Campanha de Serra usa imagem de aluno sem autorização

Do Viomundo

Jefferson Santana: “A propaganda do Serra está usando minha imagem e voz sem autorização” 

Desde 17 de outubro, a propaganda eleitoral de José Serra (PSDB), candidato à Prefeitura de São Paulo, tem apresentado na televisão inserções contendo este trecho (a íntegra do programa de TV desse dia está aqui).

O rosto que aparece quase totalmente, por isso foi identificado, é o de Jefferson Souza Santana, 25 anos, estudante de Filosofia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) — campus Guarulhos.

“A propaganda está usando a minha imagem e voz sem permissão”, denuncia Jefferson. “Absoluta má-fé.”

“O mesmo aconteceu com outros alunos da Unifesp-Guarulhos; tiveram suas observações gravadas sem saber que estavam sendo gravados “, acusa o amigo César de Lucca “Trata-se de uma ação desonesta e desesperada para desqualificar o candidato Haddad (PT).

MEMBROS DA CAMPANHA DO TUCANO FAZEM SE PASSAR POR ESTUDANTES DA PUC-SP

Tudo aconteceu no dia 9 de outubro, por volta das 15h30. Jefferson chegou atrasado e achou melhor esperar aquela aula terminar, para não atrapalhar os que estavam em classe.Duas pessoas desconhecidas (um homem e uma mulher), aparentando 30 anos, o abordaram no corredor da faculdade. Tinham na mão uma pasta e um caderno de anotações. Disseram que eram estudantes de Jornalismo da PUC-SP e estavam ali para fazer entrevistas que embasariam o trabalho de conclusão de curso (TCC), cujo tema seria a greve nas universidade federais. Apresentaram uma questão básica: “A greve atrapalha seus estudos na faculdade?”

“Em solidariedade a dois supostos estudantes, parei. Conversamos cerca de 20 minutos a respeito da pergunta”, relata Jefferson. “Em nenhum momento me foi solicitada autorização de uso de imagem, tampouco fui informado de que estava sendo gravado.”

“Dias depois eu e meus colegas da Unifesp fomos surpreendidos com o uso ilegal de imagem e voz na campanha oficial do tucano, que se valeu dessa gravação para atacar o oponente, Fernando Haddad, ex-ministro da Educação”, lamenta.” Fui ludibriado pela campanha de Serra.”

“Usar eleitoralmente a minha imagem, sem autorização, para um candidato que representa tudo o que eu não quero para São Paulo é muito jogo sujo”, revolta-se Jefferson. “Nunca imaginei que o esquema do Serra chegasse a tanta baixaria. É falsidade ideológica. É crime eleitoral.”

Gustavo Fujiwara, 23 anos, fazendo mestrado em Filosofia na Unifesp, é outra vítima da campanha tucana. Com o rosto embaçado, ele vem logo depois de Jefferson: “Senti-me enganado, ultrajado, usado como bode expiatório de campanha eleitoral. É inadmissível que haja esse tipo vil de estratégia política. Minhas falas foram editadas, manipuladas, sem que houvesse nenhum tipo de consentimento de minha parte. Houve, na verdade, uma violação dos direitos de imagem”.

Jefferson nos conta que a sua primeira reação foi de indignação, custou a acreditar no que estava acontecendo com ele a partir daquele momento.

“Fiquei e ainda estou dormindo mal por conta disso, ter a minha imagem ligada ao Serra me faz me sentir péssimo”, afirma Jefferson. “Entrarei com todos os processos que puder contra esse tipo de campanha. Não dá para relevar o que aconteceu comigo e com meus colegas.”

Jefferson comunicou o caso ao Disque-Denúncia do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP). “A manipulação e a mentira são a base da campanha do Serra”, arremata. “Imagino que isso esteja acontecendo com outras pessoas em outras áreas.”

Luis Nassif

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