Doria é a candidatura do imediato, não a ideal para velha mídia, por Alexandre Tambelli

Foto – El Pais Brasil

Doria é a candidatura do imediato, não a ideal para velha mídia

por Alexandre Tambelli

Vou opinar sobre a candidatura Dória (a de uma eleição direta antecipada) e a candidatura ideal para a velha mídia de 2018 para frente, pensando, a partir da pluralidade de brasis. Veio o texto abaixo a partir da leitura do texto do brilhante articulista Jeferson Miola: Dória, o Berlusconi da Lava-Jato?

A pergunta que me vem é se é possível vencer uma Eleição no Brasil sendo apenas o anti-Lula? Postura atual do Dória.

Claro que a ideia de construir um candidato de “fora da Política” como solução para o Pós-Temer é a tentativa que sobrou à velha mídia por causa de toda a liberdade irrestrita dada aos seus “aliados políticos de ocasião”, que dessa liberdade irrestrita ficaram com o currículo de honestidade nada competitivo.

Foi tanta a liberdade e tanta a loucura de destruir Lula e o PT e de derrubar Dilma que não houve controle das ações, cuidado e calma.

Bem sabemos que no Brasil as campanhas em eleições e as vitórias/derrotas de parlamentares e do Executivo foram irrigadas até 2014 por vultosas quantias de dinheiro privado, colocadas no bolso dos mais variados partidos e de ideologias diferentes, até o PCdoB recebeu valores, claro que pouco expressivos, de empresas privadas.

A Lava-Jato queria pegar só o PT, Dilma e Lula, mas fica impossível, porque, na verdade, eles são os mais honestos dentro dos grandes vitoriosos da Política brasileira.

Uma delação ou uma denúncia qualquer contra tucanos ser escondida para sempre? Não foi possível, apesar do Sistema estar organizado para abafar e defendê-lo. Nem toda a Justiça é tucana, nem todo delator é tucano, nem toda a sociedade é tucana – 5% apenas, lhe dão preferência, atualmente.  

No processo de tornar a Política um caso de polícia, se começou a tentativa de ter como alvo só o PT, mas aos poucos se perdeu o controle, havia corrupção escondida nos outros partidos e políticos ligados a eles, que saiu do controle a Lava-Jato e a narrativa do “Governo mais corrupto da História”. De delação em delação se chegou aos tucanos, também, os apadrinhados da velha mídia, os “aliados políticos de ocasião”.

Todos os principais nomes do PSDB tiveram seus minutos de fama negativa na TV, rádio, jornal e revista + internet da velha mídia, sem contar a mídia independente, mesmo que se tentasse blindar ao máximo quem à velha mídia bate continência. Com a Internet tudo se escancara e acaba por levar à revelia dos desejos, que se noticie a denúncia grave ou não de corrupção dos seus “aliados políticos de ocasião”, mesmo com todo o cuidado na linguagem e dando espaço imediato ao contraditório.

E foi se acumulando pequenas denúncias que formam um vídeo enorme a ser editado na Internet. Imaginemos o tamanho da edição de Serra e de Aécio, e não é edição de triplex sem mostrar a escritura, de pedalinhos, de barco de lata, de um sítio simplório, de terreno que nunca foi do Lula, etc. São denúncias de milhões em contas no estrangeiro, esquemas de caixa dois com tudo detalhadinho, etc.

E da loucura de criminalizar a Política se chegou ao momento da necessária ruptura, até com os caciques do PSDB.

A velha mídia não tem mais como esconder, não tem mais controle do abafamento e do não noticiar, não pode mais fingir que é diferente a corrupção dependendo do partido, não consegue mais fazer dos seus “aliados políticos de ocasião”: SANTOS. E, então, ensaiam a solução clássica: fabricar o novo Collor.

Antes, no meio dos anos 80, para não estarem associados à Ditadura Militar um “novo” personagem criaram, o tal de “Caçador de Marajás”.

Hoje, para não produzirem um candidato associado ao Governo Temer e às reformas neoliberais radicais, buscam o “novo”, o tal personagem no Papel de anti político, de sujeito “honesto” vindo de fora da Política e não responsável pelo caos econômico e social que ai está para lançarem como candidato a Presidente pela via Direta ou Indireta.

