O caso Paulo Preto

O nome de Paulo Preto vinha sendo bastante ventilado, antes da eclosão do escândalo. Aparentemente, o PSDB preferiu sacrificá-lo, para evitar a exploração política. O episódio mostra que, em outros tempos, Eduardo Jorge não tem nenhum pudor em fuzilar até aliados, quando entram em jogo os interesses partidários.

Por Ana C

Nassif, olha isso. Ninguém comentou até agora.

“Ex-diretor da Dersa acusado de desviar doações ao PSDB vai à Justiça contra tucanos e imprensa”, saiu hoje, na Folha.com – texto de ANDRÉA MICHAEL DE SÃO PAULO

http://www1.folha.uol.com.br/poder/789581-ex-diretor-da-dersa-acusado-de…

Não seria tudo isso (sobre os documentos) apenas uma estratégia para minimizar o estrago com aquela notícia sobre o sumiço do dinheiro do PSDB?

Se estou certa nos meus ligeiros conhecimentos políticos, o sumiço dessa “graninha” é muito pior para a imagem dos tucanos. E, se estou certa ainda, nas minhas parcas considerações, a melhor estratégia de defesa, é o ataque.

Como foi comentado aqui no blog, à época da notícia do sumiço daquela “graninha”, com certeza não conseguiram arrecadar fundos suficientes como sempre fizeram. E para não ficar feio para o “menino prodígio”, encontraram um bode espiatório. No, entanto, ao analisar o assunto, o eleitor pode fazer algumas considerações.

Se não arrecadaram é porque nem os empresários o querem lá.

Ou, porque não foram competentes para fazê-lo. E se não são competentes para isso, não são para administrar o país.

E ainda, destacando um trecho do artigo de hoje:

No texto Losacco, hoje candidato a deputado estadual pelo PSDB, diz que “essa arrecadação [de Souza] foi puramente pessoal. Mas só faz isso quem tem poder de interferir em alguma coisa. Poder, infelizmente, ele tinha. Às vezes, os governantes delegam poder para as pessoas erradas”.

Essa frase, que não justifica o sumiço de dinheiro, foi a pior declaração que alguém do próprio PSDB, poderia ter feito. Se isso aconteceu enquanto ele era governador, imagine o que não aconteceria com ele presidente.

Da Folha

Ex-diretor da Dersa acusado de desviar doações ao PSDB vai à Justiça contra tucanos

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ANDRÉA MICHAEL
DE SÃO PAULO

Os advogados do engenheiro Paulo Vieira de Souza, ex-diretor de Engenharia da Dersa (Companhia de Desenvolvimento Rodoviário S/A), pediram à Justiça em São Paulo a abertura de uma ação penal contra os dirigentes tucanos Eduardo Jorge Caldas e Evandro Losacco, além dos jornalistas da revista “IstoÉ” Sérgio Pardellas e Claudio Dantas.

Souza os acusa da prática dos crimes de calúnia e injúria por conta da publicação de reportagem em que ele é acusado de arrecadar R$ 4 milhões, à margem da lei e em benefício próprio, sem o conhecimento do partido ao qual é ligado, o PSDB.

As penas para tais crimes podem variar de seis meses a dois anos de prisão em caso de condenação.

A reportagem, publicada no último dia 18 e que tem como título “Um Tucano Bom de Bico”, afirma que, “segundo oito dos principais líderes e parlamentares do PSDB ouvidos por “IstoÉ”, Souza, também conhecido como Paulo Preto ou Negão, teria arrecadado pelo menos R$ 4 milhões para as campanhas eleitorais 2010, mas os recursos não chegaram ao caixa do comitê do presidenciável José Serra”.

No texto Losacco, hoje candidato a deputado estadual pelo PSDB, diz que “essa arrecadação [de Souza] foi puramente pessoal. Mas só faz isso quem tem poder de interferir em alguma coisa. Poder, infelizmente, ele tinha. Às vezes, os governantes delegam poder para as pessoas erradas”.

Quanto a Eduardo Jorge, a revista reproduz uma afirmativa que, no contexto, faz pressupor a existência da arrecadação, pois afirma que Souza “arrecadou por conta própria, sem autorização do partido”.

EJ nega ter dito isso à reportagem da revista “IstoÉ”.

Por meio da assessoria do PSDB, informou que encaminhou uma carta à revista, que não foi publicada, na qual afirma desconhecer o assunto tratado na reportagem e declara que nada daquilo poderia ser verdade, pois as únicas pessoas autorizadas no partido a fazer captação de recursos são os tesoureiros oficiais –José Gregori e Sérgio Freitas.

Procurado pela Folha, Losacco disse ainda não tomou conhecimento da ação, por isso não poderia fazer comentários neste momento.

O diretor de Redação da “IstoÉ”, Mário Simas, afirmou que “a reportagem revela aquilo que é dito e sabido no PSDB, informações declaradas por líderes do partido e outras ditas reservadamente por dirigentes da legenda e também de empresas. Se for o caso, vamos nos defender no foro adequado”. 

Luis Nassif

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