Destruição política de empresas: o caso Panair

Por André Araújo

Novo livro sobre a saga da Panair do Brasil, companhia aérea que representava a bandeira do Brasil em linhas para todo o mundo, inclusive Atenas, Beirute e Cairo. A Panair nasceu como subsidiária da Pan American, mas tornou-se independente depois da guerra e criou um padrão de qualidade, organização e abrangência nacional e internacional jamais igualada, uma companhia padrão internacional, seus pilotos eram disputados pelo mundo.

A Panair foi politicamente destruída, de propósito, por uma visão caolha do regime militar. A implicância veio porque o maior acionista da Panair, Mario Wallace Simonsen, era amigo do presidente deposto João Goulart.

O caso Panair é um clássico exemplo de uma empresa que foi atacada pelo Poder e deixou de existir por causa dessa ação. Foi predecessora do caso das 29 empresas atacadas pela Operação Lava Jato, as quais estão sendo deliberadamente destruídas em nome da justiça, como se outros valores tão ou mais importantes não estivessem em jogo, o principal dos quais é o INTERESSE NACIONAL, que diz respeito à população de hoje e às gerações futuras.

A Panair do Brasil era um CAPITAL do País, como toda grande empresa.  Não era só um negócio privado, era também a bandeira do Brasil no exterior. Suas lojas era verdadeiros consulados do País, lojas grandes e espaçosas com jornais diários do Brasil, café do Brasil, brasileiros usavam como ponto de encontro e endereço de correspondência.

Seus aviões Constellation eram, na época, os mais modernos no mundo aeronáutico e suas tripulações eram o top da aviação nacional e internacional. Era realmente uma das mais conhecidas empresas aéreas do planeta, suas rotas até hoje não foram igualadas, nenhuma linha aerea brasileira vai hoje a Atenas , Beirute ou Cairo.

A Odebrecht é a 8ª construtora do mundo, no ranking da respeitada revista ENGINEERING NEWS RECORD, que anualmente faz a lista das 250 maiores construtoras globais. Grande parte dessas maiores construtoras no ranking são hoje de países emergentes, coreanas, chinesas, indianas, indonésias, turcas, malaias, paquistanesas, árabes.

Nenhuma delas jamais foi submetida a um ataque tão violento como se faz no Brasil contra as maiores construtoras nacionais. A Lava Jato vai, aliás já conseguiu em vários caos, DESTRUIR o setor nacional de construção de obras publicas em nome da santidade e da pureza no mundo dos negócios de construção.

Muitos bem pensantes respondem: “Ah, mas as médias empresas agora podem ocupar esse lugar ou que venham as entrangeiras”. Afirmações de completos desconhecedores do tema.

As grandes empreiteiras são INTEGRADORAS de mão de obra, de centenas de fornecedores, de prestadores de serviços subcontratados, elas conhecem o terreno geológico brasileiro, conhecem a nossa mão de obra, nossos materiais, o tipo de projetos de engenharia que se adequa ao Brasil. Uma ponte americana é completamente diferente de uma ponte do mesmo tamanho no Brasil. As características de solo, os materiais, o tipo de projeto são próprios de cada País. Uma estrangeira levaria décadas para entender todo esse know how doméstico, as médias não tem a curto prazo capital e corpo técnico para rapidamente assumir grandes obras públicas de infra estrutura.

O Brasil, em nome de uma visão justiceira menor, está destruindo CAPITAL NACIONAL que não é só dos donos das construtoras, é tambem do País, grandes empresas em qualquer País são PATRIMÔNIO NACIONAL, por isso são defendidas com vigor por seus governos. Mas e a propina? Era o MODELO DE NEGÓCIOS corrente, o empresário se adapta às circunstâncias para ganhar contratos. Todas as construtoras dos países emergentes operam dentro das circunstâncias. Obras públicas no Oriente Médio, na Ásia, na África no geral carregam propina. Vamos acabar com nossas empreiteiras, que ficaram queimadas no mercado internacional pela escandalização das prisões mas as empreiteiras de paises emergentes vão continuar a operar do mesmo jeito, agora sem a concorrência das brasileiras, destruídas em nome da moral e dos bons costumes por um Poder que também tem seus pecados e que não são poucos. O Tribunal Federal do Rio está fazendo um rodízio diário de juízes para duplicar os salários, o juiz finge que muda de Vara e ganha um adicional, todos os juízes estão fazendo esse troca troca para aumentar os ganhos, o caso foi reportado em matéria de meia página na imprensa, com todos os detalhes e tudo fica poi sso mesmo.

O que no caso Panair e no caso das empreiteiras não foi e não está sendo defendido é o INTERESSE NACIONAL, que está acima da justiça, da moral e outros valores individuais. Como os demais grandes países operam pelo guia do INTERESSE NACIONAL, os países que desprezam esse objetivo estão fadados à mediocridade e à decadência.

A Odebrecht levou 40 anos para ganhar o mercado internacional. Os sacristãos da força tarefa liquidaram com esse capital em nome da santidade dos negócios, algo que o mundo desconhece. Seremos os únicos coroinhas no bordel das grandes empreiteiras em disputa de obras pelo mundo. Não teremos contratos mas podemos nos orgulhar da pureza de nossas empreiteiras, purificadas no altar de Curitiba, no Estado menos corrupto do Brasil.

http://www.oaviao.com.br/materias_comunidade/panair_caso.html

Redação

66 Comentários

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  1. Ataque

    Esse ataque ao setor produtivo, aos empresários que alcançaram uma referência internacional na área de serviços, só será avaliada, em seus males, daqui a algum tempo. O que mais me admira é que a mídia corporativa e conservadora tenha embarcado nessa furada (para o país) sem pestanejar. Um desserviço cujas consequências serão muito sérias e duradouras. Um gigantesco equívoco.

    1. Coisa nenhuma! A “mérdia” PIG

      Coisa nenhuma! A “mérdia” PIG se fortalecerá enormemente com as publicidades que lhe serão contratadas pelas estrangeiras “herdeiras” das obras que forem “tomadas” das Odebrecht, Camargo Correa, Mendes Junior e outras brasileiras “destruidas” pelos “tucanos paranaenses”. Pra eles (do PIG), não interessa a origem da grana. Ainda mais que poderá vir já em  dolar USA e até diretamente nas Ilhas “Virgens”.

  2. Parabéns, AA!!!

    A comparação é perfeita !  Panair: A única massa falida que era considerada riquíssima. FALIRAM a Panair por motivos torpes. Até hoje, seus funcionários celebram um almoço aqui no Rio no mês de outubro, em lembrança à PANAIR. Infelizmente o retrocesso se avizinha e a história se repete, mas com consequências muito mais trágicas!

  3. E o pior de tudo é saber que

    E o pior de tudo é saber que o governo poderia ter evitado, ou pelo menos mitigado, todos os danos causados ao país por essa operação e nada tem feito, em nome de um não-intervencionismo, do republicanismo e da honestidade. Se por um lado o governo quer se mostrar honesto assim, por outro os danos causados por esse tipo de honestidade – que poupa R$1,00 ao custo de se perderem R$10,00 –  serão muito maiores do que se o governo deixasse de tamanho amadorismo, incompetência e ingenuidade.

    Começo a acreditar que o pecado mortal de Lula foi ter escolhido Dilma como sucessora. Não à toa, havia antes das eleições um movimento no PT pelo retorno de Lula e pela defenestração de Dilma. Já ali muitos deviam prever tempos muito difíceis pela frente, que deveriam ser levados por um comandante experiente, forte e capaz, que é capaz de fazer concessões na hora certa, pensando mais na frente, no bem maior.
    Para governar um país estratégico como o nosso não basta ser honesto e um bom executivo. Esse perfil não serve sequer para governador.

    Acho que no futuro uma frase que será utilizada para descrever a trajetória política de Lula será:
    Lula a fez e ela o desfez.

    1. Economia porca!
      O cara que compromete 10 para economizar 1 é um pobre idiota que nem sabe cuidar de suas próprias finanças. Pois este É o governo Dilma.

  4. O dono da empresa não é a empresa

    O discurso adotado amiúde pelas empresas da iniciativa privada, “deixe-nos fazer o que queremos afinal vocês dependem de nós”, é inadmissível.

    O problema de ser leniente com a Odebrecht é que isso abriria a possibilidade da outras empresas da iniciativa privada corromper o estado impunemente, e não dá para um sub-grupo de uma sociedade – uma empresa privada, por exemplo – ter seus interesses acatados acima dos interesses do grupo todo. É como se admitíssemos que um sub-grupo da nossa sociedade brasileira pudesse andar armado, intimidando e submetendo a sociedade toda a seus imperativos. Poder econômico é sim uma forma de submeter e intimidar.

    Além disso o que a Justiça está penalizando são alguns executivos da Odebrecht e não a empresa.

