Dilma e Lula não são Vargas e Jango, por Roberto Bitencourt da Silva

Por Roberto Bitencourt da Silva

Convido o leitor a acompanhar uma proposta de interpretação um pouco distante das emoções e das crenças em conflito no jogo político do momento, que pululam na imprensa e nas redes sociais. Isso após o circo midiático em torno da arbitrária e injustificável semiprisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Procuro ampliar a escala de observação para sair do calor da conjuntura. O debate estabelecido entre, de um lado, petistas empedernidos e acríticos e, de outro, líderes demotucanos e frações de classes médias teleguiadas pelos conglomerados de mídia, convenhamos, mais embota do que auxilia a compreensão do crítico momento.

Em primeiro lugar, é necessário frisar que nos encontramos em um contexto de crise capitalista mundial, em que as fronteiras da mercantilização de serviços, bens materiais e intangíveis, necessidades individuais e coletivas têm sido intensificadas há tempos.

Sem territórios novos para a incorporação ao “mundo do mercado”, a ânsia especulativa do grande capital invade as mais diferentes esferas da vida. Hoje, a própria educação pública é alvo de extração privada de rendimentos, via expropriação orçamentária, com parcerias feitas entre Poder Público e empresas privadas, fundações e ONGs.

Os cortes orçamentários na educação pública, básica e superior, giram igualmente em torno de adaptações dos orçamentos públicos ao financiamento do grande capital nacional e internacional.

No Rio de Janeiro encontram-se em greve três importantes setores da educação pública estadual (Seeduc, Faetec e Uerj), precisamente para denunciar esse estado de coisas, contra as medidas draconianas de desinvestimentos e eliminação de direitos coletivos.

A privatização integral da Petrobras, então, está ali na esquina, como demonstraram os debates tecidos recentemente no Senado, com a aprovação do projeto entreguista do sr. José Serra, que chegou a contar com acordos com o governo federal.

Uma variável ainda decisiva a se levar em conta no momento é a queda acentuada no consumo e nos preços internacionais dos bens primários. Como o nosso país depende, fundamentalmente, das receitas com exportações, a crise econômica vem aumentando de uns dois anos para cá, sem horizonte de superação nesse quadro de dependência externa.

A fórmula de governo adotada pelo PT desde 2003, sob Lula e Dilma, tem sido marcada pela compatibilização desigual entre interesses contraditórios de classe. O agronegócio, o comércio, as corporações multinacionais e os bancos ganharam e tem ganhado muito. Os trabalhadores obtiveram aumentos salariais e o programa de combate à miséria foi incrementado.

Contudo, a diferença entre os ganhos, evidentemente, foi e é gigantesca: apenas os lucros do Bradesco e do Itaú, em dois, não mais do que três meses, têm regularmente superado o orçamento anual do programa Bolsa Família. A velha fórmula da “conciliação” foi adotada pelos governos PT, como se a roda tivesse sido inventada.

Nesse sentido, as recorrentes comparações entre as perseguições e hostilidades sofridas pelo PT, a presidente Dilma e Lula, com os ex-presidentes Getúlio Vargas e João Goulart são insustentáveis.

Getúlio Vargas (1951-54) e Jango (1961-64) governaram sob o pano de fundo da Guerra Fria e de crises sistemáticas de escassez de divisas, em virtude dos baixos preços das “commodities”. Mesmo assim, sem recursos à disposição para “conciliar” os interesses das oligarquias internas e do grande capital internacional com os dos trabalhadores, optaram por iniciativas e propostas ousadas e conflitivas, que não deixavam de lado os interesses nacionais e do povo. Senão vejamos.

No governo Getúlio Vargas foi criado o BNDES, a Petrobras e estabelecido o monopólio estatal do petróleo. Aumentou em 100% o salário mínimo e tentou criar a Eletrobras e disciplinar o capital estrangeiro.

No governo João Goulart foi criada a Eletrobras e defendida as reformas agrária e bancária. Foi aprovada e regulamentada a lei da limitação das remessas de lucros do capital estrangeiro. Igualmente importante, foi estimulada a ampla participação dos trabalhadores nas agendas pública e de governo.

Em relação ao segundo governo Dilma, com as limitações internacionais oriundas da queda das vendas e dos preços mundiais das “commodities”, a opção clara foi restringir o emprego, o consumo e os direitos dos trabalhadores.

Nos deparamos com aumento dos juros e do desemprego; amplo e acrítico acolhimento e financiamento público do grande capital estrangeiro e nacional; com um óbvio comprometimento do orçamento público da União com agiotas e especuladores e com o apoio do governo a uma lei antiterrorismo, que criminaliza os movimentos sociais.

Essa agenda do governo Dilma é totalmente compatível com a preconizada pelo PSDB/DEM, com prováveis diferenças de ritmos e formas.

A funcionalidade do PT para o sistema oligárquico e capitalista brasileiro está esgotada. A opção das classes dominantes no país é pela intensificação da retirada de direitos sociais e pelo acento à subordinação da economia e da vida nacional ao grande capital internacional. Um entreguismo turbinado.

Ah, o autor criticou tanto o PT e nada fala sobre a “direita”, a “mídia”?! Dilma, Lula e o PT não guardam qualquer relação com as experiências de Getúlio e de Jango, sobretudo no que compete às visões de país.

Agora, as direitas com pendores fascistóides, os conglomerados de mídia, em especial as Organizações Globo, estes, meus amigos e minhas amigas, são os mesmos de sempre, em suas posições entreguistas, antinacionais e antipopulares. Nenhuma novidade.

Como há muito destacava o professor Florestan Fernandes, um dos fundadores históricos do PT – e obviamente esquecido pelo mesmo –, as classes dominantes brasileiras, urbanas e rurais, sempre foram filhas do colonialismo e do escravismo. Nunca tiveram qualquer laivo de preocupação com interesse nacional e justiça social. O PT fez questão de se esquecer disso.

