As políticas pragmáticas e a nota da Standard & Poor’s, por Maria Cristina Fernandes

Do Valor

A nota da campanha

Por Maria Cristina Fernandes

Na manhã de terça-feira, um dia depois do rebaixamento da dívida brasileira, o diretor de rating soberano da Standard & Poor’s, Sebastian Briozzo, era um dos mais aguardados palestrantes de um evento em São Paulo que também tinha entre suas atrações o governador de Pernambuco, Eduardo Campos.
 
Ao responder à mediadora sobre o impacto da sucessão nos prognósticos fiscais do país, disse: “Faz tempo que não só no Brasil como no resto da America Latina a cor da bandeira deixou de fazer a diferença. Governos de direita e de esquerda fazem políticas pragmáticas e prudentes. O importante é a agenda e a equipe que vai trabalhar com as agendas”.

Uma tradução possível do bom português do diretor argentino da S&P é que a política no Brasil e na América Latina não preocupa a agência. Quem faz a política, na verdade, são as equipes econômicas e suas agendas. O rebaixamento de BBB para BBB-, portanto, seria um aviso para a atual presidente não se desgarrar do caminho do meio, onde inexistem bandeiras.

Três anos atrás, ao baixar a nota da dívida americana, a S&P pode ter sido acusada de tudo pelo governo Obama, menos de ter ignorado as bandeiras da política local. O país vivia o impasse entre democratas e republicanos em torno do teto da dívida pública que travou os gastos do governo.

A S&P justificou o rebaixamento de AAA para AAA-: “A política temerária dos últimos meses evidencia que a governança e a administração pública nos EUA estão se tornando cada vez mais instáveis, menos efetivas e menos previsíveis. (…) As diferenças entre os partidos políticos provaram-se extraordinariamente difíceis de ser estreitadas”.

Como se trata de um país que imprime a moeda mundial, restou à S&P invadir a política para explicitar suas dúvidas sobre a capacidade de o governo americano pagar sua dívida.

A nacionalidade americana da empresa talvez explique a falta de cerimônia com que a agência adentrou terreno minado. As reações foram muito mais enervadas do que aquelas que se observam por aqui, mas a maior delas veio dois anos depois num prato frio. O Departamento de Justiça levou à frente uma ação de US$ 5 bilhões contra a S&P pelas barbeiragens de seus ratings na crise de 2008. A agência queixou-se de retaliação.

Na queda de braço entre a S&P e o governo americano ficou explícita a inconformidade da agência com um modelo político em que Congresso e partidos têm peso na definição dos rumos do país.

No Brasil, o dirigente da agência até chegou a reconhecer os limites do mercado – “O Brasil tem uma democracia consolidada, pluralista e mais avançada que a de outros emergentes e, por isso, é mais difícil construir consensos”.

Onde Briozzo se traiu, e seu domínio do português não autoriza um lapso idiomático, foi na constatação de que as equipes econômicas valem mais que as bandeiras políticas.

O maior responsável pela convicção da S&P de que a esquerda no Brasil pode ser pragmática – ou seja, fazer o que a agência acha que precisa ser feito – foi o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Seis anos atrás, Lula comemorou o grau de investimento a que chegou o Brasil sob seu governo.

A mesma agência que no passado serviu para o PT se exibir como o partido capaz de acender vela para deus e o diabo sem descuidar das criancinhas, agora é contestada como “inconsistente” e “contraditória” pelo governo do mesmo partido.

O rebaixamento chega num momento em que os candidatos – a governista e os de oposição – fogem despudoramente do debate que já precifica todo o mercado: quanto, como e onde vai se dar o corte de gastos.

Cinquenta anos atrás o país iniciava sua mais longa ditadura destruindo a chance de enfrentar a ordem financeira mundial que se modelou a partir da Guerra Fria com uma democracia mais pluralista e avançada do que hoje avalia Briozzo. Foi o pacto social da Constituinte de 1988 que pôs fim à ditadura. E é precisamente esse pacto, e os gastos nele envolvidos, que a sucessão, mais do que a S&P, põe em jogo.

Desaprovação

Intenção de voto vale pouco a esta altura do campeonato. Importa mais a popularidade de governo. Daí que os números do CNI/Ibope como aumento na reprovação à presidente acendam a luz amarela para Dilma.

A reeleição é recente para gerar um histórico confiável, mas tanto FH quanto Lula chegaram às urnas de sua reeleição com aprovação mais próxima a 60%, ainda que, em março tivessem índices parecidos com os de Dilma hoje (ver gráfico).

Para quem gosta de olhar a política brasileira com a bússola voltada para o Norte, os EUA têm 12 presidentes candidatos à reeleição e há quem ache a amostra pequena para que se tire conclusões. Lá aprovação de 60% é probabilidade de 90% de reeleição. Quando a aprovação cai para 40% também despenca para esse patamar a probabilidade de reeleição.

O cientista político Alberto Almeida, do instituto Análise, tabulou um outro dado, a soma de ótimo e bom de 47 governadores candidatos à reeleição desde 1998. Aqueles que tinham a soma superior a 60% foram todos reeleitos. A totalidade dos que tinham a mesma soma inferior a 34% foi derrotada. Dilma hoje tem 36%.

Dos quatro itens mais desaprovados pela população, três estão na linha de tiro do rebaixamento: juros, inflação e impostos. Se mexer para agradar o mercado, pode azedar o eleitor. Faltam Copa, horário eleitoral e seis meses para a eleição, mas vai ser difícil para Dilma escapar dessa calibragem.

Maria Cristina Fernandes é editora de Política. Escreve às sextas-feiras

 

Redação

13 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Em DOIS MESES a “aprovacao”

    Em DOIS MESES a “aprovacao” de Dilma foi de 80 por cento a 51 por cento?

    Alguem ta acreditando nisso alem dos que estao manipulando estoques?

    1. Valor usou ‘aprovação da Presidente’

      Eu preferi usar ‘aprovação do governo’.

      Mas as séries são paralelas e as conclusões as mesmas.

      ‘Aprovação’ abaixo de 30% (agora em 36%) é sinal amarelo, já constatado em 3 oportunidades: eleição de Lula, risco de derrota para Lula nas pesquisas de final de 2005 e aproximação de Marina em jul/2013.

      Se o eleitor brasileiro é infiel, despolitizado ou fútil, não importa, é a ‘aprovação’ (na verdade a ‘desaprovação’) que será trabalhada pela oposição este ano.

      E nem tem muito mistério, o que acontece no Brasil não é tão diferente dos EUA, França, Alemanha, Espanha, Reino Unido, México, Itália, a não ser por o Brasil ter um número muito maior de partidos.

      http://www.jornalggn.com.br/blog/gunter-zibell-sp/quem-aprova-e-quem-elege

  2. Agência Chinesa dá nota A ao Brasil

     

    De bobos eles não tem nada. Foi essa agência a primeira do mundo a rebaixar a nota dos EUA. Fato que. posteriormente foi seguida por todas as outras.

     

    Agência chinesa dá nota ‘A’ ao Brasil

     

    A milhares de quilômetros de Nova York, uma agência de classificação de risco vê o Brasil em posição muito mais confortável do que a Standard & Poor’s, a Moody’s e a Fitch. Para a chinesa Dagong Global Credit Rating, o Brasil tem rating “A-“. Assim, a agência de classificação de risco estatal da China coloca o Brasil três patamares acima da avaliação anunciada, na segunda-feira, 24, pela Standard & Poor’s.

    Ao contrário dos comentários duros contra o governo brasileiro, a Dagong tem avaliação mais amena. A última revisão da nota brasileira foi feita em janeiro, quando reafirmou a nota “A-” e disse que o ambiente para a dívida brasileira é relativamente estável. “A situação política basicamente estável do Brasil e a vantagem da atual presidente Dilma Rousseff na eleição presidencial são fatores favoráveis para a continuidade e estabilidade das políticas”, diz relatório divulgado em Pequim.

    Os analistas chineses reconhecem, porém, que nem tudo são flores. “O ambiente político interno complexo constrange as reformas estruturais de longo prazo, que são repletas de grandes dificuldades.”

    Em um ponto Dagong e S&P concordam: a política fiscal. “O déficit fiscal e a situação da dívida pioraram de forma consistente. Afetados pelo gasto que aumentou significativamente, o déficit público aumentou para o equivalente a 3% do PIB em 2013”, diz a Dagong. Economistas da agência preveem que a dívida pública subirá para 68,2% do PIB em 2014.

