Doria e os coxinhas à paulista, por Maria Cristina Fernandes

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Jornal GGN – Em sua coluna no Valor Econômico, Maria Cristina Fernandes fala sobre o jantar ofercido para João Doria. na casa de Lucília Diniz, irmão do empresário Abílio Diniz. Lá, o prefeito paulistano foi tratado como “a esperança do Brasil” pela anfitriã, jurando que seu candidato para a presidência da República é seu padrinho político Geraldo Alckmin, governador do Estado de São Paulo.
 
Entretanto, Fernandes diz que a candidatura de Doria ao Planalto é imbatível, pelo menos no Jardim Europa. A jornalista argumenta que Alckmin não pode mais ignorar a viabilidade da candidatura de seu aliado, correndo o risco de ser alijado do jogo.

 
No jantar com mais de 300 convidados, empresários como Jorge Gerdau e Flávio Rocha, da Riachuelo, se entusiasmaram com uma possível candidatura de Doria, que falou “com a convicção de que seus pares ganharam, finalmente, um nome para chamar de seu”. 
 
Maria Cristina também fala da visita do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a transposição do rio São Francisco, e afirma que ele já prepara um plano B. No caso, Doria e Fernando Haddad se reencontrariam em 2018. 
 
Leia mais abaixo: 
 
Do Valor
 
Coxinhas à paulista
 
Por Maria Cristina Fernandes
 
“Naquele jantar, num clique de olhar, Lucília encontrou o amor de sua vida. Olha daqui, olha dali, o clique do amor nasceu naquela noite, uniu Lucília e Trabuco e acelerou. Fico feliz por vocês dois. Minha amiga, você encontrou uma pessoa maravilhosa para completar seu coração”. Recepcionado pela dona da casa como a “esperança do Brasil”, João Doria retribuiu à altura, no papel de padrinho daquela união surgida durante a campanha eleitoral. De cima de um sofá, para melhor enxergar sua plateia, tinha um tapete Aubusson por pano de fundo: “Estou amando ser prefeito e trabalhando loucamente. Tem gente que até emagreceu porque não dormimos no ponto. É o spa do Doria”.
 
A empresária e o presidente do segundo maior banco privado do país, Luiz Trabuco, viúvo há quase quatro anos, receberam à entrada de sua casa os convidados do jantar oferecido ao prefeito de São Paulo. Ao lado de Geraldo Alckmin, Doria encenou o número que já virou um clássico na política paulista. Trocam elogios mútuos e anunciam o evento de que participarão juntos às 7h da manhã do dia seguinte. O prefeito jura que o governador é seu candidato ao Palácio do Planalto em 2018, mas é a ele que se dirigem os gritos de ‘presidente’ de diferentes lugares da plateia.
 
O governador prossegue na lida. Na melhor de suas hipóteses, ainda pode vir a ser candidato nem que seja ao Senado. Na pior, vê o aliado candidatar-se a presidente da República e tem a garantia de que seu grupo político manterá, pelo menos, a Prefeitura de São Paulo, que seria assumida pelo vice Bruno Covas. Ignorar a viabilidade da candidatura João Doria, a esta altura, é correr o risco de ser alijado do jogo. A presença de meia dúzia de seus secretários na festa não deixou dúvidas de que o grupo tende a distribuir os ovos para minimizar os riscos.
 
A casa cheia da irmã do empresário Abílio Diniz, a poucos metros de onde mora o prefeito, não deixou dúvidas de que a candidatura é imbatível no coração do Jardim Europa. A lista marcou 340 presenças bronzeadas, de advogados e publicitários a Bruna Lombardi, circulando entre mesas de sushi e bandejas de Veuve Clicquot, mas lá estavam também empresários da indústria (Jorge Gerdau Johannpeter e Walter Torre), do agronegócio (Rubens Ometto), do varejo (Carlos Jereissati Filho, Luiza Trajano, Flávio Rocha, Sonia Hess e Sidney Oliveira) e de serviços (Chieko Aoki e Carlos Wizard Martins).
 
Jair Ribeiro (Indusval) e Manuel Tavares de Almeida (banco luso-brasileiro) pareciam os únicos parceiros do banqueiro anfitrião. Mas a propaganda eleitoral gratuita que o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, fizera das convicções pró-reforma de Doria durante evento do Instituto Internacional das Finanças, na Alemanha, semana passada, não deixou dúvida de que o setor já fez sua escolha. Ao descer do sofá, o prefeito comentou a decisão do presidente Michel Temer de, horas antes, retirar servidores públicos estaduais e municipais da reforma da Previdência. Manteve um pé em Frankfurt e o outro, em Brasília: “É preocupante porque o país precisa dessa reforma, mas talvez tenha sido o passo necessário para aprová-la”.
 
Fala com a convicção de que seus pares ganharam, finalmente, um nome para chamar de seu. Gerdau parecia à vontade. “É o que temos. Não tenho dúvida de que chegará lá”. Flávio Rocha, da Riachuelo, cuja candidatura à Presidência chegou a ser cogitada pelo Partido Novo, também já aderiu. Com um óculos de leitura pendurado numa corrente de ouro que desce até a altura do terceiro botão da camisa, fez reflexões sobre a teoria do eleitor mediano, do matemático americano Harold Hotelling, para sustentar a tese de que a candidatura Doria vai pegar. O publicitário Nizan Guanaes não se continha em entusiasmo com aquele que diz ser o nome mais aparelhado para enfrentar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva – “Ninguém aguenta mais tanto Estado”.
 