Quanto ao governo Dilma e ao Partido dos Trabalhadores nem eles mesmos conseguem se defender. Abraçaram a alternativa do abandono de projetos e de suas bases sociais. Optaram pela transação pelo alto, com setores que não querem mais transação alguma.

A única solução para o povo brasileiro é se preparar para o que vem. Mais cedo ou mais tarde, afastado o PT, tratado como lastimável “resíduo inservível” ao sistema, o horizonte é de uma aberta e feroz ditadura do grande capital estrangeiro e nacional.

Roberto Bitencourt da Silva – historiador e cientista político.

Publicado no Diário Liberdade.

 

 

Redação

32 Comentários

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  1. Alguém poderia esclarecer um fato grave?

    O que há de verdade nas colunas do Noblat e Merval? Houve mesmo mobilização militar na sexta-feira? 

    1. Nada.  Eh um pedido meio

      Nada.  Eh um pedido meio desesperado de ajuda do Exercito aos PATROES DELES.  Nao tem a ver com o bem estar do Brasil.

    2. Óbvio que não! Estão tentando

      Óbvio que não! Estão tentando intimidar o lado da esquerda agora que as coisas esquentaram… estão há 2 anos tacando fogo via redes sociais e midias e agora que está tudo prestes a estourar se escondem com medo do que esta por vir e clamam um apoio “falso” dos militares… Sem dúvidas há muitos generais da reserva e no alto escalão um conglomerado louco para auxiliar no golpe, mas hoje são minoria e não tem comando nem autoridade para mobilizar a massa militar para o que querem. Dessa vez se quiserem ir em frente os civis alienados do lado de lá vão ter que sujar a mão de sangue.

    3. Duvido que os verdadeiros

      Duvido que os verdadeiros militares, e não falo aqui de Bolsonaro ou alguns generais de pijama, aceitem ser enganados por uma “esparrela” destas e verem seus sonhos profissionais serem transformados em polícia-caça-droga-em-favelas. Acho que eles sabem direitinho para quem esses golpistas-entreguistas trabalham, e não é ninguém do país…

  2. Por que a Odebrecht está no olho do furacão da crise?

    Vejam porque as Organizações Globo e os EUA querem destruir a Odebrecht! Quero ver os militares estarem unidos em um golpe contra um governo que favorece o fortalecimento das forças armadas brasileiras. Quem não se recorda da explosão do satélite brasileiro e a morte de dezenas técnicos especialistas em telecomunicações e que muitos viram como um atentado perpetrado pelos “irmãos” do norte.

     

     Mectron prepara-se para o lançamento do primeiro Míssil Antinavio brasileiro (MAN-SUP)

    O lançamento está previsto para ocorrer no segundo semestre de 2016, a partir de um navio da Marinha do Brasil

     Concepção artística do MAN-SUP em voo. No detalhe, tela de telemetria com dados de voo simulado do míssil.

    A MECTRON, empresa brasileira controlada pela Odebrecht Defesa e Tecnologia (ODT), anuncia a aproximação da conclusão do desenvolvimento do MAN-SUP, o primeiro Míssil Antinavio brasileiro Superfície-Superfície e se prepara para o seu primeiro lançamento de qualificação. A realização deste lançamento será um marco inédito no país e deverá ocorrer no segundo semestre de 2016 a partir de um navio da Marinha do Brasil.

    Além de dotar a armada brasileira de mísseis antinavios nacionais, atendendo às suas necessidades operacionais, o Programa MAN-SUP da Marinha do Brasil tem o objetivo de garantir ao Brasil o domínio e a autonomia tecnológica em todo o ciclo de vida de armamentos desta classe, desde o desenvolvimento até a operação e a manutenção, sempre em parceria com a indústria nacional de defesa.

    Na MECTRON, as atividades estão focadas na finalização do projeto, fabricação, integração e testes dos protótipos que serão utilizados para os lançamentos a partir de navios da Marinha, no litoral brasileiro, contra um alvo simulado posicionado a aproximadamente 70 km do navio lançador. Flavio Gesca, Diretor do Contrato do MAN-SUP na MECTRON, esclarece que “embora não tenhamos ainda uma data precisa para o lançamento, estamos entrando na reta final de um evento que será histórico para a Marinha do Brasil e para a indústria nacional de defesa.

    Será a materialização de uma decisão estratégica tomada há alguns anos pela Diretoria de Sistemas de Armas da Marinha (DSAM): investir no desenvolvimento da tecnologia nacional. Ver hoje a capacidade de nossas equipes e os resultados de altíssimo valor agregado que estão sendo gerados, é muito gratificante”.

    O programa de desenvolvimento do MAN-SUP teve início em dezembro de 2011, numa divisão de trabalho com outras duas empresas brasileiras. Foi atribuída à Mectron a responsabilidade pelo o que é considerado o “cérebro do míssil”, o Sistema de Guiagem Navegação e Controle, que reúne os subsistemas que proporcionam autonomia e inteligência ao controle do míssil ao longo de todo o seu voo, numa trajetória de característica “sea skimming” (voo rente ao mar) em direção ao alvo.

    Adicionalmente, a MECTRON tem a responsabilidade pelo desenvolvimento do Sistema de Telemetria que será utilizado em apoio à verificação da funcionalidade dos protótipos em seus lançamentos reais. A figura a seguir ilustra os subsistemas de responsabilidade da Mectron no desenvolvimento do MAN-SUP:

    A Marinha do Brasil estrategicamente adotou requisitos que são fundamentais para o seu objetivo de soberania nacional, através da autonomia tecnológica. Em primeiro lugar, o MAN-SUP deve ser desenvolvido sem a utilização de qualquer componente que tenha restrição em seu fornecimento, ou seja, que requeira “End-User Certificate”. Em segundo, o MAN-SUP deve ter plena compatibilidade com os meios de lançamento existentes hoje na Marinha do Brasil para mísseis deste mesmo emprego, reduzindo significativamente seus custos de integração.