    Criada em 1994 pelo governo, a Dagong é a resposta de Pequim às agências ocidentais. Com critérios diferentes dos usados pelas concorrentes, a agência se gaba de ter sido a primeira a rebaixar a nota soberana dos EUA – movimento seguido por S&P, Moody’s e Fitch. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

     

    1. Nada a ver. Cada agencia tem

      Nada a ver. Cada agencia tem um método de calculo de rating, um A de uma agencia não é equivalente ao A de outra, são metodos particulars de cada  agencia e essa chinesa vale tanto quanto um relogio chines de 7 dolares.

      Qual fundo de investimentos do mundo segue uma agencia chinesa?

  3. Que texto horrivel!

    Onde desceram os grupos folha e globo com este jornal “valor”.

    Tem gente que paga para ler isto:

    “portanto, seria um aviso para a atual presidente não se desgarrar do caminho do meio, onde inexistem bandeiras.”

    1. Porque você não aprecia as conclusões o jornal é horrível?

      O artigo não fala nenhuma inverdade.

      – as políticas macroeconômicas dos diversos países da Am. Latina não diferiram substancialmente entre si nos últimos 30 anos. (Mas os resultados dos países da “Aliança do Pacífico’ foram melhores em crescimento econômico, e dos países do ‘Mercosul’ melhores em distribuição de renda.)

      – aprovação de governo abaixo de 30% (ou de presidente em torno de 40%) é sinal amarelo eleitoral sim. Culpe-se a volatilidade do eleitor, mas não o jornal por isso. 

      1. Respeito muito as posições do Sr. Gunter Zibell, mas…

        Boa tarde!

        Me perdoe só que a matéria não parece ser muito consistente e, pra mim, mistura alhos e bugalhos.

        Sinceramente, não havia motivo qualquer que justificasse queda no rating do Brasil, a não ser muita especula (riza) ção sobre as qustões econômicas.

        Abraços!

  4. A última pesquisa do Ibope é

    A última pesquisa do Ibope é altamente contraditória

     

    Sergio Oliveira

    Na primeira parte da última pesquisa Ibope/CNI, a aprovação do governo dilma: ótimo/bom: 36%; regular: 36%; ruim/péssimo: 27%; não sabe/não respondeu: 1%. Quanto à expectativa em relação ao restante do governo: ótimo/bom: 36%; regular: 31%; ruim/péssimo: 28%; não sabe/não respondeu: 4%; diferença de 1%. E a aprovação da maneira de governo de dilma: aprova: 51%; desaprova: 43%; não sabe/não respondeu: 6% Confiança em dilma? Confia: 48%; não confia: 47%; não sabe/não respondeu: 5%

    Aí vem a segunda parte, quando se refere às áreas de atuação, onde ela é desaprovada em todas, a saber:

    Educação: aprova (32%); desaprova (65%); não sabe/não respondeu (2%); diferença (1%);
    Saúde: aprova (21%); desaprova (77%); não sabe/não respondeu (2%);
    Segurança pública: aprova (22%); desaprova (76%); não sabe/não respondeu (2%);
    Combate à fome e à miséria: aprova (48%); desaprova (49%); não sabe/não respondeu (3%);
    Combate ao desemprego: aprova (41%); desaprova (57%); não sabe/não respondeu (3%);
    Meio ambiente: aprova (41%); desaprova (54%); não sabe/não respondeu (5%);
    Impostos: aprova (18%); desaprova (77%); não sabe/não respondeu (5%);
    Ccmbate à inflação: aprova (24%); desaprova (71%); não sabe/não respondeu (5%);
    Taxa de juros: aprova (21%); desaprova (73%); não sabe/não respondeu (6%).

    Somando-se os nove percentuais, na aprovação temos a soma de 267, que, dividida por nove, resulta em 29,67% de aprovação. Quanto à desaprovação, a soma é 599, cuja divisão por nove resulta em 66,56% de desaprovação.

    Não sabe/não respondeu: 33 + 1 da diferença do primeiro item = 34. Dividindo-se por nove resulta em 3,77%. Somando: 29,67% + 66,56% + 3,77% = 100%.

    E aí, mas uma vez questiono: as pessoas que responderam a segunda parte da pesquisa foram as mesmas da primeira parte? Não dá para entender.

