Com medo de reação, financiadores do filme sobre Lava Jato querem sigilo após estreia

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Foto: Divulgação
 
Jornal GGN – O filme “Polícia Federal – A Lei é Para Todos”, que promete contar os bastidores da Lava Jato até a condução coercitiva de Lula, já tem data de estreia: será no dia 7 de setembro.
 
O repórter Bruno Góes, da coluna de Lauro Jardim, em O Globo, informa, contudo, que os patrocinadores da obra estão com medo da reação do público e cogitam manter segredo sobre o financiamento mesmo após a divulgação em rede nacional.
 
“Apesar de ter lançamento marcado para o Dia da Independência, os financiadores estão com medo. Ainda não decidiram se permitem ou não expor suas identidades nos créditos. Temem sofrer perseguição política.”
 
Quem financia a produção pode ter influenciado na mudança de roteiro do filme. Antes, segundo informações do site do Ministério da Cultura, o “A Lei é Para Todos” cadastrou uma sinopse que não citava políticos de destaque no enredo, muito menos Lula. A produção era focada no nascimento da Lava Jato, com foco no doleiro Alberto Youssef e no ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa.
 
Agora, a grande mídia semeia notícias de que Lula será um dos destaques do filme. A equipe de produção contou com ajuda da República de Curitiba para construir personagens. A Polícia Federal admitiu que gravou, sem autorização da Justiça, imagens da condução coercitiva de Lula, que foram exibidas aos responsáveis pelo filme.
 
A defesa de Lula tenta conseguir que as imagens não sejam publicadas na mídia e tampouco no filme. Porém, o juiz Sergio Moro – que havia determinado que sob nenhuma hipótese qualquer registro da condução coercitiva poderia ter sido feito – agora diz que não pode impor “censura” aos meios de comunicação.
 
No MinC, a obra estava orçada em mais de R$ 10 milhões. A produção abriu mão de recursos da Lei Rouanet e trabalha com patrocinadores “privados”, mantido sob sigilo.
 
O jornalista Marcelo Auler mostrou que um dos parceiros do filme, o grupo Madero, investigado pela PF, acabou sendo poupado na operação Carne Fraca.
 
Leia mais:
 
Moro diz que não pode “censurar” imagens ilegais da condução de Lula
 
Parceiro no filme, inocentado na Carne Fraca, por Marcelo Auler
Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

26 Comentários

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  1. PF, a lei é para todos, menos

    PF, a lei é para todos, menos para traficantes de drogas e armas, milicianos, contrabandistas, faccções criminosas, etc, estes estão bem tranquilos, pois a nossa valoroza PF não os incomoda.

    Que coisa não.

  2. E a lei de acesso a

    E a lei de acesso a informação, onde fica? Abriram mão da Lei Rouanet, mas nem só em “espécie” se pode medir participação do estado, com favorecimentos/ mão de obra/ acesso privilegiado a processo e autoridades/ instalações e material da PF. Juntando tudo isso, dá pra uma “enquadrada” legal…mais “legal” do que teem feito…

  3. Nesse momento a lei de

    Nesse momento a lei de transparência não vale. Os financiadores têm mêdo, oras assumam a paternidade. Se está tudo dentro da lei, qual o motivo da covardia, não são pessoas “de bem, honestas, com caráter”, assumam. Essa gente sabe que esse filme é para humilhar e condenar antecipadamente o Presidente Lula, por isso o mêdo, ou melhor, a covardia de demonstrar que também ajudaram na realização do golpe sofrido pelo país .       

  4. Avant Première

    Nassif: os patrocinadores, na verdade, só vão lançar esse curta quando Savonarola dos Pinhais decretar a prisão de Nove Dedos. Foi o combinado, desde o Çu-premu. Enquanto isto, seguem as filmagens…

  5. Não é possível que não se

    Não é possível que não se possa descobrir os financiadores do filme.

    Já descobriram um, o grupo Madero.

    Creio que o caminho seja conferir os locais onde os atores e a produção do filme estiveram nos últimos meses, hotéis, e etc.

    Me pergunto qual seria o modo possível de se descobrir o caminho da grana, talvez seria buscar contratos de locação de imóveis ou veículos?

  6. “PF – Fala Sério, Japonês!”

    “PF – A Lei é Para Todos”: Mineirinho, MT, Santo, FHH, Careca, etc., que o digam…  

    Que tal trocar para: “PF – Fala Sério, Japonês!” 

  7. Os parlamentares do PT tem a

    Os parlamentares do PT tem a obrigação de pedir na justiça que se informa quem são os “financiadores” de tal filme, e  de onde sai os recursos, ou hoje se pode movimentar recursos sem dizer a fonte de origem??

    1. Para mim não precisa nem ser

      Para mim não precisa nem ser inteligente para saber quem banca o filme.

      Obviamente o grupo globo. Talvez com uma contribuiçãozinha do Itau e da ambev.

  8. Por que um patrocinador teria

    Por que um patrocinador teria medo de expor um patrocinio se estão financiando uma “obra de arte”, uma ‘criaçao artística”?

    Humm…  Será que é porque compraram o patrocínio para agradar a república de curitiba e serem poupados na Lava Jato? Ou será que é algum desses corruptos beneficiados com a delação premiada, tipo Youssef, Cerveró, Paulo Roberto Costa, e que tiveram que engolir no “acerto” o financiamento de um filme para endeusar os descumpridores das leis e traidores da pátria da república de Curitiba?

