Dias se atrapalha e alega que jantar com Dominguetti foi “incidente”

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
[email protected]

"O senhor acha que os outros apareceram sem querer?", pressiona Renan. "Não é um evento combinado, eu não me recordo de detalhes", responde

Foto: Pedro França/Agência Senado

Jornal GGN – Segundo o ex-diretor de Logística, Roberto Dias, o jantar com o coronel Blanco e o vendedor de vacinas Luiz Paulo Dominguetti foi “acaso”, “incidental” e a denúncia de que ele cobrou US$ 1 dólar por dose da vacina AstraZeneca foi uma “história fantasiosa” criada por Dominghetti.

Questionado pelo relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL), sobre o encontro no qual teria sido feita uma negociação para a aquisição do imunzante, Dias respondeu que “esse jantar não era com fornecedor”, mas com um amigo, José Ricardo Santana, no qual tinha marcado “um chope casual”, e que, de repente, “chegou o coronel [Marcelo] Blanco [ex-assessor do Ministério da Saúde] com Dominghetti.”

Pressionado pelo parlamentar, o ex-diretor insistiu que o encontro foi coincidência ou acaso. “De quem foi a iniciativa para esse encontro?”, perguntou Renan. “Eu tenho uma agenda com um amigo num restaurante, a outra [agenda] que incidentalmente se apresenta eu não tenho nenhuma administração sobre ela.”

O relator então questiona, em ironia: “o senhor acha que os outros apareceram sem querer?”. “Eu tinha uma reunião com esse amigo, José Ricardo Santana, ex-servidor público. Na sequência, o coronel Blanco chega com esse senhor que foi identificado como Dominghetti. Como não é um evento combinado, marcado, eu não me recordo de detalhes”, respondeu, com uma leve mudança na versão.

Renan continuou a perguntar sobre o episódio, e Dias visivelmente se atrapalha, repetindo diversas vezes: “Que encontro?”.

Dias justifica que “é comum, principalmente em Brasília” encontrar pessoas de interesse político em restaurantes e eventos. Sem negar que já se encontrou com outros fonecedores fora da agenda oficial enquanto estava no cargo, disse somente que não tinha “esse hábito”.

Em seguida, o ex-servidor levanta mais mudanças de versão sobre a referida reunião: “Muito provavelmente, o Blanco sabia que eu estava neste restaurante por alguma mensagem ou telefonema”.

Assista ao trecho:

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

0 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador