Direito de Resposta sobre o Zona Azul

Contrariando todas as boas práticas do Direito de Resposta, a Nota da assessoria do Secretário Mauro Ricardo nega o que não foi dito e não esclarece uma vírgula do que foi exposto.

Recebo da assessoria do Secretário das Finanças de São Paulo, Mauro Ricardo, a seguinte nota, em resposta ao artigo “Xadrez da grande jogada do BTG com a Zona Azul”.

Nota

Contrariando todas as boas práticas do jornalismo, lamentamos profundamente que o blog tenha publicado tantas mentiras sem se dar ao trabalho de ouvir a Prefeitura de São Paulo (PMSP) ou os citados.

A PMSP, em que pese não ser procurada pelo jornalista, informa:

1 – a PMSP jamais vendeu banco de dados de sua responsabilidade, seja na administração dos ex-prefeitos José Serra e Gilberto Kassab, ou na gestão João Dória-Bruno Covas;

2 – o secretário de Governo Municipal, Mauro Ricardo Costa, é funcionário público de carreira, concursado, técnico, com atuação de sucesso em todos os lugares onde atuou como gestor ou administrador;

3 – projetos de concessão que implicam em novidade devem ser debatidos e, se necessário, aperfeiçoadas nas audiências públicas e nas discussões com os órgãos de controle externo, como no caso da concessão da concessão onerosa para exploração do serviço de estacionamento rotativo em vias e logradouros públicos do município de São Paulo, mais conhecido como Zona Azul. Não há direcionamento.

4 – conversar com os órgãos de controle externo é obrigação do gestor público, especialmente quando envolve o interesse público, do cidadão;

5 – contrariar interesse de terceiros, em defesa do interesse do cidadão da cidade de São Paulo será sempre uma bandeira da gestão do prefeito Bruno Covas que diz para todo bom entendedor: “Esse é um governo que não pensa na próxima eleição; pensa na próxima geração”.

6 – a administração pública deve fazer aquilo que é essencial nas áreas prioritárias (como saúde e educação) e passar para o privado aquilo que ele faz melhor do que poder público.

Resposta

Contrariando todas as boas práticas do Direito de Resposta, a Nota da assessoria do Secretário Mauro Ricardo nega o que não foi dito e não esclarece uma vírgula do que foi exposto. O artigo se baseou na palavra oficial da Prefeitura: a análise editais, dos relatórios do TCM-SP.

Confira:

  1. Em nenhum momento o artigo diz que Mauro Ricardo entregou banco de dados da Prefeitura. Diz que entregou o CADIN do Estado de São Paulo, quando era Secretário da Fazenda de José Serra.
  2. Não é a competência do Secretário que está em questão. Se não fosse um gestor competente não teria trabalhado com José Serra, Aécio Neves, Gilberto Kassab e Beto Richa.
  3. Apresentei cinco pontos de direcionamento:
    1. Valores da outorga, desproporcionais em relação ao investimento previsto.
    2. Experiência com estacionamento, desobedecendo recomendação do TCM.
    3. Falta de experiência prévia dos candidatos.
    4. Falta de clareza quanto ao primeiro reajuste.
    5. Capital Social da concessionária, desproporcional em relação às obrigações assumidas.

Todos os filtros, somados, caem como uma luva para o BTG. A Nota não responde a uma dessas questões sequer. Para que pede direito de resposta, se não responde?

  1. Conversar e acatar as recomendações, o que não foi feito. E, mesmo assim, o TCM aprovou.
  2. A licitação faz uma brutal antecipação de receita futura, para ser inteiramente gasta pelo atual prefeito no último ano de sua gestão, em um ano eleitoral. Saca contra a receita futura da prefeitura, sem definir como ficará o financiamento da CET. E alega que fez tudo isso porque “esse é um governo que não pensa na próxima eleição; pensa na próxima geração”.
  3. Não há nenhuma garantia, nenhum documento, de que os recursos serão aplicados em saúde e educação. E o Zona Azul digital atual é tocado por 15 empresas privadas.

