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Serra e Dilma estão empatados. Em número de estados.

Tivemos agora uma oportunidade boa para mapear a regionalização eleitoral do Brasil. O Ibope fez pesquisas em 11 estados, e, por ser a série mais recente, foi-lhe dada preferência na montagem do quadro.  Para outras 16 unidades da federação aproveitamos as pesquisas que aqui e ali são divulgadas, mas infelizmente algumas são um pouco defasadas.

De qualquer modo, já dá para ter uma boa noção de como o país está dividido.

Pelo menos um empate existe : o número de estados onde Dilma e Serra estão na frente é o mesmo : 13 (Mas isso deve mudar em breve : AL, SE e ES podem em poucas semanas dar maioria a Dilma.)

Em 2006 Alckmin ganhou de Lula em SP, RS, PR, SC, MS, MT, RR. Os estados onde Serra tem mais chances de ganhar de Dilma são os mesmos em 2010, acrescidos de GO e PA.

No fim ficaremos sem saber direito o peso de cada coisa : experiência do candidato, nome do partido, apoio de Lula. Esta eleição está ficando uma cópia de 2006 : nem Serra conseguirá penetrar no “lulista” Nordeste, nem Dilma parece que levará os corações e mentes do Sul a algo como em 2002 (quando Lula teve 59% dos votos nessa região.)

Além do que já se comenta com freqüência:

– É importante, para efeitos de análise, separar São Paulo do Sudeste. A diferença pró-Dilma em MG, RJ e ES, de quase 4 milhões de votos, compensa a diferença pró-Serra em SP, de mais que 3 milhões. O Sudeste pode ser tudo, menos homogêneo.

– A distribuição de intenções de voto no Sul é muito parecida com a de SP. Não há pesquisas para todos os estados por um mesmo instituto, mas o resultado encontrado com as partes, de 43% para Serra versus 33% para Dilma é razoável, é igual a média das 3 últimas pesquisas de abrangência regional (VP, DF, IB.)

– A fidelidade a Serra caiu um pouco em SP desde uma Datafolha de maio/2009 : foi de 50% para 44%. Mas a fidelidade no Sul é ainda maior, posto que Serra cresceu na região (em maio/2009 Serra obtinha 42% no sul.)

– Fala-se muito que o Sul-SP é serrista. Mas, como a maioria das pesquisas nacionais mistura o Norte com Centro-Oeste, passou despercebido que o Centro-Oeste é tão serrista quanto. Tanto no Centro-Oeste como no Norte, na maioria dos estados, candidatos da oposição têm muito boas chances de se eleger governadores, mais que no Sul. Para presidente tudo isso é compensado por Amazonas, reconhecidamente o mais lulo-dilmista dos estados.

– Há uma boa identidade entre votos para governador e para presidente : em 15 estados o candidato a governador na frente nas pesquisas é apoiado pelo candidato a presidente preferido no estado. Isto é um risco para a oposição, pois, se a candidatura Dilma avançar muito na campanha, a expectativa da oposição de eleger 10 estados fica comprometida, especialmente se a eleição presidencial for resolvida no primeiro turno.

– Por ora, se pudermos considerar essas pesquisas estaduais como fidedignas das situações locais, Dilma estaria 5% a frente (ou quase 7 milhões de votos.) Para conseguir ganhar no primeiro turno fariam falta uns 3% mais (ou mais de 4 milhões de votos.) Os números de títulos eleitorais estão na coluna à esquerda, podem servir de base a exercícios do gênero…

Redação

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