Black blocs são resultado de “doença institucional” do Brasil, dizem especialistas

Jornal GGN – Para especialistas, o fenômeno dos black blocs é resultado de “doença institucional” do Brasil. Os atos de vandalismo nas manifestações populares foram debatidos, na quarta-feira (23), em audiência pública da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados. O perfil dos black blocs é de estudantes universitários, de classe média baixa, sem vinculação política. Desde junho, protestos pacíficos da população têm terminado com cenas violentas devido aos confrontos entre a polícia e grupos de jovens mascarados e vestidos de preto.
 
Esther Gallego, professora de relações internacionais da USP (Universidade Federal de São Paulo) foi às ruas da capital paulista para manter contato direto com os black blocs e pesquisar suas motivações e formas de ação. Como uma espécie de “polícia de choque em defesa dos manifestantes”, eles se infiltram nos protestos e quase sempre entram em confronto com a Polícia Militar. Segundo Esther, a violência é usada como meio de expressão contra símbolos do capitalismo e dos governos. “É um sintoma de algum tipo de doença institucional que o Brasil está vivendo. De uma forma, talvez, mais performática, o que eles estão fazendo é falar muito alto e claramente de um enorme descontentamento que perpassa grande parte da juventude brasileira”, disse aos deputados. “E eles falam comigo: ‘O governo não escuta a nossa frustração e indignação, então a violência é a única forma que temos de chamar a atenção e ser escutados’.”
 
Outro estudioso do movimento, o advogado Flávio Britto, afirma que o poder público erra ao reprimir o movimento com truculência, enquadrando-o na Lei de Segurança Nacional (Lei 7.170/83) ou na legislação que trata das organizações criminosas (Leis 12.850/13 e 12.694/12), sobretudo diante da série de escândalos de corrupção e de impunidade envolvendo autoridades públicas. “Será que um agente público, que usa a máscara para ocultar os crimes e os absurdos, é menos nocivo do que um estudante que veste uma máscara e, muitas vezes, parte para o confronto pensando que vai fazer uma revolução?”, questionou.
 
Sugestões
 
Entre as sugestões para a classe política lidar com esse novo fenômeno, os especialistas propuseram alterações no Código Penal a fim de garantir punição efetiva aos crimes em geral. Quanto ao vandalismo, o deputado Severino Ninho (PSB-PE) encomendou um anteprojeto para tipificar e punir o dano ao patrimônio público ou privado decorrente de manifestações. O deputado defende a liberdade de manifestação “sem exceder os limites da lei”. Segundo Ninho, a punição ocorreria no caso de “danos ao patrimônio público ou privado decorrente de manifestação. A pessoa vai para uma manifestação, mas seu intuito, na verdade, é causar dano ao patrimônio público. Isso ainda não é projeto porque ainda está em estudo”.
 
Houve consenso no sentido de que os políticos em geral precisam apostar no diálogo com os manifestantes, como sintetiza o advogado Gustavo Oliveira, coordenador do blog Para entender Direito. “Calem-se, façam perguntas inteligentes e ouçam. Os senhores não vão conseguir a ponte de diálogo com as ruas violentas ou não apenas expressando o que os senhores já pensam. Ouçam não só nas bases eleitorais dos senhores”. Ele sustenta que, mesmo os que agem de forma violenta, têm reivindicações legítimas, como mudanças na estrutura das instituições públicas e combate à corrupção, por exemplo.

Com informações da Câmara Notícias

 
Redação

4 Comentários

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  1. Não sou a favor da depredação

    Não sou a favor da depredação do patrimônio público, obviamente. Mas com o crescimento e fortalecimento dos Black Bocs, passei a prestar mais atenção e tentar entendê-los. Concordo com o texto, é um descontentamento geral, devido à falta de resposta de muitas demandas que o povo tem feito há anos. Acho que em alguns aspectos tivemos melhoras significativas, mas muito longe do que o PT prometia quando era oposição. Ou seja, o povo quer mudanças e, no meu ponto de vista, parece não se identificar com qualquer partido que possa governar… 

    Em vez de achar meios para “lidar” com os black Bocs, eles deviam escutar o que as pessoas estão querendo dizer. Caso contrário, nossa sociedade ficará cada vez mais doente, revoltada e triste…

    …o que gera, a longo prazo, grupos extremistas, de direita e a favor da ditadura ( mas esse é outro assunto)

  2. black blocks

    no meu ponto de vista os bbk representam uma parcela da sociedade, que nao aceita mais o discurso politico,tanto legislativo como executivo.

    Esiste um abismo entre os direitos da classe dominante e povo em geral. Pagamos impostos demais, e temos retorno de menos. Sao tantos os privilegios dos politicos, judiciario,governos,etc.

    Nao da mais para tolerar,. por exemplo os membros do legislativo de paises 1º mundo nao tem nem a metade dos provilegios que os nossos politicos tem.

    A soluçao para tanta desigualdade nao pode mais ser resolvida no voto, por isso uma solução à francesa é cada vez mais plausivel. “vamos comer brioches”.

     

     

  3. Black Blocs sao resultados da doença institucional do Brasil diz

    Um episodio curioso ocorrido em Curitiba na década de 60,entrou para a história e até virou filme,com o nome A GUERRA DO PENTE.Em uma praça de comercio popular,um freguês comprou um PENTE e foi,por algum motivo mal atendido.Essa foi a ação.Agora veja a reaçao:o freguês queixou-se do mal atendimento em altos brados,o que provocou solidariedade de outros clientes,que começaram a ofender o comerciante e estenderam as ofensas aos comerciante vizinhos.No final toda a praça foi depredada pela populaçao,em uma verdadeira guerra que não deixou uma loja ou banca de camelõ inteira,exigindo a intervençao da policia e dos bombeiros.Òdio gera ódio,só que maior.Já o amor…Ap o amor.esse tambem,para nossa felicidade,é especialista em provocar reaçoes proprorcionais.Foi na mesma Curitiba que uma médica pediatra,de nome Zilda ARSNS,ao perceber que doenças das crianças que chegavam ao seu Amburatorio tinham menos relaçao com a medicina e mais com a fome ou os maus tratos,iniciou uma campanha social,pequena,individual,para arrecadar fundos e melhorar a vida dos pequenos numa comunidade.essa açao pessoal iniciada há 29 anos transformou-se  no melhor exemplo de reaçao social,com o nome Camapanha da Solidariedade,e atende hoje,em todo o brasil,milhões de crianças pobres com suplementos alimentares e orientaçoes as mães.Amor tambem gera amor ,é uma questao de escolha.(in:Revista vida simples,ediçao 19)”O saber não é nada além dos que as pessoas sabem”.Hoje temos especialistas e hiper-especialistas,que sabem cada vez mais de cada vez menos,e no limite,sabem tudo sobre nada.”a partir de uma perspectiva moralista e nao da moralidade,deixa-se de discutir a corrupçao “no estado” e “no” sistema democrático para se debater a corrupçao “do’ estado e “do” sistema democrático.(in; FernandoFigueiras,UFMG)”tanto na cultura popular como na intelectual elevada,o PADRE,o MINISTRO,o MÉDICO,o POLICIAL,o ESTADISTA foram todos expostos como FRAUDES.Ocultando a luxuria e a ganância por trás da fachada de autoridade enquanto abusavam cruelmente de seu poder”.Algumas maças podres estragaram toda uma colheita da humanidade”(In;O da imprensa)com minha restupenda ignoranciae burrice  agradeço a “venda de honestidade praticada  pelo  cartel  midiatico,Vou imitar o filosofo Diogenes,falsificar umas moedas,conseguir uma lamparina e procurar o homem honesto nas redaçoes,antes dando umas cagadas e michadas pelas ruas brigando com quem tapar  o meu sol.