    Em referência ao requisito de uso de componentes sem necessidade de “End-User Certificate”, a Mectron venceu um grande desafio ao desenvolver uma solução de bateria para o MAN-SUP livre de qualquer restrição de fornecimento. Tipicamente, armamentos como este utilizam Baterias Térmicas que em todo o mundo só são fornecidas mediante aprovação de End-User.

    Flavio Gesca comenta que “a equipe da MECTRON, com sua altíssima competência e criatividade, pôde desenvolver uma solução inovadora que atende aos requisitos de desempenho, ambientais e de segurança, sem quaisquer restrições comerciais”. No caso da plataforma inercial, foi adotada uma solução projetada e fabricada pela própria Marinha do Brasil, através do CTMSP – Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo.

    No que diz respeito à compatibilidade, a MECTRON é responsável pelo desenvolvimento da completa integração do MAN-SUP aos meios de lançamentos existentes em embarcações da Marinha do Brasil, não sendo necessárias quaisquer modificações no atual sistema de disparo. Este trabalho capacitou a Mectron para futuros fornecimentos de sistemas de lançamentos completos do MAN-SUP à Marinha do Brasil e a outras nações.

    A MECTRON avança na conclusão do desenvolvimento do MAN-SUP, estando hoje na fase de integração e testes dos subsistemas, incluindo os Algoritmos de Guiagem Navegação e Controle, o Computador de Bordo, o Radioaltímetro, a integração do Sistema de Navegação Inercial, os Atuadores e Profundores, a Telemetria Embarcada, entre outros.

    Esta verificação ocorre através de uma moderna técnica, utilizada por empresas detentoras de alta tecnologia, o HILS (Hardware In-the-Loop Simulation). Esta técnica consiste em testar, em ambiente de laboratório, a integração completa entre software e hardware do míssil e o meio, este último, simulado por computador.

    Rodrigo Carnaúba, Diretor de Sistemas e Armas Navais da Mectron salienta que “o MAN-SUP será um produto brasileiro; fornecido e suportado por empresas nacionais, beneficiando a Marinha do Brasil na redução dos elevados custos de manutenção e no aumento da disponibilidade da arma (MTTR – Mean Time To Repair) pela praticidade em ter seus fornecedores/parceiros a poucas horas de distância”. Tendo sob sua liderança na Mectron outro projeto estratégico para a Marinha do Brasil, o TPNer – Torpedo Pesado Nacional em escala reduzida, este, por sua vez, para equipar os submarinos do PROSUB e em parceria com a empresa alemã ATLAS ELEKTRONIK, ele complementa: “conforme necessidades e orientações estratégicas dos nossos Clientes, seja com parcerias nacionais ou internacionais, estamos aqui para desenvolver e reter conhecimento, contribuir para o avanço tecnológico do Brasil e de nossas Forças Armadas”.

    Recentemente, a Odebrecht Defesa e Tecnologia (ODT) anunciou o início da busca de um parceiro tecnológico e estratégico para a Mectron. A companhia busca um parceiro internacional, mantendo sua característica de Empresa Estratégica de Defesa (EED). Diante das restrições orçamentárias momentâneas que estão afetando os projetos da área de defesa no Brasil, a ODT, consciente de seu importante papel estratégico-político para o nosso país no campo da defesa e tecnologia, busca um parceiro que contribua com o acesso direto à tecnologia, com uma estrutura de capital robusta e com atuação no mercado global. Com a integração deste novo parceiro tecnológico, a Mectron estará ainda mais preparada para atender as demandas estratégicas do Governo Brasileiro, das Forças Armadas do Brasil, bem como de Clientes internacionais.

    1. São coisas desse tipo que a

      São coisas desse tipo que a “cirúrgica” operação do juizinho de 1ª instância pretende destruir! Será coincidência?

      1. Com Marcelo Odebrecht preso

        Com Marcelo Odebrecht preso Deus sabe quando o míssil será lançado. Estava marcado para o segundo semestre de 2016. Agora;;;

  3. E ainda nem comecei

    Prezado Sr Roberto,

    Temos um problema arraizado em nossa cultura. Floreamos demais, complicamos demais, falamos e escrevemos em excesso. E aí que a essência se perde.

    Não é possivel tentar ganhar a discussão quando os fatos, quando a realidade aponta outro caminho.

    Que importa aos que estão sendo severamente prejudicados por esta crise, as questões filosóficas?

    O que é ou parece ser, aquilo que poderia ou deveria ser observado, a razão acadêmica e estudada do momento. De que nos serve isso quando chegam os boletos com as contas do mês? Ou quando temos de passar pelo caixa do supermercado?

    Já viu o Kg do chuchú a R$10? Maçã a R$11,90? Tomate, cebola, nem preciso dizer. Pois é aqui meu prezado que perece toda a filosofia. Por mais hábil que seja sua retórica, é na realidade que suas melhores ideias evaporam.

    Ninguém quer estudos, análises, previsões, projeções, gráficos, opiniões. As pessoas querem emprego e renda. E por mais estranho que lhe possa parecer, ninguém se importa com o resto, por mais elaborado que possa ser.

    Então Sr Roberto, o governante sábio, aquele que quer preservar o seu mandato, deve, por obrigação de ofício, trabalhar de forma febril e incansável para prover estas garantias, não importando a ninguém as cores de seu partido.

    Promessas? Existem, e são consideradas, porém minimamente, visto que promessas não pagam contas.

    O Sr é inteligente, posso perceber, mas falta-lhe sensibilidade, falta-lhe visão. Ninguém necessita de uma análise científica sobre a natureza do fogo, basta saber que pode nos ser útil ou destrutivo. O Sr conhece a natureza química elemental de uma chama? Talvez não, mas sabe que não deve aproximar sua pele dela.