    1. Panair e Odebrecht, nada a ver

      O que o governo militar fez foi suspender as linhas que a Panair operava e não prender ou penalizar apenas Mario Wallace Simonsen. Agiram, os militares em conluio com empresas da iniciativa privada nacional e as dos EUA – além do governo dos EUA – contra a empresa brasileira e não contra o dono da empresa. Claro que a prisão de Marcelo Odebrecht afeta a Odebrecht mas apenas em aspectos como reputação, fama… aspectos “midiáticos”. A Odebrecht não vende nada diretamente ao consumidor e, exceto pelos concorrentes que buscam um pretexto para detonar a Odebrecht, quem a contrata tem acesso a informações sem ser pela mídia.

    2. Meu caro, vc pensa como a

      Meu caro, vc pensa como a Poliana. A prisão do Marcelo Odebrecht é irrelevante, não atinge a empresa? Em que mundo vc vive? A empresa é neutra, vive numa redoma a vacuo, nada a atinge? Uma empresa com o principal acionista que tambem é o principal executivo PRESO sem prazo não é atingida: A empresa continua tendo vida normal?

      A Odebrecht já está sendo investigada nos EUA, POR CAUSA DO PROCESSO DE CURITIBA, obviamente vai perder sua condição de operar nos EUA onde tem grandes obras, com isso perde suas credenciais internacionais, as linhas de credito bancario já foram atingidas, como fica o comando  de uma grande empresa qum o manda chuva preso?

      Voce pode imaginar? O cara comandava uma empresa com 113 mil empregados, agora ele está inacessivel e desmoralizado, como a empresa funciona?

      Fico pasmo com a completa ALIENAÇÃO de quem não tem a menor noção do mundo empresarial, como deve ser o caso

      de quem causa tanto prejuizo ao Pais com esses “despachos” que prendem, jogam MULTAS de bilhões MS ao mesmo tempo querem que a CGU declare INIDONEIDADE das empresas, de modo que não possam mais contratar obras publicas.

      Como é que vão pagar R$ 7 bilhões de multas se as empresas FICAM PROIBIDAS de continuar funcionando?

      A negociação com reus é um processo que veio dos EUA MAS lá os promotores são RACIONAIS, as multas são pagaveis, não são castigo para acabar com o sujeito, aqui querem devolução de propina paga, ora se a empresa pagou a propina como é que ela vai devolver? Não tem logica. As multas, danos morais e devolução de propinas são IRREAIS mas os promotores jogam nas alturas para mostrar dureza, no fim NADA SERÁ PAGO porque as empresas vão quebrar antes.

      1. Prezado André
        Ainda acredito

        Prezado André

        Ainda acredito que esta destruição foi uma ordem vinda de fora para dentro.

        Cresceram tanto,  que começaram a atrapalhar as grandes empreiteiras mundiais.

        Agora, dá dó ver o que estão fazendo com nossa capacidade intelectual, é triste assistir calado.

        Mas enquanto a míopia de Dilma continuar, é isso que teremos…….

        Abração

         

      2. Calma AA

          A Odebrecht USA é uma empresa americana, e nem na época (2012/2013), do negócio de Mariel, no qual os cubanos da Flórida, bombardearam a Odebrecht através de seus veiculos de midia ( Miami Herald ), demandaram a empresa tanto no Condado de Dade, como em Tallahasse ( legislativo e senado estadual ), chegando até a encher o saco de congressistas em Washington, estas ações não prosperaram, foram cortadas antes da inicial, e nenhuma das obras tocadas pela ODB USA foi descontinuada. ( Jeb Bush jamais vai contra seus “colaboradores” ).

           Se houver algum “pelo” externo nas atividades da ODB, não será encontrado nos Estados Unidos, Panamá ( venceu concorrencia esta semana ), ou no Perú , talvez se encontre em Africa e negócios com paises africanos possuem, diriamos, uma “dinamica própria”.

        1. Meu caro Junior, a Odebrecht

          Meu caro Junior, a Odebrecht está com uma investigação nos EUA. algo que nunca teve antes, obviamente solicitada pelo pessoal do Paraná, para ferrar a empresa naquele Pais. Os EUA não iriam fazer isso a partir do nada, alguem pediu.

    3. A Operação Lava Jato está

      A Operação Lava Jato está muito mais que penalizando, está destruindo as empresas.

      1.Ao estu=ipular mega multas, devolução das propinas pagas, danos morais, atribuem a essas penas valor ABSURDOS que pamais poderão ser pagos sem a quebra da empresa. Ao mesmo tempo exigem que a CGU declare INIDONEIDADE

      das empresas, o que as impede de obter novas obras, portanto irão fechar antes que possam pagar essas indenizações.

      2.Em uma empresa de capital fechado como é a Odebrecht, o acionista controlador e tambem principal executivo na cadeia provoca reações junto ao bancos credores, onde se acende uma luz vermelha se o principal nome da empresa e tambem avalista dos emprestimos está preso, qual a credibilidade dessa empresa?  O principal executivo é  ancora da empresa

      junto aos bancos, a pessoa do principal executivo é FUNDAMENTAL para a concessão de credito.

      3.O abalo em seguida afeta os fornecedores, parceiros, subcontratados, o pessoal interno comandado pelo executivo.

      Se a Odebrecht precisar hoje de determinado profissional tecnico, será que um bom candidato irá optar por uma empresa onde o CEO está na cadeia? Claro que não.

      4.Hoje, por causa da prisão do Marcelo, dificilmente a Odebrecht vai conseguir novas obras aqui ou no exterior, não vai

      emitirou renovar bonus de divida, vau ter seu rating rebaixado.

      Portanto o comentario está COMPLETAMENTE equivocado quando diz que a prisão do principal executivo não afeta a empresa. Na guerra a prisão do general geralmente provoca a rendição da tropa. O prezado comentarista ignorar isso é normal, o tragico é juizes e procuradores tambem ignorarem essa realidade.

       

    4. A Operação Lava Jato está

      A Operação Lava Jato está muito mais que penalizando, está destruindo as empresas.

      1.Ao estu=ipular mega multas, devolução das propinas pagas, danos morais, atribuem a essas penas valor ABSURDOS que pamais poderão ser pagos sem a quebra da empresa. Ao mesmo tempo exigem que a CGU declare INIDONEIDADE

      das empresas, o que as impede de obter novas obras, portanto irão fechar antes que possam pagar essas indenizações.

      2.Em uma empresa de capital fechado como é a Odebrecht, o acionista controlador e tambem principal executivo na cadeia provoca reações junto ao bancos credores, onde se acende uma luz vermelha se o principal nome da empresa e tambem avalista dos emprestimos está preso, qual a credibilidade dessa empresa?  O principal executivo é  ancora da empresa

      junto aos bancos, a pessoa do principal executivo é FUNDAMENTAL para a concessão de credito.

      3.O abalo em seguida afeta os fornecedores, parceiros, subcontratados, o pessoal interno comandado pelo executivo.

      Se a Odebrecht precisar hoje de determinado profissional tecnico, será que um bom candidato irá optar por uma empresa onde o CEO está na cadeia? Claro que não.

      4.Hoje, por causa da prisão do Marcelo, dificilmente a Odebrecht vai conseguir novas obras aqui ou no exterior, não vai

      emitirou renovar bonus de divida, vau ter seu rating rebaixado.

      Portanto o comentario está COMPLETAMENTE equivocado quando diz que a prisão do principal executivo não afeta a empresa. Na guerra a prisão do general geralmente provoca a rendição da tropa. O prezado comentarista ignorar isso é normal, o tragico é juizes e procuradores tambem ignorarem essa realidade.

       

  5. Pra variar mistura se alhos

    Pra variar mistura se alhos com bugalhos. A panair caiu por ação do governo militar para punir os donos que incomodavam pelo fato de não serem politicamente fechados com os militares. Simon sem era amigo do ex presidente Kubitschek.

    O governo militar por decreto tirou a licença de vôo da empresa e a varia, empresa de gente ligada ao governo militar, já estava pronta pra assumir as linhas mais rentáveis. O governo militar decretou s falência da empresa pressionando o juiz que julgou o pedido de concordata embora a dívida da empresa era claramente suportável. Ou seja,  estamos diante de um clássico case de ação de uma ditadura militar.

    Quando a turminha fala de tortura, lembra rápido que era ditadura militar, mas usa os termos governo e união no caso desse artigo para tentar comparar com as acoes da operacao lava jato. Ocorre senhores que a panair foi destruída pela ditadura militar e não consta que a empresa se tornou grande e poderosa roubando dinheiro público e pagando propinas milionárias para funcionários de estatais,  políticos e partidos, como fizeram a Odebrecht, camargo correia, o as,  utc e outras 

    Se as empresas são vítimas,  e elas o são,  foi quando políticos no governo ou da base deke, fizeram a chantagem com o famoso “dá ou desce” , no caso, dos contratos públicos. 

    Vivemos um regime democrático que vem sendo construído ee consoludado sob a batuta de 3 presidentes eleitos e reeleitos que foram oponentes do regime militar, o primeiro exilado, o segundo comandou greves e a terceira presa e torturada. A operação lava jato foi obra de invéstigacao livre de instituições do estado e não do governo de plantão e o processo está produzindo condenação de pessoas e não de cnpjs. 

    Pode se é deve se discutir os procedimentos da lava jato, mas colocar a Odebrecht como se fosse uma panair vítima de um processo a lá toquermada vai uma distância  enorme.

