Black Blocs: suas táticas, a polêmica e o olhar da história

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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No Viomundo

Black Blocs: A origem da tática que causa polêmica na esquerda

Foto da página do Black Bloc SP

“O balancê, balancê. Escute o que vou te dizer. Geraldo fascista, vai se foder e leva o Cabral com você.” (Cantado por manifestantes em São Paulo)

Black blocs, lições do passado, desafios do futuro

Por Bruno Fiuza*

Especial para o Viomundo

Uma das grandes novidades que as manifestações de junho de 2013 introduziram no panorama político brasileiro foi a dimensão e a popularidade que a tática black bloc ganhou no país.

Repito: dimensão e popularidade – pois, ao contrário do que muita gente pensa, esta não foi a primeira vez que grupos se organizaram desta forma no Brasil, e muito menos no mundo.

Aliás, uma das questões que mais saltam aos olhos no debate sobre os black blocs no Brasil é a impressionante falta de disposição dos críticos em se informar sobre essa tática militante que existe há mais de 30 anos.

É claro que ninguém que conhecia a história da tática black bloc quando ela começou a ganhar popularidade no Brasil esperava que os setores dominantes da sociedade nacional tivessem algum conhecimento sobre o assunto.

Surgida no seio de uma vertente alternativa da esquerda europeia no início da década de 1980, a tática black bloc permaneceu muito pouco conhecida fora do Velho Continente até o fim do século XX.

Foi só com a formação de um black bloc durante as manifestações contra a OMC em Seattle, em 1999, que as máscaras pretas ganharam as manchetes da imprensa mundial.

Natural, portanto, que muita gente ache que a tática tenha surgido com o chamado “movimento antiglobalização” e tenha se baseado, desde o início, na destruição dos símbolos do capitalismo.

O que realmente assusta é a ignorância e a falta de disposição de se informar sobre o assunto demonstradas por certos expoentes e segmentos da esquerda tradicional brasileira.

O desconhecimento e a falta de informação levaram grandes representantes do pensamento crítico brasileiro ao extremo de qualificar a tática black bloc de “fascista”.

Ao se expressarem nesses termos, esses grandes lutadores, que merecem todo o respeito pelas inúmeras contribuições que deram à organização da classe trabalhadora no Brasil ao longo de suas vidas, caíram na armadilha de reproduzir o discurso da classe dominante diante de toda forma de contestação da ordem vigente que não pode ser imediatamente enquadrada em categorias e rótulos familiares.

Ao não compreenderem a novidade do fenômeno tentaram enquadrá-lo à força em esquemas conhecidos.

Fetichização

Essa incompreensão aparece, de cara, na própria linguagem usada tanto pela mídia conservadora quanto por certos setores da esquerda tradicional para se referir à tática black bloc.

Em primeiro lugar, usam um artigo definido e letras maiúsculas para se referir ao objeto, como se “o Black Bloc” fosse uma organização estável, articulada a partir de algum obscuro comando central e que pressupusesse algum tipo de filiação permanente.

Ora, tratar um black bloc desta forma seria o mesmo que tratar uma greve, um piquete ou uma panfletagem como um movimento.

Talvez a melhor forma de começar a desfazer os mal-entendidos sobre os black blocs seja combater a fetichização do termo.

Como chegou ao Brasil por influência da experiência americana, essa tática manteve por aqui seu nome em inglês, mas não é preciso muito esforço para traduzir a expressão.

Por mais redundante e bobo que possa parecer, nunca é demais lembrar que um “black bloc” (assim, com artigo indefinido e em letras minúsculas) é um “bloco negro”, ou seja: um grupo de militantes que optam por se vestir de negro e cobrir o rosto com máscaras da mesma cor para evitar serem identificados e perseguidos pelas forças da repressão.

Fazer isso não significa se filiar a uma determinada organização ou movimento. Da mesma forma que operários que decidem fazer um piquete para impedir a entrada de outros trabalhadores em uma fábrica em greve não deixam de fazer parte de seus respectivos sindicatos para ingressar em uma misteriosa sociedade secreta.

Eles apenas optaram por uma determinada tática de luta. É exatamente o que fazem os militantes que decidem formar um bloco negro (leia-se, “black bloc”) durante uma manifestação.

Não há dúvida de que a opção pelo anonimato e a disposição para o enfrentamento com a polícia são peculiaridades que diferenciam profundamente o bloco negro de outras táticas, mas nem por isso a opção por esse tipo de ação dá margem para confundi-la com um movimento.

Aí entramos em um segundo ponto fundamental para a discussão da tática black bloc: seus métodos. De cara, é preciso esclarecer que os próprios métodos dos black blocs mudaram ao longo do tempo e por isso é fundamental conhecer o contexto histórico, político e social em que nasceu e se desenvolveu essa tática.

A origem

Os primeiros black blocs surgiram na então Alemanha Ocidental, no início dos anos 1980, no seio do movimento autonomista daquele país.

Como o movimento autonomista europeu é muito pouco conhecido no Brasil (para não dizer completamente desconhecido), quem quiser se informar melhor sobre o assunto pode recorrer a um ótimo livro sobre o tema escrito pelo militante e sociólogo americano George Katsiaficas: “The Subversion of Politics – European Autonomous Social Movements and the Decolonization of Everyday Life”, disponível para download no site do autor (http://www.eroseffect.com).

Surgido a partir da experiência da autonomia operária na Itália dos anos 1970, o autonomismo se espalhou pela Europa ao longo das décadas de 1970 e 1980.

Um dos países onde o movimento mais se desenvolveu foi na Alemanha. Fiel ao espírito revolucionário original do marxismo, mas renegando o fetiche pelo poder das burocracias sindicais e partidárias, o autonomismo se desenvolveu como um conjunto de experimentos sociais organizados por setores que optaram por se manter à margem do modo de vida dominante imposto pelo capitalismo e criar focos de sociabilidade alternativos no seio das próprias sociedades capitalistas, mas pautados por valores e práticas opostos aos dominantes.

Na Alemanha Ocidental, o movimento autonomista surgiu no fim dos anos 1970, quando grupos começaram a organizar ações diretas contra a construção de usinas nucleares no interior do país por meio da criação de acampamentos nos terrenos onde as centrais seriam erguidas.

O mais famoso deles foi a República Livre de Wendland, um acampamento criado em maio de 1980 na cidade de Gorleben, na região de Wendland, no norte da Alemanha, onde estava prevista a construção de uma usina nuclear.

Enquanto os acampamentos antinucleares surgiam no interior da Alemanha Ocidental, em grandes cidades, como Berlim e Hamburgo, grupos de jovens e excluídos começaram a ocupar imóveis vazios e transformá-los em moradias coletivas e centros sociais autônomos.

Assim nasceram os primeiros squats alemães, inspirados pela experiência de grupos que já faziam isso havia anos na Holanda e na Inglaterra.

A mobilização contra a construção de usinas nucleares no interior e as ocupações urbanas nas grandes cidades se tornaram os dois pilares do movimento autonomista alemão.

Para os envolvidos nesses processos, a criação de espaços autônomos era uma forma de questionamento da ordem capitalista na prática, por meio da criação, no interior da própria sociedade capitalista, de pequenas ilhas onde vigoravam relações sociais opostas às vigentes no entorno dominante.

Obviamente, quando acampamentos e squats começaram a proliferar pelo país, o governo da República Federal Alemã se deu conta de que era preciso cortar pela raiz aquela agitação social.

Em 1980, lançou uma grande ofensiva policial contra acampamentos antinucleares e squats em diferentes partes do país.

A República Livre de Wendland foi desarticulada em junho, e os squats de Berlim sofreram um violento ataque policial em dezembro.

Diante da ofensiva policial, os militantes alemães se organizaram para resistir à repressão e proteger seus espaços de autonomia. Desse esforço nasceu a tática black bloc.

Durante a manifestação de Primeiro de Maio de 1980, em Frankfurt, um grupo de militantes autonomistas desfilou com o corpo e o rosto cobertos de preto, usando capacetes e outros equipamentos de proteção para se defender dos ataques da polícia.

Por causa do visual do grupo, a imprensa alemã o batizou de “Schwarzer Block” (“Bloco Negro”, em alemão).

Desse momento em diante, a presença de blocos negros se tornou um elemento constante nas ações dos autonomistas alemães, e sua função original era a de servir de força de autodefesa contra os ataques policiais às ocupações e outros espaços autônomos.

Um relato em alemão sobre o surgimento dos black blocs pode ser encontrado no seguinte endereço: http://www.trend.infopartisan.net/trd0605/t370605.html.

O caminho para Seattle

Da Alemanha, a tática se difundiu pelo resto da Europa, e, no fim dos anos 1980, chegou aos Estados Unidos, onde o primeiro bloco negro foi organizado em 1988, para protestar contra os esquadrões da morte que o governo americano financiava em El Salvador.

Uma ótima fonte sobre a história dos black blocs nos Estados Unidos é o livro “The Black Bloc Papers”, editado por David Van Deusen e Xavier Massot e disponível para download em http://www.infoshop.org/amp/bgp/BlackBlockPapers2.pdf.

Ao longo dos anos 1990, outros black blocs se organizaram nos Estados Unidos, mas a tática permaneceu praticamente desconhecida do grande público até que um bloco negro se organizou para participar das manifestações contra a OMC em Seattle em novembro de 1999.

Graças à ação desse black bloc, a tática ganhou as páginas dos grandes jornais no mundo inteiro, principalmente porque, a partir de Seattle, os black blocs passaram a realizar ataques seletivos contra símbolos do capitalismo global.

A mudança se explica pelo contexto em que se formou o black bloc de Seattle. A década de 1990 foi a era de ouro das marcas globais, quando os logos das grandes empresas se transformaram na verdadeira língua franca da globalização.

Nesse contexto, o ataque a uma loja do McDonald’s ou da Gap tinha um efeito simbólico importante, de mostrar que aqueles ícones não eram tão poderosos e onipresentes assim, de que por trás da fachada divertida e amigável da publicidade corporativa havia um mundo de exploração e violência materializado naqueles logos.

Ou seja: o black bloc de Seattle inaugurou uma dimensão de violência simbólica que marcaria profundamente a tática a partir de então.

Daquele momento em diante, os black blocs, até então um instrumento basicamente de defesa contra a repressão policial, tornaram-se também uma forma de ataque – mas um ataque simbólico contra os significados ocultos por trás dos símbolos de um capitalismo que se pretendia universal, benevolente e todo-poderoso. Foi nesse contexto que a tática chegou ao Brasil.

Os primeiros black blocs no Brasil

Os acontecimentos de Seattle levaram grupos de militantes brasileiros a se articular em coletivos para construir no país o movimento de resistência mundial à globalização neoliberal. Assim surgiram os núcleos brasileiros da Ação Global dos Povos, uma rede de movimentos sociais surgida em 1998 que criou os Dias de Ação Global, articulações mundiais para organizar protestos simultâneos em várias partes do planeta contra as reuniões das instituições internacionais que sustentavam a globalização neoliberal.

O primeiro Dia de Ação Global que contou com ações no Brasil foi 26 de setembro de 2000, marcado contra a reunião do FMI em Praga. Neste dia, em São Paulo, um grupo de manifestantes atacou o prédio da Bovespa, o que gerou confronto entre policiais e ativistas. Na época, o incidente não ganhou destaque na imprensa e o termo “black bloc” não foi mencionado, mas a lógica da ação desses militantes, em sua maioria ligados ao movimento anarcopunk de São Paulo, seguia a lógica da tática black bloc.

O segundo Dia de Ação Global que contou com atos no Brasil foi 20 de abril de 2001. Em São Paulo, foi organizada uma manifestação na Avenida Paulista como parte dos protestos convocados em todo o mundo contra a Cúpula das Américas, reunião realizada na cidade de Quebec, no Canadá, na qual líderes dos países do continente discutiram a criação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca). Esta foi a primeira vez que uma manifestação contra a globalização neoliberal realizada no Brasil ganhou as manchetes da imprensa nacional.

Em São Paulo, um grupo entre os manifestantes adotou a mesma tática do black bloc de Seattle, em 1999, e atacou símbolos capitalistas na Avenida Paulista, como uma loja do McDonald´s. Mais uma vez, a imprensa nacional não fez referência ao termo “black bloc”, mas a tática utilizada na Paulista foi claramente a dos blocos negros. O curioso é que a mesma edição de 21 de abril de 2001 da Folha de São Paulo que noticia o protesto na Paulista traz uma matéria do enviado do jornal ao Canadá sobre o “bloco de preto” que atuou em Quebec.

O debate sobre a violência

Mas se nessa época a imprensa brasileira não usava o termo “black bloc” na cobertura dos protestos no país, ele já era bem conhecido da mídia internacional, principalmente da europeia e da norte-americana.

E ganhou ainda mais projeção durante as manifestações contra a reunião do G8 realizada em Gênova, na Itália, em julho de 2001.

O Dia de Ação Global marcado para 20 de julho de 2001 foi a maior mobilização do gênero até então e nesse dia as ruas de Gênova foram tomadas por mais de 300 mil pessoas, entre as quais marchou o maior black bloc organizado até então.

O grau de confronto com a polícia atingiu um novo patamar e um jovem italiano que fazia parte daquele black bloc, chamado Carlo Giuliani, foi morto pela repressão com um tiro na cabeça.

Gênova marcou um divisor de águas para a tática black bloc e para o chamado “movimento antiglobalização” como um todo.

Assim como acontece hoje no Brasil, o debate sobre o uso da violência nas manifestações – mesmo que apenas contra lojas e outros objetos inanimados – criou uma divisão entre ativistas “violentos” e “pacíficos” que contribuiu muito para a desmobilização do movimento como um todo dali para frente.

A semelhança do debate sobre o black bloc na época e agora é impressionante.

Quem quiser conhecer um pouco das discussões e das respostas de adeptos da tática black bloc na época pode encontrar uma boa seleção de textos de ativistas reunidos na coletânea “Urgência das ruas – Black block, Reclaim the Streets e os Dias de Ação Global”, organizada por um anônimo que se identifica como Ned Ludd (referência a um dos líderes do Movimento Ludita na Inglaterra do século XIX) e publicada no Brasil pela editora Conrad.

Com o fim dos grandes protestos contra a globalização neoliberal, o debate sobre os black blocs saiu das manchetes da grande imprensa internacional e brasileira.

A tática continuaria a ser adotada em manifestações na Europa e nos Estados Unidos nos anos seguintes, e militantes libertários no Brasil certamente sabiam muito bem o que eram os black blocs, mas o tema nunca repercutiu fora dos meios militantes.

E assim foi até que começaram as manifestações contra o aumento das tarifas de ônibus e metrô convocadas pelo Movimento Passe Livre em junho de 2013.

As manifestações de junho

Assim como os black blocs, o MPL estava longe de ser uma novidade no Brasil, mas, pela primeira vez, ambos começaram a ganhar um protagonismo inédito conforme as manifestações cresciam.

Até o dia 13 de junho, aquela era uma mobilização muito parecida com as que o MPL vinha organizando desde 2004.

Era um movimento restrito a um núcleo militante que reunia ativistas do próprio MPL, integrantes de partidos e coletivos libertários – alguns dos quais formaram black blocs durante os atos.

A violência policial contra a marcha do dia 13 de junho em São Paulo, no entanto, mudou tudo.

Os ataques contra jornalistas e jovens da classe média e da elite indignaram uma parcela da população normalmente avessa à militância política.

O choque diante da brutalidade da PM de São Paulo e a simpatia por uma causa que se tornou quase uma unanimidade – barrar o aumento das tarifas do transporte público na cidade – “levaram o Facebook para a rua”, para usar a feliz expressão que o jornalista Leonardo Sakamoto usou para definir a marcha de 17 de junho.

