“Auschwitz é para a guerra o que Manaus é para crise sanitária”, analisa Pedro Serrano

O jurista Pedro Serrano destacou a alienação política em tempos de pandemia de Covid-19 no Brasil, em entrevista à TV GGN

Jornal GGN – O jurista e professor de Direito Constitucional, Pedro Serrano, analisou o conflito da democracia atual, o populismo autoritário de Bolsonaro para o país e a alienação política em tempos de pandemia de Covid-19 no Brasil, em entrevista à TV GGN.

Em dura reflexão, para Serrano, o campo de concentração de Auschwitz é para o poder político em tempos de guerra o que Manaus hoje significa para a crise sanitária.

“Auschwitz, o que Auschwitz significa? Para poder político em tempos de guerra, Manaus significa para questões sanitárias, para o exercício do poder político em questões sanitárias, é trágico. Não há outro Estado no mundo que tenha exercido de maneira mais agressiva nos direitos humanos o poder político em tempos de crise sanitária como o Brasil. Aliás, eu não conheço na história”, afirmou.

Ao falar sobre a democracia constitucional e Jair Bolsonaro, Serrano comparou o governo atual com o fascismo e o nazismo. “Constrói-se um povo na ideia da homogeneidade, diferente dos outros povos, que são potencialmente inimigos, é a política como uma construção de amigos e inimigos. Há uma forte ligação do Bolsonarismo com as ideias nazistas.”

Segundo ele, o papel da imprensa nessa construção democrática fortaleceu o garantismo da Justiça, em casos como o da Operação Lava Jato e o julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva: “o que fizeram com o Lula. Há um auto-cancelamento, auto-censura, provocada, ideológica, tiram o sujeito da existência.”

“A forma de noticiar é pusilânime. É óbvio que há um noticiário abertamente ideológico no Brasil, abertamente parcial”, disse. “Cria-se realidade todo os dias nas notícias, quem é a origem do Fake News é a grande mídia”, continuou.

Outra crítica do jurista à política feita com base no Bolsonarismo, e que também envolve todos os segmentos -centro, esquerda e direita, é a discussão sobre o próximo presidente da República. Para Serra, “não é hora de discutir quem seja o candidato”.

“Eu não entendo o que está havendo com as nossas lideranças, sinceramente, ficam aí discutindo 2022, como se não estivéssemos atravessando uma crise dessa natureza. Eu acho um absurdo gente discutindo disputa de poder em 2022 como se a vida estivesse em plena normalidade”, criticou.

Assista na íntegra:

 

Redação

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