Dilma cobra explicações de Mantega sobre previsão do PIB

Do Estadão

Dilma cobra de Mantega explicação sobre erro
 
Presidente havia ‘antecipado’ revisão do crescimento do PIB de 2012 para 1,5%
 
Vera Rosa e Adriana Fernandes 
 
BRASÍLIA – Surpresa com o resultado do PIB do ano passado, a presidente Dilma Rousseff conversou ontem por telefone com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, que estava em São Paulo, e cobrou dele explicações para a previsão errada. A estratégia do governo para conter a frustração generalizada será mostrar agora que a “economia real” começou a reagir no fim deste ano, o que levará a uma expansão na casa de 2,5% em 2013.

A revisão do PIB de 0,9% para 1%, em 2012, pôs Dilma numa saia-justa internacional. Na semana passada, em entrevista ao jornal El País, ela havia “antecipado” que o crescimento do ano passado seria revisado para 1,5% – quase o dobro da taxa anterior. “Resolveram reavaliar o PIB. E o PIB do ano passado, que era 0,9%, passou para 1,5%. Nós sabíamos que não era 0,9%, que estava subestimado”, disse Dilma ao jornal espanhol.

Erro. A conta errada foi atribuída no Palácio do Planalto à Secretaria de Política Econômica, comandada por Márcio Rolland. O mal-estar ultrapassou fronteiras porque a informação da presidente ao El País acabou criando uma expectativa no mercado que não se confirmou.

Diante desse quadro, Dilma e o Ministério da Fazenda montaram uma operação de comunicação para evitar novos danos à imagem do governo.

“Ainda temos um trimestre pela frente. É perfeitamente possível chegar a 2,5% de crescimento em 2013”, afirmou Mantega, ontem, numa referência à previsão do mercado.

Apesar da preocupação com o baixo crescimento, Dilma e Mantega tentam vender otimismo neste ano pré-eleitoral, na tentativa de mostrar que a administração começa a colher agora os resultados do que foi plantado. Em conversas reservadas, ministros dizem que a população não sabe o que é PIB, mas avalia com lupa o impacto de qualquer medida no seu bolso.

Foi para fazer propaganda dos programas e ações do governo que Dilma dobrou o número de viagens pelo País desde os protestos de junho, ampliou as entrevistas a rádios e entrou com tudo nas redes sociais.

Aliado a essa estratégia, o discurso da “economia real” também contempla boas notícias para a classe média. Ao falar para esse público, Dilma cita a concessão de aeroportos, o leilão do pré-sal de Libra e os investimentos previstos para as rodovias privatizadas.

Mantega também tentou ontem minimizar a polêmica ao afirmar que o Ministério da Fazenda fizera um “ensaio interno” sobre o assunto.

Redação

23 Comentários

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  1. Tchau Mantega! valeu e venha no visitar um dia!

    Mantega ajude a Dilma pede para sair!  se não for pela Dilma, faz isso por nos!  um ministro da fazenda sem credibilidade e ruim, agora tornar a presidente e muito pior!

     

    1. Aí tb não sei. A falsa

      Aí tb não sei. A falsa avaliação da revisão pelo IBGE, a ponto de entrevistas etc da presidente, é claro que é grave, aliás gravíssimo! Mas, continuamos a esperar as análises  e esclarecimentos a próposito do PIB dete último trimestre aqui no

      Luis Nasssif online.

  2. Creio que não importa o

    Creio que não importa o discurso do Ministro Guido Mantega, os analistas de mercado vão continuar atacando e criando sofismas para tentar aumentar os juros da Selic.

    O caso da previsão do PIB do terceiro trimestre é mais um exemplo, caso acertasse em cheio, diriam que o Ministério da Fazenda conseguiu informações antecipadas e privilegiada do IBGE, como não acertou em cima, estão  criticando o Ministério da Fazenda por ter errado a conta.

    O BACEN também tem um indicador para avaliar o ritmo da economia no Brasil(Índice de Atividade Econômica do Banco Central—IBC-Br), assim como a maiorias das instituições financeiras tem seus indicadores, e nos últimos meses e anos estas projeções estão bem distantes dos números do IBGE, mas a critica mais cerrada é realizada apenas contra o Ministério da Fazenda.