    ###
    NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – A pesquisa foi realizada de 14 a 17 de março, antes do escândalo da refinaria de Pasadena, com margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Foram entrevistadas 2002 pessoas, em 141 municípios. Isso significa que ouviram cerca de 14 pessoas em cada cidade. Cá entre nós, esse tipo de pesquisa realmente não pode ser confiável… (C.N.)

     

    1. Combate ao desemprego

      Neste item, parece que o pesquisador soprou a resposta a ser dada pelo entrevistado: 41% aprova e 57% desaprova. E isto porque estamos com a economia a pleno emprego. ??????????

  5. Superávit recorde desmoraliza

    Superávit recorde desmoraliza S&P

     

    Um dia depois de o Tesouro brasileiro colocar títulos no valor de um bilhão de euros no mercado europeu, com vencimento em 2021, economia dá prova de força; contra expectativas que apostavam em prejuízo de até R$ 500 milhões, superávit primário atinge R$ 2,1 bilhões em fevereiro, recorde para o mês; confiança internacional de que Brasil é bom pagador e saldo positivo nas contas públicas desmoralizam agência Standard & Poor’s, que rebaixou a nota de risco do Brasil na semana passada; investidores não deram ouvidos e vida real se impôs

     

    28 de Março de 2014 às 12:54

    247 – Um dia após o Tesouro nacional ter concluído uma operação exemplar no mercado internacional — a colocação de títulos brasileiros no valor de R$ 1 bilhão no mercado europeu –, a economia real e as contas públicas deram um prova de força internamente.

    BRASÍLIA, 28 Mar (Reuters) – Com o bom resultado dos governos regionais, o setor público brasileiro surpreendeu e registrou superávit primário de 2,130 bilhões de reais em fevereiro, muito melhor do que o esperado.

    Com o desempenho, no mês passado, a economia para pagamento de juros da dívida ficou em 1,76 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) em 12 meses, aproximando-se da meta ajustada para o ano, de 1,9 por cento, informou o Banco Central nesta sexta-feira.

    Analistas consultados pela Reuters mostrava que as expectativas eram de saldo primário negativo de 500 milhões de reais.

    Em fevereiro, os Estados e municípios registraram saldo primário positivo de 5,468 bilhões de reais, somando no ano superávit de 12,709 bilhões de reais.

    Até aqui, os governos regionais têm melhor desempenho do que o próprio governo central –governo federal, Previdência Social e banco Central–, que registrou déficit de 3,389 bilhões de reais no mês passado. Nos dois primeiros meses do ano, registram saldo positivo de 9,16 bilhões de reais.

    Na véspera, e com metodologia diferente, o Tesouro já havia anunciado déficit primário de 3,078 bilhões de reais no mês passado para o governo central, num dado ruim influenciado por receitas fracas e gastos altos.

    “Início do ano é favorável a resultados fiscais de governos regionais porque concentra recolhimento de tributos importantes, como IPVA e IPTU”, afirmou o chefe do departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, a jornalistas. “Naturalmente não se deve esperar superávits da ordem de 5 bilhões (de reais) dos governos regionais à frente”, acrescentou ele.

    O BC informou ainda que as empresas estatais, que também fazem parte do setor público consolidado, tiveram saldo primário positivo de 52 milhões de reais em fevereiro, acumulando no ano superávit de 183 milhões de reais.

    O déficit nominal –receitas menos despesas, incluindo pagamento de juros– de fevereiro ficou em 9,516 bilhões de reais, melhor do que o déficit de 23,9 bilhões de reais projetado pela pesquisa Reuters..

    Já a dívida pública representou 33,7 por cento do PIB em fevereiro, abaixo dos 34 por cento estimados em pesquisa Reuters.

    O resultado da dívida pública frente ao PIB ficou acima da estimativa do BC, de 33,6 por cento do PIB, para fevereiro.

    Os agentes econômicos ainda têm incertezas sobre a capacidade de o governo de cumprir a meta ajustada de superávit primário para o setor público consolidado em 2014, de 99 bilhões de reais, equivalente a 1,9 por cento do PIB.

    Por conta disso, o governo sofreu um forte revés no início desta semana, com a decisão da agência de classificação de risco Standard & Poor’s de rebaixar o rating brasileiro.