    Este é momento em nossa nação. Basta de análises, basta de filosofia, basta de palavrório jurídico legal.

    Precisamos mudar nossa cultura sem termos de passar pelos severos choques que uma mudança cultural possa trazer. Somos brasileiros, cordatos, emotivos. Tratemos de nos entender. Chega de ilusão, chega de fanatismo.

    A realidade, prezado Sr, é tão simples quanto a própria vida. E é percebida pela mais rude das mentes.

    Pense nisso.

     

  4. “Procuro ampliar a escala de

    “Procuro ampliar a escala de observação para sair do calor da conjuntura. O debate estabelecido entre, de um lado, petistas empedernidos e acríticos e, de outro, líderes demotucanos e frações de classes médias teleguiadas pelos conglomerados de mídia, convenhamos, mais embota do que auxilia a compreensão do crítico momento.”

     

    Abramos a porta para o sábio Roberto Bittencourtt!

    Deixemos a luz entrar, nós, ignorantes!

     

    analisinha mais chinfrim, sô!

     

  5. Quanto a mobilização militar anunciada por Noblat e Merval

    Quanto a mobilização militar anunciada por Noblat e Merval a meu ver procede. Há muitos anos as Forças Armadas tem treinado e se preparado para atuar na segurança pública com a criação das Brigadas de Infantaria Leve e com os treinamentos de Garantia da Lei e da Ordem. Essas Organizações Militares e esses treinamentos foram empregados nas ações de pacificação do Rio de Janeiro e principalmente no Haiti.

    Os treinamentos de Garantia da Lei e da Ordem, chamadas pela sigla GLO tiveram início visando a atuação na Copa do Mundo de 2014 e nas Olimpiadas de 2016.

    No meio militar existe uma grande preocupação com a divisão atribuída ao PT e PSDB, os chamadas “Petralhas” e os “Coxinhas”, tem-se grande receio de que esses grupos possam se enfrentar nas ruas, que as polícias não deêm conta e que sobre para as Forças Armadas ter que intervir, coisa que causam arrepios nos quarteis.

    Conheço muitos militares e eles querem distência do Poder, são muito críticos ao que vem ocorrendo no Brasil, tanto pelos atos do Governo quanto da Oposição, mais se intrometer acho muito pouco provável.

    Alguém já teve o trabalho de pesquisar a quantidade de Oficiais Generais da reserva que estão no segundo e terceiro escalão do Governo do PT? Muito maior que nos Governos do PSDB. O Secretário Nacional de Defesa Civil é um General, o Diretor do DNIT era um general, na Petrobras tem vários nos segundos escalões, dizem que o antigo Comandante do Exército General Enzo foi um dos participantes da criação do Minha Casa Minha Vida e dos PACs. 

    Cabe aqui ressaltar que todos esses treinamentos são chancelados e controlados pelo Ministério da Defesa e qualquer prontidão são solicitadas e controlados pelo Ministério da Defesa comandado por ALDO REBELO, do PC do B e aliado histórico do PT.

    Esses jornalistas querem é causar tumultos e induzir a esquerda contra os militares, por saber que trata-se de coisa senível e pode causar ainda mais desgate do Governo com as esquerdas, movimentos sociais, intelectuais, etc.

     

  6. É isso.

    “A funcionalidade do PT para o sistema oligárquico e capitalista brasileiro está esgotada.”

    É isso.

    Tudo mais é espetáculo.

  7. Olívio Dutra

    “Quero que o PT saia da inhaca em que se meteu”, diz Olívio Dutra

    Petista comenta situação do partido e denúncias contra Lula

    — O Lula abriu um guarda-chuva enorme. Veio um amigo daqui, um amigo dali, que criaram situações. Agora, cabe a ele explicar, com toda a franqueza.

    É essa a expectativa do petista histórico Olívio Dutra, ex-governador do Rio Grande do Sul (1999-2002) e ex-ministro das Cidades no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2005). Fundador do PT, em 1980, junto com o também sindicalista que virou presidente da República, Dutra, aos 74 anos, bancário aposentado, é presidente de honra do PT gaúcho.

    — Não sou candidato a nada, não quero ser, não serei, não devo ser, nem ao Legislativo, nem a um posto executivo — disse ao jornal O Estado de S. Paulo em longa entrevista por telefone na tarde da terça-feira passada.

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    O mote da entrevista foi a investigação sobre a ligação do ex-presidente Lula com dois imóveis — um apartamento no Guarujá e um sítio em Atibaia — em andamento na Operação Lava-Jato e no Ministério Público de São Paulo, contestada pelo ex-presidente e seus advogados no Supremo Tribunal Federal. Além de comentá-la, o também ex-deputado constituinte (86-89) e ex-prefeito de Porto Alegre (1999-2003) aprofundou suas críticas ao PT e ao que chamou de “trampolinagem política”.

    A par da crítica amarga, Olívio Dutra mantém a esperança:

    — Eu sou PT e quero que o meu partido saia dessa inhaca em que se meteu por essa política do pragmatismo e da governabilidade a qualquer custo.

    Como o sr. está vendo as denúncias contra o presidente Lula?

    A visão que marcou a criação do PT foi essa de que a coisa pública não é propriedade do governante, dos seus amigos, dos seus familiares, dos seus partidários. Essa visão não pode mudar assim, no bojo das situações e das circunstâncias. Isso é um ideário básico. Está nas razões da fundação do PT. São questões permanentes.

    E isso mudou?

    Um partido que nasceu para ser um contestador da política tradicional e fazer da política a construção do bem comum de repente está não sendo diferente de nada das tantas coisas que criticava, contra as quais nos colocávamos diametralmente opostos. O Estado não é propriedade privada ou pessoal de ninguém, nem do governante, nem dos grupos econômicos, nem da mídia.

    O PT perdeu esse foco?