Mas, convenhamos, é de um amadorismo profundo ter uma assessoria que solicita direito de resposta, usa uma agressividade extemporânea – acusando quem concede o direito de resposta de “mentir” (mesmo sabendo que é nossa obrigação acatar o direito de resposta) – e não apresenta um argumento sequer que rebata o que foi escrito.

O GGN continuará à disposição do Secretário, quando tiver respostas pertinentes ao que foi dito no artigo.

Luis Nassif

15 Comentários

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  1. Sumemo Nassif, chama pro pau!
    Não consegui parar de pensar na briga da ALESP, com o caricato mamãefalei.
    Só que aqui ao contrário de lá, tem muito café no bule.
    Pode vir quente que nóis tá fervendo.

  2. Este é o bom debatedor. Levanta a bola pro oponente descer o braço.

    Se o Nassif perder pra quem trabalhou pro Richa , não consegue ganhar de mais ninguém.

  3. Lendo a resposta a gente fica com a impressão de que esse Sr., Mauro Ricardo da Costa, é funcionário antigo da PMSP. No entanto faz quase 30 anos que esse Sr. não exerce as funções inerentes ao cargo público a que concorreu; há quase 30 anos que pula de galho em galho sempre a serviço das administrações de… sabe quem, né? Serra, Aécio, Richa… administradores do PSDB (que outro partido seria?) sobre os quais pairam suspeitas muito bem fundamentadas.

    Melhor faria se não tivesse respondido nada, se não tivesse “passado recibo”… Se bem que, pela resposta, o que essa turma fez foi usar indebitamente o recurso democrático do “Direito de Resposta” para cavar uma inserçãozinha gratuita neste GGN, uma notícia “chapa branca” que não engana ninguém.

    Ah, esses “rolando leros” do PSDB, viu?…

  4. A desconversa, a conversa mole, o desvio do foco e a fuga da raia nunca foi e nunca será direito de resposta,na verdade foram e sempre serão uma espécie de confissão de crime e/ou uma flagrante demonstração de atordoamento, quando atingido por um certeiro golpe recebido na boca da empáfia; mais outro na lateral imoralidade e o fatal no queixo da arrogância.

  5. O direito de resposta não deu resposta mas a resposta ao direito de resposta deixou espaço para resposta que não respondeu nada. Aguardo a resposta.

  6. “Não é a competência do Secretário que está em questão. Se não fosse um gestor competente não teria trabalhado com José Serra, Aécio Neves, Gilberto Kassab e Beto Richa.”

    Faltou ACM Neto nessa lista.

  7. Boa, Nassif. Essa gente pensa que está falando com a Folha SPaulo, que vive de calças arriadas à primeira batida de pé. A “competência” desse secretário se limita a aumentar impostos para o povo (não das empresas), e isso qualquer mané sabe fazer. Ele foi mal acostumado pela mídia reverente de São Paulo, Rio, Minas, RS, PR e outras tão vagabundas quanto. Fazer jornalismo hoje parece que virou fazer caras e bocas na TV e arrematar notícias com comentariozinhos “lugar comum”. Felizmente, parte do público – e jornalistas como você – ainda tem cérebro!

  8. Esse Secretário acha que pode nos enrolar com a conversa mole. Pq anteciparam receita futura?? Quem são os proprietários das empresas digitais que tocam o negócio. Quem estipulou os valores que cobrariam? Como serão os aumentos futuros?? Alguém acredita em TCM?? Quem manda em TCM são os governos de plantão. O prefeito manda eles aprovarem e eles aprovam. Órgão pra inglês ver.

  9. Será que o prefeito leu a resposta deste cidadão? Pelo que foi exposto por LN este caso está cheirando a maracutaia em plena luz do dia.Cruz, credo. Investigue-se portanto.

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