    Bom mesmo é ver os artistas globais posando de éticos enquanto usam recursos públicos para fazer o filme e assistem uma gravação ilegal para compor personagens. Será que são artistas mesmo? Ou lhes falta talento para compor  personagens justamente porque o que representam é uma caricatura que não corresponde aos herois e bandidos do filme? 

    Já imaginou se Daniel Day-Lewis precisasse ver Lincoln para compor o personagem? E Seymor Hoffman precisasse ver Trumam Capote para representá-lo? Ambos ganharam os maiores premios de interpretação com personagens já mortos. Talvez a diferença esteja no fato de que eles eram atores vivos interpretando personagens mortos e esses atores cúmplices das falcatruas da Lava jato sejam atores mortos interpretando personagens criados por um farsa policial e juridica.

     

    1. É memória curta?

      “……..atores vivos interpretando personagens mortos……”  Vc não assistiu Lula, o Filho do Brasil? É de 2010, GLobo Filmes, que o distribui e o pos na telinha pela prineira vez em noite especial.

       

       

  9. 7 de setembro? Que palhaçada.

    7 de setembro? Que palhaçada. E como a republiqueta brasileira está indo na rebarba da ficção global e cinematográfica, bem capaz do Moro marcar a “estréia” de sua obra máxima, a prisão do Lula, para 7 de setembro também.

    Uma apoteose, a catarze dos coxinhas, o dia de glória deles. Moro tal qual Tarcisio Meira no papel de Pedro I, no filme que passou nos anos 70, dando o grito do ipiranga. 

    PS: Nunca se teve notícia de um filme com produção clandestina. É o Brasil na vanguarda do atraso mais uma vez

  10. Boicote a todos os cinemas

    Boicote a todos os cinemas que forem divulgar o filme.

    Boicote aos patrocinadores assim que seus nomes forem revelados.

    Maanifestação contra o filme no dia 7 de setembro.

    Vamos denunciar a farsa da Suja à Jato.  

  11. Olha quem tá falando!

    Por favor, leiam as matérias e pesquisem o assunto antes de saírem por aí pagando de moralistas do pau oco. JBS Friboi, Oi, OAS, Eike Batista, Odebrech, temos alguns “rostinhos” conhecidos, não?

    http://extra.globo.com/noticias/brasil/dezoito-empresas-entre-elas-empreiteiras-que-tem-negocios-com-governo-patrocinam-filme-sobre-vida-de-lula-200189.html

    http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI27244-15223,00-LULA+O+FILHO+DO+BRASIL+TERA+O+MAIOR+ORCAMENTO+DA+HISTORIA+DO+CINEMA+NACIONA.html

    “……..
    Não é o caso do filme “Lula”.
    “É como um negócio qualquer entre duas empresas. Não temos acesso a essas informações”, informou a agência.
    Em e-mail enviado à Folha por meio de sua assessoria, a produtora Paula Barreto informou que os valores exatos da doação de cada empresa não podem ser revelados: “Os contratos são confidenciais, não é possível divulgar valores”.
    Na edição de ontem, “O Globo” informou que Paula disse que quatro doadores pediram para que seus nomes não fossem divulgados, o que eleva para 21 o número de doadores do filme, contra os 17 anunciados.”
    “…..
    A telefônica Oi, que fechou anteontem com o BNDES um contrato de financiamento de R$ 4,4 bilhões, manteve o mesmo tom: “A Oi tem como prática não informar valores específicos por projeto patrocinado”.”

    http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc2011200909.htm
     

    1. Lé com Cré, Lu com Lá, o Mané não é o Pelé, que Não é o Mané.

      “Milton da Silva Bittencourt”, cheguei, e “com licença da má palavra”, permita solicitar esclarecer-nos se no filme, “Lula, o filho do Brasil”, os patrocinadores tinham por objetivo desconstruir alguém e ao mesmo tempo que funcionasse, como coadjuvante, no roteiro em que certo juiz investigativo, chegado a perseguições, delações, deduções e convicções, quisesse, colocar esse mesmo alguém na cadeia, a qualquer preço?

      Não é porque a banana é amarela, que seja pato do skaff, já o banana é pato, mesmo que não seja amarelo, porque é banana. 

    2. Impressionante a ginástica

      Impressionante a ginástica intectual que os coxinhas fazem, para dar ares de normalidade às anomalias inconstitucionais pelas quais passa o País, vale tudo, teoria do domínio do fato, literatura jurídica que permite o juiz condenar sem provas, prender gente por convicção, juiz do supremo dar consultoria a amigos suspeitos, etc,etc,etc

      Enquanto isso vai se consolidando a CARTELCRACIA implementada na decada de 90, onde setores vitais inteiros, passam a pertencer no máximo a duas ou tres famíglias, com as bençãos do CADE.

  12. Quem sabe aí, não esteja o


    Quem sabe aí, não esteja o mal que as contas na Suiça podem causar, fazendo o imparcial de Curitiba mudar de opinião.

  13. Título alternativo

    Por que não chamar esse filme de “Orgulho da Nação”? Assim, homenagearíamos um dos protagonistas, que é tido como Herói do Brazil, e, também, à sua versão original, que foi feita por um popular cineasta estadunidense.

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