  3. “Creio que não importa o

    “Creio que não importa o discurso do Ministro Guido Mantega, os analistas de mercado vão continuar atacando e criando sofismas para tentar aumentar os juros da Selic.”

    Uma economia em “estagflação” a pior coisa que se pode fazer é aumentar os juros.

    1. No acumulado terceiro Trimetre de 2013 o IPCA foi 0.62%

      O terceiro trimestre teve em Julho IPCA de 0,03%, agosto IPCA de 0,24% e setembro IPCA de 0,35,  inflação acumulada no trimestre de 0,62% e  anualizada de  2,5%.

      Apesar da queda do PIB Terceiro Trimestre em relação ao trimestre anterior, no acumulado de 12 meses(um ano) houve crescimento  real de 2,3% (mais de R$ 100 bilhões), e cerca de 8% nominais(quase R$ 350 bilhões), não foi bom, mas não estamos estagnado, melhor seria um crescimento acima de 4%.

      Precisamos aguardar os dados do quarto trimestre, caso o ritmo do PIB continue em queda, indicará antes de mais que houve exagero no aperto monetário aplicado pelo copom.

      Além disso, é bom lembrar que uma das justificativas do copom para aplicar o atual aperto monetária, é justamente um ritmo de crescimento do PIB mais intenso, como pode ser observado na ata da reunião do  do COPOM de 8 e 9/10/2013,  ….”22. O Copom pondera que o cenário central contempla ritmo de atividade doméstica mais intenso neste e no próximo ano. Informações recentes indicam retomada dos investimentos e continuidade do crescimento do consumo das famílias, esse último favorecido pelas transferências públicas e pelo vigor do mercado de trabalho – que se reflete em taxas de desemprego historicamente baixas e em crescimento dos salários….”

      ….31. O Copom avalia que a demanda doméstica tende a se apresentar relativamente robusta, especialmente o consumo das famílias, em grande parte devido aos efeitos de fatores de estímulo, como o crescimento da renda e a expansão moderada do crédito. Esse ambiente tende a prevalecer neste e nos próximos semestres, quando a demanda doméstica será impactada pelos efeitos remanescentes das ações de política implementadas recentemente.

      anexo

      Atas do Copom—- 178ª Reunião —-8 e 9/10/2013,—Banco Central do Brasil

      Implementação da política monetária
       
      20. O Copom avalia que a política monetária deve contribuir para a consolidação de um ambiente macroeconômico favorável em horizontes mais longos. Nesse sentido, reitera que, no regime de metas para a inflação, orienta suas decisões de acordo com os valores projetados para a inflação pelo Banco Central e com base na análise de cenários alternativos para a evolução das principais variáveis que determinam a dinâmica dos preços. O Comitê entende, também, que riscos baixos para a inflação subjacente no curto prazo tendem a reduzir incertezas em relação ao comportamento futuro da inflação plena, facilitam a avaliação de cenários por parte da autoridade monetária, assim como auxiliam no processo de coordenação de expectativas dos agentes econômicos, em particular, dos formadores de preços. Note-se, adicionalmente, que riscos baixos para a inflação subjacente no curto prazo tendem a potencializar os efeitos das ações de política monetária, fazendo com que elas possam afetar de forma mais duradoura a dinâmica da inflação plena no futuro. Embora reconheça que outras ações de política macroeconômica podem influenciar a trajetória dos preços, o Copom reafirma sua visão de que cabe especificamente à política monetária manter-se especialmente vigilante, para garantir que pressões detectadas em horizontes mais curtos não se propaguem para horizontes mais longos.
       