De repente, centenas de milhares de brasileiros se deram conta de que podiam, de alguma forma, usar as ruas para expressar sua insatisfação com algum aspecto da política brasileira.

Em um desses raros momentos da história nacional, o cidadão comum percebeu que a política não é propriedade privada dos políticos profissionais, e se deu conta de que ela se faz no dia a dia, na rua, em vários lugares. De vez em quando, até no Congresso.

As manifestações de 17 de junho abriram a caixa de Pandora, e gente de absolutamente todas as tendências políticas foi para a rua. Por um breve momento, a elite mais reacionária marchou ao lado do militante mais revolucionário. Mas em algum momento a contradição teria de aparecer.

As contradições de junho

A partir de agora, minhas observações se restringem ao que aconteceu na cidade de São Paulo, pois foi o único lugar onde acompanhei as manifestações in loco, e não acho que os movimentos nas várias partes do Brasil possam ser analisados sob uma única perspectiva.

Em cada cidade ou região teve especificidades que não sou capaz de avaliar.

Quem esteve na Paulista no dia 18 de junho já podia farejar, de certa forma, o que aconteceria no dia 20.

Aquilo era a Revolução Francesa. As reivindicações mais contraditórias conviviam nos cartazes empunhados por grupos sociais muito diferentes entre si, muitos deles antagônicos.

O pessoal das bandeiras verde-amarelas e dos slogans moralistas era claramente uma elite que tinha pouco ou nada a ver com os anarquistas e trotskistas que circulavam com palavras de ordem anticapitalistas.

A direita, a extrema-direita e a extrema-esquerda já estavam ali. Faltava a esquerda moderada, dos partidos no poder. E, quando ela apareceu, a bomba-relógio explodiu.

Pode-se acusar o PT de muitas coisas por ter convocado sua militância a ir para a Paulista no dia 20 de junho, mas uma coisa é certa: aqueles militantes tinham todo o direito de estar lá.

O problema é: vai explicar isso para a elite raivosa que, estimulada pelas mobilizações, passou a expor em praça pública seu ódio pelo PT…

Olhando em retrospecto, o ataque fascista aos militantes partidários no dia 20 de junho parece um desdobramento natural do que vinha acontecendo: com a revogação do aumento das tarifas, a única bandeira que unificava aquela multidão de opostos deixou de existir.

Sem o elemento unificador, apareceram as profundas contradições que já existiam entre os inúmeros grupos que saíram às ruas.

A elite queria a cabeça do governo do PT, a extrema-esquerda queria a revolução social, e, espremida entre os dois extremos, sobrou para a esquerda moderada o papel de defender o status quo, sobrou para a esquerda moderada a posição conservadora – no mais literal sentido da palavra.

Os meses seguintes só vieram confirmar a tendência que apareceu pela primeira vez no 20 de junho em São Paulo.

A grande mobilização que prometia unificar todos os setores da esquerda para responder ao ataque fascista virou um ato dominado pelas centrais sindicais e seus militantes profissionais, no dia 11 de julho, que foi incapaz de atrair o cidadão comum que saíra às ruas em junho.

As convocatórias da direita contra a corrupção se tornaram pequenos atos isolados, dissipando o medo de alguns militantes da esquerda de que as manifestações de junho pudessem abrir caminho para uma escalada fascista.

Por fim, a extrema-esquerda se deu conta de que o mar humano que saiu às ruas em junho não era tão anticapitalista assim, e passou a organizar também seus atos isolados.

Essas três tendências ficaram claras nas manifestações do 7 de setembro em São Paulo.

Pela manhã, marcharam os movimentos sociais ligados à esquerda moderada, que, em sua maioria, continuam defendendo o governo do PT.

À tarde, duas convocatórias distintas dividiram o vão livre do Masp: de um lado, um grupo formado pela elite de direita e extrema-direita, que era, supostamente, contra todos os partidos, mas que destilava seu ódio de classe contra o PT; do outro, um black bloc que também se dizia contra todos os partidos, mas que mirava prioritariamente no governo Alckmin, do PSDB.

Os black blocs no Brasil de hoje

Isso nos traz de volta ao nosso tema central: os black blocs.

Aqui é preciso abrir um pequeno parêntese para falar do Rio de Janeiro, pois este foi o único lugar em que os protestos de fato continuaram com força depois da revogação do aumento das passagens.

Acontece que, além da tarifa, lá havia outra bandeira que unificava o movimento: a oposição ao governador Sérgio Cabral.

E talvez seja por isso mesmo que lá os black blocs tenham se tornado mais fortes e atuado de forma mais coerente.

Vale lembrar que o movimento contra Sérgio Cabral girou em torno de uma ocupação urbana – o acampamento montado em frente à residência do governador – e, não por acaso, os black blocs cariocas desempenharam um importante papel de autodefesa do movimento contra a repressão policial.

Ou seja: justamente no momento em que caiu na boca do povo no Brasil, a tática black bloc estava voltando às origens, atuando como uma organização popular de defesa dos movimentos sociais.

Na minha opinião, a situação no Rio ajuda a explicar porque em São Paulo os black blocs nunca chegaram a contar com o apoio que tiveram na capital fluminense.

Em São Paulo, a partir do fim de julho os black blocs se formaram como uma força isolada, inicialmente em solidariedade aos cariocas, e depois lançando uma campanha contra o governador paulista, Geraldo Alckmin.

Ao se voltar contra Alckmin, os black blocs paulistas poderiam se articular com a esquerda moderada, por terem um inimigo comum, mas a incompreensão mútua impossibilitou a aproximação.

E aqui chegamos ao x da questão: a desconfiança mútua entre duas culturas militantes distintas, mas que compartilham muitos objetivos, está acabando com as possibilidades de aproveitar a incrível energia social gerada pelas manifestações de junho para construir novos espaços de debate e mobilização que poderiam abrir perspectivas inéditas de ação política no Brasil.

Não se trata aqui de querer apagar as diferenças entre a cultura de militância partidária – baseada na hierarquia, na centralização e na estabilidade – e a cultura libertária que está na base da tática black bloc – horizontal, descentralizada e instável – mas de propor que, apesar de suas diferenças, estes dois setores podem trabalhar juntos em prol de causas que os unem.

Por uma assembleia das ruas

O ponto de partida para essa aproximação é o diálogo aberto entre as partes, reconhecendo as diferenças e os equívocos de parte a parte, mas buscando achar formas de cooperação que respeitem as especificidades de cada um.

Os momentos em que os black blocs foram mais fortes foram justamente aqueles em que atuaram no seio de movimentos mais amplos, que englobavam grupos com táticas muito diferentes, todos lutando por causas comuns.

E esta é, na minha opinião, uma das fraquezas dos black blocs hoje (pelo menos em São Paulo): uma certa fetichização da tática, tomando a formação de blocos negros como um fim em si mesmo.

Olhando para a história dos black blocs, me parece que os melhores momentos dessa tática foram quando ela serviu de instrumento para um movimento mais amplo.

E esses momentos foram marcados por avaliações de que tipo de ações serviam mais aos fins buscados.

Por exemplo: a condenação, a priori, da destruição de propriedade privada corporativa me parece absurda por parte de qualquer um que sonhe com uma sociedade mais igualitária.

No entanto, cabe questionar, sim, se essa tática é a mais acertada em um determinado momento da luta.

O ataque contra símbolos das grandes corporações globais promovido pelo black bloc de Seattle fazia todo sentido no seio de um grande movimento que desafiava, justamente, o poder dessas grandes corporações.

Mas será que o simples ataque a agências bancárias e concessionárias de carros de luxo faz sentido em mobilizações que não passam de algumas centenas de pessoas sem uma bandeira clara, em uma São Paulo cuja população tende a repudiar esse tipo de ação? Para que serve essa ação?

Os black blocs têm força social suficiente para sustentar uma mobilização sem buscar apoio de outros setores? Na minha opinião, a resposta para todas essas perguntas, hoje, é “não”.

Por outro lado, as organizações tradicionais da esquerda, como partidos e sindicatos, claramente não estão conseguindo se sintonizar com as pessoas que saíram às ruas em junho justamente por insistirem em restringir suas mobilizações aos seus próprios quadros, olhando com desconfiança para qualquer um que não seja filiado a uma organização formal.

Ao fazerem isso, reproduzem no nível da rua a mesma lógica de quem está no poder: a ideia de que a política é um assunto para iniciados e especialistas, da qual só podem participar aqueles devidamente credenciados por organizações estabelecidas, sejam elas partidos, sindicatos ou movimentos sociais.

Ora, foi justamente isso que levou as pessoas às ruas em junho: a revolta contra o distanciamento entre aqueles que formulam a política e aqueles que apenas sofrem suas consequências.

Os gritos histéricos de “sem partido” podiam ter uma conotação fascista em alguns casos, mas eles também expressavam esse mal-estar profundo de uma política que se vê como cada vez mais autônoma do resto da população.

O grito de junho foi, acima de tudo, um grito contra o autismo da política institucional no Brasil – e nesse autismo se incluem absolutamente todos os partidos com alguma representação parlamentar (com exceção, talvez, do PSOL, cujos militantes estavam nas ruas desde o começo).

Foi um grito contra o abismo que existe entre a política institucional e o cidadão comum, criado por políticos profissionais (de todos os partidos) que colocam o jogo da politicagem acima da defesa de bandeiras concretas de interesse da população.

Nesse sentido, mesmo o combate à corrupção, que em geral tem um viés claramente conservador, se torna parte de uma crítica mais ampla a um sistema representativo que, cada vez mais, é ditado apenas pelos interesses dos representantes, e não dos representados.

Ao insistir em mobilizações restritas aos iniciados, as organizações tradicionais da esquerda reproduzem a barreira que afasta o cidadão comum da política, e por isso são hostilizadas por aqueles que se sentem excluídos da política.

Os black blocs, por outro lado, oferecem justamente o contrário: a possibilidade de qualquer cidadão participar da mobilização política sem necessidade de filiação prévia.

Enquanto partidos e sindicatos são vistos como uma porta fechada para os não iniciados, os black blocs são vistos como uma porta aberta para a política.

Disso decorre, em grande parte, a atração que vem exercendo sobre muitos jovens que estão saindo às ruas pela primeira vez na vida.

Muitas vezes essa distinção leva alguns a se apegarem a um fetiche que opõe “velhas” e “novas” formas de organização, como se fossem irreconciliáveis.

A pergunta mais importante hoje, na minha opinião, é: seria possível romper com essa visão binária e criar espaços onde as diferentes lógicas pudessem dialogar?

Acredito sinceramente que sim. Até porque isso já aconteceu no passado.

Em Gênova, por exemplo, o black bloc optou por marchar ao lado dos Comitês de Base (Cobas) dos sindicatos italianos; na Alemanha, os black blocs muitas vezes marcharam ao lado dos sindicados no Primeiro de Maio; e, aqui mesmo no Brasil, lembro perfeitamente de militantes do PSTU que participavam das reuniões da Ação Global dos Povos para a organização dos atos em São Paulo.

Ou seja: o que nos falta são espaços de articulação que abram espaço para o diálogo entre culturas militantes distintas, mas que compartilham certos objetivos.

O que nos falta é um fórum de lutas, uma assembleia das ruas.

Um espaço assim, que não fosse controlado por nenhuma organização, mas que estivesse aberto aos militantes de qualquer organização e a quem não é filiado a nenhuma delas, poderia servir de convite à participação dos não iniciados e agregar a experiência dos iniciados, abrindo a possibilidade de diminuir a desconfiança mútua e abrir caminho para uma cooperação entre grupos que adotam táticas distintas, mas que podem ser complementares.

Outra condição fundamental para que um espaço assim pudesse florescer é que não se pautasse pela lógica eleitoral.

Uma das razões do desgaste da política institucional no Brasil (e em várias outras partes do mundo) é a necessidade de reduzir todas as discussões ao calendário eleitoral.

Uma verdadeira assembleia das ruas seria um espaço de discussão e formulação de um projeto popular para a cidade, para o estado e para o país, que articulasse seus integrantes em torno de bandeiras comuns, mas que não se colocasse a serviço de campanhas eleitorais de A,B ou C.

Um espaço que pudesse se tornar um poder constituinte da multidão, definindo o que o povo quer do seu governo. Caberia ao governo de turno, a partir daí, lidar com essas demandas.

Os zapatistas, no México, já nos forneceram um modelo desse tipo de organização ao lançarem, em 2006, sua “Outra campanha”, uma mobilização nacional que pretendia ir além do calendário eleitoral e formular um verdadeiro projeto popular independente das ambições dos partidos da ordem.

É claro que em um espaço como esse a participação de militantes partidários e sindicais seria mais do que bem vinda, mas sempre como indivíduos, e não como representantes de suas organizações, o que exigiria daqueles mais acostumados com as formas tradicionais de militância um esforço para abrir mão da ambição de ditar a linha política a ser seguida por todos os participantes dessa articulação.

Por outro lado, exigiria dos adeptos da tática black bloc um esforço para coordenar suas ações com as dos demais grupos, muitas vezes se abstendo de realizar ataques ao patrimônio público e privado quando esse tipo de ação puder comprometer outros grupos que adotam táticas distintas.

Acredito, sinceramente, que a criação de um espaço plural como este poderia diminuir o fosso entre a “velha” e a “nova” esquerda e abrir novas e estimulantes perspectivas para a luta popular no Brasil.

Mas, para isso, seria preciso um exercício de compreensão mútua que fosse além dos preconceitos e buscasse aprender a respeitar a diferença e a diversidade, vendo nela não uma fraqueza, mas uma força do movimento.

 

*Bruno Fiuza é jornalista, historiador e mestrando em História Econômica na Universidade de São Paulo

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

41 Comentários

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  1. Ok, ok, os Blac Blocks

    Ok, ok, os Blac Blocks surgiram na Alemanha, na Europa Ocidental deu certo, mas estamos no Brasil, cheio das peculiaridades, cheio das suas contradições.

    Eu não sei qual é o grau de liberdade que um alemão tem para protestar, ou como é a correlação de forças em seu país, mas em São Paulo, ou no Rio de Janeiro, quando um sujeito coloca a máscara na cabeça, não dá para saber daonde esse cara surgiu ou que interesse ele representa. 

    Da manifestação de ontem no RJ, convocada pelos sindicatos de Professores, um sucesso de público, emergiram manchetes como “a Violência volta para os protestos de SP e RJ”, e imagens de mascarados quebrando agências bancárias, tacando fogo em objetos e confrontando a polícia.

    Sou só eu que acho que isto mais atrapalha do que ajuda?

    Ora, se consegue-se mobilizar milhares, dezenas de milhares de pessoas, que param o tráfego, chamam atenção das pessoas nas ruas, criando um fato jornalístico, de que valia terá moleques “anti-capitalistas” pensando que haverá alguma consequência positiva em apedrejar uma agência Itaú?

    No final, a direita e a grande mídia adoram os Black Blocs, pois desta violência toda surgem pratos cheios para criminalizar movimentos legítimos.

    Posto isto, quem garante que TODOS os mascarados são Black Blocs? 

     

    1. Você fala como se protests

      Você fala como se protests não fossem criminalizados de qualquer forma.

      Os que não são são porque não incomodam os poderes que devem ser incomodados.