    O PT não podia perder esse objetivo na sua ação política. O PT deixou de fazer a discussão que devia ter feito. Lutamos contra a ditadura e contra as estruturas do Estado, contra os interesses dos mais poderosos, dos mais ricos, dos mais influentes. Queríamos fazer a máquina do Estado funcionar com outra lógica…

    E não foi isso que aconteceu?

    Eu tenho essa visão crítica. Eu acho que o PT está envolvido num espaço de atuação em que perdeu a sua identidade e se misturou com a política mais tradicional. Quem mudou não foram os adversários. Nós é que mudamos — e, no meu entendimento, para pior. Há necessidade de resgatar essa discussão da política como a construção do bem comum.

    O que sr. achou das explicações do ex-presidente Lula para o tríplex de Guarujá e o sítio de Atibaia? 

    Eu não converso com o Lula há bastante tempo. Tenho uma enorme estima pelo Lula, que conheci em 1975, nas lutas sérias. Tenho uma preocupação com as coisas que o Lula está sofrendo. Mas eu também fico me perguntando, em relação àquele sítio lá, e ao tríplex, por que não esclarecem logo tudo, publicamente?

    Transparência total…

    O Lula não tem nada a perder com essa transparência. Quem exerce cargos importantes sabe que os antigos inimigos se transformam em amigos. Alguns continuam sendo amigos porque ainda acham que tu podes exercer influências. Se aproximam, fazem gestos, buscam levar para uma festa, para um coquetel, uma viagem. Nada disso é de graça, tudo faz parte da trampolinagem política. Então, tem que ter a pulga atrás da orelha. O Lula não tem nada de ingênuo. É uma grande figura, de sensibilidade, com capacidade de prever as coisas, de ver longe. Eu acho que ele abriu um guarda-chuva enorme, e debaixo desse guarda-chuva veio um amigo daqui, um amigo dali, que criam situações. Agora, cabe a ele explicar, com toda a franqueza.

    Como o sr. vê o fato de o Instituto Lula ser financiado pelas empreiteiras e do presidente Lula levar uma vida profissional bancado por palestras pagas pelas mesmas empreiteiras?

    É natural na política tradicional, vem de séculos até. Então, aí não inovamos. O partido não inovou. Devia se confrontar com essas condutas e muitas vezes foi assimilando isso. Então, estamos no mesmo balaio. Essa é a questão. O Fernando Henrique Cardoso também tem um instituto. Agora, só porque ele tem, nós também temos que ter? O Sarney também tem, e aí tudo se justifica. Aí acontece o que eu chamo briga de bugio. Os bugios, quando se desentendem, fazem as fezes na mão e jogam uns contra os outros. É um processo evidente de degradação da política.

    No qual o sr. considera que o PT entrou?

    Não inovamos, pelo pragmatismo. Se está no poder, tem que governar. E, para governar, você faz um acerto aqui com esse, ali com aquele outro, e vai sendo engolido por um processo que era para ser transformado.

    O Instituto Lula e o próprio ex-presidente ficaram maiores que o partido, não?

    O Instituto Lula não é uma excrescência, mas não é uma inovação positiva. No PT, também os mandatos legislativos e executivos são estruturas maiores que as instâncias partidárias. Um vereador em São Paulo tem uma estrutura própria maior que a instância do partido. Acabam formando estruturas próprias, que se sobrepõem às estruturas democráticas do partido, criam disputas inclusive na base partidária, para ver quem é que vai ocupar o espaço. Não instigamos um debate provocativo por dentro dessa máquina. Como ir para dentro da máquina do Estado, que não funciona bem para a maioria da população, e não ser absorvido pela máquina, não ajudar de dentro para fora aqueles que de fora para dentro lutam para que essa máquina funcione com outra lógica? Essa é a questão.

    E como resolve isso?

    Tem que fazer uma autocrítica séria, o que não fizemos até agora. A maioria, que tem a direção do partido, não fez essa autocrítica séria. O partido não pode simplesmente achar que não cometeu erros. Figuras importantes, em cargos importantes dentro do governo, cometeram erros seriíssimos, agredindo inclusive o patrimônio ético moral do partido e da política. O (Paulo) Maluf, por exemplo. Eu nunca podia imaginar que um dia nós estivéssemos de braços dados com o Maluf. E por aí vai.

    Nos cargos executivos que o sr. exerceu — prefeito, governador, ministro —, como administrou eventuais ofertas de empreiteiras, palestras, por exemplo, durante ou depois do mandato?

    Eu nunca peguei dinheiro com palestra, nunca me dispus a isso.

    O sr. nunca quis fazer o Instituto Olívio Dutra?

    Não. Até porque é outra conjuntura, é outra realidade. Não sou o sal da terra e nem quero dizer que a minha experiência é a melhor. Nós também enfrentamos coisas contraditórias por aqui.

    Qual era o seu parâmetro?

    Governar bem para a maioria às vezes significa esgarçar as relações com setores que querem tirar proveito próprio de uma relação pessoal, com aquele grupo, com aquela família, com aquela pessoa. Eu sempre tive um pé atrás com isso. Nunca fui unanimidade no meu partido, nunca fui, nem hoje. Hoje eu sou oposição à direção nacional, mas eu sou PT e quero que o meu partido saia dessa inhaca em que se meteu por essa política do pragmatismo e da governabilidade a qualquer custo.

    E como é que sai?

    Nós temos estruturas que precisam ser mudadas. A estrutura política partidária que existe hoje é uma excrescência, para dizer o mínimo. Tu eleges um presidente da República, ou uma presidente, como é a Dilma, com um projeto. E o Congresso é composto majoritariamente por aqueles que defenderam outro projeto. E, no entanto, por serem maioria, eles vêm para dentro do governo. Isso cria uma contradição. Tudo vira um toma lá dá cá, um é dando que se recebe. E nós não mexemos nessa estrutura, não fizemos reforma política séria, nem reforma tributária, nem reforma agrária, nem reforma urbana, que ficou tudo no Judiciário. Continuam dando isenção tributária a grupos poderosos. Nós não mexemos nessas coisas. Fizemos muito, mas deixamos muito por fazer. E fizemos muita coisa errada também. A política não pode ser uma manobra dos mais espertos, dos mais atilados. Tem que ser a construção do bem comum com o protagonismo das pessoas.

     

  8. Muito claro. Da era PT

    Muito claro. Da era PT salvaram-se as políticas de combate à miséria e a política externa do Lula (como bem nos esclareceu o Nassif em post recente). O resto deve ser visto como o autor do artigo assinala: governos que não conseguiram formular uma agenda nacionalista e desenvolvimentista frente à atual fase do capitalismo no mundo. O autor apresenta-nos um quadro desolador segundo o qual a batalha, que, na verdade, nunca teria se iniciado, está perdida. O atual governo parece confirmar repetidamente a análise do autor. Incapaz de formular um projeto nos “bons tempos”, não será agora que o faria, diz a lógica. Mas é preciso lutar.

  9. A Globo é o golpe

    A Globo está com medo que os sem teto invadam a mansão sem dono de Paraty?

    No dia em que porta-vozes da Globo convocam os militares, jararaca passeia diante da emissora no Jardim Botânico

    publicado em 06 de março de 2016 às 14:33 no Vi o Mundo

    [video:http://www.viomundo.com.br/politica/no-dia-em-que-porta-vozes-da-globo-convocam-os-militares-jararaca-passeia-diante-da-emissora-no-jardim-botanico.html%5D

     

    Bem em-vindos a 1964: Globo chama os militares para salvar o país

    6 de March de 2016

    Por Renato Rovai, na Forum

    Dois dos principais porta-vozes da família Marinho, Ricardo Noblat e Merval Pereira, publicaram textos apontando que as Forças Armadas estão de prontidão para fazer o serviço de organizar o país.

    Um texto complementa o outro, até porque a voz que os ditou é a mesma. Artigos como esse são escritos na mesa do dono.

    Vamos a trechos:

    Noblat:

    “A crise ganhou um novo componente. Ele veste farda e tem porte de arma.Sua entrada em cena, ontem, foi o fato mais importante do dia em que o país quase parou, surpreso com o que acontecia em São Paulo.

    “Os generais estão temerosos com a conjugação das crises política e econômica e com o que possa derivar disso. Cobram insistentemente aos seus interlocutores do meio civil para que encontrem uma saída.”

    “Não sugerem a solução A, B ou C. Respeitada a Constituição, apoiarão qualquer uma – do entendimento em torno de Dilma ao impeachment ou à realização de novas eleições. Mas pedem pressa.”
    “Por inviável, mas também por convicções democráticas, descartam intenções golpistas. Só não querem se ver convocados a intervir em nome da Garantia da Lei e da Ordem como previsto na Constituição.”

    Merval:

    “Os confrontos entre petistas e seus adversários políticos nas ruas de diversas capitais do país, enquanto Lula depunha na Polícia Federal, insuflados por uma convocação do presidente do PT Rui Falcão, acendeu a luz amarela nas instituições militares, que pelo artigo 142 da Constituição têm a missão de garantir a ordem pública.”

    “O fato de terem oferecido apoio às autoridades civis mostra que, ao contrário de outras ocasiões, os militares não estão dispostos a uma intervenção, que seria rejeitada pelas forças democráticas, mas se preocupam com a crise e se dispõem a auxiliar as autoridades civis em caso de necessidade.”

    “As milícias petistas mobilizadas na confrontação física nas ruas podem transformar o país em uma Venezuela, e quanto mais os fatos forem desvelados, mais a resposta violenta será a única saída”

    Perceba que na narrativa de ambos são sugeridos “alertas” e apresentado justificativas para uma ação militar em nome de garantir a ordem publica e a paz social.

    Ao mesmo tempo o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso publica hoje um artigo na página 2 do Estadão com o título “Cartas na Mesa”. O tópico frasal é: “É preciso abrir o jogo: não se trata só de Dilma ou do PT, mas da exaustão do atual arranjo político brasileiro“.

    Isso pode ser entendido como um sinal para o diálogo.

    Mas no meio do texto o ex-presidente depois de falar de tudo que poderia ser feito, solta um parágrafo assim:

    “Agora é tarde. Estamos em situação que se aproxima à da Quarta República Francesa” (…). Aqui as Forças Armadas, como é certo, são garantes da ordem, e não atores políticos.”

    Parece um sinal de que o ex-presidente sentiu o cheiro de queimado e topa agir como bombeiro. Mas também pode ser um sinal para o PSDB de que os ateadores de fogo já estão na rua e que para se preservar como solução o partido não deve ajudar no serviço sujo.

    E no final do artigo FHC coloca na mesa a solução do semi-parlamentarismo. O que no meio de um mandato é também um golpe branco.

    Ao mesmo tempo que isso acontece, recebo um alerta de um leitor que me envia, inclusive, o comunicado que um general das Forças Armadas teria enviado a membros do alto comando da corporação.

    A Fórum vai checar a autenticidade da mensagem antes de publicá-la. Mas ela teria sido enviada a militares da reserva pró-ativa e chamaria a atenção para a atual situação política do país.

    O militar que recebeu o texto na Europa disse que após isso houve um encontro presencial com a tropa onde o alto comando teria inflamado a tropa e reclamado da falta de recursos.

    Enfim, são muitos sinais de que um pré 64 está em curso. E, de novo, com apoio das organizações Globo que sempre esteve no mesmo lugar da história.

    A foto que ilustra essa matéria é de uma manifestação que ocorreu há pouco na frente da emissora no Rio, com aproximadamente mil pessoas. Na segunda, no Sindicato dos Jornalistas, em São Paulo, haverá um ato contra a postura golpista da Globo. Num momento como esse em que está em jogo o processo democrático não se pode errar o alvo.