     

  4. JUNTANDO A FOME COM A VONTADE DE COMER

    A questão dos Black Blocs está ligada aos partidos políticos, por mais que eles neguem. No começo dos protestos, o povo foi para as ruas aos milhões; mas não admitiu bandeiras de partidos. Eles se incomodaram muito com isso, inclusive o próprio MPL, que, revoltado, abandonou os protestos, depois que a passagem foI reduzida; desprezando as outras pautas. O MPL tradicionalmente é apoiado por alguns partidos, e suas bandeiras são erguidas nos protestos.

    Entretanto, mesmo com a saída do MPL, os protestos continuaram, e até aumentaram em alguns lugares. Demonstrando que a revolta do povo, em sua ampla maioria, não é por uma questão ideológica, nem partidária. As pessoas conscientes lutam por mais direitos políticos, porque não suportam mais essa situação, de ver todos esses escândalos de corrupção, sem poder fazer nada, a não ser votar em outro candidato dali a 4 anos. Isso é muito pouco, é uma falta de respeito e consideração pelo contribuinte, que paga o salário desses vagabundos. Enquanto isso, a maioria do povo, que não tem essa consciência política, foi simplesmente expressar sua indignação.

    Muitos manifestantes nem sabem o que querem direito. Expressam apenas seu inconformismo. Mas os políticos sabem muito bem do que essas pessoas precisam, para que fiquem satisfeitas. Basta que tenham o mesmo direito de outros povos, como na Islândia, Irlanda, EUA, Canadá, Peru, Equador, Bolívia, Venezuela, Suíça, etc, de cassar o mandato dos políticos por iniciativa popular. Para que no dia em que vermos um criminoso condenado e preso, ser mantido no cargo por esse bando de parasitas do Congresso; o povo ter direito de pedir e decidir no voto sua cassação, através do RECALL.

    Ou seja, a maior culpa de tudo isso está na falta de vergonha na cara dos políticos, principalmente de sua pior escória, representada pelo Romero Jucá, senador por Roraima, que elaborou relatório fundamental para a PEC 73/2005, dizendo que nosso direito ao RECALL é inconstitucional. Não tem como amaciar, energúmeno é elogio para um sujeito desses, que não sabe nem o que está falando, mas desqualifica o texto de um de nossos maiores juristas, o professor Fábio Konder Comparato. Traduzindo seu relatório, esse cráupula está chamando de imbecis todos os juristas e políticos da Suíça, EUA, Irlanda, Canadá, Peru, Venezuela, Equador, Bolívia, Ucrânia, Islândia, Nova Zelândia, etc. Por que o RECALL não é inconstitucional nesses países? Quem está com a razão, o mundo desenvolvido ou esse sujeito execrável? De fato, a grande maioria das emendas constitucionais são inconstitucionais, porque alteram a Constituição, e por isso a lei deve trazer a seguinte expressão:

    “REVOGAM-SE OS DISPOSITIVOS EM CONTRÁRIO”

    O que a Comissão de Constituição e Justiça deve analisar não é isso, mas sim se fere cláusulas pétreas, que não é o caso. O deplorável relatório apenas diz que a medida é inconsticucional, sem nem ao menos informar o porquê. 

    A sociedade e toda a mídia independente têm o dever de acompanhar de perto a votação desse relatório, e escancarar o nome dos políticos e partidos, que acatarem a argumentação de que esse nosso direito seja inconstitucional. Porque o maior protesto que esse país poderá dar será nas urnas, mandando esse tipo de político pro olho da rua.

    Por causa de situações assim, é que o povo saiu às ruas, e sai até hoje. Não pensem que todos os que participam dos protestos violentos estão lá pelos mesmos motivos. Existem inclusive pessoas conscientes do absurdo relatório desse senador, que optaram pela ação violenta, infelizmente. Muitos ainda estão ali sem nem saber direito o que fazem, expressando sua indignação por um dos países mais ricos do mundo, e que mais recolhe impostos, ver seus doentes tratados no chão dos hospitias, enquanto estouram escândalos de corrupção, sem termos direito de fazer absolutamente nada. Mas todos estão manipulados pela pior corja existente no país, os políticos e seus partidos. Ainda que neguem, o mais significativo que podemos observar depois da generalização da violência e o surgimento dos Black Blocs, foi a volta das bandeiras de partidos ao protesto; o que somado à violência, afastou as pessoas pacíficas das ruas.

    Os Black Blocs são um movimento de extrema esquerda, e por isso apoiam que bandeiras de extrema esquerda sejam levantadas. Temos desde estudantes iludidos com as filosofias comunistas, até fanáticos religiosos; mas no geral são pessoas revoltadas, que não sabem nem o que é o comunismo defendido por esses partidos oportunistas; que, por simpatia, acabam fazendo o mesmo jogo deles, e aceitam suas bandeiras. Isso quando não são psicopatas, que sabem das atrocidades e da roubalheira nos países comunistas, da redução do padrão de vida de toda a população por esses Estados, mas ficam felizes se implantarem um sistema parecido, apenas por ver todo mundo na miséria, como eles; ainda que os políticos do país roubem à vontade, e  vivam como reis,

    Boa parte dos Black Blocs não tem conhecimento suficiente do que defendem, nem para argumentar a respeito de sua ideologia de extrema esquerda; com a maioria se declarando anarco comunista, não aceitando as instituições democráticas e suas leis; que para eles devem ser destruídas. Trata-se de um grupo de pessoas revoltadas, com razões de sobra pra isso, mas desinformadas, e sem vontade de receber informações, nem de se politizar adequadamente; onde encontramos até fanatismo religioso ao extremo nesse meio. Um ingrediente explosivo, que temos tentado a todo custo impedir que se dissemine em nossa juventude, caindo de bandeja nas mãos da escória partidária de extrema esquerda, a pior que existe; a mesma que fez o povo morrer de fome e frio na antiga URSS, e roubou tanto, que quando o regime caiu e privatizaram as estatais; eles tinham os bolsos entupidos de dinheiro, para comprar todas elas.

    Entretanto, os Black Blocs são minoria, mesmo dentro dos protestos violentos. A maior parte das pessoas envolvidas nesses protestos são indignados violentos independentes e apartidários, mas que não se incomodam com bandeiras de partidos; alguns inclusive promovem a volta da ditadura, e vão pras ruas provocar a violência na esperança de um novo golpe. Os movimentos sociais, violentos ou não, são muito heterogêneos, mas existe uma fonte comum que os alimenta, a percepção de que um dos países mais ricos do mundo está sendo dilapidado pela corrupção, e a palhaçada dos políticos, que nada fazem, e apenas dão mais combustível à desordem, que pode tomar rumos desastrosos.  

    Por isso registro aqui minha indignação particular com toda a mídia, inclusive muitas independentes (que não é o caso desse blog), que se omitem em denunciar a maior traição que esse povo já teve. Poderíamos propor leis até pela internet, e depois votá-las em referendos, como os islandeses, noruegueses, neozelandes, americanos, canadenses, suíços, etc; caso o Congresso não aprovasse nossas propostas. Só que aquele que foi eleito, comprometendo-se a defender a democracia direta, retirou esse nosso direito da PEC 03/2011, hoje PEC 286/2013; que daria direito ao povo de fechar todas as brechas deixadas pelos políticos à corrupção. 

    A democracia só avança, na medida em que se promove os bons políticos e se repreende os maus. Se a mídia não esfregar na cara deles suas traições, como o povo poderá repreendê-los? Acaso devemos continuar premiando nossos erros e falcatruas? 

    TEMOS QUE MOSTRAR A CARA DOS “ARTISTAS”:

    https://www.facebook.com/photo.php?fbid=342261375909531&set=a.300951956707140.1073741826.300330306769305&type=3&theater

     https://www.facebook.com/media/set/?set=a.353408031461532.1073741837.300330306769305&type=3

     

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