Dilma e o terror, por Sergio Leo

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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do Valor

Dilma e o terror

Por Sergio Leo

“O uso da força é incapaz de eliminar as causas profundas dos conflitos”, declarou a presidente Dilma Rousseff, na Assembleia Geral das Nações Unidas, quando dedicou 70% de seu discurso a assuntos internacionais e 30% a um balanço otimista da gestão petista no Brasil.

“Gente, vocês acham que bombardear o Isis resolve o problema?”, disse ela a jornalistas, mais tarde, referindo-se ao grupo terrorista mais conhecido hoje como Estado Islâmico. A pergunta, retórica, só aceita um “não” como resposta.

É possível listar episódios em que Dilma tropeçou na própria língua, como recentemente ao dizer que “papel de jornalista não é investigar” (disse e corrigiu-se: não condenava investigações por jornalistas, apenas queria lembrar que elas não têm valor legal).

Dilma condenou ataques aéreos sem permissão da ONU

 

 

Mas, como esclareceu o ministro Luiz Alberto Figueiredo, não havia como interpretar a manifestação de Dilma na ONU como um apoio ao Estado Islâmico, o bem organizado grupo terrorista que controla parte do Iraque e da Síria.

Dilma condenou os ataques aéreos ao Estado Islâmico sem autorização da ONU, lembrando que o uso unilateral da força para eliminar potenciais ameaças à paz mundial fracassou no Afeganistão, no Iraque e na Líbia. No lugar de regimes de força foram deixados Estados falidos e celeiros de terroristas que espalharam instabilidade no Oriente Médio. Ao mencionar o conflito Israel-palestinos em Gaza, ela fez questão de acrescentar: “repudiamos sempre o morticínio e agressão dos dois lados” – frase que opositores passaram a interpretar, com equivocado entusiasmo, como referente ao ataque dos EUA aos terroristas.

O fracasso da ação armada do “Ocidente” contra reais ou inventadas ameaças terroristas fez o Nobel em economia Joseph Stiglitz, ainda em 2008, calcular em US$ 3 trilhões o custo das guerras malsucedidas no Iraque e no Afeganistão. Segundo estudo da Brown University, a violência diretamente relacionada a esses conflitos matou, nos primeiros dez anos de intervenção americana, pelo menos 132 mil civis, 12 mil deles crianças afegãs.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, sabedor dessa contabilidade macabra, prometeu reduzir a presença militar americana e relutou em envolver os EUA em novos combates – o que lhe rendeu ataques virulentos da oposição conservadora e até fogo amigo de sua ex-secretária de Estado, Hillary Clinton, que, há dias, atribuiu o fortalecimento do Estado Islâmico à falta de maior apoio americano à oposição síria moderada.

O ataque ao Estado Islâmico é tema eleitoral nos EUA, e até opositores sírios desconfiam que a ação americana tenha fôlego curto, por responder mais a motivações internas que de política externa, às vésperas de eleições legislativas que ameaçam a gestão Obama.

Países vizinhos como Turquia e Índia apontam para o risco de ações que apenas empurrem os militantes a refúgios de onde seguirão com atos de terror na vizinhança.

Em artigo recente, o ex-ministro de Relações Exteriores da Austrália Gareth Evans mostrou a dificuldade em eliminar os terroristas no território fragmentado da Síria e Iraque, com o apoio de malpreparados militares iraquianos e curdos e de uma pouco confiável oposição síria. Mais que isso, sabedor de que, diferentemente da Al Qaeda, o Estado Islâmico instala-se em centros urbanos, onde opera como um arremedo de Estado nacional, Evans vê grande risco de os ataques criarem vítimas civis, fomentando apoio a terroristas.

Figueiredo deixou claro que as elípticas entrevistas de Dilma reafirmam a tese do Itamaraty sobre a necessidade de “diálogo”, não com os degoladores de inocentes, mas

todos os atores estatais relevantes para a estabilidade da região, alguns com posições aparentemente irreconciliáveis. É inconcebível, por exemplo, uma estratégia para acalmar a região sem adesão do Irã xiita, visto como rival pela hegemonia no Oriente Médio pelos árabes sunitas do Conselho de Cooperação do Golfo (alguns deles ex-protetores de extremistas que hoje combatem ao lado dos EUA). Goste-se ou não, como lembra Evans, será preciso incluir o ditador Bashar Al-Assad na conversa.