      21. O Copom considera que, desde sua última reunião, os riscos para a estabilidade financeira global permaneceram elevados, em particular, os derivados do processo de desalavancagem em curso nos principais blocos econômicos. Apesar de identificar baixa probabilidade de ocorrência de eventos extremos nos mercados financeiros internacionais, o Comitê pondera que o ambiente externo permanece complexo. O Comitê avalia que, de modo geral, mantiveram-se perspectivas de atividade global moderada este ano, com tendência de intensificação ao longo do horizonte relevante para a política monetária. Há avanços localizados nas economias maduras, não obstante permanecer limitado o espaço para utilização de política monetária e prevalecer cenário de restrição fiscal neste e nos próximos anos. Já em importantes economias emergentes, o ritmo de atividade não tem correspondido às expectativas, em que pese a resiliência da demanda doméstica. O Comitê destaca evidências de acomodação dos preços de commodities nos mercados internacionais; bem como que, desde a última reunião, houve certo arrefecimento nas tensões e na volatilidade que então se observavam nos mercados de moeda.
       
      22. O Copom pondera que o cenário central contempla ritmo de atividade doméstica mais intenso neste e no próximo ano. Informações recentes indicam retomada dos investimentos e continuidade do crescimento do consumo das famílias, esse último favorecido pelas transferências públicas e pelo vigor do mercado de trabalho – que se reflete em taxas de desemprego historicamente baixas e em crescimento dos salários. De modo geral, a absorção interna vem se expandindo a taxas maiores do que as de crescimento do PIB e tende a ser beneficiada pelos efeitos de ações de política fiscal, pela expansão da oferta de crédito para pessoas físicas e empresas, e pelo programa de concessão de serviços públicos, entre outros fatores. No que se refere ao componente externo da demanda agregada, o cenário central antecipa trajetória mais benigna do que a registrada em anos recentes. No entanto, o Comitê nota que a velocidade de materialização desses ganhos esperados depende do fortalecimento da confiança de firmas e famílias.
       
      23. O Copom observa que o cenário central para a inflação leva em conta a materialização das trajetórias com as quais trabalha para as variáveis fiscais. Para o Comitê, criam-se condições para que, no horizonte relevante para a política monetária, o balanço do setor público se desloque para a zona de neutralidade. O Comitê nota ainda que a geração de superavit primários compatíveis com as hipóteses de trabalho contempladas nas projeções de inflação, de um lado, contribuiria para arrefecer o descompasso entre as taxas de crescimento da demanda e da oferta; de outro, contribuiria para criar uma percepção positiva sobre o ambiente macroeconômico no médio e no longo prazo.
       
      24. O Copom destaca que o cenário central também contempla expansão moderada do crédito. Ainda sobre esse mercado, o Comitê considera oportunas iniciativas no sentido de moderar concessões de subsídios por intermédio de operações de crédito.
       
      25. No mercado de fatores, o Copom destaca a estreita margem de ociosidade no mercado de trabalho e pondera que, em tais circunstâncias, um risco significativo reside na possibilidade de concessão de aumentos de salários incompatíveis com o crescimento da produtividade e suas repercussões negativas sobre a inflação. Não obstante sinais de moderação, o Comitê avalia que a dinâmica salarial permanece originando pressões inflacionárias de custos.
       
      26. O Copom avalia que a depreciação e a volatilidade da taxa de câmbio verificadas nos últimos trimestres ensejam uma natural e esperada correção de preços relativos. Para o Comitê, esses movimentos nos mercados domésticos de divisas, em certa medida, refletem perspectivas de transição dos mercados financeiros internacionais na direção da normalidade, entre outras dimensões, em termos de liquidez e de taxas de juros. Importa destacar ainda que, para o Comitê, a citada depreciação cambial constitui fonte de pressão inflacionária em prazos mais curtos. No entanto, os efeitos secundários dela decorrentes, e que tenderiam a se materializar em prazos mais longos, podem e devem ser limitados pela adequada condução da política monetária.
       
      27. O Copom pondera que a elevada variação dos índices de preços ao consumidor nos últimos doze meses contribui para que a inflação ainda mostre resistência. Nesse contexto, inserem-se também os mecanismos formais e informais de indexação e a percepção dos agentes econômicos sobre a dinâmica da inflação. Tendo em vista os danos que a persistência desse processo causaria à tomada de decisões sobre consumo e investimentos, na visão do Comitê, faz-se necessário que, com a devida tempestividade, o mesmo seja revertido.
       