    1. Cada caso tem um modus

      Cada caso tem um modus operandi completamente diferente mas o que os iguala é UMA EMPRESA QUE SE DESTROI PELA AÇÃO DO ESTADO e não pela concorrencia ou má gestão, como ocorre com falencias naturais no setor privado.

      Essa é a SIMILITUDE entre o Caso Panair e o Caso das Empreiteiras.

  6. Cinismo ou idiotia?

    Dar-me-ia muita gastura ficar ouvindo essas loas à oligarquia do empresariado privado corrupto se eu não soubesse que essa agora é a nova moda da claque petista. Parece que essa claque chegou mesmo ao fundo do poço moral e ideológico.

    Debulhar-se em gabações a “empresas”, esse fetiche de um capital predatórico, que jamais cultivou escrúpulos ao patrocinar cartéis, poderosos esquemas de corrupção e de parasitagem do poder público… me desculpem, mas AINDA ME DÁ NOJO.

    Que a Panair tenha sido destruída pelas contingências do velho personalismo ibérico, isso é um fenômeno que vale por si e merece ser visto na sua especificidade, e não mistificado para servir a qualquer propósito. Aliás, fenômenos por fenômenos, que tal falarmos na destruição de outra “bandeira”, a Varig, a dileta colaboradora da ditadura, “fenômeno” que ainda está longe de ser bem explicado?…

    Agora, nojento mesmo é ouvir que o interesse nacional está acima da Justiça. Teríamos voltado a um stalinismo mal-disfarçado? é nesse tipo de mistificação subserviente que se transformou o petismo????

    Uma coisa é a defesa da atividade econômica como bem social, outra é tentar empulhar as pessoas com a beatificação de um empresariado que está muito, mas muito longe mesmo de merecer o crédito por alguma insondável virtude.

    Ou chegamos ao cinismo mais deslavado ou chegamos ao patetismo da idiotia mais acabada.

  7. Está na hora desses empresários promoverem suas vinganças…

    Uma vingança cívica, onde o vitorioso é o Brasil

    Como Mauro Santayana definiu, o financiamento empresarial de campanha sofreu um baque antes mesmo de ser proibido ou regulamentado. Depois da prisão de muitos pesos pesados da burguesia “nacional” muitos não vão arriscar doar dinheiro para políticos correndo os riscos de terem o mesmo destino.

    Porém existe um grave problema, os bancos continuariam a doar para atingirem seus objetivos políticos (alguém duvida que esse é o interesse por trás da Lava Jato).

    No Senado a constitucionalização do financiamento de empresas sofre uma resistência muito maior que na Câmara, como os empreiteiros financiaram muitas campanhas políticas seria o momento de pressionar seus “candidatos” a encerrar de vez essa discussão (a proibição do financiamento empresarial já foi aprovada na CCJ do Senado), Gilmar Mendes seria desmoralizado e não teria forças para segurar a ADIN no STF.

    Lula poderia fazer essa ponte entre empreiteiros e senadores, nunca um lobby seria tão abençoado e necessário, por uma causa nobre vale tudo.

    Uma oportunidade de ferir de uma vez: O PSDB, Judiciário podre, mídia bandida, direita inculta, etc

  8. E a destruição começou: hoje

    E a destruição começou: hoje na Folha de SP (pág. A23), a noticia de que a Petrobrás vai encomendar a conclusão das sondas do Pré-Sal a empresas chinesas.

    Já que está acontecendo a destruição de nossa economia, porque não aproveitamos e substituímos os juízes do Brasil por juízes suecos? Garanto que estes caras (os nossos ‘juízes” – existem aqueles dedicados, é claro, peço que não me acusem de generalizar) fariam um trabalho de primeira, e em uns 10 anos transformariam a Suécia em ruínas e pó

  9. A feiura do diabo

    Consta que Eduardo Cunha, por exemplo, é gentil e simpático, que dificilmente levanta a voz. E é através dessa forma que vai impondo o conteúdo que lhe interessa, a saber, ataques às instituições democráticas para voltá-las a seu favor, além de pautas retrógradas e facistas de intolerância à diversidade sexual, religiosa e até ideológica.

    Se o diabo fosse feio, desagradável, não convenceria ninguém. Empresários como Odebrecht são bem elegantes mas não titubeiam em buscar ganhos para si mesmo nem que esses ganhos signifiquem prejuízo a todas as outras pessoas. Se agregam às suas atividades alguma providência em prol da comunidade, é por mera liberalidade e não por responsabilidade. E é natural e saudável que seja assim: uma empresa privada tem mesmo que visar seus lucros acima de qualquer coisa. O que não dá é o estado fazer isso, isso é corrupção no seu significado mais pleno e abrangente, já que a vocação do estado é o atendimento às demandas sociais e não a de sub-grupos da sociedade.

    1. E ……………..

      Santa ingenuidade ou inocência últil, a qual o AA coloca muito bem !!!!

      São os santos de pau oco, que bradam por justiça e moralidade, enquanto, com suas visões miopes, são capazes somente de olhar para seus próprios umbigos.

      Este desmantelamento destas empresas, não é somente por conta de se combater a corrupção, mas a desgraça de obras de infraestrutura que desenvovem o pais e o que é mais importante – emprega um contigente enorme de trabalhadores que agora amargam a miséria do desemprego!!!

      Acho que alguns deveriam rever seus comentários, sob pena de passarem  a imagem de incautos ou inocentes úteis!!!   

  10. iniciativa privada

    Andre,

    O Caso Panair deve ser considerado como uma excrescência produzida por um governo ditatorial, um verdadeiro achincalhe à iniciativa privada, atitude nefasta que, certamente, serviu como aviso aos empresários nacionais.

    Ouvi dizer que, depois da vergonhosa mão de gato, muitos milhões $$$ foram gastos com algumas V.Exª., pois, surpresa, o assalto desavergonhado da turma do topo do Poder está instalado por aqui há séculos. 

    Quanto à Odebrecht, este procurador de quinta categoria, um perfeito idiota, esqueceu de bloquear a Concessionária Riobarra, que está fazendo uma obra espetacular no RJ, gigantesca em prazo curtíssimo, pois tanto a Odebrecht quanto a Queiroz Galvão são partícipes, logo, tudo o que está sendo construído no RJ terá que estar imerso na mais deslavada corrupção.

    Bem que este despreparado da cabeça aos pés poderia reparar no impressionante conjunto de obras de construção civil que vem sendo executado há seis anos, levar um técnico honesto a tiracolo prá que ele, excessivamente obtuso, talvez possa compreender a qualidade daquilo que ele está a implodir, o setor de construção civil nacional.

    O filhinho de mamãe, ao invés de prender sem provas, deveria fazer o que não consegue, investigar ao invés de se contenta com delações, apurar os valores $$$ comprovadamente desviados e obrigar as empresas a ressarcir o que seria de direito. Infelizmente, tanto ele quanto a turma da PF parecem amar o quesito boçalidade.

    1. “O filhinho de mamãe, ao

      “O filhinho de mamãe, ao invés de prender sem provas, deveria fazer o que não consegue, investigar ao invés de se contenta com delações, apurar os valores $$$ comprovadamente desviados e obrigar as empresas a ressarcir o que seria de direito. Infelizmente, tanto ele quanto a turma da PF parecem amar o quesito boçalidade.”

      Vão pelo caminho mais fácil das delações premiadas na tentativa de transforma-las em provas materiais. A verdade é que não sabem auditar um contrato de engenharia para identificar recursos financeiros desviados das obras. Em vez de se assessorarem de engenheiros especialistas para detectarem os desvios, fogem dos cálculos como o diabo foge da cruz, amigo Alfredo Machado. Abs

      1. matemática jamais

        Webster,

        Devido ao fato de as 4 operações serem algo que mete medo em 90% dos brazucas, a sociedade prossegue odiando a matemática.

        No caso da turma do Judiciário a raiva é ainda mais profunda. Os idiotas sempre arrogantes interferem na área técnica, na conferência de mediççoes de serviços atestadas, julgam até mesmo se procede um pedido de prorrogação de prazo para determinado contrato. Quando você diz a um deles que eles, em divesos casos, não têm a menor idéia do que fazem, que deveriam providenciar técnicos para assessorá-los, só faltam chorar de raiva.

        Uma vez perguntei a um deles, e se eu fosse para um setor do Judiciário e resolvesse insistir para que os advogados  estudassem matemática, e aí ? Pois é exatamente isto que acontece, quando um burro assina o termo que o identifica como fiscal de uma obra pública. O Judiciário tornou-se o maior entrave para o bom andamento das obras de construção civil no país.