    Moro é apenas uma peça no tabuleiro, a Globo é o golpe.

  10. Alguma vez o Brasil chegou lá?

    O que vem das ruas, a demanda, esta nunca pára, e hoje está cada vez mais crescente e rápida. Há novidade na conscientização política, com certeza produzirá efeitos sobre qualquer governo e eleições.Digo novidade mesmo! De país que nunca chegou lá, que nunca teve aumento no discernimento político de seu povo. Resta saber se haverá o homem público que tomará ações para nutrir e contemplar as vozes que já ecoam.

  11. A análise nao contraria o

    A análise nao contraria o fato do Brasil ser uma espécie de Ucrânia tropical, com o estado sendo subvertido e dissolvido a partir de dentro, para ser entregue a uma elite nacional às ordens do capital internacional (como bem apontado por Samuel Pinheiro Guimarães), para entregar pré-sal e amazônia, mesmo concordando com a análise de que Lula e Dilma não são Vargas nem Jango, mas alguma diferença deve haver para todo um golpe desta dimensão ser urdido de maneira tão sistemática, em tantas esferas das institutições, tão bem planejado pelos mesmos de sempre. 

  12. Ué Bittencurt, dado o

    Ué Bittencurt, dado o contexto poderoso da direita sem novidade, o que vc teria feito no lugar do Lula então? Promovido uma guerra civil para tirar o dinheiro dos ricos e dar aos pobres? Getulio e Jango lutarm como podiam em suas devidas epocas, na epoca do Lula tudo era diferente meu caro. Ele usou o que podia usar de melhor pra conseguir o objetivo que era criar um governo para todos e sair do arroz com feijão secular das oligarquias. Qual é o problema disso? 

  13. “Procuro ampliar a escala de

    “Procuro ampliar a escala de observação para sair do calor da conjuntura. O debate estabelecido entre, de um lado, petistas empedernidos e acríticos e, de outro, líderes demotucanos e frações de classes médias teleguiadas pelos conglomerados de mídia, convenhamos, mais embota do que auxilia a compreensão do crítico momento.”

    Quando se coloca assim, acima do bem e do mal onde estamos nós os reles mortais, perco logo a vontade de ler o resto.

  14. Para mim, o texto deu uma

    Para mim, o texto deu uma carteirada no começo, depois analisa os dois últimos anos (que não retiraram direitos trabalhistas – não confudir “benefícios” com “direitos”) tomando a parte pelo todo e, com isso, diz que o governo não é tão bom como alguns dizem que é. Nem Jango nem Getúlio acabaram com a fome no país. Nos governos do PT, tivemos aumento real da renda do trabalhador, ascensão de milhões à classe média e diminuição das desigualdades sociais. São avanços tímidos, se considerarmos a grande dívida histórica que temos; imenso, se também a considerarmos, sob o ponto de vista de que nada desse tipo e dessa extensão foi feito antes.

    Que nos últimos dois anos houve erros e uma certa guinada à direita, disso ninguém discorda. Nem discorda sobre ter havido uma conciliação no período, pois se fez os avanços acima mencionados sem incomodar (muito) o “andar de cima”. Sò que os fatos são insofismáveis. Pode-se falar o que quiser, mas os feitos acima mencionados colocam o PT na condição de uma centro-esquerda sim. O resto é conversa fiada, pois é impossível governar, pelo menos no momento, de uma outra forma.

    Há que se espantar a restauração conservadora e aí, é claro, fazer uma profunda reflexão sobre como a tal da esquerda vai proceder daqui por diante, pois é óbvio que o pacto só dura até um tanto, depois a paciência dos “donos do mundo” acaba e aí vemos o que estamos vendo. Mas no momento, avaliar que o PT não foi um governo de esquerda, ainda que conciliatório, é brigar com os fatos, além de derrotista. Então vamos entregar tudo para o PSDB e para o capital internacional e ponto final.

    Temos um asset incrível, que é o fato de termos conquistado a presidência por uma quarta fez, e parece que tem gente que não entende isso. Pixam talvez a única coisa que temos e a única esperança para a esquerda não só no Brasil, mas na América Latina. Não é jogando fora o pouco que conquistamos que nós vamos avançar. Está aí talvez uma verdade óbvia que a vaidade intelectual de uma certa esquerda tem dificuldade de aceitar.

  15. O que torna semelhantes e da mesma forma odiados

    O que torna semelhantes e da mesma forma alvo de ódio os governos citados no post foi a inclusão social da senzala, isso jamais será aceito nesse pais, quanto a politica de conciliação implentada nos últimos anos, havia outra alternativa? Nem isso a oligarquia de Pindorama aceitou. Havia espaço para ruptura sem maioria no Congresso? Isso é fato: todo e qualquer líder que ousar enfrentar o apartheid racial sic social como fez Lula sofrerá oposição implacável da nossa zelite zelote prá lá de burra e atrasada, sempre foi assim, aqui e em qualquer outra parte do mundo, Mandela e outros líderas que o digam,  Benvindo Siqueira desenha

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=AOrZGmI9HMA%5D

  16. O que unifica a oligarquia

    O que unifica a oligarquia contra os personagens citados ou: porque a oligarquia tupiniquim odeia a jaraca ou as “jararacas”, nada a ver a comparação feita no texto, eram contextos diferentes, havia espaço para radicalizar sob Vargas, já sob Jango nem tanto…texto sem noção, sinto muito afirmar isso, mas o autor do texto deveria ligar o desconfiômetro antes de escrever o que escreveu: defender ruptura como, como aprovar lei de médios, com muita luta Lula criou a TV Brasil, o sistema de partilha para o pré-sal, coisas que um congresso conservador eleito no rabo das jornadas conservadoras de 2013…para se ter uma ideái não há sequer um senador do campo proressistas em estados como GO, MG, RS, SP…

    1. A visão do articulista é tão

      A visão do articulista é tão limitada e restrita quanto a dos golpistas que promovem o golpe contra a DEMOCRACIA e o Estado Demorático de Direito. Os golpistas so veem o GOLPE. O articulista só vê o que quer, renega qualquer conquista do governo petista que retirou 40 milhões da miseria e inseriu 40 milhões na classe C. No mundo o Brasil foi o unico capa disso. Não é pouca coisa, mas para o articulista não vale a pena nem ser citado, é coisa pequena.