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Redação

13 Comentários

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  1. Como aifrmei em outro

    Como aifrmei em outro comentário, a continuar o processo de desmonte do país, em 2018 a esquerda poderá eleger até um poste pintado de vermelho, a não ser que cancelem as eleições diretas.  Para Dória ter alguma chance, teria que governar a prefeitura com um programa de esquerda, mas esse uniforme não cabe em seu manequim. A máscara deve cair antes de completar um ano.

  2. Vivem em uma bolha?

    “Ninguém aguenta mais tanto Estado”. Realmente se passasem a guilhotina nessa marias antonietas, não ficaria com pena. E outra coisa, colocar Haddad no mesmo patamar de um embuste como João Doria, so a imprensa brasileira mesma, que tem que acender uma vela para o santo e outra para o diabo. Isso quando tentar ser isenta. Não vou dizer isentona, porque não parece ser o caso da Maria Cristina Fernandes.

  3. Essa distinta sra. nem sabe

    Essa distinta sra. nem sabe aonde fica o minhocão.

    A bem da verdade , ela nem sabe o que isso significa.

    Essa é a mulher do nosso prefeito.

  4. O “delfim” João Doria

    Nas estruturas de poder, desde tempos imemoriais, existe a figura do “Delfim”, o herdeiro, aquele assessor ou assistente que está prestes a pular para cargos importantes. O Delfim é preparado e blindado pela mídia. Por exemplo, FHC foi o Delfim introduzido pelos tucanos durante a transição de Itamar Franco, para colher os louros do Plano Real e emplacar como candidato na sequência. Hoje é o João Doria.

    No futebol americano existe aquele jogador “chave” que corre com a bola enquanto os outros servem para defender a travessia, abatendo adversários e limpando o caminho para este “delfim” esportivo.

    O João Doria, insuspeito e plástico, sem rugas nem gorduras, é um Delfim programado para ser Presidente do Brasil, e isso vem desde o seu grupo LIDE, que circula pelo Brasil fazendo encontros e congressos sobre qualquer tema, assessorado por um grupo que parecia ministério de governo (eu estive em congresso do João Doria e – pasmem – de “mineração”). O Doria nasce apoiado pela mídia como um jovem Silvio Santos, como o coringa tucano paulista para voos futuros. O Aecim foi um “delfim” apoiado pela direita mineira que não deu certo. Era difícil serem conciliadas as suas pessoais “aspirações” com o ideário político que o povo eleitor gostaria de enxergar.

    Anos atrás, para evitar a chegada do Brizola (ou Lula), a direita tentou Silvio Santos ou o Pelé, até aparecer um delfim do nordeste, o Collor, que acabou sendo descartado ao notar que, na eleição seguinte, se Collor continuasse, iria mesmo a dar Lula ou Brizola.

    Doria nasceu Presidente, desde o seu primeiro programa na TV. A mídia e os poderes paralelos vão apenas derrubando os obstáculos, blindando e limpando a passagem do delfim tucano, enquanto abatem os delfins de perfil progressista, como leão que mata os filhotes de outro.

  5. Dória e Bolsonaro

    A elite paulistana se dá por satisfeita e sonha com o embate entre Dória versus Bolsonaro, já que o mineirinho, o santo e o careca pisaram na bola.

    Agora se, até lá, aparecer um codinome pro Dória nao sabemos pra que lado eles irao, em se tratando desta burguesia tudo é possível

     

    José Emílio Guedes Lages- Belo Horizonte

  6. Nao sei qual plastica eh

    Nao sei qual plastica eh pior, se a dela ou a dele!

    Oh?

    Eh mesmo?  MESMO?

    Essa eh a  cara natural e original do paulistoide hemorroide candidato aa presidencia?!?!?!

    Prefiro a plastica dela entao.

  7. Politico novo é como carro

    Politico novo é como carro novo, cheiroso, tinindo,  anda bem porque não tem o desgaste natural do uso. O politico novo ainda não levou pedrada,  não tem inimigos antigos, não teve sua vida vasculhada. Exposto ao tempo começa a ter sinais de uso.

    Nas grandes crises da politica se abrem vacuos de lideranças e nesse vacuo entram paraquedistas que podem até dar certo.

    É da Historia. Pode ser uma carreira ascendente, como Janio Quadros ou pode ser tiro curto, caso de Lucas Nogueira Garcez,

    Luiz Antonio Fleury, Celso Pitta, todos escolhidos por um cacique mais antigo no pedaço, duraram apenas um mandato.

    O certo é que ainda não foram testados em tempestades, no começo são marinheiros de vento a favor.

    Doria é um profissional de marketing e o eleitor brasileiro é um alvo facil para o marketing estilo celebridades da TV.

    Esse jantar de grã-finos do Jardim Europa é tipico do Doria, ele fez centenas de jantares com esses convivvas, é o grupo dele.

    Ainda não apareceu nenhum problema tipo greve de rpofessores para ele administrar.  Será o momento da verdade.

     

  8. Será que o Geraldino Opus Dei

    Vai ser engolido por sua cria(na realidade não é dele, esse senhor(não político kkk)) está ai há muito tempo?

  9. Olha aí

    Chega estampado, manchete, retrato
    Com roupa amarela, vassoura e as iniciais
    Eu não entendo essa gente, seu moço
    Fazendo alvoroço demais
     

    Olha aí
    Olha aí
    Olha aí, ai o meu gari, olha aí
    Olha aí, é o meu gari
    E ele chega……

     

  10. Doria e os coxinhas à paulista

    Anule esse doriana pelo desprezo. Por que tanta propaganda de um imbecil desses. Mate a sua imagem e ele morrerá aos poucos. Quanta mediocridade.

     

  11. Doria e os coxinhas à paulista

    Anule esse doriana pelo desprezo. Por que tanta propaganda de um imbecil desses. Mate a sua imagem e ele morrerá aos poucos. Quanta mediocridade.

     

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