  2. Ontem eu passei proximo a

    Ontem eu passei proximo a concentração dos professores no centro do Rio e pude observar alguns “black blocs”, acho que da para falar coisas sobre eles:

     

    _ Na maioria não tem aparentemente a substancia que o texto tenta dar para eles;
     
    _ Não são um movimento unico, aliais pude observar três grupos distintos: os “revolucionários”, arruaceiros e os saqueadores, nada em comum a não ser a vontade de ser violento;

    _ Os “revolucionarios” são os mais organizados, ficam em grupos de cerca de 8 a 15 pessoas, muito jovens na maioria, mas com liderança “coroa”, vi um grupo recebendo orientação de um bem mais velho que os demais, me pareceram jovens classe média alta, devem estar sendo doutrinados pelos mais velhos;

    _ Os arruaceiros são bem mais fáceis de identificar, parecem experientes no que fazem, apostaria que devem ser de torcidas organizadas, até pela aparencia, são do tipo mais forte, todos trogloditas mesmo, parecem feras a espreita de uma oportunidade, estão ali para brigar por brigar, nada de ideologia aparentemente;

    _ Os saqueadores andam mais a margem ainda dos demais, da para ver claramente que são ladrões oportunistas.
     

  3. De minha parte, agradeço ao

    De minha parte, agradeço ao jornalista e historiador Bruno Fiúza, pelo excelente -porque didático – artigo discorrendo acerca de movimento black bloac.

    A democracia na sua essência é um sistema sempre disponível para acolher as mais diversas experiências políticas, sociais, culturais, o que seja. Alberga, inclusive. e paradoxalmente, quem tenta destruí-la ou solapá-la. 

    Nesse sentido, o black bloac é apenas mais um a se somar aos inúmeros movimentos que surgiram ao longo da história. Nada tem, creio, de especial. 

    A parte, digamos, fraca foi o articulista ter passado ao largo acerca do apego à estética e prática da violência. Se não fizesse uma condenação tácita, que pelo menos tentasse dar alguma racionalização(se é que isso seja possível) a esse viés baderneiro. 

    Diversidade sempre será bem-vinda. Só através dela poderemos dar vazão às represadas gama de sentimentos que  acode a cada ser humano. Dar provimento a esse desejo de externá-los sem ameaçar direitos de outrem é o grande desafio.

  4. Ontem eles tentaram atear

    Ontem eles tentaram atear fogo no prédio da Câmara Municipal do RJ e por pouco não destruiram o Teatro Municipal, grandes “revolucionários” que vão  colocar o capitalismo abaixo….rsss

    1. Podem cometer todos os erros

      Podem cometer todos os erros do mundo, podem ser desorientados e pouco efetivos, mas já são bem melhores que os intelectuais “progressistas” de plantão que pululam na internet – inclusive neste blog – e que NADA fazem além de lamber o saco do PT.

  5. De longe, de longe, o melhor

    De longe, de longe, o melhor artigo sobre os Black Blocs publicado no Brasil. Tanto em termos de origem e desenvolvimento histórico, quando de análise e possibilidades a partir da experiência atual no Brasil. O autor demonstra conhecimento do que está falando. E a meu ver, acerta na análise, extremamente ponderada e apontando essencial: o BB está aí e se trata de articular essa tática às outras táticas utilizadas pela esquerda.

  6. Eu não acho nem que o pior é

    Eu não acho nem que o pior é propriamente a violência, eles podem entender que instituições injustas demandam soluções violentas. O problema é que os caras não querem mostrar o rosto. Aí fica facílimo, querem reivindicar o que bem entendem, mas com risco zero. Quero ver a hora que matarem algum inocente…

  7. As considerações sobre Junho,

    As considerações sobre Junho, feitas pelo autor, são muito boas, seu texto é de uma lucidez sobre essa questão que poucas vezes li nesses últimos tempos. Apenas uma consideração: No Rio, quando o gigante voltou a dormir, a extrema-esquerda se “uniu” com a direita. Ambos foram juntos as ruas gritar contra a corrupção, contra a copa, contra a Dilma, etc_ e tentaram, sempre de alguma forma, mesmo que por ginástica intelectual das mais suadas, legitimar a ação direta e a violência, como instrumento de mudança aceitável. “Vândalo é o estado” é um slogam que resume muito bem isso e foi apropriado tanto por jovens burgueses como por militantes antigos de partidos políticos.

    Admiro o esforço de tentar compreender a lógica dos bbs, mas por tudo que tenho visto nas ruas, este grupo, aqui no Brasil não é passível de compreensão, simplesmente por ter se tornado uma bagunça tão generaliza, sem controle, talvez o efeito colateral da sociedade capitalista de um país contraditório, essa cópia mal feita dos originais Europeus hoje mal consegue dar uma caricatura. É quase como tentar entender o Batman das manifestações a partir do “verdadeiro” lá de Gotham City. De semelhança só mesmo a “fantasia”. O bolo é muito, mas muito doido por aqui.

    Penso ainda que a violência deles que, aflora nas ruas é multifatorial, vem de dentro, de fora, de lugar nenhum, de catarses virtuais, apoios sem convicção de uma parcela das sociedade, enfim, um monte de outras questões que, acredito, não sáo passíveis de análises acadêmicas tradicionais, e que explode nas ruas num salve-se-quem puder que está ficando cada mais incontrolável e imprevisível.

    No Rio, está longe de ser unanimidade. São demonizados na mídia oficial e superestimados no Facebook. O que há é muita desinformação sobre eles e aí cada um instrumentaliza pro lado que melhor lhe interessa.

    O autor usou a palavra certa: fetiche. Essa fetichização da tática, que os tornou um fim em si mesmo, abortou esse movimento antes dele nascer por aqui pelas terras de Cabral…E agora está aí o resultado: ônibus queimado como faz o tráfico de drogas, lixeiras voando pra tudo quanto é lado, pontos de ônibus que o trabalhador vai usar no dia seguinte destruído, lojas saqueadas, violência generalizada sobrando pra onde a raiva cega apontar na hora. No outro dia, o serviço público de coleta de lixo da cidade, fica a disposição e os trabalhadores que já dão um duro danado, terão que ralar muito para “consertar”  a destruição promovida por essas pessoas.

    Por fim,  penso que isso que Bruno Fiuza diz, esse “esforço que deveriam fazer para se abster de realizar ataques descontrolados quando esse tipo de ação  puder comprometer outros grupos que não adotam essas táticas” é, na minha modesta opinião, impossível de ser feito_ simplesmente pelo fato de a “natureza” desse movimento ser autoritária.

    O autoritarismo está lá caminhando em bloco e o seu curso não tem mais como refluir, quando penetram em protestos que não são só deles, tomam a frente deliberadamente das ações, fazem o que bem entendem da única maneira que sabem fazer – na base do ataque violento que provoca a violência, que provoca a “defesa gloriosa” que engana a muitos por aí – como ficou em claro ontem, no protesto dos professores no Rio de Janeiro.

     

     

    1. Quais argumentos?
      O texto não

      Quais argumentos?

      O texto não tenta validar nada nem traz argumentos nesse sentido.

      Traz uma história e propõe uma prática para juntar pessoas de esquerda que adotam diferentes táticas para (re)pensarem as táticas conforme o contexto, e coordenadas em um objetivo comum.

      1. Pelo visto você não conhece a

        Pelo visto você não conhece a história do nazismo, que também queria “unir” os trabalhadores … Aliás, as belas ações dos militantes alemães da décado de 80, em nada se assemelha ao festival de violencia gratuita que esses moleques espalham pelas ruas do Rio de Janeiro hoje.  

        1. Bem, Marx era nazista de

          Bem, Marx era nazista de certo, pois queria unir os trabalhadores.

          Ah sim, a diferença é que unir os trabalhadores para lutar contra uma classe antagônica é o que o socialismo pretende. Unir os trabalhadores, e a burguesia, em torno da idéia de nação, é o que os facismos pretendem.

          Acho que não sou eu que tenho que ler mais sobre nazismo e fascismo.

      2. Olhando em perspectiva

        Olhando em perspectiva histórica as SA, antecessoras das SS, eram milicias civis com táticas de confronto, o braço violento do nazismo… nesse sentido os black blocs também usam a mesma prática, tem na violência seu sentido maior, falta pouco para os alvos deixarem de ser locais para serem pessoas ou grupos.

        1. A falácia já começa por

          A falácia já começa por chamar de violência duas coisas completamente diferentes: violência contra pessoas e quebrar vidraças.

