Carlos Wizard é acusado de charlatanismo e crime contra humanidade na CPI

Empresário deixou senadores revoltados ao aparecer em vídeo em que defende o tratamento precoce e diz que só morreu na pandemia "quem ficou em casa"

Foto: Agência Senado

Jornal GGN – O bilionário bolsonarista Carlos Wizard foi acusado de charlatanismo e crime contra a humanidade pelos senadores de oposição ao governo Bolsonaro durante a oitiva da CPI da Covid no Senado, na manhã desta quarta (30), ao defender o tratamento precoce com cloroquina para pacientes com coronavírus.

Wizard, por orientação de advogados e amparado por um habeas corpus do Supremo Tribunal Federal, permaneceu em silêncio durante toda a intervenção do relator da CPI, Renan Calheiros. O empresário se recusou a responder todas as perguntas, exceto uma: negou que suas empresas tivessem envolvimento direto no negócio das vacinas contra o coronavírus.

Apesar do direito ao silêncio, que será estendido ao longo da CPI, Wizard tem de ouvir as perguntas e assistir aos vídeos separados pela comissão.

No momento que Renan exibiu uma gravação em que o empresário diz que o tratamento precoce com cloroquina foi o que salva vidas na cidade de Porto Feliz (SP), os senadores Humberto Costa, ex-ministro da Saúde, e Otto Alencar, que é médico, se revoltaram com a posição de Wizard. No vídeo, ele ainda sorriu ao falar que “apenas cinco pessoas” morreram naquele município, porque “ficaram em casa”. Em seguida, ele defendeu que o falso tratamento precoce com cloroquina fosse usado em todo o País.

O senador Costa disse que o empresário, irresponsavelmente, praticou medicina ilegal e incorreu no crime de charlatanismo, ao propagar um tratamento ineficaz contra covid-19. Alencar e Renan Calheiros disseram que se trata de crime contra a saúde pública e crime contra a humanidade. Apesar das acusações, Wizard permaneceu em silêncio.

“Estou satisfeito pelas perguntas que fiz e pelas respostas que não obtive”, disse o senador Renan Calheiros ao concluir sua intervenção.

Para parte dos senadores, Wizard tinha um interesse especial na compra de vacinas por empresas privadas que será investigado mesmo sem a colaboração do empresário.

Wizard era “conselheiro” do ex-ministro Eduardo Pazuello. Ele teria feito parte de um “conselho” de empresários cuja missão era analisar “contratos bilionários do Ministério da Saúde” para compra de remédios e insumos durante a pandemia. O bolsonarista ainda teria recusado um convite para ser secretário da Pasta.

Wizard é defendido pelo advogado Alberto Toron.

Acompanhe a CPI da Covid na TVGGN:

Redação

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