extremes” de autoria de Manuel Funke, Moritz Schularick e Christoph Trebesch, e publicado em 21/11/2015, no site do VOX – CEPR’s Policy Portal e que pode ser visto no seguinte endereço:

    http://voxeu.org/article/political-aftermath-financial-crises-going-extremes

    E à reportagem e à resenha ruim se juntaram âncoras absolutamente desconhecidos que são trazidos para consubstanciar essas análises mais descabidas. Tenho que reconhecer que é menos mal quando comparado com o que eu vi recentemente na internet ao ser informado de uma discussão sobre direita e esquerda que fora feita no Globo News Painel conduzido por William Waack. De um lado estavam Bolívar Lamounier, Luis Felipe Pondé e Reinaldo Azevedo e do outro estavam . . . .

    Enfim, as pessoas sabem que estão fazendo mal feito, mas sabem também que todo o mal feito fica por isso mesmo.

    Clever Mendes de Oliveira

    BH, 16/11/2017

  9. It’s the economy, Stupid!

    Os fatores decisivos de uma eleição são as propostas econômicas dos candidatos e, last but not least, o montante de dinheiro investido em tais campanhas.

    Como diria o marqueteiro do Bill Clinton, it’s the economy, Stupid!

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