Pensando no Dória.

Dória não tem estofo e conhecimento amplo da realidade brasileira, não parece ter ido muito além dos jardins, de Paris e Nova Iorque e parece não sensível para perceber como age um candidato, já sem os eflúvios da onda anti-petista e de otimismo pós-Golpe; está se construindo, apenas a partir do marketing excessivo. Ele está um tanto agressivo, deselegante, é mimado, não anda gostando do contraditório e de ser contrariado. Anda muito fora do eixo. Imprevisível seu comportamento eleitoral, penso eu.

Pode se tornar um misto de José Serra com Aécio Neves no grau de deselegância, de estar um tom acima da civilidade, de tratar qualquer adversidade na base da não resposta e no destrato para com o adversário na disputa eleitoral e com o eleitorado opositor a ele. 

A velha mídia quer fabricar um novo Collor, mas dentro de um padrão de comportamento mais simpático e equilibrado. Exercer um papel de candidato contra o que está posto e pós-Lula não significa ser sem Educação, mal-humorado e nem Dandi. 

Dória é um desespero de causa da velha mídia, pelo adiantado da hora, da provável queda de Temer antes deste ano findar. E, da não certeza de se conseguir executar o Golpe dentro do Golpe e se ter de partir para uma Eleição Direta em 2017.

Dória tem o palanque da cidade de São Paulo, então, se arriscou de colocá-lo na vitrine midiática, por hora. É o quadro que tem a melhor posição no Executivo, dentro da novidade eleitoral e da suposta ideia do não político, mas, sim, Gestor, bem ao sabor da propaganda atual do empreendedorismo com a crise do emprego no Brasil e de nossa Educação meritocrática.

É interessante. Precisa-se conciliar o Dória não político com o Gestor da cidade de São Paulo, fazendo da Política provinciana paulistana o palanque para sua candidatura presidencial. Não combina muito.

Em se podendo construir uma candidatura da velha mídia com mais tempo vão produzir um personagem outro. Nem anti-Lula nem Dandi. Uma mistura de personalidades, que interaja com as diferentes denominações cristãs, tenha um discurso mais palatável às juventudes existentes e aos direitos civis (aborto, união civil homoafetiva, descriminalização das drogas) e ao LGBT, estes dois pontos caros à classe média e médio-alta, que seja mais bem-humorado e equilibrado e sem arroubos de autoridade. Dória é muito anti juventude, é um careta. E está sem jogo de cintura. 

Comparando ao Aécio, último candidato da velha mídia. 

Aécio tem um lado playboy e baladeiro, o que lhe modernizou um pouco, nem isto Dória tem, ele é certinho demais: prefere polo a futebol (metaforicamente). Berlusconi e seus casos amorosos, sua vida particular nada regrada me levam a dissociá-lo de Dória. E Bolsonaro não gasta energia com o eleitorado opositor. 

O Brasil tem uma pluralidade de comportamentos, a padronização de um perfil de brasileiro de extrema-direita não está consolidada por aqui, e este brasileiro tem seu candidato cativo: Bolsonaro. Está havendo um refluxo da tendência de um comportamento dos brasileiros que se assemelhe/ apoie à extrema-direita, vide MBL e Vem Pra Rua e seus fiascos em levar público nas manifestações do dia 23 de março. Precisa-se levar em conta o eleitorado existente, não apenas na busca de promover um neoliberalismo permanente, uma meritocracia empreendedora radical. O (a) candidato (a) vai precisar ter a mente mais aberta e ser arejado para se sustentar no Poder, senão vira um Temer em três tempos.

Dória é muito quadrado e retilíneo. Teve 30% do eleitorado paulistano, ganhou a Eleição para Prefeito de São Paulo pela campanha anti-política e anti-petista massiva de 2016, ano do Golpe, ganhou com 1/3 do eleitorado, apenas, e perdeu para votos brancos, nulos e as abstenções, não nos esqueçamos disto. Não foi o fenômeno eleitoral que se imagina, penso eu.

Sua vitória foi um resultado circunstancial, de um momento da Política Nacional. 

Dória é para uma Eleição Direta em breve, a saída para o desespero da velha mídia de uma Eleição Direta antecipada acontecer. Tendo o Golpe dentro do Golpe e se podendo postergar eleições para 2021, 2022 ele será descartado, opinião minha.

Enfim, não nos fiemos na ideia de um conservadorismo sem limites em uma candidatura da Rede Globo, Veja, Folha, Estadão e demais grupos de comunicação do oligopólio que forma a velha mídia. Eles são conservadores no campo econômico e fixos na ideia de defesa intransigente da supremacia do mercado, do Estado mínimo, do empreendedorismo e da meritocracia e até na defesa do status quo da Casa Grande & Senzala, entretanto, vão ter de produzir um candidato mais palatável aos brasis existentes, tem que caber muitos brasis na candidatura da velha mídia, também, mesmo a gente crendo impossível, senão, podem perder a próxima Eleição Direta, que possa ter candidaturas de oposição ao Golpe. 

Se o Golpe ficar insustentável um candidato camaleão vai ser a aposta da velha mídia e não um Dória ou Bolsonaro, o risco da derrota com um deles é iminente.

Redação

16 Comentários

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  1. Ouso prever que Dória não

    Ouso prever que Dória não concluí o mandato de prefeito, por renúncia ou impedimento. O alcaide sabe enganar empresários, mas não o povão. No momento em que não tiver mais perspectiva política de longo prazo, ficará exposta sua figura decorativa. Seu negócio não é governar e, por conta disso, abandonará o cargo ou será deposto. 

  2. Eleição direta antecipada

    Eleição direta antecipada significaria DERRGAR A CONSTITUIÇÃO DE 1988, de que forma? A periodicidade das eleições é CLAUSULA PETREA, não pode ser alterada por Emenda, a unfica forma de abolir a Constituição é por Golpe de Estado,

    então essa é uma analise “espuma de vento” sem logica nos fatos.

    Quanto a Lava Jato NÃO é verdade que o alvo é o PT. O alvo é identico ao da Mãos Limpas na Italia, é TODA A CLASSE POLITICA E TODOS OS PARTIDOS. A Lava Jato não vai fazer serviço para terceiros, não estão a serviço de um partido

    e sim de um ativismo ideologico com base nas corporações juridicas, algo muito mais profundo do que ser linha auxiliar de

    um partido com os mesmos vicios dos demais.

    1. O PIG acende uma vela prá Deus e outra pro Diabo

      A mídia corporativo-murdochiana está se empenhando de corpo e alma em forjar no Dória um novo “Caçador de Marajá” mas ainda não jogou um salva-vida de chumbo pro Aécio, não. Hoje o Noblat escreveu que o Pezão devia ter o Aécio Neves como exemplo. De acordo com o Colunista,

      “Pezão deveria aprender com Aécio.

      Pezão foi citado por vários delatores do mar de lama que afogou o Tribunal de Contas do seu Estado, e que ameaça também afogar o seu governo

      É tal a certeza do senador Aécio Neves (PSDB-MG) de que a revista VEJA errou ao publicar que ele recebeu dinheiro em Nova iorque por meio de uma conta de sua irmã Andrea que ele só faz proclamar sua inocência desde o último fim de semana.

      E o fez com uma nota oficial, depois com um vídeo, depois com outro vídeo aonde sua irmã chegou a chorar, e, por último, ontem, com um pronunciamento na tribuna do Senado.  Por que o governador Luiz Fernando Pezão, do Rio, não segue o exemplo de Aécio?

      Pezão foi citado por vários delatores do mar de lama que afogou o Tribunal de Contas do seu Estado, e que ameaça também afogar o seu governo. Limitou-se até aqui a dizer que espera ter acesso ao conteúdo das delações para só então se defender.