          Tivemos de fato agressões fascistas no 20 de junho. Fascistas agredindo fisicamente pessoas de esquerda.

          Se você não consegue diferenciar isso de quebrar vidraças fica realmente difícil discutir.

          Querer pregar na testa do outro ‘nazismo’ é simplesmente não querer usar a razão.

  8. Crítica ao artigo

    O articulista foi feliz em preparar o arcabouço histórico do artigo e em indentificr a origem das manifestações e conflitos no país, que é o afastamento dos políticos profissionais da realidade das ruas em direção a uma realidade paralela, onde apenas os iniciados na políticagem profissional são beneficiados, restando migalhas para o resto da população. Mas creio que errou ao indicar a porta de saída dos conflitos. Não basta criar uma área de articulação permanente entre as ruas e os políticos, porque invariavelmente esta área de articulação acabará sendo manipulada pelos mesmos interessados de sempre. O ponto de partida tem de ser feito a partir dos políticos em direção a uma reaproximação com os anseios da população. E nisto nem Dilma, Alckmin ou qualquer outro político está acertando. Haddad talvez seja o único político que entendeu o recado e aparentemente age na direção correta. Muito provavelmente porque vêm de uma formação política diferente da usual. Mas para afirmar com certeza se ele está no caminho certo, somente ao fim do seu mandato poderemos afirmar com plena certeza.

  9. Em primeiro lugar, considero

    Em primeiro lugar, considero muito importante o esclarecimento trrazido pelo texto. Como todos já sabemos, esse tipo de informação qualificada não aparece na imprensa e, mesmo no reino alternativo da internet, não é fácil encontrar.

    Falando por mim, eu desconhecia a história da forma como está articulada no texto; sabia de algins fatos isolados, mas não sabia que havia uma articulação entre os diferentes momentos desse tipo de ação ao redor do mundo.

    Mas, sempre tem um mas, confesso que a última parte me incomoda. Gosto de pensar e concordar com Hannah Arendt, que defende que o agir político é um agir livre, mas livre no sentido da capacidade de discernimento e não da liberdade da vontade. Não há nisso nenhuma ideia de exclusão ou especialização, nem mesmo uma normatização de como se deve fazer política, mas sim o entendimento de que a Política só se realiza com a liberdade do discernimento e que essa liberdade não é uma condição a priori, posto que só acontece entre os homens (genérico). Como não é fácil distinguir discernimento nas ações black blocs relatadas pelo autor, fico ainda com dúvidas quanto a este tipo de tática.

    Aqui em Recife ocorreram alguns eventos black bloc em meio às manifestações; após um deles, não lembro exatamente qual, um jornal local fez uma reportagem e entrevistou alguns participantes, desccrevendo seu perfil social (idade, classe, escolaridade, etc). Mesmo considerando as falhas de uma reportagem dessas, me chamou a atenção a fala dos entrevistados, que eram rapazes muito jovens (alguns com menos de 18 anos), que não se interessavam por política e não consideravam aquela uma experiência política. Daí minha dificuldade em considerar essa experiência como sendo da esfera da liberdade. Claro que essa é uma opinião muito particular, pois sempre tive dificuldade em lidar com disfarces e falas não assumidas. Eu acho que não conseguiria defender uma ideia estando mascarada; ficaria com a sensação de que não sou eu.

    A parte em que o autor fala das diferenças entre as “culturas” de militância partidária e libertária, me leva a discordar do uso do termo cultura. Eu chamaria de práticas, tátias, estratégias, etc.

    Enfim, um ótimo post que, acredito, levará a um grande debate.

  10. É a direita, por osmose, querendo assimilar lutas das esquerdas

    Caro Nassif e demais

    Interessante a montagem do texto, também acredito que é necessário dar uma sacudida no governo do PT, mas para fazer avançar as lutasm, uma vez que via Congresso, está, agora, devagar quase parando, se eles quiserem mostrar serviço, que acampem em cada gabinete de um ilustríssimo deputado ou senador, e torne  público quem ele é na realidade.

    Apesar de não apoiar Cabral, e, seguramente, não sou o único, mas, na colcha de retalhos, ele apoia o PT, e é ai que mora a divergência, enquanto se descarrega sobre ele, Alckmin, continua lindo belo e solto, ontem, 07/10/2013, também sobrou para ele, para não ficar tão em evidência.

    O que sobra para a direita, senão assimilar, as lutas da esquerda?! De outro jeito, eles ficam cada vez mais isolados.

    Saudações

  11. Pode ser movimento, grupo,

    Pode ser movimento, grupo, tática ou modismo, tantufas: violência organizada politicamente é fascimo!

    “(…) a condenação, a priori, da destruição de propriedade privada corporativa me parece absurda por parte de qualquer um que sonhe com uma sociedade mais igualitária.”

    O que esse maluco pretende? Como ele quer uma sociedade mais igualitária, com um banho de sangue? Gente, vocês não estão vendo isso? Quem vai lucrar com uma carnificina? Para quem interessa esse jogo violento, esse desejo mórbido por sangue? Pelo o que eu saiba, essa tática, que por ter chegado 30 anos atrasada no Brasil, está mais para teoria do subdesenvolvimento! Se toca, galera! 

    1. Destruição de propriedade =

      Destruição de propriedade = banho de sangue

      Você acaba de igualar o direito de propriedade ao direito á vida, para usar os termos do nosso Direito.

      Para haver debate é preciso falar a mesma língua.

      Onde vejo fascismo é na irracionalidade, o que ficou bastante evidente no seu comentário em relação à realidade e ao que o texto diz.

  12. Eu vejo mais não acredito!

       Estão glorificando trogloditas, é incrivel.

     Os primeiros a se mostrar com essas características, apareceram na paulista para quebrar as bandeiras de manifestantes de esquerda, na época surgiram informações que eram ligados ao DEM,  no rio os primeiros dessa turba a dar as caras formaram um cordão impedindo manifestantes de prosseguir sua caminhada, depois apareceram jogando molotov em policiais cuja reação é apartir pra cima de todos os manifestantes, será que ninguém percebe que o propósito é acabar com a manifestação ?

        Levar o jogo para a brutlidade é procurar a derrota, o passe livre não ganhou desse jeito,  imagine se eles fossem sair no braço com alkmin ?  não dá pra enfrentar forças de segurança do poder estabelecido, tem esquerdista por aí jogando um jogo bastante perigoso, a típica esquerda que a direita gosta, hoje temos todas as vias pacíficas para chegar ao poder, quem não teve competência para chegar lá pelo convencimento não merece uma chance de tentar se dar bem na porrada, isso só favorece bruta montes e esses quando chegam ao poder não dá em boa coisa.

  13. Engraçado. Primeiro procuram

    Engraçado. Primeiro procuram inventar uma tradição e uma memória para o movimento. Nesta “invenção”, fica claro que o que aconteceu na Alemenha e Estados Unidos  impõe uma organização e ações coordenadas que  em nada se assemelha, nem de longe, ao quebra, quebra e  à violencia que se vê no Brasil. Aqui é o salve-se quem puder. Além disso, como atuam na clandestinidade, fica dificil saber qual a base social desses grupos. Então não temos outra alternativa a não ser repudiar. O que assitimos é só violencia e ataques as instituições democraticas, duramente conquistadas nos ultimos 25 anos.  Ai aparece uma bando de garotos, mascaradaos, armados de paus e barras de ferro, se infiltrando nas manifestações legitimas, com ações que beira ao terrorismo pura e simples.  Acreditar que quebrar vitrines  das lojas de Ipanema e apedrejar a policia é “tatica” revolucionaria, só pode ser molecagem. Tenha santa paciencia. Quanto mais falam desses  moleques mais  sinto repudio por tudo isso.

  14. black bloc. é direita.

     

     

     

    black bloc. é direita.

     

    não fantasiem.

     

    ..

     

    ‘anarquismo’ de direita.

     

    não espanta que seduza os que não saíram da infância intelectual.

     

    os inevitáveis. e patéticos. revolucionistas.

     

    ..