         

        1. Amigo Alfredo,
          Participei no

          Amigo Alfredo,

          Participei no final do governo Itamar Franco de uma comissão de auditoria de engenharia de uma grande obra de estradas, onde o presidente da comissão era um advogado. Além das dificuldades de lidar com cálculos o advogado quiz saber porque os preços para escavação, carga e transportes de material de 3ª categoria eram mais caros do que os de 2ª e 1ª categoria. Após as devidas explicações técnicas o advogado não se convenceu argumentando que se é de 3ª categoria deveria ser mais barato do que as outras. Como tínhamos uma certa intimidade pedi ao mestre de obras que me trouxesse uma pá, enxada e picareta e se possível uma dinamite. A dinamite naquele momento não tinha na obra, foi então que pedi ao mestre que me cavasse no terreno arenoso um pequeno buraco onde estávamos. Como tinha uma rocha granítica ao lado pedi ao mestre que desse apenas uma picaretada que saiu faísca da ponta da ferramenta. Feito isto, virei para o advogado e disse: na engenharia a escavação em rocha é classificada como material de 3ª categoria devido as dificuldades para execução do serviço e só é possível dinamitando a rocha por se tratar de material duro e resistente, razão porque é mais caro quando se compara com material mole e de baixa coesão no caso das areias, 1ª categoria. Desde esse dia ele nunca mais quiz saber dos termos técnicos usados na engenharia. Abs           

  11. Estatização

    Por tudo isto que foi dito, e “por serem patrimônio nacional”, não seria correto buscar  a ESTATIZAÇÃO destas empresas com o intuito de preservar tudo que de importante que elas carregam? Será que devemos deixar se esvair todas as riquezas nacionais pelo ralo da história e deixar nosso país à mercê dos abutres do mundo inteiro uma vez que nosso país, a cada, dia se fragiliza mais e mais com a perda destas empresas?

    A propósito, alguém aí pode me dizer por que nunca se buscou e por que não se começa a buscar agora a rever TODAS AS PRIVATIZAÇÕES  que este país implementou na era FHC, que até o “mundo mineral” sabe que foram efetivadas DEBAIXO DE GROSSEIRA FRAUDE???

    Onde está o sangue das pessoas de bem deste país??? Por que ninguém enfrenta esta corja de bandidos lesa pátria e retoma as nossas riquezas que foram entregues por vermes contra os interesses de TODO O POVO BRASILEIRO bombardeado diuturnamente pela propaganda enganosa da grande mídia bandida e entreguista do país???

    Não existem leis? Não existe nada que possa anular a venda de empresas sob pretextos falsos???

    Que a CÚPULA DE MEU PARTIDO, O PT, é covarde, todos sabemos, irão continuar a enfiar o rabo entre as pernas em qualquer ocasião, mas, e os intelectuais e seres pensantes de nosso pais além da turma do PT?

    Não existem textos, vídeos no “you tube”, nada?? Uma só contestação? Uma só sugestão sobre como lidar com fraudes grotescas e lesivas ao país, como as implementadas pelos sabujos da elite mundial, que se contentam em escravizar e sapatear sobre o povo brasileiro como concessão destes PIG’s extrangeiros???

    Precisa-se, definitivamente, de gente de fibra neste país, e com todas as ressalvas que se pode fazer, admiro as posições do Ciro Gome, do Cidgomes, e do requião. Talvez estes sejam os maiores representantes dos seres de cérebro e sangue neste país. Definitivamente não pertencem ao reino das CUCARACHAS.

  12. Parabéns, André!!!!

    Parabéns, André!!!  A atuação exagerada, descontrolada, famigerada, de Sérgio Moro, MPF, etc. está de fato, destruindo empresas que levaram décadas para chegarem onde chagaram.  O objetivo é político, e não a justiça.  Estão queimando o gado vivo, em vez de cuidarem dos carrapatos, uma sandice, uma imoralidade sem fim. Abraço!!!

  13. Tem um culpado nisso tudo. O

    Tem um culpado nisso tudo. O governo Dilma com a sua incapacidade crônica e imobilismo. Quem fica quase 5 anos com um ministro “xuxu” incompetente dá nisso.

  14. E ……………….

    AA tem razão, sobre a Panair, mas não somente. Vide o LLoyd Brasileiro, que não foi liquidado à época dos militares, mas dos governos civis pós ditadura! O esfacelamento e a  consequente liquidação destas duas grandes empresas, foram os troféus dos entreguistas de plantão, tal qual hoje vemos com esta Operação Vaza Jato! 

    Não acredito em saneamento e combate a corrupção, pois na realidade o que está por trás disto tudo, é somente a entrega e destruição de um projeto de nação independente, e o que me vem a mente, é que estes atores nada mais são que agentes a serviço de interesses externos! Não há outra explicação!!

    Infelizmente muitos dos que comentam aquí, o fazem com o viés ideológico/emocional, sem atentarem para o fato de que, o que menos immporta é esta patética e falsa cruzada moralista, pois não passa de espetáculo midiático com custos sociais enormes, além de quebra de toda possível infraestrutura da nação.

    Mais infeliz ainda é constatar a ausência de cérebros que poderiam impedir estes desmandos, mas por conveniência ou rabo preso, fingem estarem isentos, quando na realidade sabemos que muito poucos dos que se dizem honestos,   merecem crédito!

    1. Wendel,
      Existe no Ministério

      Wendel,

      Existe no Ministério do Planejamento um Departamento de Empresas extintas chamado DEPEX. Lá encontrarás os cadáveres das empresas de economia mista como LLoyd Brasileiro, FEPASA, RFFSA e tantas outras.   

  15. Eu acho que faltou dizer

    Os senhores juízes (ou senhor juiz) terá seus vencimentos devidamente depositados em conta ao final do mes, quiçá com auxílio moradia, terno, educação, e outros penduricalhos. mas isso deve ser irrelevante.

  16. O Brasil que funciona não sai na imprensa

    O Brasil que funciona não sai na imprensa

     

    25 de julho de 2015 | 18:45 Autor: Fernando Brito  

    ponte

    O Brazil não conhece o Brazil, verso da linda “Querelas do Brazil (Aldir Blanc e Maurício Tapajós) serve direitinho para a mídia brasileira, como revela um curioso episódio.

    O pequeno jornal A Tribuna de Jales, interior de São Paulo, foi fazer uma matéria sobre a construção da Ferrovia Norte-Sul entre Ouro Verde(Goiás) e Estrela D’Oeste, cidade vizinha a Jales e visitou o canteiro de obras de uma ponte sobre um dos poucos trechos estreitos do Rio Grande, um pouco acima do início do reservatório de Ilha Solteira.

    Ainda assim, uma ponte de meio quilômetro, uma extensão de cinco campos de futebol.

    A ponte está a meio caminho, avançando, como se faz neste tipo de obra, das cabeceiras para o centro mas, mesmo assim, um dos engenheiros da obra disse ao repórter e ao fotógrafo da equipe do A Tribuna: “O jornal de vocês foi o primeiro a visitar o nosso canteiro de obras”

    No texto, o repórter reconhece que, nem mesmo na região, a obra é conhecida: “É possível que (…) muita gente nem saiba que os trilhos que passam por Iturama e chegam a Estrela D’Oeste já estão quase que totalmente instalados e que dois pontos quase inabitados de São Paulo e Minas Gerais estão sendo ligados por uma ponte desconhecida da maioria. O desconhecimento é compreensível, uma vez que a grande mídia parece ignorar a obra.”

    Mas, em compensação, temos jornais preocupados com qualquer mazela e com nenhuma obra que esteja avançando.

    O que se fazia exageradamente nos tempos da cumplicidade entre a mídia e o Governo, nos tempos da ditadura, o “Brasil Grande” agora inverteu o sinal para continuar, em sentido inverso e manipulação idêntica, para mostrar o “Brasil Pequeno”, tão falso quanto aquele.

    Tudo o que possa mostrar que o Brasil pode funcionar é, solenemente, ignorado pela mídia.

     

    1. A mídia apenas cobra pedágio

      A mídia apenas cobra pedágio para isso. O PSDB paga religiosamente, e mesmo assim só garante 99% de imunidade. Mesmo o ínfimo 1% faz estrago.

      Não estamos mais no século XX. A guerra não será vencida nas ruas. Para vencê-la, a arma dos guerrilheilhos deve ser os livros e não as bandeiras.

      Um estado que cobra impostos e que, embora reinvestindo o dinheiro, não presta contas adequadamente é, grosseiramente falando, ladrão, usurpador, omisso.

      Basta a lei da mídia para mudarmos o cenário. Com prestação de contas do governo. Mas pra vencermos esta luta, repito, precisamos de combatentes com a constituição debaixo dos braços.

  17. Não deve ser o “Il Sole 24

    Não deve ser o “Il Sole 24 Ore” bolivariano, é da “Confidustria” da bota. Neste artigo em Italiano um magistrado explica o que o Moro, grande “ixpecialista” do inquiérito mãos limpas deveria ter aprendido.

    Nesta republica curitibana falta cultura e muito mais. 

     

    Nello Rossi: «Obbligati a sporcarci le mani con la realtà»

    «Vorrei che il confronto sulle relazioni tra giustizia ed economia non assumesse la fissa rigidità dell’ideologia e che non si esaurisse nel ribadire un’astratta esigenza di bilanciamento tra diritti e interessi confliggenti senza misurarsi con le asprezze dei casi concreti».
    Con questa premessa, Nello Rossi – per otto anni procuratore aggiunto a Roma con il compito di coordinare il pool sui reati economici e appena nominato Avvocato generale della Cassazione (dove si trasferirà a settembre) – si incammina sul terreno scivoloso delle “compatibilità economiche” per rivendicare, subito, il diritto/dovere del magistrato di «scegliere».

