Vamos a alguns pontos já analisados por especialistas, sobre a fragilidade metodológica do Datafolha – embora não sejam suficientes para explicar reversões tão bruscas em tendências eleitorais.
Por J
Problema 1: a amostra é URBANA, não vai ao RURAL
A amostra por fluxo de ponto (fluxo de pessoas nas ruas) somente vai ao URBANO (85% do país), não vai ao RURAL (15% do país), onde Lula e Dilma Rousseff apresentam percentuais ainda maiores de aprovação. Não há cruzamentos das intenções de voto por URBANO e RURAL.
REGIÃO DO PAÍS |
NATUREZA DO MUNICÍPIO |
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Sudeste |
Sul |
Nordeste |
Norte/ Centro oeste |
Capital+Região Metropolitana |
Interior |
Problema 2: amostra telefônica
A amostra coletada equivale a uma AMOSTRA TELEFÔNICA do país. Na entrevista coleta-se, necessariamente, o nome e o telefone do entrevistado para checagem. Os últimos dados do IBGE mostram que somente 44,4% dos domicílios têm telefone fixo, e somente 75,5% dos domicílios têm usuários de celular. É uma amostra dos mais ricos.
PNAD 2008 / IBGE |
DOMICÍLIOS NO PAÍS |
Domicílios /Telefone fixo convencional |
44,4% |
Domicílios / Telefone celular, existência |
75,5% |
Problema 3: a amostra tem a ESCOLARIDADE errada
A amostra é somente calculada para SEXO e IDADE, com desvios na ESCOLARIDADE coletada. Na última pesquisa, o ENSINO FUNDAMENTAL aparece com 47,6%, enquanto pelos dados do IBGE é de 55,2%. A amostra privilegia o voto de maior escolaridade.
|
ENSINO FUNDAMENTAL |
Pesquisa Datafolha 15 e 16/04/2010 |
45,4% |
Pesquisa Datafolha 20 e 21/05/2010 |
47,6% |
PNAD 2008 / IBGE |
55,2% |
Problema 4: nomes dos candidatos são apresentados sem os partidos
Os nomes dos candidatos aparecem sem os nomes dos partidos. Como Dilma Rousseff é menos conhecida como a candidata de Lula e do PT, a pesquisa induz os resultados para José Serra, diminuindo as intenções de voto em Dilma Rousseff.
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