      Um inocente delatado injustamente reagiria de outra forma. Ou Pezão é inocente, porém, tímido, ou não é.”

      http://noblat.oglobo.globo.com/meus-textos/noticia/2017/04/pezao-deveria-aprender-com-aecio.html

      Em geral, a velha e decadente mídia age orquestrada. Mas dessa vez, o PIG debandou. A Veja tentou abrir o caminho para o Dória, já que o Aécio não decola de jeito nenhum, apesar do aeroporto privado construído em Cláudio/MG com dinheiro público, mas o Clã Midiático Marinho parece que ordenou aos seus “jornalistas” que tentem jogar uma tábua de salvação para o Aécio Neves. Em razão disso, o Noblat tenta nos fazer acreditar que o Aécio Neves é inocente apenas por negar um crime a si atribuído. Para o Noblat, não negar um crime a si atribuído significa timidez ou culpa. Negá-lo significa inocência.

      Assim, o Noblat defende que o Pezão deveria aprender com o Aécio Neves: ROUBAR MAS NEGAR O ROUBO. Roubar mas deixar a timidez de lado, proclamando aos 4 Ventos a sua honestidade e probidade, como se extroversão e corrupção fossem fatos mutuamente excludentes. Não são.

      Quando o aeroporto de Cláudio veio à luz, o Elio Gaspari exortou o Aécio Neves:

      “Às favas os escrúpulos com a história do aeroporto de Cláudio. Aécio poderá impedir que o PT se mantenha no poder por 16 anos, e isso basta.

      Se Aécio Neves fosse um senador ou apenas ex-governador de Minas, o assunto poderia ir para o gavetão de casos pendentes onde estão outras questões. Por exemplo: a refinaria de Pasadena, as traficâncias do doleiro Youssef, os guardanapos de Sérgio Cabral e o cartel da Alstom. Coisa de petistas, peemedebistas e tucanos. A diferença está no fato de que ele é candidato a presidente da República. A sua atitude em relação ao episódio instrui o julgamento que se faz de sua postulação, refletindo-se sobre o que faria se episódios semelhantes acontecessem quando ele estivesse no Planalto. “De novo?” e “está tudo esclarecido” são impaciências imperiais.”

      http://oglobo.globo.com/opiniao/a-impaciencia-imperial-de-aecio-13424050#ixzz4dNq6UhQ4 Para o Noblat, o Aécio Neves não deve servir de lição, mas de exemplo. Em outras palavras, o PIG ainda não condenou o Aécio Neves. Uma parte do PIG acha que, em vez de marcar a missa do 7º dia do Aécio Neves, ele ainda está ao alcance do lançamento de um salva-vidas. Assim, eles acendem uma vela prá Deus (Dória) e outra pro Capeta Aécio Neves. Mas vão ambos morrer na praia. Caro André, o alvo da Lavabosta era apenas o PT, mas não é mais apenas o PT. A blindagem dos corruptos da Casa Grande vieram à luz, por mais que o PIG evitasse jogar holofotes sobre eles.

    2. duas observações…

      “Eleição direta antecipada significaria DERRGAR A CONSTITUIÇÃO DE 1988, de que forma? A periodicidade das eleições é CLAUSULA PETREA, não pode ser alterada por Emenda, a unfica forma de abolir a Constituição é por Golpe de Estado,”

      O Golpe de Estado já foi aplicado. A ordem constitucional já foi quebrada e tanto o legislativo quanto o judiciário fizeram a Constituição de papel higiênico. O que se discute agora não é se haverá ou não quebra da ordem constitucional, ela já houve. O que se discute é como retomar a normalidade constitucional e é nesse sentido que é colocada em discussão a convocação de novas eleições. Concordo plenamente que a convocação de eleições antecipadas como forma de tirar um governante constitucionalmente eleito é quebra da ordem constitucional pois consfiguraria um subterfúgio para impedir o pleno cumprimento de um mandato eletivo outorgado pelo povo. Mas esse não é o caso na ituação que se apresenta, pois o atual mandatário já é o resultado de um outro subterfúgio (este usando uma deturpação do instituto do impedimento) utilizado para a mesma finalidade. Trata-se portanto de um governante ilegítimo, já que tomou o poder por uma via inconstitucional.