     

    querem. porque querem. o novo. pelo novo.

     

    seja qual for seja como for. 

     

    aliás nem precisa ser novo. 

     

    simulando leva.

     

    ..

     

    velhos. ultrapassados. tão velhos que já dizia lênin..

     

    ‘impaciência revolucionária. típico fenômeno burguês.’

     

    ..

     

    cresçam.

     

    é pedir demais?..

     

    ops. esqueci. burga não cresce.

     

    ..

  15. Movimentos pelo Brasil

    Achei muito interessante a matéria. O aspecto histórico é bastante pedagógico para conseguir definir o crescimento e a atual ação dos bbs no Rj e Sp. Mas, o artigo dixa de lado dois estados onde, pelo que tenho acompanhado, são fortes candidatos à polos de manifestações: Rio Grande do Sul e Pernambuco. 

    Está bastante claro que a midia favorece o Eixo RJ-SP, dando alguma visibilidade ao que ocorre em Brasilia. Um pouco de Minas. Mas muito pouco ou quase nada se fala dos estados do Sul e do Nordeste, onde eu destaco Rio Grande do Sul e Pernambuco.

    Voce diz que somente no Rj as manifestacoes continuaram fortes desde Junho. Mas, de fato, temos visto bastante coisa acontecendo em Recife, e Porto Alegre. 

    Ainda, ontem, os bbs do Rj fizeram exatamente oq voce alega ser o pressuposto articulador do grupo, ou seja, estar presente para defesa de um movimento outro, neste caso, a marcha pela educação. E, uma pena, os grandes da midia preferiram mais uma vez dar maior visibilidade ao confronto.

    Vale um artigo falando mais sobre os movimentos/marés/manifestações que tem ocorrido pelo Brasil como um todo, deixando o eixo rj-sp de lado, já que esses já tem a visibilidade que merecem.

     

    Abc

    Lucas

  16. Já fui a favor dos black

    Já fui a favor dos black blocks, já fui contra e hoje estou aberto a ponderações. Pela TV vi algumas pichações do BB Paulista que achei interessantes. O movimento parece ter um engajamento político honesto e um conhecimento das forças que movem a máquina do poder. O mesmo não sei se ocorre aqui no RJ. E talvez seja por essa visão um pouco mais rasa do jogo do poder que o BB Carioca tenha maior capacidade de mobilização e sinergia com outros movimentos. Uma outra explicação para o isolamento do BB Paulista seria o próprio carater sectário da cultura paulistana, toda partida em tribos, muitas vezes mais antagônicas entre si do que as classes sociais propriamente ditas. Seja lá como for, a esquerda tem que se tocar que o tom raivoso da mídia contra esses caras revela que eles assustam. Será que são realmente tão impopulares? A esquerda “acadêmica”, que está no poder hoje, precisa tomar consciência que uma hora ela terá que decidir se tomará um caminho conservador ou se dará continuidade ao processo revolucionário. Se optar pela segunda tem que ter um olhar mais atento a todos os movimentos sociais, organizados ou não. Um filme muito bom sobre os movimentos sociais na Alemanha é “Os educadores”. Não sei se o movimento mostrado no filme pode ser classificado como black block. O filme também mostra um pouco das ações comunitárias que o Bruno Fiúza descreve no texto.

  17. RADICALISMO

    Boa definição:
    .

    “Surgida no seio de uma vertente alternativa da esquerda europeia no início da década de 1980, “
    .
    “Um dos países onde o movimento mais se desenvolveu foi na Alemanha. Fiel ao espírito revolucionário original do marxismo, “

    .
    Isso é o que temos denunciado exaustivamente, tanto grupos fascistas de extrema direita, quanto os de extrema esquerda, como esse; lutam com todas as forças contra a evolução da democracia brasileira. Eles são radicais, não aceitam o atual sistema político econômico em hipótese alguma. Dizem que sua proposta não é quebra galho, e não vão remendar o sistema, que precisa ser completamente destruído; admitindo que para isso uma guerra é inevitável. Pra piorar, são organizados, distribuídos em vários outros grupos, partidos, e movimentos sociais; tem uma organização a nível internacional, e ainda por cima existe uma forte motivação vinda de fanatismo religioso. 
    .
    Embora eles sejam minoria até nos manifestos, essa é uma ideologia que não deve ser cultivada por nossos jovens. 
    .
    Maiores informações:
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    https://www.facebook.com/photo.php?fbid=301412173327785&set=a.300951956707140.1073741826.300330306769305&type=3&theater 
    .
    Por isso ficamos muito indignados com alguns políticos, como o senador petista Lindbergh Farias, que literalmente trairam o povo, dando combustível a essa revolta:

    .
    https://www.facebook.com/photo.php?fbid=342261375909531&set=a.300951956707140.1073741826.300330306769305&type=3&theater
    .

    FOMOS APUNHALADOS PELAS COSTAS
    .

    A PEC 45/2011 estabelece o direito do povo exigir uma consulta popular por referendo, como nas modernas democracias da Suíça, Islândia, Canadá, EUA, Nova Zelândia, Alemanha, Itália, França, etc; quando suas propostas de lei, que poderão ser feitas até pela internet, não forem aprovadas no Congresso. Veja o texto abaixo da PEC 45/2011:

    .
    “Os projetos de lei de iniciativa popular, quando rejeitados pelo Congresso Nacional, serão submetidos a referendo se, no prazo de um ano, cinco por cento do eleitorado nacional, distribuídos em pelo menos cinco estados, com não menos de três décimos dos eleitores de cada um deles, o requerer.”
    .
    http://www.senado.gov.br/atividade/materia/getPDF.asp?t=90865&tp=1 

    .
    Vejam uma das várias resoluções elaboradas democraticamente pela militância do próprio PT, cobrando apoio à democracia direta:
    .
    “Apoiar e desenvolver projetos de lei de iniciativa popular, leis cidadãs, que indiquem e aprofundem os caminhos para uma relação positiva entre a democracia direta e a democracia representativa, e que permitam o enfrentamento dos desafios do País pela própria intervenção do nosso povo.”
    .
    http://www.slideshare.net/PTPARANA/resoluo-poltica-do-4-congresso-nacional-do-pt

    .
    VEJAM O QUE ESSE SENADOR ESCREVEU EM SEU RELATÓRIO PARA A COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA, A RESPEITO DA PEC 45/2011:
    .
    “Claro que não podemos ser ingênuos e ignorar os riscos que 
    nos espreitam. Nosso continente tem sido abalado por iniciativas de 
    inspiração populista, que se caracterizam pelo esvaziamento das mediações 
    institucionais, particularmente pelo acuamento do Poder Legislativo. O uso 
    indevido de referendos, plebiscitos e consultas populares pode redundar na 
    desmoralização e esvaziamento do instituto da representação política 
    institucionalizada. 
    Quero dizer que me posiciono firmemente contrário à 
    dilapidação das mediações institucionais que o Parlamento realiza como 
    sua missão precípua. Nas democracias que merecem esse nome, a vontade 
    popular é recepcionada e processada no Parlamento, sendo tão mais 
    respeitada quanto melhor combinada a princípios constitucionais de fundo, 
    como o direito das minorias e o compromisso com a preservação de 
    direitos e liberdades elementares, assim como com as cláusulas pétreas que 
    nos inspiram, circunscrevendo o âmbito do dinamismo normativo.”
    .
    http://legis.senado.leg.br/mateweb/arquivos/mate-pdf/132215.pdf
    .
    http://www.senado.gov.br/atividade/materia/detalhes.asp?p_cod_mate=99067
    .
    Ou seja, ele é contra o povo ter direito de decidir diretamente os assuntos mais relevantes, como se faz nas nações mais desenvolvidas do mundo. Vejam como as decisões são tomadas nesses países:
    .
    https://www.facebook.com/photo.php?fbid=301437356658600&set=a.300951956707140.1073741826.300330306769305&type=3&theater
    .
    Os EUA chegam a votar cerca de 300 plebiscitos convocados pelo povo a cada eleição, possibilitando que o povo feche cada brecha deixada pelos políticos para a corrupção

    .
    AÍ FICA UMA PERGUNTA AO NOSSO SENADOR:
    .
    Sr. Lindbergh Farias, o sr. é r…, i…, não sabe o que é uma democracia direta, ou traiu mesmo a resolução de sua própria militância, e as exigências de parte significativa das manifestações de rua?

    .
    FICA TAMBÉM UMA PERGUNTA AOS PETISTAS:
    .
    Vocês não vão fazer nada a respeito disso? Não existe conselho de ética no partido? As resoluções da militância são feitas pra se jogar no lixo? 

    .
    Será possível que veremos todo o PT sendo conivente com o que esse sujeito acabou de fazer? Serão todos cúmplices do impedimento para instalação de uma democracia de primeiro mundo no Brasil?

    .
    POR FAVOR, QUEREMOS UMA POSIÇÃO A RESPEITO DISSO DO PT.
    .
    QUEREMOS SABER SE ESSA É A POSIÇÃO DO PT, E O QUE FARÁ A RESPEITO.

    .
    Paralelamente a isso, o senador Romero Jucá PMDB / RR fez uma manobra na votação do senado, para rejeitar a tramitação com urgência aos projetos de lei do povo. Agora eles poderão votá-las quando bem entenderem, podendo nos enrolar por anos, e até engavetá-las. 
    .
    Aliás, o Romero Jucá foi designado para elaborar relatório sobre a PEC 73/2005, que nos dará o direito de cassar os políticos por iniciativa popular, e rejeitou-a por inteiro:
    .
    http://www.senado.gov.br/atividade/materia/detalhes.asp?p_cod_mate=76146 

    .
    Esse é o sistema podre e corrupto imposto aos brasileiros. Vemos um sujeito que a rigor não tem nada a acrescentar de benefício à democracia brasileira, e passa literalmente a jogar nossos princípios de direito no lixo, através da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, criticando e desmerecendo o texto de um de nossos maiores juristas, o Professor Fábio Konder Comparato:
    .
    http://www.boletimjuridico.com.br/doutrina/texto.asp?id=1964 

    .
    Srs. Brasileiros, eles realmente não entenderam nosso recado. Precisamos nos organizar, decidir o que é mais importante reivindicar, e voltar às ruas. Porque tudo isso não teria ocorrido, se os protestos continuassem com a mesma intensidade.

     

     

  18. Conheço alguns caras que são

    Conheço alguns caras que são black blocs.

    A maioria é menor de idade. Os maiores, alguns deles, cursam faculdades particulares.

    Muito da molecada que achava transgressor o ato de pixar paredes e prédios, migrou para os black blocs, onde a emoção e o confronto são muito maiores.

    Não são de esquerda ou de direita. Boa parte deles nem sabe diferenciar um do outro.

    São basicamente anti-policia e anti-governo, qualquer governo,  (mas não são exatamente anarquistas).

    Gostam de se reunir em torno de algum protesto, (seja ele qual for), para deixar a adrenalina subir e partir para o confronto e vandalismo.

    É fundamental para um black bloc registrar os seus feitos em vídeo para depois compartilhar no face. Então, antes de começar, eles definem quem vai filmar e quem vai partir para cima.

    Não há lideranças. Alguns tentam se organizar hierarquicamente, mas isso só vale até começar a “passeata”.  Depois é cada um por si.

    Um black bloc que apanha ou vai preso ganha muita moral entre os colegas.

  19. deve ser eu que ache

    deve ser eu que ache estranho- já que ninguém comentou, mas  como é que a tv consegue estar dentro de uma agência que  está sendo vandalizada e não há uma polícia que impeça?

  20. Deve ser legal ser black

    Deve ser legal ser black bloc!

    Nada prá se provar ou discutir , já esta se tornando até mitológico,brevemente místico e futuramente os melhores

    tempos das vidas..deles.

  21. Milton Santos “Estamos

    Milton Santos “Estamos convencidos de que a mudança histórica em perspectiva provirá de um movimento de baixo pra cima, tendo como atores principais os países subdesenvolvidos e não os países ricos; os deserdados e os pobres e não os opulentos e outras classes obesas; o indivíduo liberado partícipe das novas massas e não o homem acorrentado; o pensamento livre e não o discurso único.” (Por uma outra globalização)

  22. Milton Santos “Estamos

    Milton Santos “Estamos convencidos de que a mudança histórica em perspectiva provirá de um movimento de baixo pra cima, tendo como atores principais os países subdesenvolvidos e não os países ricos; os deserdados e os pobres e não os opulentos e outras classes obesas; o indivíduo liberado partícipe das novas massas e não o homem acorrentado; o pensamento livre e não o discurso único.” (Por uma outra globalização)

  23. Publicado no facebook :

    Publicado no facebook :  

    https://www.facebook.com/photo.php?fbid=527299474021833&set=a.524959970922450.1073741828.512944915457289&type=1&theater

    “Gentis meninos maus

    Dois dias após o Plano de Carreira ser aprovado a portas fechadas em 1/10 (enquanto professores e demais profissionais da Educação eram caçados pelas tropas da PMERJ), dezenas de depoimentos encheram as redes sociais. O tema é o mesmo em todos eles: agradecimento aos “meninos” do Black Bloc RJ. 

    O reconhecimento oficial veio na tarde de sexta, 4/10, através da coordenadora do Sindicato dos Profissionais da Educação (Sepe), Ivanete Conceição, durante a Assembleia realizada pela categoria: “Muitos desses meninos nos defenderam da truculência da PM. De alguma maneira, o que eles fizeram na terça-feira foi reagir a atos violentos. Eles nos ajudaram, nos socorreram e ganharam o apoio de muita gente que os via com desconfiança”. O mesmo ponto foi abordado por diversos depoimentos durante a semana, dentre eles o do profissional de educação Eric Brasil, divulgado em sua página e compartilhado por diversos grupos e pessoas. 

    “Quando chegamos na praça perto da Câmara começou a primeira grande chuva de bombas. […] O Black Bloc impedia que as bombas chegassem até os educadores. Nesse momento aconteceu uma cena incrível […]. Um menino negro, com o rosto branco de leite de magnésio, camisa preta, calça preta, luva preta, sem máscara gritava por um representante do Sepe. Quando encontrou disse que gostaria de saber o que os educadores queriam que eles, os Black blocs, fizessem. ‘Vocês querem que a gente ataque outro ponto pra ajudar vocês ou querem que a gente pare de jogar as bombas de volta pra polícia pra vocês reagruparem na praça?’ […] respondemos pra que eles parassem de reagir pra gente poder reagrupar na praça. O menino, no alto dos seus 16 anos disse: ‘ok, vamos sair e parar de devolver as bombas. Mas vocês precisam voltar pra praça pra ocupar’. Acho que foi uma das cenas mais lindas que vi nas ruas. […] Nesse exato momento, sem nenhum BB entre nós, mais uma chuva de bombas vindas do telhado da Câmara e da rua lateral. O Choque avançou de todos os lados com muitas bombas de gás e de efeito moral até encurralar todo mundo […]”. 

    O reconhecimento chega de modo oportuno para a imagem dos BBs, cujas ações polêmicas renderam aos praticantes dessa tática a prisão de três administradores de uma de suas páginas no Facebook, já em liberdade. Entretanto, para a maior parte da população, de acordo com a imagem construída pela grande mídia nos últimos meses, eles não passam de vândalos que quebram vidraças de bancos e atacam a polícia. São vistos como meninos “maus”. 

    Para os professores que foram ajudados por eles no momento em que a polícia iniciou a dispersão, na segunda-feira, jogando bombas de gás lacrimogêneo indiscriminadamente, são meninos gentis. Mas o fato é que estes “gentis meninos maus” trouxeram à discussão uma nova forma de fazer política nas ruas. O resultado dessa discussão, ou resultados, só o tempo dirá.”

    Texto: Otávio Brum e Luciano Silva 
    Foto: Mario Rocha

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