Quase 200 ataques aéreos ao Estado Islâmico no Iraque, onde os EUA têm apoio do Exército local, não o enfraqueceram. Na Síria, as bombas sobre fontes de receita dos terroristas, como refinarias, podem ter maior impacto, ao custo de deixar para trás terra arrasada, sem eliminar de fato a ameaça do terror.

É arriscado armar a oposição síria, como querem alguns falcões nos EUA e Obama reluta em fazer. O apoio aos heroicos resistentes à invasão da União Soviética no Afeganistão resultou na Al Qaeda de Bin Laden. Milícias armadas para combater o ditador Muamar Gadafi na Líbia são hoje bandidos que levaram o terror a Mali e seguem combatendo tropas francesas por lá.

Os ataques aéreos levam o Estado Islâmico a avançar próximo à fronteira com a Turquia, de onde partiram nos últimos dias 140 mil refugiados. O respeitado estrategista indiano Brahma Chelaney, ex-assessor do Conselho de Segurança Nacional da Índia, também em artigo publicado na semana passada, alertou para o risco de Obama envolver-se em uma guerra permanente contra um número crescente de inimigos que a própria guerra ajuda a criar. (O Estado Islâmico, lembra ele, era “amigo”, contra Assad, até arremeter contra bases americanas e começar a decapitar homens brancos).

Os indianos, diz Chelaney, veem, nas tratativas americanas com atores na região, como talibãs afegãos abrigados no inconfiável Paquistão, indicações de que o objetivo maior é confinar os conflitos ao Oriente Médio, região fadada, assim, à permanente instabilidade.

Ao Brasil, exatamente por sua condição de emergente sem fortes recursos de poder, resta o papel de se manifestar sempre que a força bruta se mostra como uma solução (falsa) em comparação à difícil busca de uma solução permanente e multilateral. É essa a tradição do Itamaraty, seguida por Dilma Rousseff na semana passada, na assembleia da ONU.

Sergio Leo é jornalista e especialista em relações internacionais pela UnB. É autor do livro “Ascensão e Queda do Império X”, lançado em 2014. Escreve às segundas-feiras

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

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  1. “Gente, vocês acham que

    “Gente, vocês acham que bombardear o Isis resolve o problema?”, disse ela a jornalistas, mais tarde, referindo-se ao grupo terrorista mais conhecido hoje como Estado Islâmico. A pergunta, retórica, só aceita um “não” como resposta

     

    Isso eh tropeca na propria lingua ou eh a dificl tarefa de defender o OBVIO nesse mundo sedento por sangue. Paz eh o C* ninguem quer paz, no mundo e no Brasil. A hipocrisia dos daqui chega a dar medo. Aqui se brada paz e se aplaude os linchamentos desde de ladrao de biscoito ateh assassinos confessos. Aqui se fala em ir para prisao mas se reclama que o “dinhoro dos impostos” estah indo para sustenatr vagabundo. Eh soh pegar o discurso populista de bolsonaro, raquel “Cheira_Saco”, etc para perceber que esse pessoal tem uma visao oposta do que eh ter paz.

  2. “O ataque ao Estado Islâmico

    “O ataque ao Estado Islâmico é tema eleitoral nos EUA…”

    Aqui também.

    O cartel midiático, em sua alucinada jornada a favor da oposição, caiu de pau na lição de bom senso e humanismo dada por Dilma em NY.

    Eu gostaria de ver a reação do bando formado pelos waacks, mervais, mirians, sardembergs, jabors, reinaldos, augustos… diante desse artigo irretocável e bem fundamentado. Ouvir/ver os comentários dessa turma embrulha o estômago.

  3. Muçulmanos europeus se mobilizam contra jihadistas do EI

    Muçulmanos europeus se mobilizam contra jihadistas do Estado Islâmico

    http://www.em.com.br/app/noticia/internacional/2014/09/24/interna_internacional,572260/muculmanos-europeus-se-mobilizam-contra-jihadistas-do-estado-islamico.shtml

    AFP – Agence France-Presse

    Publicação: 24/09/2014 09:52 Atualização:

    Os muçulmanos da Europa, horrorizados com as atrocidades do grupo Estado Islâmico (EI) no Iraque e na Síria, se mobilizam contra os jihadistas organizando na Alemanha um dia de protesto contra o ódio, uma manifestação na Noruega ou até uma campanha mundial no Twitter na Grã-Bretanha.