      O correto mesmo seria a anulação do impeachment farsesco, utilizado para implementar o golpe, e a recondução da presidenta eleita ao cargo para o qual foi eleita. A solução da antecipação das eleições diretas seriam portanto uma solução alternativa devido aos problemas de governabilidade resultantes da convivência de uma presidenta legítima com um Congresso golpista e um STF totalmente sem moral. É uma solução menos correta que a recondução de Dilma ao cargo porém mais legítima que a manutenção do atual governo golpista,de flagante ilegitimidade justamente por ser fruto de um Golpe de Estado e a da eleição indireta de um presidente (igualmente ilegítimo) por um Congresso golpista.

      A cláusula constitucional que fala em eleições indiretas diz respeito a uma situação de normalidade constitucional, com a impossibilidade do exercício do presidente e do vice por questões de ordem natural e não pelo rompimento da ordem constitucional. Ela reveste-se de um caráter particularmente impróprio porque essa eleição indireta para terminar o atual mandato seria realizada pelo mesmo Congresso que aplicou o golpe, portanto seria apenas a continuação da quebra na ordem constitucional e não sua recuperação.

      É importante lembrar que acima da cláusula sobre a periodicidade das eleições está o princípio que “TODO PODER EMANA DO POVO”. O atual poder não está sendo exercido em nome do povo e nem um presidente eleito indiretamente por um Congresso golpista o faria. Só resta convocar eleições diretas para que o povo seja ouvido e se possa restamelecer o mais importante de todos os princípios constitucionais, expresso no artigo 1º, parágrafo único, da Constituição Federal.

      Essa é a lógica e não tem nada de “espuma de vento”, tem sim uma argumentação consistente.

      “Quanto a Lava Jato NÃO é verdade que o alvo é o PT. O alvo é identico ao da Mãos Limpas na Italia, é TODA A CLASSE POLITICA E TODOS OS PARTIDOS. A Lava Jato não vai fazer serviço para terceiros, não estão a serviço de um partido e sim de um ativismo ideologico com base nas corporações juridicas, algo muito mais profundo do que ser linha auxiliar de um partido com os mesmos vicios dos demais.”

      Sinceramente me espanta, Sr. Araujo, que venha fazer essa afirmação que não se sustenta com um único fato e a argumentação é mais fraca que a fibra moral do Temer. A atuação partidária e tendenciosa de toda a força tarefa da Lava a Jato é flagrante e escancarada por inúmeros fatos concretos. É notória a perseguição direcionada aos membros do PT e a blindagem escancarada aos membros do PSDB, que não teve até agora um único político investigado apesar das inúmeras delações citando Aécio, Serra, Alckmin e outros tucanos. A parcialidade é escancarada por atitudes tão escandalosas que há filagens explícitas onde o juiz Sérgio Moro cerceia o direito de defesa do Presidente Lula e outras onde desconsidera explícitamente denúncias relacionadas ao senador Aécio Neves.

  3. A ganância tem cara de herege.
    Não se deve falar apenas da onda, que se forma na superfície, sem tratar das forças que movimentam-se, mais abaixo, ou muito distantes, dando-lhe energia. A mídia é como a onda. Apenas um instrumento poderoso de luta política. Um efeito de forças. É a voz e a mensagem mas não é nada sem o rentismo financeiro agiota que mantém vivas, respirando por aparelhos, as estruturas empresariais falidas que a constituem. E os banqueiros agiotas também não são mais que embaixadores do rentismo internacional, no Brasil, em vez de protagonistas reais no jogo político local. É preciso conhecer o inimigo. O inimigo é o CAPITAL degenerado, depois de evoluir do estágio em que ainda preservava alguma virtude social, quando estudado e diagnosticado no início do século passado. Tampouco, mídia e seus patrões são ideológicos. São puramente fisiológicos e patologicamente gananciosos.(…)

    “Eles são conservadores no campo econômico e fixos na ideia de defesa intransigente da supremacia do mercado, do Estado mínimo, do empreendedorismo e da meritocracia…”

     (…) Conversa! Nada de ideologia. Tudo se resume em defender o “estado mínimo” e “meritocracia” para os outros, para ter acesso pleno e exclusivo aos cofres do Estado, para sí e para os seus. Pura ganância fisiológica suicida porque se conseguem (e estão conseguindo em todo o planeta) o seu intento, no final não haverá mais a quem explorar e serão exterminados, primeiro, os pobres que eles tanto odeiam, alguns minutos antes deles próprios chegarem também à sua hora do ajuste final com o Satanás.

