Comandante do Exército diz que sugeriu civil para Defesa e está preocupado com política nos quartéis

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Foto: Agência Brasil
 
Jornal GGN – O general Eduardo Villas Boas, comandante do Exército brasileiro, disse em entrevista publicada pela Folha de S. Paulo, neste domingo (11), que sugeriu pessoalmente um civil para o Ministério da Defesa, mas o presidente eleito insiste que seja um militar de 4 estrelas a assumir o cargo. Segundo Villas Boas, um civil passaria uma imagem de equilibrio, já que os comandos das Forças Armandas continuarão nas mãos de militares. O general ainda disse que há preocupação em evitar que a política volte a entrar nos quartéis com Bolsonaro. 
 
“Sugeri que colocasse um civil na Defesa. Com o ministério com tantos militares, teria um equilíbrio interessante. Mas ele insistiu que fosse um oficial-general de quatro estrelas. Eu sugeri que o general [da reserva Augusto] Heleno fosse para o GSI [Gabinete de Segurança Institucional], e ele já estava com essa ideia na cabeça”, disse Villas Boas.
 
Ainda segundo o general, Bolsonaro deu resposta vacilante quando questionado sobre quem assumiria o Ministério das Relações Exteriores. “Achei curioso, eles estavam em um nível bem superficial, com vários nomes, inclusive de pessoas que eles não conheciam e estavam prospectando. Senti que em alguns setores eles estão com a coisa bem definida, e em outros, ao contrário, estão tateando.”
 
Villas Boas também afirmou que a imagem de Bolsonaro como militar foi construída, vem de “fora” da corporação. “Ele saiu do Exército em 1988. Ele é muito mais um político. Ele foi muito hábil quando saiu para se candidatar a vereador, passou a gravitar em torno dos quartéis, explorando questões que diziam ao dia a dia dos militares. Ele nunca se envolveu com questões estruturais da defesa do país. Mas aí criou-se essa imagem de que ele é um militar.”
 
Ele ainda comentou que, com Bolsonaro, muitos “militares foram eleitos, outros fazem parte da equipe dele, mas institucionalmente há uma separação. E nós estamos trabalhando com muita ênfase para caracterizar isso, porque queremos evitar que a política entre novamente nos quartéis.”
 
Leia a entrevista completa aqui.
Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

7 Comentários

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  1. Bolsonaro é militar, sim senhor !

    A política nunca deixou os quartéis, general Villas Boas. Os militares impuseram uma anistia que os beneficiou e criminosos infames (terroristas e torturadores) foram mantidos no Exército e receberam benefícios. Vamos recordar um fato histórico:

    Em 1981, comandantes do Exército prepararam um atentado terrorista no RioCentro quando da realização de um show com milhares de cidadãos brasileiros. O sargento Guilherme do Rosário e o capitão Wilson Machado levaram a bomba num Puma, mas por designio do destino, a bomba estourou no colo do sargento. O capitão sobreviveu.

    O que aconteceu com o capitão Wilson Machado, um terrorista autêntico ? Foi promovido e continua no Exército.

    Bolsonaro é um militar da reserva do Exército desde 1988. Ele recebe proventos do Exército ?

  2. A matéria não aborda o
    A matéria não aborda o principal tema da entrevista.
    Villas Boas tenta justificar sua nota pedindo a prisão da Lula antes do julgamento do HC no STF.
    Afirma, textualmente, que soltou a nota a tempo de sair no JN.
    Alega risco de “perder o controle da situação”.
    Resumindo, se não prendessem o Lula, poderia haver revolta.
    Patético.
    Alega um risco que jamais existiu.
    Prefere ameaçar os integrantes da mais alta corte.
    Acho que serviu para pautar o voto da Rosinha e sacramentar o arbítrio.
    Agora, será destituído do comando de exército.
    Terá, na história o lugar reservado aos canalhas: o ostracismo, o esquecimento, o refúgio silencioso destinado aos covardes.

  3. “Coincidentemente” Janio de

    “Coincidentemente” Janio de Freitas mostra na mesma edição desse jornal que adesão dos militares a Bolsonaro deve causar problemas para as forças armadas…

    “Com o ministério com tantos militares, teria um equilíbrio interessante.”

    Civis por mera cota, apenas para ficar interessante, general? Talvez a questão esteja além do que meras aparências, hein? Talvez seja mais profunda do que apenas a imagem das forças armadas junto à sociedade brasileira. Talvez tentar estabelecer uma imagem não tão negativa do EB acabe mesmo por prejudicar quem comprá-la. Explico: militares não são políticos, baseam-se em hirarquia e disciplina. Já civis, em democracia e participação.

     

  4. Que doce de pessoa. ele quer

    Que doce de pessoa. ele quer evitar que a política entre novamente nos quartéis.Um doce!

    Nós,civis,não queremos é a militarização do Estado.É disso que se trata e não o contrário ou esse sujeito se esquece das declarações políticas que andou dando,sabe-se lá porque, Ou será que política nos quartéis é só para ele e seus amigos?

  5. Essas

    declarações me leva a acreditar em duas coisas: primeiro:  atualmente, dentro dos quartéis, quem gritar mais alto leva, não importa se tem patente ou não, reflexo do estupro provocado pelo STF e do partido da Justiça à Constituição; segundo: isso é choro de ressentido.

  6. Pra Santo Só Falta a Aurela

    Nassif: essa do general é balela. Ele está no morde e sopra. Quem diz que pressionou pessoalmente o Çupremu pra não soltar SapoBarbudo não pode estar preocupado em um milico no ministério que é deles. No mínimo, que se passar por bonzinho. Daqui há pouco há de dizer-se democrata. Respeitador de Constituição.

    Parece que a preocupação maior dos verdeolivas, de major prá cima e ter de bater continência prum capitão. Por isto JarbasPassarinho foi excluido de ser o sucessor de Costa e Silva, segundo escreveu Daniel Krierg.

    E isto parece tá incomodando o daBala. Aquela da faca não deu tão certo, apesar do sucesso eleitoral. Quem sabe agora, que o vice é um general? Vai que…

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