    In che senso, “scegliere”? È un verbo che rimanda a una discrezionalità contestata alle toghe…
    È un innegabile dato di realtà che nel perimetro, a volte assai ampio, tracciato dal legislatore, i magistrati “scelgono”: tra diverse modalità di conduzione di un’indagine, tra diverse interpretazioni possibili di una norma, tra l’adozione o meno di misure cautelari personali o reali (come i sequestri), tra soluzioni concrete che privilegiano uno degli interessi in gioco o mirano a realizzare l’equilibrio ritenuto migliore nel quadro normativo dato. Con queste scelte non fanno altro che il loro – difficile – mestiere e il loro dovere. Anche a prezzo, come ricordava Calamandrei, di perderci il sonno. E naturalmente portano la responsabilità sociale e culturale dello loro scelte.

    Questa responsabilità rischia di diventare “politica”?
    No. È giusto che per i provvedimenti adottati i magistrati assumano – ce lo ha insegnato in anni lontani un grande magistrato come Marco Ramat – una piena responsabilità sociale e culturale, che non può essere confusa con la responsabilità politica, che riguarda scelte libere nei fini.

    Quanto pesano, in queste scelte, le conseguenze che esse producono?
    Una meditata ponderazione delle “conseguenze” economiche e sociali delle diverse opzioni interpretative e degli atti giudiziari adottati è un momento imprescindibile del processo decisionale e può persino assumere un valore prioritario. Ad esempio, quando di una norma possono essere legittimamente proposte due o più interpretazioni, una motivata valutazione delle loro diverse “conseguenze” assume la dignità di vero e proprio criterio interpretativo di ultima istanza.

    Quindi anche Pm e giudici devono bilanciare?
    Ai teorici può bastare pronunciare la parola magica “bilanciamento”. Ai magistrati no: l’ordinamento ci impone di sporcarci le mani con la realtà e di dar vita all’equilibrio migliore possibile nella situazione data. Anche quando il legislatore invia messaggi contraddittori e sbilanciati.

    Si spieghi meglio…
    Restando nel campo delle scelte tutte interne al mondo economico – il nodo cruciale dei fallimenti, enormemente cresciuti durante la crisi – si coglie subito una contraddizione. Il legislatore civile mostra di considerare il fallimento l’estrema ratio, e moltiplica gli strumenti per salvare l’impresa in crisi e il complesso di competenze che racchiude. Ma la legge penale fallimentare, rimasta immutata dal 1942, invita ancora il Pm a intervenire con la massima tempestività e durezza nelle situazioni di crisi, attivandosi per chiedere il fallimento o per indagare su una possibile bancarotta anche prima della dichiarazione di fallimento.

    Un legislatore, e quindi una politica, schizofrenici, in sostanza. Come se ne esce?
    Senza un’adeguata considerazione da parte del magistrato delle diverse realtà imprenditoriali e del contesto economico complessivo, non si esce da questo e da altri intricati gineprai. Ad esempio, il fallimento di un’impresa che opera nel campo della ristorazione crea un vuoto che il mercato colma rapidamente mentre la fine di un’impresa specializzata, mettiamo nel settore della sanità, può determinare una dispersione di saperi difficilmente riparabile, e reclamare, quindi, soluzioni che garantiscano la continuità aziendale.

    Sì, però, se in ballo ci sono diritti fondamentali incomprimibili, le scelte non sono obbligate?
    Certo, le difficoltà crescono a dismisura quando le scelte riguardano il rapporto tra istanze dell’economia e diritti fondamentali della persona, come il diritto alla salute o a un ambiente salubre. Ma è qui che si misurano il ruolo istituzionale e la ragion pratica di una magistratura che spesso deve intervenire su situazioni incancrenite dalle inerzie di altri poteri.

    La famosa supplenza, appunto. Ma in questi casi c’è spazio per bilanciamenti? E come?
    È indiscutibile che la tutela della salute sia in cima ai valori della Costituzione e della nostra società; ma questa indubbia priorità non può rendere “sospetta” ogni forma di “ragionevolezza” che consenta di individuare i tempi e i modi migliori per risanare l’ambiente produttivo e naturale, e non esclude un impegno strenuo del magistrato nella ricerca di soluzioni che non lacerino irrimediabilmente il tessuto economico e produttivo del paese.

    Ragionevolezza, dice lei. Ma il “sospetto” è che per questa via si induca il giudice alla prudenza nel senso deteriore del termine, cioè di acquiescenza alle ragioni dell’economia o alle aspettative del mercato. C’è questo rischio?
    Non capisco perché un “indipendente” esercizio di ragion pratica, una ragionevolezza da esercitare in assoluta autonomia, che in altri Paesi rappresenta il segno distintivo e qualificante – l’orgoglio, direi – del potere giudiziario, qui da noi possa essere rappresentata e temuta come sinonimo di cedevolezza e di arrendevolezza al potere economico o al potere politico.

    Alcuni suoi colleghi non la pensano così e obiettano, con un paradosso, che «se nei secoli passati avessimo tutti ragionato realisticamente nel rispetto dei parametri dati, la schiavitù, sistema sicuramente conveniente sotto il profilo della crescita, sarebbe ancora la regola». Come risponde?
    Amo anch’io i paradossi. Ma questo è del tutto inappropriato. Gli storici dell’economia la pensano molto diversamente sulla capacità produttiva e innovativa delle economie fondate sulla schiavitù e sulle ragioni “anche” strettamente economiche del suo superamento. Battute a parte, temo che la grossolanità e la strumentalità, spesso intollerabile, di tanti interventi politici e giornalistici su provvedimenti giudiziari controversi possano generare un pericoloso regresso rispetto alla moderna riflessione sulla ineliminabile discrezionalità del magistrato. Di fronte ad attacchi furibondi e pregiudiziali, che non hanno niente in comune con la critica aperta e argomentata dell’operato dei giudici, sembra più agevole attestarsi sulla linea secondo cui “tutto è già scritto” , le gerarchie dei diritti e degli interessi sono già completamente fissate una volta per tutte nella Costituzione e nelle leggi, e i magistrati, anche quando vengono a contatto con situazioni complesse e incandescenti, si limitano a rispecchiarle nei propri atti.

    Una singolare e anacronistica riedizione del giudice bouche de la loi?
    Per un revival di questi tipo oggi non c’è alcuno spazio. Ogni magistrato è quotidianamente alle prese con scelte ardue, talora “scelte tragiche”, tra interessi diversi tutti meritevoli di considerazione e di tutela. In ciò sta la grandezza e l’insostituibilità del nostro lavoro in una società esigente, che ha bisogno di un giudice colto, dotato non solo di tecnica giuridica ma anche di cognizioni specialistiche e di un forte senso della realtà, per essere capace di manovrare una logica non astratta ma “a trama storica”, qual è quella giuridica.

  18. PANAIR um caso que ninguém pode esquecer

    PANAIR um caso que ninguém pode esquecer


    Por Daniel Leb Sasaki

     

    O 10 de fevereiro é uma data histórica para a aviação comercial brasileira. Nesse dia, em 1965, as concessões de linhas aéreas da Panair do Brasil S.A. foram abruptamente cassadas, por meio de despacho assinado pelo então presidente da República, marechal Castello Branco, e pelo ministro da Aeronáutica, brigadeiro Eduardo Gomes, que se basearam em Exposição de Motivos apresentada pelo brigadeiro Clóvis Travassos, ex-diretor da antiga Diretoria da Aeronáutica Civil. A determinação, recebida via telegrama, foi anunciada apenas cinco horas antes da decolagem de um vôo internacional programado com destino a Frankfurt, Alemanha.

    Um sentimento de incredulidade imediatamente tomou conta de todos. Primeiro, porque a Panair, concessionária das rotas para a Europa, África e Oriente Médio, era a mais respeitada e prestigiosa empresa de aviação do país. Com 35 anos de atividades, significava pioneirismo e qualidade, funcionava informalmente como consulado brasileiro em quatro continentes e representava, aos estrangeiros, o domínio e a capacidade técnica do país no setor aéreo.

    Depois, porque o ato, baixado sem qualquer aviso prévio, deixou a diretoria e os clientes sem saber o que fazer com os bilhetes já emitidos. Mas a surpresa maior viria à noite: como soubesse da resolução governamental com antecedência, a Varig, então operadora de linhas para os Estados Unidos e Japão, tripulou de imediato um Boeing 707 para realizar, sem solução de continuidade, o vôo da concorrente cassada. E o avião decolou, ainda que com pequeno atraso, rumo a países para os quais os pilotos em tese nunca haviam voado, numa demonstração sem precedentes de eficiência na aviação comercial.

