Em Minas, a mãe de todas as batalhas

Coluna Econômica

Há tempos previ que a nova cara da oposição seria o então governador mineiro Aécio Neves. Nesse período, conseguiu firmar imagem de negociador político, de gestor moderno (graças ao trabalho do vice Antonio Anastasia). Pesa contra sua imagem apenas a mão pesada (embora eficiente) da irmã Andrea Neves.

Desde o ano passado, estava claro a falta de competitividade de José Serra, seja por não ter feito um governo brilhante em São Paulo, por não representar o novo e por não conseguir desenvolver um discurso próprio.

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CasCCaso a aliança PSDB-DEM tivesse apostado em uma chapa Aécio-Ciro contra Dilma, a eleição seria dura. Provavelmente Dilma Rouseff venceria, mas a oposição sairia inteira, pronta para trabalhar uma alternativa para 2014.

A cegueira generalizada do PSDB, reforçada pela aposta maciça em Serra por parte dos grandes jornais, acabou conduzindo o partido para o desastre.

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A eleição federal está praticamente definida. Como explica Ricardo Guedes, do Instituto Sensus, com mais de 40% de rejeição, não haverá nenhuma maneira de Serra esperar uma virada.

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Esse sentimento começa a se tornar majoritário, tanto na situação quanto na oposição. E está desviando para Minas Gerais a grande batalha dessas eleições – algo que o comitê de Hélio Costa (adversário de Aécio) batizou de “a mãe de todas as batalhas”.

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Na verdade, em Minas, agora, está começando a primeira disputa para 2014.

Se Aécio for derrotado em Minas, mesmo saindo vitorioso como senador, e Geraldo Alckmin sair vitorioso em São Paulo, a oposição terá mais dificuldades em se reorganizar. A liderança natural do PSDB passaria para Alckmin, que não chega à dimensão nacional de Aécio.

Com a vitória em Minas e em São Paulo, o PSDB ficaria suficientemente fortalecido para sobreviver e liderar uma oposição robusta ao governo Lula.

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Esta semana é considerada decisiva para as eleições de Minas. Antonio Anastasia cresceu substancialmente, após o horário eleitoral, e tirou a diferença em relação a Hélio Costa. Se a ascensão continuar por mais tempo, vira o jogo.

Por outro lado, com a eleição federal definida, Lula deverá se dedicar intensamente à campanha mineira. Ontem, o candidato a vice governador Patrus Ananias foi a Brasília e obteve de Lula a promessa de três grandes eventos em Minas.

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Diretor do Ibope, Márcia Cavalieri considera que o jogo mineiro vai começar agora. Por enquanto, as eleições mostram Lula definindo o plano federal e em cada estado um Lula próprio (o governador que sai) fortalecendo seu candidato. O Lula de Minas é Aécio.

Agora, com a federalização da eleição mineira, Lula tenderá a se concentrar em Minas. E se verá se ele terá mais capacidade que Aécio para transferir prestígio ao seu candidato.

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Nos últimos dias, enquanto o Datafolha apresentava uma larga vantagem para Hélio, o Ibope e o Vox Populi identificaram a virada de Anastasia. Nos questionários do Ibope não se informa o leitor quem é candidato de quem. Além disso, há ainda um enorme número de indecisos: 25%.

O jogo mineiro e o jogo de 2014 começarão a ser jogados nos próximos dias. 

Luis Nassif

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