Deputados do PSL temem que reforma da Previdência não passe nem na CCJ

Segundo informações da coluna Painel (na Folha), parlamentares governistas calculam baixa adesão antes da primeira leva da emenda parlamentar

Jornal GGN – O argumento principal do governo ao defender a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da reforma da Previdência é equilibrar as contas públicas e estabelecer uma proposta mais igualitária à população. Mas, a discussão vai muito além disso, se enganchando em pontos do embate político que nos ensinam como funciona a realpolitik brasileira.

Segundo informações da coluna Painel, da Folha de S.Paulo, por exemplo, integrantes do partido do presidente Jair Bolsonaro, o PSL, calculam que a proposta corre o risco de perder logo na Comissão de Constituição e Justiça, por onde começará a tramitar na Câmara dos Deputados, com votação em março.

Na conta do partido, o governo tem menos apoio do que o necessário dentro da CCJ e a culpa são das datas: a primeira leva da emenda parlamentar será liberada só em abril.

A coluna, assinada por Daniela Lima, explica, ainda, que a cúpula do Congresso “alerta que o governo erra ao pensar que dirigentes partidários vão negociar com o Planalto de olho apenas nos cargos da administração”. Parlamentares do alto clero estão pensando a médio prazo, e querem movimentar um acordo que lhes garantam vencer as eleições de 2020.

Explicando: os recursos de emenda parlamentar são usados pelos partidos em obras nos redutos eleitorais. O capital, portanto, é necessário para garantir suas bases de apoio. Os dirigentes dos outros partidos temem que os frutos da folga orçamentária, decorrentes da aprovação da nova Previdência, sejam repartidos, em sua maioria ou quase totalidade, apenas com quadros do PSL.

Outras resistências

Ainda, segundo a coluna Painel, entidades representantes da magistratura e do Ministério Público se uniram para combater trechos da reforma da Previdência. O grupo preparou um dossiê com pontos considerados inconstitucionais do pacote do governo que será, inicialmente, apresentado para todos os deputados da CCJ.

Além de apresentar os problemas da reforma, as entidades propõem medidas alternativas que podem ser adotadas na PEC.

Já o senador Cid Gomes (PDT-CE), que vem desde o final do ano passado tentando lidera uma frente de oposição ao governo, mas que atue “por dentro”, dialogando com os alidados de Bolsonaro, se manifestou que seu grupo trabalha para “conter danos” na reforma, pensando especialmente na população mais pobres.

Sobre a proximidade com o PT e a unificação de uma frente mais ampla dos partidos de esquerda, disse: “Não queremos só jogar pedra. Se o PT quiser se somar nessa posição, seremos aliados. Mas se insinuar que ela é compatível com a da base, vai provocar nossa repulsa”. Para ler a coluna painel na íntegra, clique aqui.

Redação

3 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Nessa “nova previdência”, que terá a banca como o maior beneficiário real, as medidas enviadas ao congresso são o cúmulo da cara de pau e do corporativismo. Sob a falsa capa populista do combate a privilégios, empurram todo o ônus aos mais pobres. A aposentadoria dos militares permance intocada e, como se não bastasse, incluíram penduricalhos para assegurar um emprego remunerado para os militares aposentados.

  2. acho que nao pode passar mesmo ! precisa reformar precisa mas nao desse jeito .. podem fazer o discurso que for essa tira direiro deveria rever muita coisa .

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador