Por robertog
Comentário ao post “A visão de mestre Wanderley sobre o novo e as manifestações de junho“
Três coisas nessa história:
1) É relativamente fácil perceber uma regularidade de comportamento no tempo em que a juventude de cada geração das classes médias sai às ruas dizendo “eu existo”. A pauta é importante, é claro. Mas mais importante do que ela mesma é que cada um desses espasmos é bem mais do que um espasmo porque é deles que surgem as novas lideranças que irão oxigenar os processos propriamente políticos. Hoje, graças a deus e tb aos homens, temos uma classe média mais ampla e diversificada e os agitos do ano passado mostram isso: as análises que já existem registram a existência de diversos movimentos e grupos de reivindicações sobrepostos, alguns típicos da esquerda política, outros menos evidentes e outros da pauta tradicional de nossas direitas. E pelo que consegui observar, essa galera do Movimento Passe Livre tem cabeça boa e métodos de organização mais arejados. Espero que prosperem, melhorando nossos costumes políticos muito hierarquizados e por isso tendentes à mesmice e à inércia;
2) Eu acho que as manifestações fizeram chacoalhar um governo ensimesmado que tendia à inércia. E sejamos claros, apesar da torcida contra, o federal reagiu melhor do que os estaduais. MUITO MENOS do que eu gostaria (p.ex, doeu na alma ver “nosso” ministro da justiça oferecer tropas federalizadas para os governos estaduais “conterem a malta”), mas apresentou a pauta dos médicos cubanos, aqui em SP fez registrar a preocupação na história dos corredores de ônibus e continuou a se notabilizar pela pauta social (na educação, onde olho cotidianamente, as cotas já estão se estabilizando, o novo sistema de ingresso via Enem tb, tudo isso associado com essa maravilhosa expansão do sistema público federal e às oposições só sobrou jogar para a platéia mais tradicional e rancorosa tentando frear esses movimentos ) ;
3) Há muito mais o que falar, mas daí vira um artigo acadêmico….Mas tem um ponto implícito no WGS que talvez não se capte facilmente: os novos modos de arregimentação mobilizam apenas franjas das possibilidades identitárias contemporâneas e nisso diferem dos tradicionais, que acabam virando o centro da vida dos seus partiicpantes. Por isso a tendência é que sejam mesmo efêmeros.
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Manifestações e o poder
Na minha humilde opinião somente um discurso de poder pode dar força a uma manifestação com vistas a reformar o establishment.
Este discurso, para ser do meu gosto e mais ou menos de acordo com o que rola por ai deverá ter por base a Astrologia, o Tarot e a Geometria.
Uma vez pronunciado, estamos diante de uma nova realidade.
O resto é passe de meio de campo, que não enfia a bola no gol.
Fácil para quem sabe, impossível para os outros.
Os famosinhos
A Rede Globo ontem no Fantástico já mostrou quem ela quer para oxigenar o processo político brasileiro, os “FAMOSINHOS”.
Aí é a midia dos banqueiros e açambarcadores contando seus verdadeiros desejos.