As dificuldades do PSD, por Kassab

Do Estadão

A quem interessa atacar e denegrir o PSD?

08 de agosto de 2011 | 0h 00 

Gilberto Kassab – O Estado de S.Paulo 

Desde que nos unimos e decidimos fundar o Partido Social Democrático (PSD), temos enfrentado uma enorme quantidade de críticas, ataques, boatos, denúncias e notícias distorcidas. Seguimos em frente, conscientes de que nossa decisão, acima de tudo, ajuda a revigorar os quadros políticos, a prática partidária e contribui para fortalecer a democracia.

Sem espaço, sem voz nem vez em suas siglas, aliaram-se ao nosso projeto parlamentares, lideranças e administradores convencidos de que é possível fazer política de maneira diversa da que aí está, em partidos hoje afastados de suas raízes e seus programas, distanciados dos eleitores e, com raras e honrosas exceções, conduzidos por “donos” e caciques que se eternizam, isolam-se e se afastam do diálogo com seus pares.

AssiAssim, parte da reação era esperada: em tempos recentes, nenhum outro partido surgiu com tal representatividade, com tal número de parlamentares, senadores, governadores e vices, prefeitos e lideranças políticas expressivas. O PSD perturba porque não se apresenta como legenda de aluguel, incomoda porque foge dos velhos modelos. Surpresos por perderem seus quadros, adversários passaram a nos atacar de maneira violenta e tentam até agora, por todos os meios, tornar inviável a consolidação do nosso partido.

No dia 21 de março, anunciando oficialmente o PSD, afirmamos que o partido nascia independente, decidido a lutar pela revalorização do exercício da política. Deixamos clara, desde o início, a decisão de acolher e abrir espaço de ação a lideranças, ouvi-las, respeitá-las, enfrentar e discutir divergências, como é do caráter da democracia. Seríamos contra ou a favor deste ou daquele governo estadual? Faríamos oposição cerrada ao governo federal? Ouviram de nós palavras sensatas, posicionamento inequívoco de um partido que se apresenta com a decisão madura de não fazer oposição pela oposição. De discutir com seriedade projetos, programas e ideias de interesse dos brasileiros.

Mas foi o suficiente para que nos tachassem de “adesistas”, “oportunistas”. Pergunto: que oportunismo é esse de um grupo expressivo de brasileiros que se unem para, durante tempo considerável de implantação do partido, ficar sem sigla, sem palanque, sem o espaço de comunicação da propaganda partidária, sem tribuna para esclarecer, informar e contra-argumentar?

Insinuaram que teríamos vida curta e seríamos absorvidos por outras legendas. De fato, fomos sondados para fusão por várias siglas. Decidimos caminhar com nossas próprias pernas, conscientes das dificuldades, certos de que temos espaço, consistência, ideias, princípios e valores que nos diferenciam e que nos permitirão, na hora certa, apresentar nosso projeto de Brasil para disputar o poder. Disputar, vencer e exercer o poder sem depois atacar os cofres públicos, sem compactuar com desmandos, fisiologismos e espertezas que apequenam a atividade parlamentar.

Continuarão nos atacando, de maneira orquestrada, denunciando, provocando, tentando nos desviar da missão que, neste momento, é conseguir a certificação das fichas de apoiamento ao partido e completar o processo legal de registro no Tribunal Superior Eleitoral. Tentarão nos destruir, como já destruíram a confiança de grande parte dos eleitores na classe política e nos partidos. Não conseguirão: quanto mais insistem em nos enfraquecer, mais nos unem e nos fortalecem.

Sobre a exploração que fazem de não nos colocarmos dentro do velho gabarito ideológico, à direita ou à esquerda, deixamos claro nos nossos princípios básicos, anunciados no lançamento do partido, que o PSD nasce comprometido com a democracia, o voto distrital, as liberdades individuais; com um Estado forte (não obeso), que promova a justiça social, com a criação e o fortalecimento de políticas públicas que promovam a igualdade de oportunidades para os milhões de brasileiros que ainda hoje enfrentam a pobreza e a miséria.

Portanto, não vão conseguir nos rotular. Seguiremos em frente, enriquecendo nossos princípios básicos em diálogo que já estamos desenvolvendo em reuniões em fins de semana, por todo o Brasil, com os que nos ouvem e nos acompanham. E que abriremos para a sociedade quando o PSD passar a existir legalmente. Faremos então encontros e seminários em todos os Estados e ouviremos os brasileiros, para podermos decidir com eles, num processo permanente de consulta e construção de um País melhor.

O PSD nascerá e agirá como um partido verdadeiramente nacional. Não por arregimentar lideranças políticas em todo o Brasil, mas pela decisão de ter uma visão e um projeto de País, discutido e amadurecido em cada Estado, num contato contínuo com a sociedade, com os eleitores. A disputa democrática de poder que se faz hoje, concentrada em véspera de eleição, é incompleta e insatisfatória, com peso excessivo de marketing e, muitas vezes, com ausência de compromissos reais com o eleitor. Vamos mudar essa prática, conscientes de que tal tarefa vai exigir disciplina, espírito de luta e perseverança de várias eleições. O caminho é longo, mas juntos chegaremos lá.

Neste momento, ao cumprir as exigências e os trâmites legais da Justiça Eleitoral, com ela temos colaborado para que, por exemplo, sejam expurgadas ilicitudes que – independentemente da nossa vontade – possam ocorrer quando no Brasil inteiro, por intermédio de milhares de colaboradores, militantes e voluntários, colhermos assinaturas para que o PSD se torne viável no prazo exigido. Na sua formação, os demais partidos tiveram dificuldades e problemas semelhantes.

Às provocações, aos insultos continuaremos respondendo com o nosso trabalho. Não nos tirarão do prumo nem esmorecerão nossa energia, nossas convicções e nossa decisão de abrir um espaço novo para lutar pelo Brasil em que acreditamos.

PRESIDENTE NACIONAL DO PSD 

Luis Nassif

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