    Tinha início o caso mais rumoroso do direito empresarial no Brasil. Sacudidos pela brusquidão da medida, os diretores da Panair se reuniriam com advogados em sessões permanentes, para tentar tornar sem efeito a cassação, a qual, segundo eles, contrariava as cláusulas do contrato de concessão de linhas aéreas celebrado com o Ministério da Aeronáutica, órgão que regulava o setor da aviação no país. Isso porque em momento algum antes da intervenção a empresa fora interpelada sobre possíveis irregularidades em suas operações, passara por perícia ou processo administrativo regular, ou fora cientificada das intenções das autoridades de cassá-la. Baseados nesses argumentos, os executivos decidiram impetrar um mandado de segurança ao Supremo Tribunal Federal, reivindicando a restituição do direito de operar, e entrar com uma ação por perdas e danos. Com sua principal fonte de receita parada e o STF em recesso, a companhia entrou também com um pedido de concordata preventiva na 6a Vara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, uma tentativa de resguardar intacto o patrimônio até que o mandado fosse julgado.

    Nesse meio tempo, 5.000 funcionários, espalhados de Lima a Beirute, haviam instantaneamente perdido seu meio de subsistência e estavam em desespero. Acionistas e diretores cobravam respostas, eram ouvidos pelos jornais e amparados pela população. As autoridades, por conta disso, sentiram-se pressionadas a vir a público para justificar a decisão. Alegavam que há algum tempo vinham acompanhando a situação financeira da empresa, que rapidamente se deteriorava. Segundo eles, a crise era tão grave e acelerada, que o colapso da Panair, iminente, não poderia ser evitado mesmo se todo o pesado auxílio econômico destinado à indústria do transporte aéreo, previsto no orçamento do governo, fosse dado à empresa. E acrescentavam: irrecuperável, no futuro a Panair viria a ter problemas para realizar a manutenção em seus aviões, enfrentaria dificuldades em comprar peças de reposição e, por fim, provavelmente provocaria acidentes aéreos fatais.

    Paulo de Oliveira Sampaio – que durante 16 anos administrou a companhia como diretor-presidente, transformando-a de subsidiária integral da Pan American World Airways em empresa de bandeira do Brasil completamente nacional – refutou as acusações. Dizia que além de todos os compromissos estarem em dia ou negociados, incluindo a folha de pagamento dos funcionários, os débitos reclamados pela União, contraídos com o Banco do Brasil, não eram exclusividade da concessionária cassada. De acordo com o diretor, as dívidas das quatro grandes empresas nacionais eram de 23 bilhões e 892 milhões de cruzeiros, dos quais 4 bilhões e 400 milhões correspondiam à Panair.

    As origens desse débito remontavam a 1961, quando o Congresso aprovou um projeto de lei que fixava a subvenção para reequipamento em 3 bilhões e 200 milhões de cruzeiros (10 milhões de dólares, a uma taxa de câmbio de 320 cruzeiros por dólar). Na época, a aviação comercial era subvencionada no Brasil com base na quilometragem voada. A medida, inicialmente, deu fôlego às companhias. Contudo, por conta da crise político-econômica que se instalou no país, o dólar subiu até alcançar a taxa de câmbio de Cr$ 1.850, em que se encontrava em fevereiro de 1965. A desvalorização cambial, somada à estagnação do valor das subvenções, terminou por reduzir o pacote a um milhão e meio de dólares, aproximando o setor do caos. Nem financiamentos especiais pela Carteira de Câmbio do Banco do Brasil, autorizados pelo governo, continham os gastos das aéreas. E, como não havia meios de atualizar os valores subvencionados, decidiu-se, de comum acordo, em 1963, que o BB não exigiria o resgate dos débitos até que uma outra resolução fosse encontrada.

    Isso era de amplo conhecimento das autoridades, mas nenhuma explicação foi suficiente. Em 15 de fevereiro de 1965, apenas três dias após o pedido de concordata preventiva ser impetrado, o juiz de plantão, Mário Rebello de Mendonça Filho, indeferiu, alegando em seu despacho apenas que, sem as linhas, a Panair do Brasil não teria meios de solver compromissos futuros e, eventualmente, iria à falência. Portanto, que estava desde já falida. Uma eutanásia jurídica. A decisão do magistrado, baseada em vaga exposição de motivos fornecida pela aeronáutica, liquidou a segunda maior empresa privada do país sem que houvesse qualquer dívida vencida exigível, títulos levados a protesto por parte de credores estatais e privados, ou ações trabalhistas na Justiça. A União, a seguir, entrou em cena mais uma vez. Na sentença que decretou a falência, o Banco do Brasil resolveu contrariar o acordo de moratória e, sem prestar explicações, protestou exclusivamente os títulos da companhia, mantendo intacta a situação das concorrentes – algumas das quais, devedoras de quantias superiores.

    Hoje em dia, empresas aéreas, de maior ou menor porte, quebram a toda hora. Mas, na ocasião, o fechamento da Panair foi um evento tão inusitado e grandioso, que repercutiu por todo o mundo como escândalo. Estranhava-se a ausência, por parte do juiz, de diligência para averiguar se a empresa dispunha de outras fontes de renda. E elas eram várias. O grupo controlava a Companhia Eletromecânica Celma, que era – e ainda é – o mais avançado parque de revisão de motores a pistão e a jato do Hemisfério Sul, contratado não só pela maior parte das empresas aéreas nacionais, mas por 12 congêneres estrangeiras de peso e, até mesmo, pela Força Aérea Brasileira, que revisava ali seus motores. A Panair obtinha receita também de seu Departamento de Comunicação e Proteção ao Vôo, única infra-estrutura de telecomunicações aeronáuticas do país, responsável pela segurança e cobertura de vôo de toda aeronave, de qualquer nacionalidade, que sobrevoasse o Atlântico Sul. Nos hangares da companhia, serviços de manutenção garantiam renda adicional significativa.

    Além disso, os donos da Panair, Mário Wallace Simonsen e Celso da Rocha Miranda, eram ricos, tinham boas relações com instituições financeiras e gozavam de grande prestígio e influência. O paulista Simonsen comandava mais de 40 empresas poderosas, entre elas a Comal e a Wasin S.A., que compravam e exportavam café para o mundo todo numa época em que o grão ainda correspondia a dois terços da pauta brasileira. Tinha capital majoritário na influente TV Excelsior, um dos canais de televisão mais promissores da época. O sócio, Celso da Rocha Miranda, do Rio de Janeiro, atuava principalmente no ramo de seguros, com firmas como a Companhia Internacional de Seguros e a Ajax Nacional de Seguros, as maiores do setor, que atendiam clientes como o Banco do Brasil e as Docas de Santos. Também trabalhava com aerolevantamento, prospecção e com a indústria imobiliária.

    Era estranho que, com esse grupo forte por trás, a Panair subitamente tinha ido à bancarrota. Mas justamente aí estava a raiz do problema. Esses homens eram muito próximos ao ex-presidente Juscelino Kubitschek e pretendiam financiar sua candidatura nas eleições seguintes. Legalistas, tinham ficado marcados pelos militares por causa do apoio à posse de João Goulart três anos antes. Uma a uma, suas empresas passaram a sofrer intervenções ou sérias restrições de crédito.

    Na Panair, o desemprego em massa resultou em graves problemas sociais. Seus funcionários representavam, na economia dos anos 1960, cerca de 0,2% da força de trabalho qualificada do Brasil. Sem salário, tentaram de todas as formas sobreviver, inclusive recebendo doações de mantimentos em hangares fechados. Com poucas perspectivas de recolocação no mercado a curto prazo, havia uma única esperança para a maioria deles: as indenizações. Nos termos do Art. 486 da Consolidação das Leis do Trabalho, o pagamento ficava a cargo da União, já que a cessação das atividades da concessionária ocorreu por ato do poder público concedente. O governo, no entanto, nunca pagou. Quem assumiu os créditos foi a empresa falida, que, sem nenhuma obrigação de fazê-lo, pagou a todos, em dobro e com seu próprio caixa em apenas dois anos – outro recorde digno de nota na história falimentar do Brasil.

    O processo de falência foi desastroso. Mesmo respaldados por jurisprudência, os representantes da empresa viam-se sempre imobilizados em todas as tentativas de se defender e ao patrimônio das intervenções do governo militar. Enquanto sofriam perseguições que incluíam acusações fabricadas – posteriormente, repelidas pela Justiça –, laudos periciais adulterados e desentranhamentos de promoções nos autos que os eximiam de culpa, o Banco do Brasil, por meio de seus representantes, dilapidou quase inteiramente os bens da Panair – em especial, a sua rede de agências e representações no exterior. Um determinado preposto da instituição, além de deixar de prestar contas das operações, transferiu para a Varig, gratuitamente, a maior parte dos contratos de aluguéis das lojas da ex-concorrente, com os bens móveis incluídos.

    Paralelamente, por meio de decretos, a União desapropriou, a preços fantasiosos, a Celma e o Departamento de Comunicações, suas ações e equipamentos. Os aviões DC-8 e Caravelle foram, por pressão, arrendados à Varig e Cruzeiro do Sul, respectivamente, também a preços abaixo da realidade do mercado internacional. E quando os advogados da massa falida decidiram solicitar a atualização dos valores, tiveram como resposta a edição, a toque de caixa, do Decreto-lei n° 496, de março de 1969, que desapropriou as aeronaves, peças e sobressalentes.