      28. Nesse contexto, o Copom entende ser apropriada a continuidade do ritmo de ajuste das condições monetárias ora em curso.
       
      29. Diante disso, dando prosseguimento ao ajuste da taxa básica de juros, o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa Selic para 9,50% ao ano, sem viés. O Comitê avalia que essa decisão contribuirá para colocar a inflação em declínio e assegurar que essa tendência persista no próximo ano.
       
      30. Votaram por essa decisão os seguintes membros do Comitê: Alexandre Antonio Tombini (Presidente), Aldo Luiz Mendes, Altamir Lopes, Anthero de Moraes Meirelles, Carlos Hamilton Vasconcelos Araújo, Luiz Awazu Pereira da Silva, Luiz Edson Feltrim e Sidnei Corrêa Marques.
       
      31. O Copom avalia que a demanda doméstica tende a se apresentar relativamente robusta, especialmente o consumo das famílias, em grande parte devido aos efeitos de fatores de estímulo, como o crescimento da renda e a expansão moderada do crédito. Esse ambiente tende a prevalecer neste e nos próximos semestres, quando a demanda doméstica será impactada pelos efeitos remanescentes das ações de política implementadas recentemente. Esses efeitos, os programas de concessão de serviços públicos, as permissões para exploração de petróleo, entre outros, criam boas perspectivas para os investimentos e para a produção industrial. Por outro lado, o Comitê nota que ainda se apresenta como fator de contenção da demanda agregada o frágil cenário internacional, em que pese as perspectivas de progresso no horizonte relevante. Esses elementos e os desenvolvimentos no âmbito parafiscal e no mercado de ativos são partes importantes do contexto no qual decisões futuras de política monetária serão tomadas, com vistas a assegurar a convergência tempestiva da inflação para a trajetória de metas.
       
      32. O Copom ressalta que a evidência internacional, no que é ratificada pela experiência brasileira, indica que taxas de inflação elevadas geram distorções que levam a aumentos dos riscos e deprimem os investimentos. Essas distorções se manifestam, por exemplo, no encurtamento dos horizontes de planejamento das famílias, empresas e governos, bem como na deterioração da confiança de empresários. O Comitê enfatiza, também, que taxas de inflação elevadas subtraem o poder de compra de salários e de transferências, com repercussões negativas sobre a confiança e o consumo das famílias. Por conseguinte, taxas de inflação elevadas reduzem o potencial de crescimento da economia, bem como de geração de empregos e de renda.
       
      33. O Copom destaca que, em momentos como o atual, a política monetária deve se manter especialmente vigilante, de modo a minimizar riscos de que níveis elevados de inflação, como o observado nos últimos doze meses, persistam no horizonte relevante para a política monetária.
       
      34. Ao final da reunião, foi registrado que o Comitê voltará a se reunir em 26 de novembro de 2013, para as apresentações técnicas, e no dia seguinte, para deliberar sobre a política monetária, conforme estabelecido pelo Comunicado nº 22.665, de 27 de junho de 2012.
       

       

       

      1. Copom = GosplanO projeto de

        Copom = Gosplan

        O projeto de desenvolviemnto petista deu o que tinha que dar.

        Surfar na onda e se declarar protagonista não cola mais.

        1. Fortalecimento do Mercado Interno e da Distribuição de Renda

          Está apenas iniciando, com os ajustes das contas públicas e contas externas já realizado, agora será possível acelerar os aumentos reais do Salário Mínimo, principalmente na medida em que se aumentar a produção de petróleo, gás e derivados.

          Em 2014 o Salário Mínimo irá para quase R$ 750,00, e para mais de R$ 2.000,00 em 10 anos, basta aplicar os mesmos aumentos que foram aplicados de 2003 a 2013, o que fortalecerá o mercado interno e o processo de distribuição de renda.

          A perspectiva é produzir mais 4,5 milhões de barris de petróleo em 2020, além disso com o etanol de segunda geração será possível aumentar em 50% a produção de álcool combustíveis,  sem precisar aumentar a área plantada da cana.

           

        2. Caríssimo

          Caríssimo Aliançaliberal,

           

          Você está certo o PTismo já deu o que tinha que dá. Tá na hora de fazer como os alunos do Bope e pedir pra sair. Ele surfou uma onda da qual não foi responsável, e não construiu as bases de um país moderno. Temo que assim como o governo FHC esse apenas caia de podre nas eleições de 2018. Espero que em 2014 surja uma força política que se comprometa com a nação.

  4. As avaliações do copom

    …..31. O Copom avalia que a demanda doméstica tende a se apresentar relativamente robusta, especialmente o consumo das famílias, em grande parte devido aos efeitos de fatores de estímulo, como o crescimento da renda e a expansão moderada do crédito. Esse ambiente tende a prevalecer neste e nos próximos semestres,…….
    …..22. O Copom pondera que o cenário central contempla ritmo de atividade doméstica mais intenso neste e no próximo ano…..

    Atas do Copom—- 178ª Reunião —-8 e 9/10/2013,—Banco Central do Brasil

    Implementação da política monetária
     
    20. O Copom avalia que a política monetária deve contribuir para a consolidação de um ambiente macroeconômico favorável em horizontes mais longos. Nesse sentido, reitera que, no regime de metas para a inflação, orienta suas decisões de acordo com os valores projetados para a inflação pelo Banco Central e com base na análise de cenários alternativos para a evolução das principais variáveis que determinam a dinâmica dos preços. O Comitê entende, também, que riscos baixos para a inflação subjacente no curto prazo tendem a reduzir incertezas em relação ao comportamento futuro da inflação plena, facilitam a avaliação de cenários por parte da autoridade monetária, assim como auxiliam no processo de coordenação de expectativas dos agentes econômicos, em particular, dos formadores de preços. Note-se, adicionalmente, que riscos baixos para a inflação subjacente no curto prazo tendem a potencializar os efeitos das ações de política monetária, fazendo com que elas possam afetar de forma mais duradoura a dinâmica da inflação plena no futuro. Embora reconheça que outras ações de política macroeconômica podem influenciar a trajetória dos preços, o Copom reafirma sua visão de que cabe especificamente à política monetária manter-se especialmente vigilante, para garantir que pressões detectadas em horizontes mais curtos não se propaguem para horizontes mais longos.
     
    21. O Copom considera que, desde sua última reunião, os riscos para a estabilidade financeira global permaneceram elevados, em particular, os derivados do processo de desalavancagem em curso nos principais blocos econômicos. Apesar de identificar baixa probabilidade de ocorrência de eventos extremos nos mercados financeiros internacionais, o Comitê pondera que o ambiente externo permanece complexo. O Comitê avalia que, de modo geral, mantiveram-se perspectivas de atividade global moderada este ano, com tendência de intensificação ao longo do horizonte relevante para a política monetária. Há avanços localizados nas economias maduras, não obstante permanecer limitado o espaço para utilização de política monetária e prevalecer cenário de restrição fiscal neste e nos próximos anos. Já em importantes economias emergentes, o ritmo de atividade não tem correspondido às expectativas, em que pese a resiliência da demanda doméstica. O Comitê destaca evidências de acomodação dos preços de commodities nos mercados internacionais; bem como que, desde a última reunião, houve certo arrefecimento nas tensões e na volatilidade que então se observavam nos mercados de moeda.
     
    22. O Copom pondera que o cenário central contempla ritmo de atividade doméstica mais intenso neste e no próximo ano. Informações recentes indicam retomada dos investimentos e continuidade do crescimento do consumo das famílias, esse último favorecido pelas transferências públicas e pelo vigor do mercado de trabalho – que se reflete em taxas de desemprego historicamente baixas e em crescimento dos salários. De modo geral, a absorção interna vem se expandindo a taxas maiores do que as de crescimento do PIB e tende a ser beneficiada pelos efeitos de ações de política fiscal, pela expansão da oferta de crédito para pessoas físicas e empresas, e pelo programa de concessão de serviços públicos, entre outros fatores. No que se refere ao componente externo da demanda agregada, o cenário central antecipa trajetória mais benigna do que a registrada em anos recentes. No entanto, o Comitê nota que a velocidade de materialização desses ganhos esperados depende do fortalecimento da confiança de firmas e famílias.
     
    23. O Copom observa que o cenário central para a inflação leva em conta a materialização das trajetórias com as quais trabalha para as variáveis fiscais. Para o Comitê, criam-se condições para que, no horizonte relevante para a política monetária, o balanço do setor público se desloque para a zona de neutralidade. O Comitê nota ainda que a geração de superavit primários compatíveis com as hipóteses de trabalho contempladas nas projeções de inflação, de um lado, contribuiria para arrefecer o descompasso entre as taxas de crescimento da demanda e da oferta; de outro, contribuiria para criar uma percepção positiva sobre o ambiente macroeconômico no médio e no longo prazo.
     
    24. O Copom destaca que o cenário central também contempla expansão moderada do crédito. Ainda sobre esse mercado, o Comitê considera oportunas iniciativas no sentido de moderar concessões de subsídios por intermédio de operações de crédito.
     
    25. No mercado de fatores, o Copom destaca a estreita margem de ociosidade no mercado de trabalho e pondera que, em tais circunstâncias, um risco significativo reside na possibilidade de concessão de aumentos de salários incompatíveis com o crescimento da produtividade e suas repercussões negativas sobre a inflação. Não obstante sinais de moderação, o Comitê avalia que a dinâmica salarial permanece originando pressões inflacionárias de custos.
     
    26. O Copom avalia que a depreciação e a volatilidade da taxa de câmbio verificadas nos últimos trimestres ensejam uma natural e esperada correção de preços relativos. Para o Comitê, esses movimentos nos mercados domésticos de divisas, em certa medida, refletem perspectivas de transição dos mercados financeiros internacionais na direção da normalidade, entre outras dimensões, em termos de liquidez e de taxas de juros. Importa destacar ainda que, para o Comitê, a citada depreciação cambial constitui fonte de pressão inflacionária em prazos mais curtos. No entanto, os efeitos secundários dela decorrentes, e que tenderiam a se materializar em prazos mais longos, podem e devem ser limitados pela adequada condução da política monetária.
     
    27. O Copom pondera que a elevada variação dos índices de preços ao consumidor nos últimos doze meses contribui para que a inflação ainda mostre resistência. Nesse contexto, inserem-se também os mecanismos formais e informais de indexação e a percepção dos agentes econômicos sobre a dinâmica da inflação. Tendo em vista os danos que a persistência desse processo causaria à tomada de decisões sobre consumo e investimentos, na visão do Comitê, faz-se necessário que, com a devida tempestividade, o mesmo seja revertido.
     
    28. Nesse contexto, o Copom entende ser apropriada a continuidade do ritmo de ajuste das condições monetárias ora em curso.
     
    29. Diante disso, dando prosseguimento ao ajuste da taxa básica de juros, o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa Selic para 9,50% ao ano, sem viés. O Comitê avalia que essa decisão contribuirá para colocar a inflação em declínio e assegurar que essa tendência persista no próximo ano.
     
    30. Votaram por essa decisão os seguintes membros do Comitê: Alexandre Antonio Tombini (Presidente), Aldo Luiz Mendes, Altamir Lopes, Anthero de Moraes Meirelles, Carlos Hamilton Vasconcelos Araújo, Luiz Awazu Pereira da Silva, Luiz Edson Feltrim e Sidnei Corrêa Marques.
     
    31. O Copom avalia que a demanda doméstica tende a se apresentar relativamente robusta, especialmente o consumo das famílias, em grande parte devido aos efeitos de fatores de estímulo, como o crescimento da renda e a expansão moderada do crédito. Esse ambiente tende a prevalecer neste e nos próximos semestres, quando a demanda doméstica será impactada pelos efeitos remanescentes das ações de política implementadas recentemente. Esses efeitos, os programas de concessão de serviços públicos, as permissões para exploração de petróleo, entre outros, criam boas perspectivas para os investimentos e para a produção industrial. Por outro lado, o Comitê nota que ainda se apresenta como fator de contenção da demanda agregada o frágil cenário internacional, em que pese as perspectivas de progresso no horizonte relevante. Esses elementos e os desenvolvimentos no âmbito parafiscal e no mercado de ativos são partes importantes do contexto no qual decisões futuras de política monetária serão tomadas, com vistas a assegurar a convergência tempestiva da inflação para a trajetória de metas.
     
    32. O Copom ressalta que a evidência internacional, no que é ratificada pela experiência brasileira, indica que taxas de inflação elevadas geram distorções que levam a aumentos dos riscos e deprimem os investimentos. Essas distorções se manifestam, por exemplo, no encurtamento dos horizontes de planejamento das famílias, empresas e governos, bem como na deterioração da confiança de empresários. O Comitê enfatiza, também, que taxas de inflação elevadas subtraem o poder de compra de salários e de transferências, com repercussões negativas sobre a confiança e o consumo das famílias. Por conseguinte, taxas de inflação elevadas reduzem o potencial de crescimento da economia, bem como de geração de empregos e de renda.
     
    33. O Copom destaca que, em momentos como o atual, a política monetária deve se manter especialmente vigilante, de modo a minimizar riscos de que níveis elevados de inflação, como o observado nos últimos doze meses, persistam no horizonte relevante para a política monetária.
     
    34. Ao final da reunião, foi registrado que o Comitê voltará a se reunir em 26 de novembro de 2013, para as apresentações técnicas, e no dia seguinte, para deliberar sobre a política monetária, conforme estabelecido pelo Comunicado nº 22.665, de 27 de junho de 2012.

    URL:

    http://www.bcb.gov.br/?COPOM178

  5. É como no futebol, o time não

    É como no futebol, o time não vai bem, tem que trocar o técnico. No caso, a economia piorou visivelmente, tem que trocar o Min, da Fazenda. Não faz sentido ele ficar no cargo para bater record de permanencia, ou então que fique até fevereiro, bata o record e saia.

    1. que se dane o record de

      que se dane o record de permanencia!  o cargo não para engrandecimento pessoal apenas pelo tempo de serviço, mas sim pela qualidade do serviço, e essa qualidade esta ladeira a baixo!

      A Dilma que assuma o comando de seu governo de uma vez por todas se não quiser perder o emprego no final do ano!

      1. Que se dane o record…

        Já .postei no blog “Dilma Bolada”, a sujestão do seu nome para o lugar do Guido Mantega. Só não sei, se por você ser um “Palmieri”, vai sofrer alguma restrição.

    2. O PIB teve crescimento real de 2,3% em 12 meses, R$ 100 bilhões

      O Brasil está bem, estamos ganhando, apenas não estamos goleando.

      Mesmo com a enorme crise econômica internacional desde do final de 2008, e o agravamento da crise fiscal nos países da zona do euro,  em 2011,  o PIB no Brasil vem crescendo, gerando emprego e renda,  por muito menos no passado o Brasil enfrentou o inferno da recessão e do desemprego.

      O nível de desemprego está em 5,2%, e deve ficar em 4,5% em dezembro de 2013, e apesar da queda no PIB no terceiro trimestre, foram criados quase 450  mil empregos com carteira assinada no terceiro trimestre de 2013, e quase 1,5 milhões de empregos até outubro.

      Até novembro foram comprados quase 4 milhões de automóveis, ônibus e caminhões, e mais 1,5 milhões de motos, num total de 5,5 milhões de veículos.

      Estamos produzindo mais 2,5 milhões de boe(barris de óleo equivalente) de petróleo e gás, quase 1 bilhão  boe(barris de óleo equivalente) de petróleo e gás, por ano.

      O Salário Mínimo está em R$ 678,00, em 2014 passará para quase R$ 750,00.

       

      1. Não que a economia esteja uma

        Não que a economia esteja uma catástrofe, mas visivelmente parou de melhorar. Hà muitos problemas, os juros voltando a subir, inflação quase no teto da meta, fora a inflação reprezada dos combustíveis e outros administrados.