    (Por Luciana Otoni)

     

  6. São as eleições e o mercado imbecil!

     

    SUPERÁVIT E CAPTAÇÃO COLOCAM S&P EM MAUS LENÇÓIS

     

    :

     

    Um dia depois de o Tesouro brasileiro colocar títulos no valor de um bilhão de euros no mercado europeu, com vencimento em 2021, economia dá prova de força; contra expectativas que apostavam em prejuízo de até R$ 500 milhões, superávit primário atinge R$ 2,1 bilhões em fevereiro, recorde para o mês; confiança internacional de que Brasil é bom pagador e saldo positivo nas contas públicas desmoralizam agência Standard & Poor’s, que rebaixou a nota de risco do Brasil na semana passada; investidores não deram ouvidos e vida real se impôs

     

    28 DE MARÇO DE 2014 ÀS 12:54

     

    BRASÍLIA, 28 Mar (Reuters) – Com o bom resultado dos governos regionais, o setor público brasileiro surpreendeu e registrou superávit primário de 2,130 bilhões de reais em fevereiro, muito melhor do que o esperado.

    Com o desempenho, no mês passado, a economia para pagamento de juros da dívida ficou em 1,76 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) em 12 meses, aproximando-se da meta ajustada para o ano, de 1,9 por cento, informou o Banco Central nesta sexta-feira.

    Analistas consultados pela Reuters mostrava que as expectativas eram de saldo primário negativo de 500 milhões de reais.

    Em fevereiro, os Estados e municípios registraram saldo primário positivo de 5,468 bilhões de reais, somando no ano superávit de 12,709 bilhões de reais.

    Até aqui, os governos regionais têm melhor desempenho do que o próprio governo central –governo federal, Previdência Social e banco Central–, que registrou déficit de 3,389 bilhões de reais no mês passado. Nos dois primeiros meses do ano, registram saldo positivo de 9,16 bilhões de reais.

    Na véspera, e com metodologia diferente, o Tesouro já havia anunciado déficit primário de 3,078 bilhões de reais no mês passado para o governo central, num dado ruim influenciado por receitas fracas e gastos altos.

    “Início do ano é favorável a resultados fiscais de governos regionais porque concentra recolhimento de tributos importantes, como IPVA e IPTU”, afirmou o chefe do departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, a jornalistas. “Naturalmente não se deve esperar superávits da ordem de 5 bilhões (de reais) dos governos regionais à frente”, acrescentou ele.

    O BC informou ainda que as empresas estatais, que também fazem parte do setor público consolidado, tiveram saldo primário positivo de 52 milhões de reais em fevereiro, acumulando no ano superávit de 183 milhões de reais.

    O déficit nominal –receitas menos despesas, incluindo pagamento de juros– de fevereiro ficou em 9,516 bilhões de reais, melhor do que o déficit de 23,9 bilhões de reais projetado pela pesquisa Reuters..

    Já a dívida pública representou 33,7 por cento do PIB em fevereiro, abaixo dos 34 por cento estimados em pesquisa Reuters.

    O resultado da dívida pública frente ao PIB ficou acima da estimativa do BC, de 33,6 por cento do PIB, para fevereiro.

    Os agentes econômicos ainda têm incertezas sobre a capacidade de o governo de cumprir a meta ajustada de superávit primário para o setor público consolidado em 2014, de 99 bilhões de reais, equivalente a 1,9 por cento do PIB.

    Por conta disso, o governo sofreu um forte revés no início desta semana, com a decisão da agência de classificação de risco Standard & Poor’s de rebaixar o rating brasileiro.

    (Por Luciana Otoni)

     

    1. O que tem a ver? O

      O que tem a ver? O rebaixamento da nota manteve o rating em excelente nivel. Ou o comentarista pensa que dado um rebaixamento de BBB + para BBB- um Pais não vende mais nenhum titulo? Não é de forma tão primitiva que o mercado funciona. Poderia cair mais tres degraus que ainda venderia bonds. Eike vendeu titulos duas semanas antes de quebrar e o mercado ja sabia que iria quebrar. Tem mercado para tudo em materia de titulos. Em 1981, tres semanas antes de quebrar o Brasil captou US$3 bilhões no Oriente Medio numa viagem do Ministro Galveas exatamente para isso, no  Bahrein, Kuwait e Ryad, eu sei porque estava junto.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador