Nem Merval e Datafolha salvam do naufrágio Serra e suas crises de identidade política

O maior dos percalços, na verdade um monstruoso mico da campanha de Serra, foi querer apresentar-se como candidato do governo, melhor, do presidente Lula.  Quem viu os programas eleitorais na TV de quinta-feira deve ter imaginado o que houve de tão espetacular para que o PT deixasse de ser governo e Serra passasse a ser a candidatura patrocinada pela popularidade deste governo.

Mas o que houve mesmo foi mais uma crise de identidade, oportuna seria o termo mais preciso.  Ser oposição na campanha deste ano está sendo doloroso para quem agora quer passar a imagem do que nunca foi…

Interessante é ler artigo de Merval Pereira, de O GLobo de quinta-feira, antes das peças de TV que o consórcio dem-tucano produziu.  Em seu artigo, intitulado “Enfim, a oposição”, uma espécie de comemoração pelo enfrentamento político direto, o conhecido articulista discorre sobre o acerto de Serra em se apresentar, de fato, como uma opção diferente de tudo o que representa o atual governo e sua candidatura, apresentando as armas para o confronto, como os ataques que fez no debate Folha/UOL, contra Lula, o PT e Dilma. 

Mas Merval foi muito mais longe do que apenas comemorar a retirada da máscara de pós-Lula de Serra, insinuou virada na disputa eleitoral por conta dos exames de rotina de Dilma Roussef esta semana.  Para sustentar sua fantasia, afirmou que Obama só teria  vencido a eleição porque John McCain, candidato republicano, certo dia teria aparecido em público com um curativo no rosto, que logo teria sido associado a um melanoma que teve no passado, daí a “o maior argumento” para a derrota de um continuador de um dos governos mais impopulares da história americana ter sido derrotado. 
Inacreditável? Trecho: “…No meio da campanha (John McCain), apareceu certa manhã com um curativo no rosto, e foi o que bastou para especulações sobre a volta do melanoma.
 
Ele teve que não só explicar que retirara uma pinta do rosto como mostrar o laudo médico que garantia que não havia ali qualquer tumor maligno.”

Merval, tal qual  um militante das causas oposicionistas, rotula, deselegantemente, Dilma como uma pessoa dura e de trato insuportável, acusando a candidata de dissimulada:
“…Não se pode nem dizer da candidata Dilma que ela bate como homem, mas quer ser tratada como mulher nos debates políticos, já que sua verdadeira personalidade está maquiada pelo marketing político que a transformou de executiva fria e quase rude, que já fez muito homem chorar, em uma doce senhora.”

Merval, em um de seus piores momentos na coluna que escreve para O Globo saboreia o discurso contundente de Serra com uma frase bem típica de seu arsenal de argumentos contra o atual governo,porém pouco crível:
“…À medida que ele (Serra) perde o receio da confrontação entre os governos de Lula e o de Fernando Henrique Cardoso, fica cada vez mais claro que há um processo em marcha, e que a gênese desse processo de desenvolvimento não é o governo Lula, como quer a propaganda oficial”.

O terreno é fértil, mas o difícil é convencer o povo de que sua tese seja parte do processo político em curso.  mas não custa nada tentar, foi o papel confiado ao Merval, que vem desempenhando firmemente, apesar de todos os percalços que seu candidato se envolve.

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Redação

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