        A minha conta do minimo para 2013 é R$ 723,00 ou R$ 724,00.

        678,00 x ( Cresc.PIB 2002 (1,0%)  + IPCA 2013 (5,8%)) = 678 * (1,01 + 1,058) = 678 * 1,068 = 724,10

        1. O PIB teve crescimento real de 2,3% em 12 meses, R$ 100 bilhões

          Os juros da Selic estão sendo administrados pelo Copom, que tem justificado o aumento dos juros da Selic, baseado numa demanda doméstica robusta e uma aumento ritmo do crescimento do PIB nos próximos trimestres, caso ocorra uma significativa queda no ritmo de crescimento do PIB, o copom terá que reduzir os juros da Selic ou encontrar outra justificativa para continuar aumentando os juros da Selic, diria que vão reduzir os juros da selic da mesma forma como ocorreu em 2011, quando ocorreu o agravamento da crise fiscal dos países da zona do euro que acentuou a queda do ritmo de crescimento do PIB, mesmo com a inflação de 12 meses acima dos 7%.

          A inflação subiu por fatores sazonais, a administração dos preços dos combustíveis ajudou a compensar a pressão dos fatores sazonais, na medida em que se reverta este fatores sazonais será possível corrigir os preços dos combustíveis, além disso em 2014 e 2015 entrarão em operação parte das refinarias que estão em construção, o que vai eliminar a necessidade de importações de combustíveis, reduzindo significativamente os impactos dos aumentos internacionais dos preços dos combustíveis nos preços internos da economia.

          Ano que vem é ano eleitoral, e a Presidenta Dilma e a oposição podem querer aumentar um pouco mais o Salário Mínimo, pelo menos uma arrendondada para R$ 730,00.

           

           

  6. Explicações dadas em defesa de Mantega

    Dilma cobra explicações de Mantega sobre previsão do PIB

    Dilma cobra de Mantega explicação sobre erro

    Dilma tem que cobrar nada… e Mantega deve-lhe presentear, nos amigos secretos de final de ano das megacorporações estatais, com um Aurélio ou um Houaiss:

    previsão do PIB ou de Tempo Ruim na Economia é ainda uma área de conhecimento notório fortemente influenciado pelo hermetismo iniciático da presciência econômica, portanto, é uma ciência inata anterior aos estudos para ser ministro e, mais um portanto, é passível de erro ou da inconcretude dos desígnios do pressentimento ministerial… exceção absoluta da regra áurea das previsões a gosto do mercado futuro seria se o nosso ministro Mantega fosse Deus, quando então, a presciência é “o conhecimento que Deus tem de tudo o que acontecerá, mesmo dos atos livres” e das fatídicas previsões econômicas no atrasado da hora de virar o jogo contra o facínora “mercado vendido” enredado do seu Nassif.

     

     

     

  7. Escuta no gabinete presidencial…

    “Surpresa com o resultado do PIB do ano passado, a presidente Dilma Rousseff conversou ontem por telefone com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, que estava em São Paulo, e cobrou dele explicações para a previsão errada.”

    Parei de ler aqui. Será que as meninas, Vera Rosa e Adriana Fernandes, estavam no gabinete de trabalho da Presidenta Dilma; ou o Clóvis Rossi está “socializando” sua escuta ambiental no Palácio do Planalto? Eles são capazes de reproduzir diálogos inteiro, às vezes até colocam aspas. Como diz o Ivan: É tudo espião.

     

     

  8. Mantega (e a Fazenda) são

    Mantega (e a Fazenda) são incorrigíveis. Ja aprontou outras besteiras do mesmo quilate. Se ele quer ganhar confiança do chamado mercado essa é a pior forma: dar seguidas bolas fora.

  9. É impressionante a capacidade

    É impressionante a capacidade do PT de se cercar de incompetente e de picareta. Só na última semana teve esse caso do PIB e o do chefe de gabinete do Mantega, que teve que pedir pra sair para não ser posto pra fora.

    A sorte do PT é que a oposição consegue ser muito pior…

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