    Os muçulmanos europeus temem ser ligados aos atos violentos dos jihadistas, amplamente difundidos pelas redes sociais, ou inclusive à radicalização de alguns de seus membros.

    No entanto, a intensidade da mobilização varia de acordo com os países.

    Na Grã-Bretanha, a fundação Active Change lançou uma hashtag “Não em meu nome” (#notinmyname) que convoca os tuiteiros muçulmanos a enviar mensagens contrárias ao grupo Estado Islâmico.

    A campanha teve um sucesso espetacular com milhares de mensagens em todo o planeta.

    Na Alemanha (4 milhões de muçulmanos, 5% da população), cerca de 2.000 mesquitas nas principais cidades do país participaram de um dia de “Muçulmanos contra o ódio e a injustiça”.

    As imagens de muçulmanos orando em Berlim, no populoso bairro de Kreuzber, chamado de pequena Istambul, impactou a opinião pública.

    No entanto, o jornal Frankfurter Allgemeine Zeitung (FAZ) disse que existe um sentimento de hostilidade crescente em relação aos muçulmanos.

    É lamentável que “pessoas que cresceram e foram educadas aqui, que formam parte da sociedade, ainda devam explicar que não são criminosas”, disse Fazli Altin, presidente da Federação Islâmica de Berlim.

    Na Noruega, 5.000 pessoas, segundo os organizadores, participaram no fim de agosto de uma marcha convocada por jovens muçulmanos.

    Na França, “os muçulmanos condenam firmemente este ‘Estado’ que não tem nada de Islâmico”, disse à AFP Abderrahman Dahman, presidente do Conselho dos Democratas Muçulmanos da França.

    Dahman é um dos impulsionadores de um apelo lançado recentemente contra o Estado Islâmico por responsáveis religiosos, mesquitas e associações muçulmanas.

    No entanto, Dahman reconhece que a maior comunidade muçulmana da Europa permaneceu em sua maioria silenciosa.

    “Por que? Por uma razão muito simples: estão fartos da islamofobia, da discriminação”, explica Dahman.

    Ghaleb Bensheij, presidente da Conferência Mundial de Religiões para a Paz, lamenta que “o vocabulário, as palavras do Islã tenham sido confiscados por criminosos e terroristas. As palavras fatwa, jihad, califado, foram deturpadas. Jihad era um esforço no caminho de Deus, se converteu em um sinônimo de barbárie”, afirma.

    Abdelasiem El Difraoui, autor de “Al-Qaeda através da imagem”, diz que “o meio muçulmano está alarmado, assustado”.

    O Estado Islâmico é “uma seita que não tem muito a ver com o islã, vai contra a corrente da ortodoxia sunita”, sustenta.

    A radicalização é assunto de uma ínfima minoria, insiste El Difraoui.

    “Antes tingiam o cabelo de verde para chocar sua avó. Eram punks. Agora é mais chique se tornar jihadista. É uma forma de ‘No Future’, mas também se baseia no fato de que a juventude adora certa forma de ultraviolência”, disse à AFP.

     

  4. NÃO À ISLAMOFOBIA
          MUÇULMANOS/FRANÇA –   Artigo publicado em 26 de Setembro de 2014 – Atualizado em 26 de Setembro de 2014

     

    http://www.portugues.rfi.fr/geral/20140926-comunidade-muculmana-francesa-realiza-manifestacao-em-paris-para-condenar-acoes-do-gr

     

    Comunidade muçulmana da França condena violências do grupo Estado Islâmico

    Assassinato do guia de montanha e fotógrafo, Hervé Gourdel, pelos jihadistas Jund al-Khilafa, ligado ao grupo Estado Islâmico, revoltou a comunidade muçulmana.Assassinato do guia de montanha e fotógrafo, Hervé Gourdel, pelos jihadistas Jund al-Khilafa, ligado ao grupo Estado Islâmico, revoltou a comunidade muçulmana.REUTERS/Patrice Masante

     

    RFI

    Chocados com o assassinato do guia de montanha e fotógrafo francês Hervé Gourdel, anunciado na quarta-feira (24) à noite por jihadistas argelinos ligados ao grupo Estado Islâmico, muçulmanos franceses se mobilizam em todo o país para condenar as barbáries cometidas em nome do Islã. Em Paris, uma grande manifestação será realizada nesta sexta-feira (26) em frente à maior mesquita da capital.