  4. Boa análise.Também acho que

    Boa análise.
    Também acho que Doria pode ser descartado a médio prazo.

    Porém discordo de um ponto: “ganhou com 1/3 do eleitorado, apenas, e perdeu para votos brancos, nulos e as abstenções, não nos esqueçamos disto. Não foi o fenômeno eleitoral que se imagina, penso eu.”
    Ele ganhou no primeiro turno, sem nunca ter disputado eleições antes, não vamos subestimar: ele foi um fenômeno eleitoral sim, infelzimente!
    Esse argumento de somar brancos nuloes e abstenções foi usado na eleição da Dilma e em várias outras que a esquerda levou.
    O número de brancos, nulos e abestenções não teve um aumento espressivo, ele foi sempre alto (principalmente abstenção que quase sempre gira em torno de 20%).
    Se pegarmos as últimas eleições (de 2006 pra cá, pelo menos), Branco, Nulos e abstenção sempre tiveream mais de  1/4 do eleitorado total.

    1. Ele teve nove mil votos a

      Ele teve nove mil votos a mais do que Serra em 2012 na eleição para prefeito de SP daquele ano.

      Ou seja, praticamente o mesmo eleitorado que Serra. 

      O número de votos que Serra teve em 2012 foi o suficiente apenas para levá-lo ao segundo turno com 30% dos votos válidos. Já o número de votos de Dória, praticamente o mesmo, valeu a eleição em primeiro turno.

      A conjuntura o favoreceu sim, e muito. Fenônemo eleitoral seria se ele conseguisse aumentar quantitivamente a sua votação em relação à eleição de 2012. Os nulos, brancos e abstenções o levaram a ganhar no primeiro turno. Também marcou o auge da caça às bruxas na Lava Jato, com o PT como alvo preferencial.

      Os efeitos das medidas do Temer nas costas dos trabalhadores não favorecerá em nada o Doria, muito antes pelo contrário, tem muito pobre de direita furioso com essas medidas. Daí o fenômeno dos votos nulos e brancos, que em 2016 favoreceu o PSDB e o Dória, pode mudar de lado, com muito pobre de direita desiludido anulando voto ou votando em branco. 

       

  5. Os votos anti Lula/PT nas
    Os votos anti Lula/PT nas últimas eleições foram de 48 milhões.
    Muios desses eleitores hoje, estão desempregados, as empresas quebradas, perderam direitos trabalhistas, seus filhos perderam as ações sociais do governo, outros adiaram a aposentadoria, muitos perderam o benefício do Farmácia popular( pobre de direita) enfim, todas as maldades que conhecemos que esse governo vem fazendo.

    Duvido que Doria ou qualquer outro candidato de direta consiga chegar perto dessa votação.
    Muitos devem pensar, posso não gostar do PT/ Lula, mas minha vida era muito melhor.
    Na boa, a situação da direita está muito ruim, por isso acho que irão tentar algo mais radical para 2018.

    1. Não confiaria tanto. A

      Não confiaria tanto. A política apolítica do Dória tem enganado muitos. E seu marketing tem vendido suas ações como governabilidade de fato, como se realmente ele estivesse fazendo algo relevante como prefeito, promovendo melhorias e tal. 

      O povo está desnorteado. E por isso está sendo e será mais ainda alvo fácil de impostores. 

      Confiar demais que tudo daria certo e não reagir como se deve foi o grande erro do PT, o qual, pelo visto, parece não ter aprendido a lição. 

      1. Marcos, o bolso fala mais
        Marcos, o bolso fala mais alto.
        Muitos estão quebrado e desempregado
        O Doria vai precisar de muito mais além da sua aparência de vovô garoto para convencer as massas.
        Sinceramente, com apoio de Globo e tudo duvido que emplaque.
        Isso se os amigos do PSDB não puxarem o tapete dele antes.

  6. O candidato Dorian

    Chamou-me a atenção uma das últmas aparições do dória gray da tv durante a campanha eleitoral.

    Ele estava sob uma luz dourada, sorridente e diáfano em seu amplo sentido –  tanto translúcido quanto sem essência.

    Naquele momento percebí que ele seria eleito imediatamente.

    Até comentei em algum blog o que repito aqui:

    “Assim como tem gente que dorme dias e dias  numa fila interminável para ser o primeiro a comprar um Iphone , haverá gente desesperada para votar no dória. Ele parecia irresistível, hipnótico para os incautos, e com todo o controle que a mídia tem sobre as mentes, dória é um apelo de consumo.

    Dória é um produto, é aquela coisa que alguém quer comprar porque dá a quem possui a impressão de que é melhor do que os outros. É aquilo por quem se dá o salário ou se faz um empréstimo para comprar mesmo que não tenha préstimo ou se torne obsoleto imediatamente.

    Agora o meu comentário coxinha:

    Vivo em São Paulo, nasci aqui. Seja o margarina doriana, fosse  o pão Haddad, o que interessa, em primeiro lugar, é que a cidade tenha a sorte de ser bem administrada e que saia dessa miséria que  não dá mais ser escondida.

    (Hummmm! Lembrei: “pão de pobre cai com a margarina pra baixo”)

    Se o nobre “alcaide” tiver a decência de cumprir o seu mandato até o fim  seguindo as suas promessas de campanha   (li num blog) já estará de bom tamanho.  http://especiais.g1.globo.com/sao-paulo/2017/as-promessas-de-doria/#!/posse

     

     

     

  7. Lendo o comentário do grande

    Lendo o comentário do grande André Araújo, gostaria de discordar educadamente.

    A nossa Constituição jé está irremediavelmente manchada por tudo o que aconteceu desde a Lava Jato. Conduções coercitivas, quebra de sigilo de fonte jornalística, prisões preventivas intermináveis, grampeamento de conversa de Presidente da República e posterior vazamento com fins políticos, Ministro do Supremo e do TSE agindo como advogado de defesa, juiz processando e julgando a mesma pessoa, etc, etc. 

    A narrativa da postagem sugere que antecipação de eleição seria um golpe de Estado, mas o golpe de Estado já foi dado e estamos em um estado de exceção. Não dá para contemporizar com governo golpista usando a Constituição como escudo a favor dele: governo golpista tem que ser derrubado e ponto final.

    E mais: falar que a Lava não é contra o PT, mas contra todo o sistema político, é querer ignorar o modo de agir parcial de toda a operação. É querer ignorar a forma como Moro se comportou na festa da Isto É, conversando ao pé da orelha com Aécio Neves, multidelatado na operação que ele comanda. É querer ignorar o raciocínio do Dallagnol, que é o PSDB era oposição e, portanto, não pode ser responsabilizado or corrupções na Petrobrás, mesmo que funcionários de carreira da Petrobrás estivessem na empresa desde épocas tucanas. Não dá para ignorar tudo isso. Existe perseguição política sim, e grande, contra o PT e todos os partidos que com ele se coligaram. 

     

    1. Acompanho o relator

      Também não entendi essa de que “…a LJ não é contra o PT”. Cuma? A única finalidade da LJ era e é destruir o PT/Lula.  Se atingiu outros alvos, foi mero acidente, danos colaterais inevitáveis. 

  8. Dória não passa…

    Dória não passa de um palhaço embusteiro, até o fim do seu mandato, vai virar um mulambo. Já viu um  rico nervoso fazendo baixaria? Da boca não sai um argumento que se preste só ofensas.  Se o povão começar instigar sua raiva ele sai babando bobagens e é ai que ele perde, sem contar as sandices que tem feito em Sampa.Muitos já estão com bronca dele e não são petistas não, tem gente honesta que assume que votou em um lixo.

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