    O disparo de leis extravagantes tornou-se a principal arma da União para legitimar o extermínio da tradicional empresa de aviação, já que, técnica e financeiramente, os autos comprovavam na ponta do lápis a inexistência de justificativas. Com o tempo, também essa estratégia falhou. Isso porque, ao confiscar os aviões, os militares, na verdade, automaticamente levantaram a falência imposta. O governo dizia-se credor de NCr$ 70.931.960,41 (cruzeiros novos, moeda da época). Com os bens desapropriados orçados em NCr$ 79.684.892,43, o juízo falimentar reconheceu a dívida como paga e excluiu o Estado do rol de credores.

    A Panair do Brasil, no chão havia quatro anos, surpreendentemente ainda dispunha de dinheiro para pagar, integralmente e à vista, o restante dos créditos. Assim, no dia 2 de junho de 1969 entrou com um pedido irrecusável de transformação da falência em concordata suspensiva, numa nova tentativa de retornar às atividades. Irrecusável, pois, nos termos da lei, o pleito era deferido caso o falido se propusesse a pagar 35% dos débitos à vista ou 50% no prazo máximo de dois anos. Em resposta, a Procuradoria Geral da União ajuizou – um dia antes da audiência que decidiria sobre o deferimento da concordata – um executivo fiscal instruído com uma nova certidão de inscrição de dívida ativa, para cobrar da empresa outros NCr$ 112.547.499,95 sobre o crédito que já havia sido extinto por decisão passada. No dia 3 de julho, o governo baixou o Decreto-lei n° 669, que retirava especificamente das empresas de transporte aéreo o benefício da concordata. A única aérea na situação era a Panair.

    Essa nova peça de legislação, promulgada depois da impetração do pedido e antes do julgamento, foi veiculada pela imprensa como notícia antes mesmo da oficialização no Diário Oficial e utilizada pelo juiz da 6a Vara Cível para denegar o pleito. Por conseguinte, a falência foi mantida e os bens remanescentes postos a leilão no prazo recorde de 90 dias. O produto da venda, pago ao Estado como cobertura da nova dívida.

    Durante 15 anos, a falida e a União brigaram nos tribunais por essa questão. Por fim, em dezembro de 1984, o Supremo deu ganho de causa à Panair do Brasil e condenou o governo a acertar as contas. Era a abertura política assegurando a independência da Justiça. Mas, àquela altura, havia pouco a comemorar. A antiga empresa estava sepultada, seu prestígio consumido e seus feitos esquecidos ou usurpados. De toda forma, sem a perseguição implacável do Estado, a Panair conseguiu levantar a falência em maio de 1995 e, desde então, luta por uma reparação moral e material por meio de uma série de ações judiciais. Algo ainda sobrevive. O ronco de seus motores se faz ouvir, seja na revogação do Decreto-lei 669 em fevereiro de 2005, seja na confraternização que os antigos funcionários realizam, todo ano, na data de aniversário da empresa para homenageá-la. Como um comandante certa vez disse, “a Panair era do Brasil no nome e dos brasileiros no coração”.

    Daniel Leb Sasaki é jornalista da IstoÉ Dinheiro e autor do livro Pouso forçado: a história por trás da destruição da Panair do Brasil pelo regime militar (Editora Record), obra finalista do Prêmio Jabuti 2006.

     

      1. Saudades dos tempos da

        Saudades dos tempos da Panair, Marly! Lembra-se dos constellation? Olha ele na 2ª foto. Tive um tio que era piloto da companhia.

        1. Juan Trippe

            O outro coveiro da PANAIR , que nunca aceitou que a “filha” de sua PanAm, nos anos 50 começava a ameaçar a “mãe”, e quando o Paulo Sampaio propos a Trippe um compartilhamento de rotas ( Panair – Panam), visando com esta aliança ambas se colocarem contra as aéreas estatais européias, Trippe “pirou na batatinha”, fez de tudo para tirar Sampaio da Panair, até conseguiu por um tempo, mas depois ele retornou e até fez opções para o Concorde.

              As pressões da PanAm/Trippe, sobre o governo brasileiro contra a Panair, tambem contribuiram para o assassinato desta empresa.

          1. É isso mesmo, meu caro

            É isso mesmo, meu caro Junior, o Juan Trippe era um aventureiro que arriscava tudo em certas jogadas, foi sua encomenda de Jumbos que viabilizou o projeto desse avião na Boeing mas foi o Jumbo que depois afundou a Pan AM, porque começou a recebe-los exatamente quendo estourou a primeira crise do petroleo e o avião passou aser economicamente um pesadelo.

        2. Panair.

          Temos uma grande amiga de família que foi comissária da Panair. Posteriormente trabalhou em terra na Varig, aposentando-se  na década de 90, quando do início da decadência da Varig. Hoje vive em Porto Alegre e já confirmou sua vinda anual ao Rio, que se dará em final de setembro. Só lembro do Caravelle voando pela Cruzeiro.

  19. Tem uma diferença ….

    Tem uma diferença nesta história, primeiro não é um regime que persegue uma empresa e sim uma investigação judicial , a empresa tem ampla defesa , mas o que não pode é uma “chantagem” do tipo sou grande demais para quebrar e então não posso ser tocada, se a empresa tiver de ser punida que seja , no limite da lei , não existe vácuo neste mercado , se deixar o mercado com uma saudável liberdade outros grupos vão aparecer sem esta concentração que leva ao que aconteceu.

    1. Uma grande empresa não se faz

      Uma grande empresa não se faz da noite para o dia e é de interesse sim do Estado a existencia das grandes empresas nacionais. Pode ser punida MAS NÃO PODE SER DESTRUIDA pela punição. Um Estado forte não permite que, por causa de uma investigação ou processo, um juiz de 1ª instancia liquide uma empresa de INTERESSE NACIONAL. A Siemens teve processo de corrupção, a Alsthom tambem, a Lockheed teve mega casos de corrupção com 27 paises, NENHUMA seu principal executivo preso ou a empresa submetida a multas que só podem ser pagas com a quebra da empresa.

      Ao contrario do que se imagia, o Judiciario não é um poder absoluto, o INTERESSE NACIONAL está acima dele, como já sabia o Marehal Floriano Peixoto, fundador da Republica, quando peitou o Supremo Tribunal Federal.

  20. Qual a relação de Mario

    Qual a relação de Mario Wallace Simonsen da Panair e TV Excelcior com Mario Henrique Simonsen, ex-ministro da Fazenda no governo militar?.

    1. Que eu saiba nenhuma, a

      Que eu saiba nenhuma, a familia de Maria Wallace Simonsen era de Santos e a de Mario Henrique Simonsen era carioca pura, sua mãe era Belford Roxo. O empresario Mario Wallace Simonsen chegou a ser o maior exportador de café do Brasil e tinha muitas empresas, fundou a CELMA, de Petropolis, um das poucas empresas no mundo que faz revisão de motores de avião de grande porte, Banco Noroeste, Biscoytos Aimoré, TV Excelsior, era sobrinho do tambem outro grande empresario, Roberto Simonsen, fundador da FIESP.

      1. Isso mesmo.

        ….isso mesmo, André Araújo. A familia Wallace Simonsen ainda se uniu a Suplicy Matarazzo. Nada a reparar. O caso PANAIR foi pura vingança, tanto é, que é  a única massa falida que dá lucros até hoje, e se for questionar as disputas onde estão alguns aeroportos tais como do Recife e outros….Ela ganha tudo. Na realidade acrescento ao enredo, o então Cel. Araújo – Ajudante de Ordens do Brig. Eduardo Gomes, Ministro da Aeronautica, salvo engano, foi o redator do Decreto da cassação das linhas da Panair do Brasil, posteriormente ele foi Diretor Técnico da Cruzeiro do Sul, (na ocasião da sua aquisição pela Varig em 1975) e depois Diretor Geral da Varig em 1985 por ocasião da total fusão, Varig-Cruzeiro…Unidas quando interessa e separadas quando convém. Não é por menos que sob a Av. Rubem Berta passa o “corrego das traições”  em S.Paulo. 

  21. A Odebrecht age p/ ser destruída…

    Vejo poucas semelhanças entre as intervenções do estado que a Pan Air do Brasil e a Odebrecht tiveram, ao considerar os comentários.

    É bem parcial pedir injustiça pra vários dirigentes de empreiteira pelo bem maior do país, e nem mencionar que eles (ainda) estão errados. A Odebrecht e seus dirigentes podem dizer que foi extorquida, delatar e dar as provas pra punir dezenas de grandes políticos e merecerem penas mais leves. Mas, nem boa compliance criaram. Esses dirigentes apostam num novo castelo de areia.

    Estranhos os comentários de hoje a tarde, eu achava que punir acionistas e dirigentes bandidos fosse consenso no blog: <https://jornalggn.com.br/noticia/o-desafio-de-punir-dirigentes-e-poupar-empresas&gt; e <https://jornalggn.com.br/noticia/como-punir-acionistas-sem-comprometer-as-empresas&gt;.

    Alguém sabe se há lei ou projeto p/ preservar empresa que cometeu crimes e punir seus dirigentes e acionistas?

     

    Sugestão:

    Aproveitando, gostaria de ver um bom artigo de alguém que leu os autos processuais das denuncias do MPF da semana passada, e as demais denuncias, defesas e decisão judicial julgada.

    Tem muita gente preparando pizza e quero saber quem são os pizzaiolos e o motivo.

    1. Odebrecht

      Existe uma expressão popular interessante sobre o problema da criança, da bacia e da água suja, que diz: “josgou a a água suja da bacia coma criança e tudo”.

  22. O curioso é que até agora,

    O curioso é que até agora, todas as vezes em que se acusou um governo de corrupto o objetivo nunca tinha sido penalizar e menos ainda acabar com corruptos ou com a corrupção e sim simplesmente causar crise política, difamar algum grupo seja para impedir sua eleição ou para derrubá-lo do governo.

    Esse negócio de levar a sério assuntos que são para serem tratados com cínica hipocrisia travestida de maturidade (“adultos” sabem que o mundo é cão e que não presta mesmo, e que a melhor coisa a se fazer é livrar a própria cara, aproveitar do fato de que o mundo não presta) é o que mata.

    Se bem que temos uma tendência de considerar o que é honesto como se fosse ingênuo, o papo reto como se fosse “sincericídio” e por aí vai… Para nosso modo de viver é inconcebível que uma pessoa se mate ou que, sentindo vergonha por ser apanhada com a boca na botija se retire para sempre. Até o sentimento de vergonha da gente se baseia no ideário da iniciativa privada: “Vergonha não é roubar, vergonha é ser pobre, é roubar mas não conseguir carregar”. Ou ainda “ricos não precisam cumprir as leis, ricos fazem as leis.” É como se dissesse que civilidade e cidadania, responsabilidade social fosse apenas “para inglês ver”… Aliás essa expressão, “para inglês ver” é bem adequada, segundo os estereótipos: quer povo mais arrumadinho e elegante do que ingleses? Foi na maior “estica” do mundo que vendiam ópio ao povo chinês, que invadiram a Índia e outras muitas atrocidades que cometeram. Sim, os tempos eram outros, o mundo era outro, as pessoas não tinham acesso a coisas que hoje nós temos.

    Talvez fosse interessante, se quisermos um país bom para nós todos, não no futuro mas daqui em diante, repensarmos nossos valores, o significado que damos a conceitos como “honesto”, “ladrão”, “vergonha”, “civilização”, “maturidade”… digo para ninguém e para todo mundo, inclusive ao meu desimportante ser pessoal.

    Lembrei de um filme, “O declínio do Império Americano”…

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=DVxnkiMqZak%5D

  23. AA, meu caro

       Por acaso alguem já cometeu harakiri na Marubeni ?

       Ou algum procurador do governo japones fez gestões para “acabar” com esta empresa ou com o Fuji Bank ?

        Que eu lembre, não – pagou multas, sem chiar muito, e continuou fazendo das suas, na Indonésia e Nigéria nem multa pagou, pediu “sinceras desculpas”, prometeu não fazer mais, ficou por isto mesmo, já o governo japonês, prometeu uma séria investigação – que não deu em nada, ou alguem acha que o PLD iria deixar algo ocorrer com estas “pequenas empresas” e seus reles associados ( as maiores exportadoras japonesas ) :

          NEM EM SONHO.

    1. Meu caro Junior, as empresas

      Meu caro Junior, as empresas top de cada Pais são BRAÇOS DO ESTADO, fazem parte do sistema de governança do Pais.

      Esse é o modelo de GRANDES paises com peso geopolitico. A Halliburton, a Boeing, o Banco Morgan, a Exxon Mobil, a Chevron  são braços do Governo americano, operam em conjunto com esse Governo. No Japão Mitsui, Mitsubishi, Marubeni, Sumitomo são pinças do Governo Imperial Japonês, já o eram em 1939. Na Alemanha a Siemens, a Thyssen,

      a Mercedes Benz, a Bayer, a Basf, a Volkswagen são infantaria do governo alemão, trabalham em conjunto com esse governo.

      No Brasil deveria ser assim, EMBRAER, Odebrecht, Vale são projeções do Estado brasileiro no mundo.

      Isso é da logica do capitalismo global, nas guerras as grandes coporações são soldados do Estado, mbilizadas como divisões, nas ações geopliticas essas empresas são os braços e olhos do Governo, coloca-las em risco é coisa de Pais suicida.

      1. E ……………………

        Meu caro André, para mim, todo este espetáculo midiático da Vaza Jato é somente para atender interesses externos, que macomunados com os traidores nativos, esperam levar o País ao atraso de mais algumas gerações.

        Suas intervenções sobre estar o país se suicidando, nada mais é que a pura verdade, e lamentavelmente não vemos ninguém,eu disse ninguem preocupado em desvendar esta trama !!!

  24. Esta empresas são criminosas

    Esta empresas são criminosas e ponto final.

    Devem fazer parte do complexo de espionágem internacional.

    Espionagem 101.

    Escravidão digital.

  25. Excelente artigo

    Parabéns pelo artigo, Sr. Araújo. No final, a punição que a Odebrecht levou, não afetará só ela, mas por décadas outros empresários evitarão investir em empresas no Brasil, ou construir empresas no Brasil. 

    É como investir em um país em guerra, sim, pois temos uma guerra jurídica; Numa fração de segundo, um dos poderes comete um excesso, e bilhões vão para o espaço.

    Muitos empresários preferem investir no Japão, onde há tufões, terremotos e tsunamis, mas não investiriam no Brasil, onde não há segurança juridica, e o “governo”, imerso em seu “republicanismo”, ignora solenemente os processos contra empresas que são do interesse do país.

    Compens mais um empresário brasileiro montar uma empresa nos EUA, e depois vir para o Brasil como “multinacional” do que montar uma empresa aqui. Pelo menos as multinacionais, são respeitadas aqui.

    “Republicanismo é outro nome para entreguismo. No fundo, a direita e a esquerda, quando só pensam em si mesmas,  são as duas pontas da mesma ferradura.”

    1. Colocação lucida!

      Acrescentaria ainda que essas empresas (e outras) que ousaram apoiar o PT e se apoiaram nele (se houve corrupção ou não veremos lá adiante com as provas) farão exatamente o que tu disse: irão buscar outros paises e levarão o capital e empregos juntos!

       A inabilidade do governo que temos no planalto é tal que está impossivel saber o que está certo e o que está errado.

      Não é crivel o chefe do principal poder ficar mudo e petrificado em relação as principais empresas do pais e não levantar uma palha para defende-las (o problema não é a pessoa juridica), mas deixa estar, qualquer coisa teremos ‘haliburton’ e outras na reserva!

      Avisaram a presidenta e seu ministro da justiça que a Lei 12.850 poderia dar nisso, ou o ‘não vai ficar pedra sobre pedra’ valia só pra reeleição?

      http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/lei/l12850.htm

      Agosto será um recomeço para nossa primeira mandatária. Há grande possibilidade de voltar a cozinhar na TV, sem contar a possibilidade da comunicação do governo também passar para sua mesa!

  26. Eu não me preocuparia tanto,

    Eu não me preocuparia tanto, outros diretores da Odebrecht devem estar cuidando bem da empresa, além de seus funcionários. E apesar da Petrobras ser importante cliente dessa construtora, há muitos outros, nas esferas municipal, estadual e federal, além dos clientes pessoa física, inclusive em outros países, todos dispostos a manter os esquemas de corrupção com políticos.

    Precisa tomar cuidado é com a concorrência, que vai fazer qualquer coisa para usar de pretexto a prisão de Marcelo Odebrecht como se a empresa toda estivesse embargada. Os EUA já falam em investigá-la, como se as outras empresas todas inclusive americanas, trabalhassem diferente da Odebrecht, como se fossem acima de suspeitas. O governo americano protege suas empresas locais. Mas eis a diferença entre a Panair e a Odebrech: a Panair foi proibida de trabalhar e seu diretor não passou um dia sequer na cadeia; com a Odebrecht é o contrário, o governo continua incluindo-a em licitações mesmo com Marcelo preso.

    Deve estar é um pega prá capar na cúpula da empresa, isso sim, diretor querendo puxar o tapete e comer o fígado de diretor para que, quando passar essa crise, ver quem é que sai com mais poder.

     

  27. O interesse nacional deve estar acima do moralismo hipócrita

    Como lembrou um leitor prudente: muitas vezes André Araújo expõe, nos artigos que posta neste blog, um americanofilismo que nos deixam com a pulga atrás da orelha. Neste artigo ele escreveu aquilo qu eu e muitos outros cidadãos já tínhamos percebido: a mídia comercial brasileira serve aos interesses estrangeiros, sobretudo os estadunidenses. O penúltimo parágrafo sintetiza muito bem o que ocorre com os países que não valorizam e não apóiam suas empresas.

  28. Muito bem linkado os dois casos…
    Apesar do tempo que os separam apresentam a mesma equação, de um lado os golpistas de farda, empresários mal caráter querendo ganhar no tapetão, imprensa pelega e a justiiça deles (sempre tão eficaz contra os desafetos mas um cordeirinho com os amigos). Do outro lado o povo e alguns democratas que acreditam que se poss ser honesto e bem intencionado nesta sociedade carcomida.

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