     

    Em toda a França, autoridades muçulmanas se pronunciam contra as violências de grupos jihadistas e temem ser associados aos crimes de grupos extremistas. Um forte movimento contra a as barbáries do grupo Estado Islâmico vem se intensificando nas últimas semanas e ganhou força com o anúncio da decapitação de Gourdel.

    Em um apelo pouco frequente, o presidente do Conselho Francês do Culto Muçulmano (CFCM), Dalil Boubakeur, pediu para que “muçulmanos e seus amigos” compareçam diante da Grande Mesquita de Paris nesta tarde para protestar contra “o horror e a barbárie sanguinária dos terroristas”.

    Manifesto

    Na edição de hoje do jornal francês Le Figaro, personalidades muçulmanas assinam um manifesto declarando solidariedade às vítimas do grupo Estado Islâmico. “Nós também somos franceses sujos”, diz o documento. O protesto é uma resposta ao jihadistas ultrarradicais que na segunda-feira pediram que muçulmanos ao redor do mundo assassinem norte-americanos e “principalmente os franceses sujos e crueis”, dois dias antes do assassinato de Gourdel.

    Entre as principais autoridades muçulmanas a assinar o protesto, estão o imã da mesquita de Lyon, Kamel Kabtane, o diretor do semanário Jeune Afrique, Marwane Bem Yahmed, e a senadora socialista, Bariza Khiari.

    “Um de nossos compatriotas, que caiu nas mãos de um grupo de bárbaros fanáticos, foi assassinado e integra a lista dos reféns em nome de um Islã que nenhum de nós se reconhece. Nós, muçulmanos da França, não temos outra escolha além de expressar nossa repulsa e denunciar esses crimes abomináveis perpetrados em nome de uma religião cujos fundamentos são a paz, a misericórdia e o respeito à vida”, diz a coluna.

    Campanha no Twitter

    No Twitter, uma campanha iniciada no Reino Unido, popularizada através da hashtag #NotInMyName (não em meu nome), ganhou uma versão francesa, #PasEnMonNom. A plataforma vem sendo utilizada pela comunidade muçulmana para expressar sua revolta contra o grupo Estado Islâmico. “Nós não somos terroristas” ou “Não faça mal à minha religião”, são algumas das mensagens veiculadas nos últimos dias.

    O objetivo das mensagens, manifestos e protestos é de deixar clara a diferença entre a fé que eles seguem a religião muçulmana e o fanatismo dos radicais. Outros se revoltam contra a necessidade de fazer essa diferenciação, o que denotaria algum tipo de culpa injustificada. E uma parte acredita que, embora não tenham nada a ver com os terroristas, falta às lideranças muçulmanas da França um discurso mais incisivo de repúdio aos extremistas no cotidiano, não apenas neste momento.

    Islamofobia

    Desde o anúncio do assassinato de Gourdel, personalidades políticas e da mídia francesa de tendência conservadora intimam que os muçulmanos se posicionem contra a barbárie. O jornal Le Figaro também lançou uma polêmica publicando em seu site uma enquete online perguntando aos internautas se a “condenação dos muçulmanos da França” era suficiente. Intensamente criticada e classificada de islamofóbica por muitos leitores, a consulta foi retirada da página algumas horas depois.

    Para o politólogo especialista no Islã da Sciences Po, Mohamed-Ali Adraoui, há uma “teatralização” dos debates ligados ao Islã neste momento, classificando os muçulmanos como “cruéis”, quando eles são jihadistas, ou “simpáticos”, quando eles denunciam o islamismo radical. Segundo ele, a situação é “paradoxal”: “quando é conveniente, queremos que os muçulmanos do país sejam apenas franceses e recusamos as comunidades. Mas, neste momento, eles são considerados integrantes de um único bloco”.

     

  5. Dilma e o Terror

    29/09/2014 11h03 – Atualizado em 29/09/2014 13p3

    Hotel em Brasília é esvaziado após homem fazer funcionário refém

    Ele teria colocado um colete com dinamite em mensageiro do hotel.
    Cerca de 300 hóspedes do hotel foram obrigados a deixar os quartos.

     

    Raquel Morais Do G1 DF

     

    O hotel Saint Peter, no centro de Brasília, foi esvaziado no início da manhã desta segunda-feira (29) depois que um homem algemou um funcionário e o vestiu supostamente com um colete com dinamites. De acordo com testemunhas, ele fez o check-in por volta das 7p0. Às 8h, subiu para o 13º andar e bateu de quarto em quarto mandando os hóspedes descerem e informando que se tratava de uma ação terrorista.

    Agentes do Corpo de Bombeiros e das polícias Civil e Militar isolaram a área e retiraram os cerca de 300 hóspedes que estavam no hotel.

    Um publicitário de Ribeirão Preto (SP) que está no DF a trabalho conta que foi abordado pelo homem às 8p0. “Ele bateu na porta do meu quarto e mandou juntar todas as coisas e descer. Estava armado e com o mensageiro já algemado, cheio de bombas no corpo”, diz.

    Segundo o publicitário, que não quis se identificar, o homem passou em todos os quartos mandandos os hóspedes descerem. O publicitário desconfiou que fosse um assalto. “Depois, enquanto eu terminava de juntar as coisas, ele voltou no meu quarto e disse que não era roubo nem nada, era terrorismo. Que ele não estava brincando.”

    Mensageiro do hotel algemado na varanda de um dos quartos com o sequestrador armado atrás  (Foto: Polícia Civil/Divulgação)Mensageiro do hotel algemado na varanda de um dos quartos com o sequestrador armado atrás (Foto: Polícia Civil/Divulgação)

    A polícia não confirma que o mensageiro esteja com um colete com dinamites, mas não descarta a possibilidade. Nas imagens do refém junto ao sequestrador é possível ver que o colete tem uma fileira de objetos claros e cilindrícos nas laterais. Se for mesmo dinamite, a carga tem capacidade para danificar a estrutura do hotel, segundo a polícia.

    O delegado Marcelo Fernandes disse que o sequestrador já foi identificado, mas não revelou o nome dele. De acordo com Fernandes, o homem já teve um cargo eletivo no Tocantins, mas ele também não revelou quando nem qual era o cargo.

    Sequestrador armado mantém refém em a=sacada de hotel em Brasília; colete da vítima tem objetos cilíndricos que supostamente seriam bananas de dinamite (Foto: Gabriel Mayer/Divulgação)Sequestrador armado mantém refém em sacada de hotel em Brasília; colete da vítima tem objetos cilíndricos que supostamente seriam bananas de dinamite (Foto: Gabriel Mayer/Divulgação)

    Apesar de manter o mensageiro do hotel refém, o sequestrador não tem uma “postura agressiva”, afirmou o delegado. Fernandes disse ainda que todas as falas do homem têm relação com política. Ele pede, entre outras coisas, “a queda da Dilma”, declarou. A interlocução com o sequestrador é feita por três negociadores da polícia.

    Curiosos se aglomeravam debaixo do bloco do prédio dos Correios, em frente ao hotel. Eles reclamavam da falta de informações. Hóspedes também diziam que não sabiam quando poderiam buscar as malas.

    O lutador de MMA Minotauro, que estava hospedado no hotel e teve de deixar o quarto às pressas (Foto: Dayane Oliveira/G1)O lutador de MMA Minotauro, que estava hospedado
    no hotel e teve de deixar o quarto às pressas
    (Foto: Dayane Oliveira/G1)

    O hotel é o mesmo onde o ex-ministro José Dirceu, condenado no processo do mensalão, iria trabalhar ganhando R$ 20 mil mensais. Dirceu acabou desistindo do trabalho devido à repercussão negativa do caso. O imóvel está localizado no Setor Hoteleiro Sul, às margens do Eixo Monumental, e possui 400 quartos distribuídos em 15 andares.

    ‘Vazamento de gás’
    Os lutadores de MMA e irmãos Minotauro e Minotouro, que estavam hospedados no hotel, tiveram de deixar o quarto às pressas após serem informados de que havia um vazamento de gás. Eles participaram em Brasíla do Capital Fitness, realizados no final de semana.

    Minotauro disse que eles estavam hospedados no quarto andar do hotel e não ficaram sabendo de nada sobre o sequestro. “A gente desceu pelo elevador. Lá dentro não ficamos sabendo de nada. A primeira informação foi que estava tendo um vazamento de gás, que era para a gente sair o mais rápido possível.”

    O lutador disse que demorou a deixar o hotel porque estava tomando café da manhã. “Quando chegaram ao meu quarto eu tinha saído para tomar café, então quando voltei os quartos já estavam todos abertos, ninguém tinha nenhuma informação.”

    Fonte: http://g1.globo.com/distrito-federal/noticia/2014/09/hotel-em-brasilia-e-esvaziado-apos-homem-fazer-funcionario-refem.html?utm_source=facebook&utm_medium=social&utm_campaign=g1

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