Caso Erenice e lições de jornalismo

Jânio de Freitas

Amigos de Dilma

DILMA ROUSSEFF caminha, aos empurrões, para o inesperado. Quis ser candidata e talvez, com a ajuda de vontades celestiais e sobretudo da divindade planaltina, tornar-se presidente da República. Ao que os fatos sugerem, não é só o que o destino lhe promete.

O que se passa cabe em uma equação simples: ou os adversários de Dilma conseguem afinal comprometê-la com alguma prova, ao menos com algum indício inexplicável, ou Dilma chegará à eleição santificada por uma pureza jamais imaginada entre tantas bandalheiras nacionais.

O bombardeio incessante na base do “filho da sucessora” ou “filho do braço direito” que “teria feito”, e da responsabilidade por quebra de sigilos na Receita, e até de alimentar “atentados à democracia” (como disse José Serra na semana passada), ficam como acusações só por acusar. E o acúmulo dos seus insucessos compõe um atestado de idoneidade exemplar. Como efeito final, levam grande parte do eleitorado ao oposto do pretendido. O que já está captado em reportagens.

A José Serra e aos demais adversários ferrenhos de Dilma Rousseff só restam três semanas para conseguir que uma de suas novas ofensivas, ao menos uma, não se exponha como apelação nada dignificante para os autores. 

ELIANE CANTANHÊDE

Os braços direitos BRASÍLIA – A reportagem da revista “Veja” sobre o novo escândalo diz que o “consultor” Fábio Baracat era obrigado a deixar do lado de fora o celular, a caneta e o relógio sempre que ia conversar e tomar um vinho fora do Planalto com Erenice Guerra e seu filho lobista, quando ela era secretária-executiva de Dilma Rousseff na Casa Civil. Ou seja: ele não podia entrar com nada que pudesse gravar o encontro.

Isso faz toda a diferença entre a história da Casa Civil de Erenice/ Dilma e a da Casa Civil de Waldomiro Diniz/José Dirceu. Se Waldomiro tivesse evitado filmadoras nos seus encontros com bicheiros, não teria sido exposto ao país pela TV pedindo propina quando era da Loteria do Estado do Rio. E, diante de reportagens a respeito, poderia simplesmente se fazer de vítima de um complô maligno das elites (empresários, imprensa, tucanos…). 

Comentário

A troco de quê Eliane toma como verdade absoluta a informação publicada da Veja, de que o lobista participava de encontros com Erenice sem poder aparecer com aparelhos de gravação? Não lhe passou pela cabeça, nem remotamente, a possibilidade de que o lobista possa estar mentindo? Ou a revista possa estar manipulando informações?

Uma maneira simples de ler informações é analisar a biografia de quem passou os dados. E o histórico da revista que os publicou.

Qual o nivel de conhecimento que Eliane tem sobre o lobista, para avalizar de forma tão contundente o que ele presumivelmente teria afirmado à revista? O histórico da revista, certamente ela conhece. Se usa a revista como fonte, qual seu discernimento no uso de outras fontes? 

Luis Nassif

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