Cracolândia: bombeiros teriam removido cadáver de usuário preso desde domingo

Denúncia de moradores revela que Alckmin e Dória usaram mesma tática de Pinheirinho na Cracolândia 
Denúncia de moradores revela que Alckmin e Dória usaram mesma tática de Pinheirinho na Cracolândia
Foto: Daniel Arroyo/Ponte jornalismo
 
Jornal GGN – Em reunião extraordinária da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal, realizada na noite desta quinta-feira (25), moradores dos bairros que compõe a crocolândia denunciaram que uma pessoa, ainda não identificada, foi encontrada morta nas dependências de um hotel, lacrado a mando da ação conjunta de João Dória e Geraldo Alckmin.
 
A intervenção, chamada pela prefeitura de ‘Projeto Redenção’, começou no domingo (21), por volta das seis da manhã, com grande alarido e intervenção de policiais fortemente equipados que investiram contra a população, prendendo alguns que, segundo a Guarda Civil Municipal, seriam traficantes. Os dependentes químicos acabaram sendo espalhados para as áreas vizinhas, sem apoio médico ou psicossocial adequados.
 
Para evitar o retorno do grupo para a região, a prefeitura também retirou todos os comerciantes e moradores, emparedando portas e janelas com tijolos e tapumes. Durante o processo, donos de pequenos negócios acusaram os agentes públicos de não darem tempo suficiente para retirarem seus pertences. 
Em seguida, a prefeitura realizou a demolição de alguns prédios, alegando que as estruturas estavam comprometidas, causando o ferimento de, pelo menos, três pessoas que estavam dentro de um dos locais derrubados. 
 
A última notícia grave dessa operação foi a morte de um usuário, que teria sido encontrado pelo corpo de bombeiros na quarta-feira (24), preso em um hotel que foi emparedado no domingo.  A denúncia foi feita por uma das moradoras, durante audiência pública realizada pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Vereadores, com participação de ativistas, defensores públicos e vereadores, entre eles Eduardo Suplicy (PT).
 
Segundo a moradora, para retirar o corpo sem chamar a atenção, os bombeiros usaram tapumes em volta do hotel. Ela denunciou também a violência dos policiais no contato com os moradores locais, chamando a atenção para as semelhanças entre a ação da cracolândia e a desocupação de Pinheirinho, comandada por Alckmin em 2012, como  a invasão de casas às seis da manhã de um domingo:
 
 
“Eu estava na minha casa com o meu filho de três meses, o policial arrombou a minha casa e pediu para eu sair. Eu não queria sair. Ele falou que iria plantar droga na minha casa, e ia tirar meus dois filhos. Ele falou pra mim que se eu não fosse embora iria dar dois tiros de bala de borracha nas minhas pernas”. A mulher contou, ainda, que tiveram permissão para retornar à noite e retirar os pertences, mas quando chegou mais tarde ao local só encontrou um colchão – a prefeitura havia levado todos os seus pertences. 
 
Os moradores também acusam o prefeito João Dória de não cumprir a promessa de cadastrá-los, permitindo assim a volta dos não usuários para a região. 
 
Leia também: 
O que está por trás da ação higienista na cracolândia, por João Sette Whitaker

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Redação

3 Comentários

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  1. Comentário.

    Foi um tipo de política de “terra arrasada” e para ocultar algumas provas contra os governos tucanos.

    Dois governantes ruins, mas MUITO ruins, sem propostas públicas, REALMENTE públicas.

    Mas ainda espero que essas delações apertem em São Paulo.

    Pois já encostaram no Santo e no Careca.

     

  2. O prefeito joao

    O prefeito joao honesto(raposa), mandou emparedar um predio com um homem dentro e o homem morreu. Parece piada de mau gosto, mas é a pura relidade.

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