Jornal GGN – Influenciado pelo chanceler Ernesto Araújo, o presidente brasileiro Jair Bolsonaro pediu por duas vezes ao governo da China a troca de seu embaixador no país, Yang Wanming. E foi ignorado nas duas vezes.
Segundo o jornal Folha de São Paulo, os pedidos foram feitos em abril e em novembro de 2020, após discussões entre Wanming e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). Ernesto Araújo acabou tomando as dores do filho do presidente, e rompeu relações com o embaixador chinês no Brasil.
Segundo diplomatas, a demanda pela substituição do embaixador foge da praxe diplomática: os governos possuem a prerrogativa de expulsar diplomatas estrangeiros, o que é visto como um ato extremado e com potencial de afetar as relações bilaterais.
Se Bolsonaro tivesse adotado tal medida, a resposta seria a expulsão do embaixador brasileiro de Pequim, escalando a crise diplomática com o maior parceiro comercial do Brasil.
O constrangimento ficou evidente quando Bolsonaro foi obrigado a procurar a China a respeito da liberação de insumos para fabricação da vacina contra a covid-19. Depois de tentar garantir a compra de vacinas da Oxford/AstraZeneca na Índia, o Planalto sofreu uma derrota política para o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que negociou a compra da Coronavac diretamente com os chineses e iniciou a vacinação no país.
Nos bastidores, Ernesto Araújo manteve a política de “portas fechadas” com Yang Wanming e não abriu mão do discurso anti-China adotado pela sua gestão.
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