Brasileira vira “personagem do dia” na marcha argentina, por Marcelo Auler

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Por Marcelo Auler
 
Ela tem apenas 25 anos. Argentina por naturalidade, é também cidadã brasileira como sua mãe, a assistente social e ex-professora universitária Marisa Barcellos.
 
Na sexta-feira, segundo canais de TV argentinos, Damiana Negrim Barcellos, que trabalha na produção de cinema e estuda artes visuais no Instituto Universitário Nacional del Arte – IUNA, a transformou em “personagem do dia”.
 
Tudo por conta da selvageria dos gendarmes (força federal argentina, misto de polícia e militar) que a prenderam às 19H00 da quinta-feira (14/12), quando 300 mil argentinos ocuparam as ruas em torno do Congresso Nacional, em Buenos Aires. Protestavam contra a reforma das “pensões” que, como no Brasil, dificultará a aposentadoria dos trabalhadores.
 
As manifestações públicas na Argentina impediram que os governistas que apoiam o presidente Maurício Macri avançassem em seus propósitos reformistas. Até quando, ninguém arrisca prever. A votação foi remarcada para segunda-feira.
 
Mesmo sem estar no protesto – ela voltava para casa – ao ser pega, Damiana viu-se acusada de provocar os gendarmes. Segundo o jornal Pàgina12, ocorreu com mais quatro dos 44 presos na marcha: dois que passavam pelo local; outros dois, moradores de rua.
 
O fato de ela não estar na manifestação é apenas um detalhe. Na verdade, como descreveu Marisa na manhã deste sábado ao Blog enquanto a filha dormia após 24 horas de violências e tensão, “participamos das manifestações,  pois a julgamos justas e necessárias. Mas, casualmente ela não estava na manifestação.”
Ainda assim, a estudante de artes visuais passou quase 24 horas na Gendarmerie, após ser “golpeada e manuseada por um policiais“.
 
Sua prisão se deu a 200 metros do Congresso Nacional, na esquina da Calle Callao com Bartolé Mitre, no centro de Buenos Aires.
 
Um transeunte filmou a cena. Segundo a mãe, ao ser empurrada, caiu sobre uma moto. Uma moça tentou ajudá-la, mas os gendarmes a agarraram e levaram-na forçosamente.
 
O vídeo circulou pelas redes sociais e a transformou, como disse um canal de TV argentino, na sexta-feira (15/12) após ser solta às 14H00, “na personagem do dia de Buenos Aires”.
 
“A condição da prisão dela foi muito violenta – basta ver o vídeo – por ele se vê que foi extremamente… em condições absolutamente violentas“, desabafou a mãe ao falar ao Blog. Acrescentou:
 
“Ela foi confundida por uma caçada demente contra todas as pessoas…  Uma coisa demente que estava acontecendo, não tinha nenhum tipo de racionalidade. Era apenas violência. Violência contra o povo trabalhador e o povo manifestante”.
 
Conitnue lendo aqui.
Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

3 Comentários

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  1. Alfredo Astiz

    Há anos, proponho a todos os blogueiros a criação e concessão da medalha “Alfredo Astiz” de grande valentia contra desarmados.

     

    Sabemos que o valoroso capitão era muito feroz contra pessoas desarmadas e imobilizadas. Vide Dagmar Hagelin.

     

    Na Guerra das Malvinas rendeu-se rapidamente aos britânicos. Valentia mesmo, apenas contra os desarmados.

     

    E vemos que Alfredo Astiz deixou seu legado entre os integrantes das supostas forças de segurança por todo o continente.

     

    O Hino para acompanhar a concessão da medalha deve ser o famoso samba de Bezerra da Silva – Bicho Feroz. 

     

    ♪♫ Você com revólver na mão é um bicho feroz. Sem ele anda rebolando e até muda de voz.♪♫

  2. Que o povo brasileiro possa

    Que o povo brasileiro possa aprender com o povo argentino essa capacidade de luta e resistência contra os que querem impor políticas que destroçam direitos sociais e direitos humanos… Ousar lutar, ousar vencer!

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