      A criação de inumeros programas que hoje permitem que um povo que passava FOME coma tres vezes ao dia e que uma filha de faxineira curse faculdade de psicologia ou medicina é irrelevante para ele. Coloca o cabra capinando no sol do meio dia do nordeste por 30 dias sem comida e pouquissima agua que ele dará valor imenso a um prato de comida e uma caneca d’agua. E não vou falar no filho do pobre virar doutor pois o doutor provavelmente deve não gostar de se misturar. Para ele é totalmente desnecessário isso. Melhor seria deixar o pobre no lugar que sempre foi por direito dele: serviçal da Casagrande.

    2. nao fez mais que a obrigação,

      nao fez mais que a obrigação, foi muito bem pago pra eles fazerem isso, saiu do meu bolso e de todos os brasileiros., roubar aos brasileiros nao podemos aceitar.

  17. muito bom argumento

    A unica explicação para estes dois pesos e duas medidas é que as elites ao escolherem entre um cão pastor e um lobo, preferem o lobo. Não importa o quanto o lobo irá se  “aproveitar” do rebanho. O importante é que o rebanho sempre estara com medo e quieto na esperança de não ser a “ovelha” da vez. Por outro lado um cão pastor cuidaria do rebanho e impediria a aproximação dos lobos. Mas e quando um dos Srs quisesse se “servir” de uma ou mais ovelhas????

    Melhor um lobo para cuidar do rebanho que um cão pastor de deixe o rebanho confiante.

  18. A situação é mais complicada que o articulista sugere
    O Roberto esqueceu que força progressista no Brasil só existe no PT e aliados, as demais esquerdas ou não tem representação ou são covardes, é o caso do Psol e Luciana Genro que está comemorando a investida da Lava Jato contra o Lula.
    Na visão de Luciana com o Lula preso e o PT fora do Planalto abre um vácuo pra ela e o Psol ocupar.
    O erro do PT vai bem mais além das críticas do Roberto. O partido sempre apanhou da mídia e nunca respondeu. Deixou facções evangélicas crescerem na câmara e não fez nada. Moradores de vilas e favelas do Brasil são obrigados a viver em meio a violência e sem saneamento básico, nesses anos do PT no governo pouco se fez por essa gente.

  19. Artigo pretensioso, mas ….

    É um artigo pretensioso,usa algumas categorias bem batidas, mas  fazendo eco as analises tucanas, fala sempre de uma conjuntura economica favorável e simples.  Esquece da herança maldita e tremenda crise economica mundial que abalou bastante os paises ditos do primeiro mundo. Foram as mudanças de rumo traçadas pelo PT e também por outros paises que possibilitaram a formação dos BRICS  e possibilitaram a implementação de uma politica economica, que se baseiou essencialmente em respeitar a população e fazer com que uma grande maioria acessasse ao consumo pela primeira vez na vida. Todos sabemos da importância dos Brics no cenário mundial e também dos interesses que isto contraria.

    E foi através da políticas publicas  e sociais que o Brasil criou um mercado interno que deu ao pais não apenas taxas de crescimento mas sobretudo taxas de inclusão. Isto foi feito com uma forte atuação do estado. Isto foi combatido duramente pela mídia e também no exterior. Não me esqueço dos debates ideológico que se seguiram no Estados Unidos e aqui no Brasil onde tal política era considerada comunista por alguns. No entanto o proprio Estados Unidos teve que dar o braço a torcer e para sair da crise  adotaram, da mesma forma, a intervenção do estado na economia.  Foi portanto uma mudança de foco na politica economica que fez o crescimento do Brasil, e o colocou no seu devido lugar junto as economias mundiais. Assim o Brasil atravessou a crise, e não venham me dizer que isto era uma política de FHC, pois este provavelmente iria ao FMI, perguntar o que fazer. Neste periodo o Brasil se liberou  do FMI.  De fato esta política economica se dá dentro do quadro do capitalismo, mas seria uma sandice não perceber que nenhum governo eleito e dentro da conjuntura atual  poderia jamais implantar uma revoluçao verdadeiramente socialista. Uma revolução socialista necessita uma conjuntura muito diferente. Portanto  tudo isto se deu pela analise realista e clarividente dos governos petistas. ( Mormente Lula). E digo mais,  se tivessemos  persistido,  com algumas variações,  na mesma linha o país estaria bem melhor. Não concordo com a abdicação desta política, por parte de Dilma. Os tais ajustes são sempre recessivos e um cabeça de planilha como Levy, é apenas um agente financeiro.  Mas os nossos problemas economicos, estão associados principalmente a uma traição da base do governo, que se cindiu e se uniu a oposição e a partir daí vem gerando uma paralisia total e completa nas instituições. Isto unida a uma ação orquestrada com parcelas significativas do judiciário. Não podemos nos esquecer que as políticas sociasi fizeram os bancos estatais crescerem muito, o que incomodou o sistema financeiro, que se uniu também aos interesses geopolíticos externos. Foram direto nas empreiteiras, e com isto paralisaram o PAC, e na Petrobras, responsável por parte significativa do PIB.  Estes interesses contam ainda com a ajuda  de uma quinta coluna significativa que defende interesses externos no país. Portanto esta pseudo critica  neutra e não partidária é no minimo equivocada e como sempre tenta inculpar o PT. Estamos diante de um verdadeiro estupro e há os que ainda culpam a vítima.

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