Brasil e China travam embate na cúpula dos Brics

Segundo Jamil Chade, na ocasião, Brasil assumiu a agenda do presidente americano Donald Trump contra a China, que retrucou o ataque

O líder chinês Xi Jinping e Jair Bolsonaro. | © Sputnik / Mikhail Klimentiev

Jornal GGN – Além das discussões em torno da venda ilegal de madeira, Jair Bolsonaro (sem partido) também usou a reunião virtual da cúpula dos Brics para assumir a agenda do presidente americano Donald Trump e criticar a China, que não se calou diante dos ataques. O embate, no entanto, aconteceu em forma de discursos diplomáticos.

Durante sua fala, Bolsonaro decidiu tocar em temas delicados para a China, “alertando sobre os riscos de uma nova geopolítica internacional ganhar corpo num período pós-pandemia. No Itamaraty, o temor é de que a nova era seja marcada por uma forte influência de Pequim”, escreveu Jamil Chade em sua coluna no Uol.

“O Brasil lutará para que prevaleça em um mundo pós pandemia um sistema internacional pautado pela liberdade, pela transparência e segurança. Para que isso se concretize, é fundamental defender a democracia e defender as prerrogativas soberanas dos países”, disse o mandatário, em uma estratégia própria do governo  Trump de sinalizar a suposta ameaça da China à ordem internacional.

Já o destaque sobre a fala do líder chinês, Xi Jinping, foi seu pedido de proteção ao multilateralismo e à Organização das Nações Unidas ( ONU). “A história nos mostra que o multilateralismo pode evitar guerras”, disse Xi.

O chinês também citou indiretamente o acordo com o estado de São Paulo sobre vacinas e defendeu que, na crise da covid-19, a saúde seja prioridade. “Xi não citou em nenhum momento o Brasil em seu discurso. Mas sua fala deixou claro a distância que existe entre Brasília e Pequim”, analisou Chade.

Xi também criticou as políticas “isolacionistas”, postura adotada pelo governo Trump e repetida pelo Itamaraty, para ele a medida “vai aumentar a tensão e possibilidade de conflitos”, disse, mostrando a distância do discurso de Bolsonaro.

Redação

3 Comentários

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  1. Graças a bolsonaro o brasil caminha para uma situação inusitada, e ruim, de se tornar desafeto de americanos e chineses ao mesmo tempo. Ficaremos órfãos de pai e mãe num mundo cada vez mais hostil.

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